segunda-feira, 14 de outubro de 2019

MORENO REVOGA “PAQUETAZO”: ENQUANTO A CONAIE “REVOGA” A LUTA PARA DERRUBAR O GOVERNO DO FMI... PESOU A AUSÊNCIA DE UMA DIREÇÃO REVOLUCIONÁRIA PARA LEVAR O COMBATE DO POVO ÀS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS


Nos últimos minutos deste domingo(dia 13/10), quando a multitudinária mobilização popular no Equador entrava no seu 12’ dia, o presidente “traíra” Lenín Moreno anunciou a revogação do Decreto 883, o chamado “Paquetazo” que aumentou em mais de 130% os preços dos combustíveis no país. No outro lado da trincheira, os dirigentes da CONAIE, em uma escandalosa confissão de traição à heróica luta indígena, operária e popular, afirmaram que: “As mobilizações em todo o Equador são encerradas e nos comprometemos em restaurar a paz no país”. O dirigente máximo da Conaie, Jaime Vargas, que esteve no comando da mobilização indígena, confirmou a suspensão das manifestações “callejeras”.  A negociação iniciada com o governo entreguista e assassino durou quatro horas, estendendo-se quase até a meia-noite do domingo na cidade cercada de Quito, quando foi anunciado o “pacto da paz”, sem que Lenin Moreno tivesse revogado ao menos as medidas de repressão militar, que continuaram impunes, inclusive com varias prisões ocorridas nesta segunda feira(14/10). As lideranças políticas do movimento, demonstrando um absurdo grau de conciliação de classes, concordaram  com a criação de uma “comissão com a participação do governo e de representantes dos indígenas com objetivo de elaborar outro decreto para substituir o 883”, ou seja um outro “Paquetazo menos perverso”. O mais incrível diante do “desmonte” da mobilização revolucionária do povo equatoriano, é que setores da esquerda reformista vieram a “comemorar a grande vitória”, o que significa na prática celebrar a manutenção de um governo neoliberal em pleno colapso político, e sem a menor condição de se manter estável no poder sem a vergonhosa “trégua” estabelecida pelas direções burocráticas.