quarta-feira, 9 de outubro de 2019

DIANTE DO COLAPSO DO GOVERNO MORENO, BURGUESIA EQUATORIANA PREPARA SEU “PLANO B”: RAFAEL CORREA DEFENDE NOVAS ELEIÇÕES E SE LANÇA CANDIDATO. VITORIOSA GREVE GERAL DESTA QUARTA-FEIRA DEVE IR ATÉ A IMPOSIÇÃO DE UM NOVO PODER POPULAR!


As manifestações multitudinárias do Equador se intensificaram nesta quarta-feira (09/10), com a deflagração de uma greve geral que busca derrubar o governo “traíra” de Lenín Moreno. Não há trânsito de veículos nas ruas e os negócios e comércio fecharam cedo na “antiga” capital Quito (abandonada pelo governo Moreno que se transferiu para a cidade de Guayaquil). Outras cidades do país também aderiram à greve nacional fechando todos os serviços públicos e privados. As forças de segurança (repressão) do governo dispararam gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes que marchavam perto do palácio presidencial no centro da capital Quito. A CONAIE principal entidade dos povos indígenas, que levou cerca de 60 mil militantes de áreas vizinhas de Quito para a marcha na capital, afirmou que: “O governo Moreno está se comportando como uma ditadura militar ao declarar um estado de emergência e estabelecer um toque de recolher noturno”. A maioria das organizações políticas dos manifestantes exigem a saída imediata de Moreno, entretanto há um setor reformista disposto a negociar com o moribundo governo em troca da antecipação das eleições presidenciais. Este campo que defende abertamente a conciliação de classes, é liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, do mesmo partido de Lenin Moreno (Alianza Pais) e responsável político por sua indicação para chefiar o atual governo. O imperialismo ianque vendo a situação de Moreno degringolar completamente, acionou o escritório da ONU no Equador para “mediar negociações de um acordo”. Correa exilado há dois anos na Bélgica por conta de uma perseguição judicial, à semelhança da “Operação Lava Jato” brasileira, defendeu uma “trégua” do movimento em troca da antecipação das eleições presidenciais e já se lançou candidato, “pelo menos a vice” afirmou, tentando copiar a manobra de Cristina Kirchner na Argentina. 


O movimento de massas que vem crescendo e ampliando seu espectro social com o triunfo da greve geral, não pode cair nesta “cilada democrática” da esquerda reformista. O acirramento da luta de classes no Equador encontra-se em um patamar da disputa direta pelo poder, a fuga do estafe estatal da capital e a ocupação do parlamento nacional pela CONAIE é o sintoma mais claro da situação revolucionária por que passa o país. O heroico proletariado equatoriano, que já derrubou vários presidentes pela via da ação direta, deve se lançar conjuntamente com seus aliados históricos, a ousada tarefa de tomar o poder estatal em suas mãos e edificar um governo operário, camponês e indígena, rumo ao socialismo!