Ocorreu nesta sexta-feira, 25.10, a maior manifestação
popular do Chile após o governo de Allende derrubado pela ditadura de Pinochet em 1973. Mais de um milhão de pessoas afluíram
as ruas da capital Santiago, colocando na ordem do dia a derrubada do governo assassino
do pinochetista Piñera, que já matou mais de 20 pessoas desde começaram as
mobilizações. Apesar da CUT ter convocado uma greve geral de apenas 48hs as
manifestações continuaram por fora do controle da Frente Popular e cada vez
mais massivas, colocando a ordem do dia a questão do poder político, tanto que
a manifestação obrigou chacal a apresentar a renúncia de todo seu gabinete para
preservar o cargo de presidente da república. Diante desse ascenso
revolucionário, a política do PC tem sido reivindicar a convocação de uma
Assembleia Constituinte com Piñera, ou seja, um processo completamente
controlado pelas cambaleantes instituições do regime político burguês. Esta orientação é uma
completa traição a heroica luta dos trabalhadores e do povo oprimido que exige
a derrubada do facínora e a superação do parlamento como “árbitro” da crise,
tanto que o Congresso Nacional foi cercado e desocupados às pressas em
Valparaíso, com os parlamentares fugindo com medo do povo em luta. O que está
colocado é construir os cordões operários rumo a um governo revolucionário dos
explorados! Nessa senda, a convocatória de uma Constituinte somente tem um
caráter progressivo e de ruptura com a ordem burguesa se impulsionada por um
novo poder operário na cabeça do novo Estado para elaborar uma Constituição Socialista
que sente as bases políticas, econômicas e jurídicas de um novo regime sobre os
escombros das velhas instituições capitalistas (justiça, FFAA, parlamento). A
bandeira de “Constituinte” no abstrato está unindo toda a esquerda, desde o PC
stalinista, passando por grupos mais à esquerda do Chile como o PC (AP) e o MIR
chegando aos revisionistas do trotskismo como o PTS argentino até mesmo a
tendência de Altamira no PO. Altamira chega a criticar os outros grupos políticos
por eleitoralismo mas segue a mesma cartilha programática da família
revisionista que está agrupada na FIT-U, ambos defendem a convocação de uma “Assembleia
Constituinte” no Chile sem deixar claro que quem deve convocar a Constituinte é
um novo governo revolucionário parido diretamente das manifestações em curso e
não o moribundo Piñera, o que consistiria em uma manobra para recompor o regime
burguês em crise e não para colocá-lo abaixo. Para vencer nesse momento crucial
os setores mais conscientes da vanguarda devem avançar na construção de
organismo de poder dos trabalhadores, com comitês de autodefesa armados que
tenham como estratégia a revolução proletária que aniquile de forma
revolucionária as instituições apodrecidas do regime político e particularmente
as FFAA! Faz-se necessário, criar as condições para que os trabalhadores tomem
o poder político e econômico, assim como os meios de comunicação e os bancos,
tarefa que depende da construção dos cordões operários para edificarem um Governo
Revolucionário!