domingo, 27 de outubro de 2019

ENQUANTO O CHILE ARDE EM LUTA... DIREÇÕES REFORMISTAS DA FUP E FNP JOGAM UM "BALDE DE ÁGUA FRIA" NA GREVE DOS PETROLEIROS NO BRASIL!


Quando se anunciava que ocorreria uma forte greve nacional petroleira no Brasil neste final de semana em um quadro geral de levantes populares que sacodem o continente latino-americano como o Chile assim como para denunciar não só a privatização da Petrobras e o sucateamento da empresa que tem responsabilidade direta pelo derramamento de óleo na costa do Nordeste, as direções sindicais dos petroleiros (FUP e FNP) anunciaram que a paralisação estava desmarcada sem prazo para ser retomada! Em tese a greve começaria esse final semana (sábado, 26.10) mas na verdade tudo não passou de uma encenação para pressionar o TST a apresentar uma proposta de conciliação de Acordo Coletivo da categoria que não passa de pequenas migalhas econômicas frente ao desmonte da Petrobras, uma verdadeiro "balde de água fria" na mobilização! Esse “teatro de luta” foi reforçado por toda a esquerda revisionista, tanto que a Resistência (PSOL), PSTU e PCB anunciaram respectivamente em seus sites “Óleo nas praias, greve na Petrobras e América Latina nas ruas!”, “Disposição de luta mantém mobilização por greve entre petroleiros” e “Todo apoio à greve dos petroleiros!”. Tudo não passou de um blefe em troca de penduricalhos na negociação do ACT! Prova disso é o descaramento da FUP ao informar a sabotagem e traição à luta: “De forma propositiva, a FUP encaminhou às assembleias a aprovação da greve, mas também alternativas para a construção de uma saída negociada do conflito estabelecido pelos gestores da empresa. Este, portanto, é um momento decisivo para os petroleiros e petroleiras. Diante da nova proposta apresentada pelo TST, a FUP está indicando a sua aprovação, com suspensão da greve. Se a Petrobrás não aprovar até o dia 03/11 a proposta, a greve pelo Acordo Coletivo será retomada com data a ser definida pela FUP”. Por sua vez, a FNP apesar de não referendar a proposta do TST também apoiou o adiamento da greve afirmando que deve-se “Rejeitar a proposta do TST e recolocar a greve nacional na ordem do dia” quando seria necessário fazer imediatamente a paralisação para denunciar a traição da FUP e chamar as bases para a luta! Como apontamos a disposição de luta dos trabalhadores brasileiros vem sendo sabotada pelas direções políticas (PT, PCdoB e PSOL) e sindicais (CUT, CTB, Intersindical e Conlutas) enquanto na América Latina as massas saem as ruas questionando instintivamente a política de colaboração de classes do arco frente populista! Os levantes populares que vem ocorrendo no Equador e Chile se deram à margem das direções reformistas, bem mais frágeis politicamente do que o PT e a CUT no Brasil. Quando estas direções reformistas do Equador e Chile entraram em cena para “protagonizar” o movimento de massas, foi justamente aí que a burguesia pôde manobrar a crise, cedendo algum ponto, mas se mantendo intacta no controle do Estado capitalista, obviamente com o suporte da política de colaboração de classes da Frente Popular, exatamente como ocorre no Brasil. A lição para abstrair de mais esta traição da luta dos trabalhadores é a necessidade da construção de uma direção revolucionária para os trabalhadores latino-americanos e particularmente no Brasil, onde a “camisa de força” que o PT e a CUT impõem ao movimento de massas é a verdadeira barreira de contenção para que não “exploda” aqui gigantescas mobilizações populares contra o “desmonte” e o “ajuste” que o governo neofascista de Bolsonaro vem descarregando nos ombros dos explorados!