quarta-feira, 9 de outubro de 2019

CRISE REVOLUCIONÁRIA NO EQUADOR: TODO PODER A CONAIE E A FUT! CONSTRUIR OS ORGANISMOS DE PODER OPERÁRIO, INDÍGENA E POPULAR!


O Equador enfrenta há seis dias consecutivos protestos populares que têm levado milhares de ativistas sociais às ruas, primeiro como uma resposta ao anúncio do presidente neoliberal Lenín Moreno de eliminar os subsídios a combustíveis para conter o suposto déficit fiscal equatoriano. A medida draconiana atende a um acordo assinado com o FMI para a concessão de um empréstimo de US$ 4,2 bilhões. Mas logo na sequência dos fatos,  as mobilizações multitudinárias do povo equatoriano cresceram em proporção ainda maior com a decretação pelo governo “traíra” do Estado de Exceção e do Toque de Recolher noturno no país. Com o avanço do movimento de massas, o amedrontado serviçal da Casa Branca, que atende desgraçadamente pelo nome de Lenín, transferiu (abandonou) a capital do Equador de Quito para a cidade de Guayaquil. Várias marchas indígenas estão em curso no Equador, a maior delas, com aproximadamente 30 mil integrantes avançou ontem desde Cotopaxi e outras zonas do extremo sul do país e se somaram aos protestos em Quito. O mesmo com o movimento indígena de Tugurahua, Shuar Tsuraku, na região amazônica do Equador, Imbabura, Azuay, Pichincha, Chimborazo, Cañar, Loja e várias outras. Segundo o presidente da CONAIE (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), Jaime Vargas, os indígenas exigem “a imediata libertação dos 350 detidos arbitrariamente por exercer seu direito constitucional de resistência” e acrescentou que só haverá conversações com o presidente “lambe botas” do imperialismo ianque, uma vez que chegem a Quito. Escolas e estradas estão fechadas em todo o país. A expectativa é da chegada de cerca de 100 mil indígenas à capital nesta quarta-feira, 09/10. A crise política é muito significativa do ponto de vista histórico, uma vez que massivos protestos liderados por indígenas já foram parte importante do processo de derrubada do presidente Jamil Mahuad, em 2000, durante outro período de tensão revolucionária. Neste dia 08 manifestantes empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem contra o imperialismo e o governo neoliberal, a maioria indígenas agrupados na CONAIE, invadiram o prédio da Assembleia Nacional , o parlamento central do país na “antiga” capital Quito, que está tomada por barricadas policiais e trincheiras populares, principalmente com convocação de greve geral para hoje. Há claros indícios políticos que já começa a “brotar” uma situação de duplo poder. A principal Central Sindical do Equador, a FUT, dirigida por José Villavicencio, declarou que se submete integralmente às deliberações da CONAIE, participando ativamente da paralisação nacional. Em completo desespero e já prevendo seu fim, Moreno declarou que: “os saques, vandalismo e violência que vimos mostram que há uma motivação política organizada para desestabilizar o governo, romper a ordem constitucional e democrática",  agregando pateticamente: “Correa e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, estão por trás desse plano de desestabilização". Por sua vez o ex-presidente Rafael Correa, exilado na Bélgica, tratou de pedir “calma aos manifestantes”, mostrando interesse em candidatar-se em uma possível nova eleição. Os Marxistas Leninistas não fazem fetiche algum de novas eleições como uma saída política para a grave crise que atravessa o Equador. O movimento de massas, tendo concretamente a frente das gigantescas mobilizações organizações como a CONAIE e a FUT, deve tomar em suas mãos a resolução propositiva da crise revolucionária, derrubando o “cadáver” Moreno e instaurando um governo operário, indígena e popular no Equador, baseado em organismos de poder totalmente independentes das instituições apodrecidas do Estado Burguês. No mesmo passo avançado, a vanguarda classista e combativa deve começar a debater e organizar a fundação de um genuíno Partido Operário Revolucionário que seja a verdadeira direção da transição socialista!