Neste domingo (20/10) completa-se oito anos que o líder
nacionalista líbio Muammar Kadaffi foi assassinado a sangue frio perante as
câmeras da mídia “murdochiana” mundial e com o consentimento dos países
imperialistas que participaram da campanha de rapina antilíbia de 2011. Uma
guerra civil que se iniciou no momento de sua morte e continua há cinco anos
arruinando a economia e retrocedendo as condições de vida da população aos
níveis dos países mais miseráveis da África. Kadaffi tombou em combate resistindo
à ofensiva por terra dos “rebeldes” apoiados pelos bombardeios da OTAN na Líbia
pelo ar. Em sua homenagem reproduzimos abaixo o artigo histórico lançado pelo
BLOG da LBI poucas horas depois da morte do dirigente líbio. As imagens
filmadas dos últimos momentos de vida de Kadaffi mostram o combatente capturado
na mão dos “rebeldes”, sendo sumariamente executado após exigir o direito
universalmente constituído de um prisioneiro de guerra. A mídia burguesa e os
revisionistas do trotskismo (LIT, UIT, PCO, PO, CIT) em êxtase logo disseram na
época que não teria sido a OTAN a responsável pela morte de Kadaffi, mas sim os
próprios “bravos rebeldes” já que as imagens não mostram nenhum destacamento da
aliança ocidental em ação. Imaginem que um comboio de quase 200 homens armados
sob o comando de Kadaffi poderia ter sido capturado por poucas dezenas de
“rebeldes” bêbados e ainda por cima só ter restado como prisioneiro unicamente
Kadaffi e seu filho Mutassim. Na verdade, o comboio militar em que se
encontrava o coronel Kadaffi buscava se reposicionar nos arredores de Sirte, na
tentativa de aliviar os pesados bombardeios dos caças da OTAN que já duravam
quase dois meses ininterruptos, castigando impiedosamente toda a população
civil. Nesta manobra tática o comboio foi duramente atingindo por mísseis de
alta precisão da OTAN, obrigando os combatentes a se entrincheirarem fora dos
carros, travando uma encarniçada batalha contra as tropas em terra da OTAN e
seus “rebeldes”, que durou várias horas. Em franca desvantagem bélica e
possivelmente já com pouca munição, as forças da resistência, reduzidas a cerca
de 80 combatentes, foram capturadas, sendo entregues aos bêbados “rebeldes” que
trataram de trazer para si o mérito do linchamento covarde, como num passe de
mágica onde encontraram Kadaffi escondido em um bueiro. Passados oito anos, a
destruição de todos os monumentos anti-imperialistas na Líbia, um símbolo da
era Kadaffi pelos “rebeldes” que usaram uma bandeira monarquista e se vestiam
com camisetas e bonés com símbolos ianques, foram um péssimo presságio da etapa
que estamos atravessando que tem na Venezuela, Hong Kong e Síria como seus
alvos atuais. Episódios similares assistimos na destruição das estátuas de
Lenin, na época da queda contrarrevolucionária da URSS, quando se abriu um
período de reação em toda linha. A vanguarda da classe operária deve abstrair
todas as ácidas lições da atual etapa histórica, onde o proletariado mundial
acumula uma série de graves derrotas em função da ausência de uma direção
genuinamente revolucionária. Por esta razão, apoiamos a frente única entre
Putin-Assad na Síria para que não façam deste país uma “nova” Líbia, assim como
estamos no campo militar de Maduro contra as investidas de Trump e Bolsonaro.
Lembremos que em 2011 os falsários do Leninismo que hoje se dizem
"defensores da Síria" como o PCO integravam um "Comitê
Antiimperialista" com a CST e O Trabalho, os mais canalhas revisionistas
apoiadores dos "rebeldes", chegando a votar contra nossa proposta de
se estabelecer uma frente única com Kadaffi para derrotar da OTAN e seus
"rebeldes" mercenários, opondo-se a lutar pela vitória militar da
Líbia! Honrando a resistência que Kadaffi empreendeu antes de ser morto, a LBI
se postou neste campo militar e político para fortalecer a luta anti-imperialista
e contra seus “rebeldes” pró-OTAN (cinicamente apresentados como
revolucionários pelos revisionistas do trotskismo). Nesta trincheira de combate
internacionalista forjamos a construção de uma alternativa revolucionária para
os trabalhadores que vá além de suas direções burguesas!
OTAN ASSASSINA KADAFFI QUE COMANDAVA BRAVAMENTE OS COMBATES
CONTRA OCUPAÇÃO DE SIRTE PELOS MERCENÁRIOS DO IMPERIALISMO
(20 de outubro de
2011)
A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na
Líbia aparentemente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do
coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte. Em êxtase, a mídia
burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do dirigente nacionalista
líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN, articulado com os “rebeldes”
nas imediações de Sirte. Ainda que sejam informações preliminares, tudo indica
que as imagens são verdadeiras. Kadaffi morreu lutando bravamente contra forças
infinitamente superiores, do ponto de vista bélico. Dirigiu a resistência
militar à ocupação de seu país até o limite de sua própria vida, ao contrário
dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato, como fazem os “ditadores”
ou “democratas” covardes no enfrentamento direto com o imperialismo. Segundo as
versões iniciais, os caças da OTAN bombardearam um comboio militar da
resistência em que estava Kadaffi, atingindo-o mortalmente. Mas o CNT tratou de
tomar a captura e morte de Kadfaffi como obra sua, apresentando-o sem vida,
capturado dentro de um túnel. Desta forma, mais um capítulo da ofensiva
neolocolonialista das grandes potências capitalistas contra os povos está se
encerrando, vergonhosamente apoiada pela canalha revisionista do trotskismo
como a LIT e seus congêneres, abrindo caminho para imposição do governo
fantoche do CNT para a rapina das riquezas do país norte-africano.
Bandeiras da monarquia junto a dos EUA e da UE foram mostradas tremulando nas “comemorações” dos mercenários. Os representantes imperialistas saudaram a morte de Kadaffi apresentando-a como o fim de uma “ditadura sanguinária”. Como papagaios, a esquerda revisionista apresenta cinicamente o assassinato do dirigente líbio como produto da “revolução popular” contra um “governo pró-imperialista”. Nada mais falso. É verdade que a aproximação do regime líbio, operada a partir dos anos 90 com o imperialismo europeu, debilitou enormemente o regime frente às massas e a própria classe operária. Mas esse processo não foi suficiente para reverter completamente as conquistas sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta e pró-imperialista no final dos anos 60. Por esta razão, no lastro da farsesca “revolução árabe”, a Casa Branca e a UE montaram uma ofensiva para derrubar o regime nacionalista que controlava a extração e exportação do petróleo com alto grau de controle estatal, o que se chocava com os interesses das transnacionais petrolíferas norte-americanas.
O assassinato de Kadaffi pelas mãos da OTAN e seus “rebeldes” é sem dúvida uma vitória do imperialismo e representa uma derrota para os trabalhadores, porque anuncia o incremento da ofensiva neocolonialista sobre o país. A partir das modestas forças da LBI, caracterizamos o início das manifestações pró-imperialistas em fevereiro deste ano como uma operação política montada pelas potências imperialistas em nome da “defesa da democracia”, farsa posteriormente apoiada pelos bombardeios genocidas da OTAN. Denunciamos vigorosamente mais esse crime cometido pelos abutres capitalistas e nos mantemos, apesar da morte de Kadaffi, ao lado da resistência das massas líbias contra os agressores imperialistas! É neste contexto que se trava a atual guerra na Líbia, onde os marxistas revolucionários não hesitam um único momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista.