As eleições presidenciais na Bolívia que ocorreram no último
domingo (19/10) desataram uma grave crise política no país. O presidente Evo
Morales tentou o quarto mandato consecutivo, porém para conseguir este
verdadeiro “feito” em plena América Latina sob a ofensiva neoliberal do
imperialismo, teve que passar por cima de uma consulta popular e posteriormente
da própria constituição nacional do país. Toda essa “empreitada” não seria
possível e relativamente tranquila no seio da classe dominante sem que a Casa
Branca desse o aval para a continuidade do governo do MAS, em função dos vários
acordos comerciais firmados entre o neoliberal Evo e o ultrarreacionário Donald
Trump. Como já temos publicado em artigos anteriores no nosso Blog, o resultado
eleitoral ainda está indefinido, o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral), controlado
por Morales, vem mudando os boletins da apuração a cada dia, ao sabor da
própria conjuntura política surgida após o escrutínio de domingo. Com a
apuração quase terminada, primeiro o TSE anunciou uma diferença entre Evo e
Carlos Mesa (candidato da oposição mais votado) por volta de 5% a favor de Evo,
o que implicaria na realização de um segundo turno. Depois o próprio TSE
divulgou uma diferença de 10%, o que anularia a necessidade de um novo turno
eleitoral, para nas últimas horas frente aos fortes protestos desencadeados
pela oposição de direita, declarar que a diferença percentual em benefício do
candidato do MAS não atingia a marca dos 10%.
O recuo do TSE, em “bater o martelo” assegurando o quarto mandato de Evo, está diretamente relacionado a “sublevação” nacional promovida pelos partidos e governadores vinculados as forças neofascistas, como o Departamento de Santa Cruz que decretou uma greve geral até que o TSE proclame a realização do segundo turno. A famigerada OEA, que supervisiona todo o processo eleitoral, já “aconselhou” Morales a aceitar uma segunda volta, independente dos votos depositados nas urnas (soberania popular), caso o governo do MAS queira continuar a ter o apoio da Casa Branca. Por sua vez Carlos Mesa e o arco político da extrema direita vem intensificando o cerco a Morales, com ações violentas com incendiar as sedes de vários tribunais regionais eleitorais e locais partidários do MAS. As últimas medidas econômicas do governo Evo, em cumprimento às exigências do FMI, causaram um forte desgaste político para a imagem de uma presidência que se apresentava como “indígena e popular”, facilitando a ofensiva da direita em todos os segmentos sociais do país. Nós da LBI não apoiamos a recondução de Evo Morales, convocando o proletariado bolivariano a superar o programa da Centro esquerda burguesa em uma perspectiva operária e revolucionária. A corrente fundada pelo dirigente histórico Guilhermo Lora, o POR (Partido Obrero Revolucionário), também adotou a posição do voto nulo, apesar de reunir condições políticas de ter se apresentado de forma propagandista nestas eleições, como aponta o método Leninista nestas situações, ou seja, utilizar o processo eleitoral como tribuna publicitária da revolução socialista. Embora com divergências pontuais, respeitamos a posição assumida pelo POR até então, porém após o domingo eleitoral, com a postergação dos resultados pelo TSE, os grupos conservadores bolivianos ganharam as ruas pregando a “derrubada do índio”, e surpreendentemente ganharam o apoio dos seguidores de Lora, que afirmaram ser esta a via correta para derrotar o governo Social Democrata. Em um comunicado de imprensa o POR escreveu: “ LOS EXPLOTADOS LO ECHAREMOS POR LA VÍA INSURRECCIONAL Tal como hizo con el 21 F, el gobierno ha pasado por encima de los resultados de la votación ciudadana. El fraude ha sido consumado. El MAS no podía resignarse a ir a una segunda vuelta y ha sacado de su galera fraudulenta el 17 % de votos que faltaban escrutar al momento de paralizar el conteo el día de la elección, los diez puntos que necesita para declararse vencedor sobre Mesa en primera vuelta.” (comunicado do POR ,20/10). Em uma postura muito similar aos Morenistas da LIT, que se juntaram ao imperialismo na Líbia, Brasil e Venezuela para supostamente combater os governos nacional reformistas, o POR agora soma suas forças (sindicais e partidárias) com a oposição de direita a Evo Morales. Agravando o tremendo “equívoco” do POR, não custa assinalar que a instituição do segundo turno em eleições majoritárias, em si mesmo já representa uma grave deformidade na vontade popular, forçando um segundo resultado (novo turno) onde se pode agregar elementos que podem mudar totalmente os resultados do primeiro sufrágio. É muito provável que o governo Evo irá ceder um segundo turno para a direita, diante do “sufoco” que vem passando nas ruas e das exigências que partem de Washington, neste caso estarão comemorando a “derrota do MAS”, o POR e as hordas fascistas da elite racista boliviana. Os Marxistas Leninistas que estabelecem a oposição operária e camponesa aos governos de Frente Popular, não podem admitir qualquer “unidade de ação” com a extrema direita para “derrubar os reformistas do poder”, desgraçadamente o POR aderiu às “teses” revisionistas dos Morenistas que enxergam “revoluções” dirigidas pela CIA e a OTAN.
O recuo do TSE, em “bater o martelo” assegurando o quarto mandato de Evo, está diretamente relacionado a “sublevação” nacional promovida pelos partidos e governadores vinculados as forças neofascistas, como o Departamento de Santa Cruz que decretou uma greve geral até que o TSE proclame a realização do segundo turno. A famigerada OEA, que supervisiona todo o processo eleitoral, já “aconselhou” Morales a aceitar uma segunda volta, independente dos votos depositados nas urnas (soberania popular), caso o governo do MAS queira continuar a ter o apoio da Casa Branca. Por sua vez Carlos Mesa e o arco político da extrema direita vem intensificando o cerco a Morales, com ações violentas com incendiar as sedes de vários tribunais regionais eleitorais e locais partidários do MAS. As últimas medidas econômicas do governo Evo, em cumprimento às exigências do FMI, causaram um forte desgaste político para a imagem de uma presidência que se apresentava como “indígena e popular”, facilitando a ofensiva da direita em todos os segmentos sociais do país. Nós da LBI não apoiamos a recondução de Evo Morales, convocando o proletariado bolivariano a superar o programa da Centro esquerda burguesa em uma perspectiva operária e revolucionária. A corrente fundada pelo dirigente histórico Guilhermo Lora, o POR (Partido Obrero Revolucionário), também adotou a posição do voto nulo, apesar de reunir condições políticas de ter se apresentado de forma propagandista nestas eleições, como aponta o método Leninista nestas situações, ou seja, utilizar o processo eleitoral como tribuna publicitária da revolução socialista. Embora com divergências pontuais, respeitamos a posição assumida pelo POR até então, porém após o domingo eleitoral, com a postergação dos resultados pelo TSE, os grupos conservadores bolivianos ganharam as ruas pregando a “derrubada do índio”, e surpreendentemente ganharam o apoio dos seguidores de Lora, que afirmaram ser esta a via correta para derrotar o governo Social Democrata. Em um comunicado de imprensa o POR escreveu: “ LOS EXPLOTADOS LO ECHAREMOS POR LA VÍA INSURRECCIONAL Tal como hizo con el 21 F, el gobierno ha pasado por encima de los resultados de la votación ciudadana. El fraude ha sido consumado. El MAS no podía resignarse a ir a una segunda vuelta y ha sacado de su galera fraudulenta el 17 % de votos que faltaban escrutar al momento de paralizar el conteo el día de la elección, los diez puntos que necesita para declararse vencedor sobre Mesa en primera vuelta.” (comunicado do POR ,20/10). Em uma postura muito similar aos Morenistas da LIT, que se juntaram ao imperialismo na Líbia, Brasil e Venezuela para supostamente combater os governos nacional reformistas, o POR agora soma suas forças (sindicais e partidárias) com a oposição de direita a Evo Morales. Agravando o tremendo “equívoco” do POR, não custa assinalar que a instituição do segundo turno em eleições majoritárias, em si mesmo já representa uma grave deformidade na vontade popular, forçando um segundo resultado (novo turno) onde se pode agregar elementos que podem mudar totalmente os resultados do primeiro sufrágio. É muito provável que o governo Evo irá ceder um segundo turno para a direita, diante do “sufoco” que vem passando nas ruas e das exigências que partem de Washington, neste caso estarão comemorando a “derrota do MAS”, o POR e as hordas fascistas da elite racista boliviana. Os Marxistas Leninistas que estabelecem a oposição operária e camponesa aos governos de Frente Popular, não podem admitir qualquer “unidade de ação” com a extrema direita para “derrubar os reformistas do poder”, desgraçadamente o POR aderiu às “teses” revisionistas dos Morenistas que enxergam “revoluções” dirigidas pela CIA e a OTAN.