terça-feira, 22 de outubro de 2019

POLÊMICA SOBRE O “RETORNO DA LUTA DE CLASSES”? MAS ELA ALGUM DIA DEIXOU DE POVOAR O CENÁRIO MUNDIAL... SEGUNDO OS REVISIONISTAS, DE VEZ EM QUANDO, A LUTA DE CLASSES “TIRA FÉRIAS”...


Com o ingresso da vaga mundial de protestos populares, mobilizações multitudinárias e até abertura de situações revolucionárias para a classe operária, o arco da esquerda revisionista do Trotskismo pode desnudar sem pruridos todo seu arsenal “teórico” de espontaneismo, pós-modernismo e, por fim, do mais puro e grosseiro anti-Marxismo. Estamos falando de correntes que desfiam “soberba acadêmica”, como o PTS argentino e similares em outros países, mas que não conseguem passar pelo “teste” mais elementar da luta de classes. Por sinal é a própria luta das classes o objeto deste modesto artigo, que segundo estes arautos do revisionismo estava “dando um tempo” no cenário mundial, mas que agora “retornando das férias” teria voltado com “todo gás”... O que os neófitos (ou seriam necrofágos?) do Marxismo parecem não entender bem , é que a luta de classes se manifesta em todo momento e de forma permanente desde os tempos em que a humanidade “naturalizou” a propriedade privada dos meios de produção e troca, deixando para trás o tempo da propriedade coletiva das comunidades originárias. Em plena etapa histórica do capital financeiro, sob a hegemonia absoluta dos Estados imperialistas, não é diferente, a luta de classes está presente seja na forma de um poderoso ascenso da classe trabalhadora, ou de profundas derrotas do proletariado. Porém há situações onde há um equilíbrio (“empate”) na correlação de forças entre as classes (calmaria ou até uma certa letargia dos explorados) sem que, no entanto, tenha desaparecido ou “dado um tempo” a contradição fundamental da nossa sociedade: A luta de classes continua vigente, seja de qual forma ela possa se apresentar em cada situação específica. 


Nosso mestre Lenin asseverou desta forma as peculiaridades de cada momento da luta de classes: “Trata-se, isto sim, do dever mais incontestável e essencial de todos os socialistas: o dever de revelar às massas a existência de cada situação revolucionária ou não, de explicar-lhes sua amplitude e profundidade, de vitórias ou grandes derrotas, para despertar a consciência e energia revolucionária do proletariado, de ajudá-lo a passar coeso em cada momento da luta de classes”. Porém para os espontaneistas de plantão, que desprezam o “trabalho surdo e molecular” do Partido Revolucionário em etapas que não são marcadas por um grande ascenso das massas, a luta de classes estaria ausente nestes períodos. Também esta malta de revisionistas não sabe distinguir muito bem entre o que é um verdadeiro ascenso revolucionário da classe operária e os simulacros de enormes movimentos da contrarrevolução. Neste período onde o imperialismo promove suas “guerras híbridas” contra regimes adversários em busca do controle absoluto do mercado global, não foi raro assistir o “clube” dos anti-Leninistas apoiarem a destruição da antiga URSS, a derrubada do governo nacionalista de Kadaffi (seguida da destruição completa da Líbia) e mais recentemente os enormes protestos de habitantes de Hong Kong que reivindicam ter de volta a “cidadania” imperialista perdida com a legítima reincorporação do território a China. É certo que as correntes revisionistas (como o PTS e a LIT) estão na linha de frente das mobilizações contra o ajuste neoliberal do FMI em toda América Latina, neste caso na trincheira oposta ao imperialismo, diferente da postura que assumiram no Leste Europeu, Oriente Médio e Ásia, mas desgraçadamente com uma linha programática totalmente equivocada, abraçando o espontaneismo e o seguidismo político diante das direções reformistas que possuem peso real no movimento de massas.