domingo, 20 de outubro de 2019

HÁ OITO ANOS DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELA OTAN E SEUS “REBELDES”:  A “REVOLUÇÃO ÁRABE” SAUDADA PELOS REVISIONISTAS DO TROTSKISMO IMPÔS A BABÁRIE SOCIAL NA LÍBIA


Neste domingo (20/10) completa-se oito anos que o líder nacionalista líbio Muammar Kadaffi foi assassinado a sangue frio perante as câmeras da mídia “murdochiana” mundial e com o consentimento dos países imperialistas que participaram da campanha de rapina antilíbia de 2011. Uma guerra civil que se iniciou no momento de sua morte e continua há cinco anos arruinando a economia e retrocedendo as condições de vida da população aos níveis dos países mais miseráveis da África. Kadaffi tombou em combate resistindo à ofensiva por terra dos “rebeldes” apoiados pelos bombardeios da OTAN na Líbia pelo ar. Em sua homenagem reproduzimos abaixo o artigo histórico lançado pelo BLOG da LBI poucas horas depois da morte do dirigente líbio. As imagens filmadas dos últimos momentos de vida de Kadaffi mostram o combatente capturado na mão dos “rebeldes”, sendo sumariamente executado após exigir o direito universalmente constituído de um prisioneiro de guerra. A mídia burguesa e os revisionistas do trotskismo (LIT, UIT, PCO, PO, CIT) em êxtase logo disseram na época que não teria sido a OTAN a responsável pela morte de Kadaffi, mas sim os próprios “bravos rebeldes” já que as imagens não mostram nenhum destacamento da aliança ocidental em ação. Imaginem que um comboio de quase 200 homens armados sob o comando de Kadaffi poderia ter sido capturado por poucas dezenas de “rebeldes” bêbados e ainda por cima só ter restado como prisioneiro unicamente Kadaffi e seu filho Mutassim. Na verdade, o comboio militar em que se encontrava o coronel Kadaffi buscava se reposicionar nos arredores de Sirte, na tentativa de aliviar os pesados bombardeios dos caças da OTAN que já duravam quase dois meses ininterruptos, castigando impiedosamente toda a população civil. Nesta manobra tática o comboio foi duramente atingindo por mísseis de alta precisão da OTAN, obrigando os combatentes a se entrincheirarem fora dos carros, travando uma encarniçada batalha contra as tropas em terra da OTAN e seus “rebeldes”, que durou várias horas. Em franca desvantagem bélica e possivelmente já com pouca munição, as forças da resistência, reduzidas a cerca de 80 combatentes, foram capturadas, sendo entregues aos bêbados “rebeldes” que trataram de trazer para si o mérito do linchamento covarde, como num passe de mágica onde encontraram Kadaffi escondido em um bueiro. Passados oito anos, a destruição de todos os monumentos anti-imperialistas na Líbia, um símbolo da era Kadaffi pelos “rebeldes” que usaram uma bandeira monarquista e se vestiam com camisetas e bonés com símbolos ianques, foram um péssimo presságio da etapa que estamos atravessando que tem na Venezuela, Hong Kong e Síria como seus alvos atuais. Episódios similares assistimos na destruição das estátuas de Lenin, na época da queda contrarrevolucionária da URSS, quando se abriu um período de reação em toda linha. A vanguarda da classe operária deve abstrair todas as ácidas lições da atual etapa histórica, onde o proletariado mundial acumula uma série de graves derrotas em função da ausência de uma direção genuinamente revolucionária. Por esta razão, apoiamos a frente única entre Putin-Assad na Síria para que não façam deste país uma “nova” Líbia, assim como estamos no campo militar de Maduro contra as investidas de Trump e Bolsonaro. Lembremos que em 2011 os falsários do Leninismo que hoje se dizem "defensores da Síria" como o PCO integravam um "Comitê Antiimperialista" com a CST e O Trabalho, os mais canalhas revisionistas apoiadores dos "rebeldes", chegando a votar contra nossa proposta de se estabelecer uma frente única com Kadaffi para derrotar da OTAN e seus "rebeldes" mercenários, opondo-se a lutar pela vitória militar da Líbia! Honrando a resistência que Kadaffi empreendeu antes de ser morto, a LBI se postou neste campo militar e político para fortalecer a luta anti-imperialista e contra seus “rebeldes” pró-OTAN (cinicamente apresentados como revolucionários pelos revisionistas do trotskismo). Nesta trincheira de combate internacionalista forjamos a construção de uma alternativa revolucionária para os trabalhadores que vá além de suas direções burguesas!

  
OTAN ASSASSINA KADAFFI QUE COMANDAVA BRAVAMENTE OS COMBATES CONTRA OCUPAÇÃO DE SIRTE PELOS MERCENÁRIOS DO IMPERIALISMO 
(20 de outubro de 2011)

A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na Líbia aparentemente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte. Em êxtase, a mídia burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do dirigente nacionalista líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN, articulado com os “rebeldes” nas imediações de Sirte. Ainda que sejam informações preliminares, tudo indica que as imagens são verdadeiras. Kadaffi morreu lutando bravamente contra forças infinitamente superiores, do ponto de vista bélico. Dirigiu a resistência militar à ocupação de seu país até o limite de sua própria vida, ao contrário dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato, como fazem os “ditadores” ou “democratas” covardes no enfrentamento direto com o imperialismo. Segundo as versões iniciais, os caças da OTAN bombardearam um comboio militar da resistência em que estava Kadaffi, atingindo-o mortalmente. Mas o CNT tratou de tomar a captura e morte de Kadfaffi como obra sua, apresentando-o sem vida, capturado dentro de um túnel. Desta forma, mais um capítulo da ofensiva neolocolonialista das grandes potências capitalistas contra os povos está se encerrando, vergonhosamente apoiada pela canalha revisionista do trotskismo como a LIT e seus congêneres, abrindo caminho para imposição do governo fantoche do CNT para a rapina das riquezas do país norte-africano.

Bandeiras da monarquia junto a dos EUA e da UE foram mostradas tremulando nas “comemorações” dos mercenários. Os representantes imperialistas saudaram a morte de Kadaffi apresentando-a como o fim de uma “ditadura sanguinária”. Como papagaios, a esquerda revisionista apresenta cinicamente o assassinato do dirigente líbio como produto da “revolução popular” contra um “governo pró-imperialista”. Nada mais falso. É verdade que a aproximação do regime líbio, operada a partir dos anos 90 com o imperialismo europeu, debilitou enormemente o regime frente às massas e a própria classe operária. Mas esse processo não foi suficiente para reverter completamente as conquistas sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta e pró-imperialista no final dos anos 60. Por esta razão, no lastro da farsesca “revolução árabe”, a Casa Branca e a UE montaram uma ofensiva para derrubar o regime nacionalista que controlava a extração e exportação do petróleo com alto grau de controle estatal, o que se chocava com os interesses das transnacionais petrolíferas norte-americanas.

O assassinato de Kadaffi pelas mãos da OTAN e seus “rebeldes” é sem dúvida uma vitória do imperialismo e representa uma derrota para os trabalhadores, porque anuncia o incremento da ofensiva neocolonialista sobre o país. A partir das modestas forças da LBI, caracterizamos o início das manifestações pró-imperialistas em fevereiro deste ano como uma operação política montada pelas potências imperialistas em nome da “defesa da democracia”, farsa posteriormente apoiada pelos bombardeios genocidas da OTAN. Denunciamos vigorosamente mais esse crime cometido pelos abutres capitalistas e nos mantemos, apesar da morte de Kadaffi, ao lado da resistência das massas líbias contra os agressores imperialistas! É neste contexto que se trava a atual guerra na Líbia, onde os marxistas revolucionários não hesitam um único momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista.