O presidente neofascista Jair Bolsonaro revelou a um setor
de deputados do PSL, em reunião na tarde desta quarta-feira (09/10), que está
decidido a sair da legenda, mas que primeiro quer uma garantia jurídica para
que os parlamentares que o acompanhem na desfiliação ao PSL não percam seus
mandatos e que a Justiça possa também congelar os “gordos e generosos” recursos
do Fundo partidário (TSE) referentes ao PSL. A crise no seio do ninho
reacionário foi escancarada após o “capitão presidente” orientar um apoiador
que se identificou como pré-candidato pela legenda do PSL no Recife, para que
ele “esquecesse o partido”. Em frente ao Alvorada, Bolsonaro declarou que Bivar
“está queimado para caramba” e pediu para o apoiador apagar o vídeo. Logo as
primeiras especulações da mídia corporativa sobre a “lavagem pública da roupa
podre” do PSL, davam conta que o clã fascista Bolsonaro buscava escapar ileso
do “escândalo do laranjal” envolvendo o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro,
além de vários dirigentes nacionais da legenda. Porém a verdadeira motivação da
“guerra” deflagrada no interior da extrema direita é bem mais profunda do que
uma mero zelo por uma falsa “imagem de ética” na política, a luta encarniçada na
trincheira do PSL é por conta do controle milionário da verbas públicas
eleitorais destinadas ao partido. As estimativas do valor que o partido
presidido pelo deputado Luciano Bivar teria direito a receber do TSE em 2019,
variam entre 300 a 900 milhões de Reais, uma imensa fortuna “liberada” pelo
Estado Capitalista para manter as agremiações partidárias “viciadas” no circo
da democracia burguesa. Mas o “cartório milionário” do PSL está nas mãos de
Bivar, um dublê de empresário e cartola de futebol, o que provocou a ira dos
filhotes fascistas de Bolsonaro que alegam ter conseguido os votos que geraram
esta fortuna no TSE. Neste embate de picaretas da política burguesa, Bivar leva
vantagem sobre o clã Bolsonaro, porque mesmo apesar de sua insignificância
nacional é quem assina os cheques do PSL. O presidente neofascista e sua cria
de idiotas estuda a possibilidade de migrar para outra legenda, como já fez
quase uma dezena de vezes, mas quer ter a segurança do TSE que poderá ficar com
seu “quinhão” do butim do Fundo Eleitoral. Os Marxistas Leninistas da LBI
conhecem muito bem este processo de cooptação e corrupção pela via do
bilionário Fundo Partidário, partidos da esquerda reformista também são
“reféns” deste mesmo mecanismo, chegando inclusive até ao ponto de abandonarem
sua tradição programática, como foi o caso do venal PCO. Não custa lembrar que
o PT terá direito a uma parcela ainda maior do que o PSL (elegeu a mais numerosa
bancada de deputados federais) do Fundo Partidário, e até mesmo o liliputiano
PCO que não obteve nem 5 mil votos para o Congresso Nacional e muito menos
conseguiu eleger um único parlamentar, terá direito a mais de um milhão de
Reais do “caixa” do TSE. Em resumo qualquer “legenda oca” no Brasil pode valer
no mercado partidário da burguesia, alguns milhões de Reais... Enquanto a corja
fascista se esbofeteia pelo “troco” das verbas eleitorais, o mercado vai
avançando na sua ofensiva neoliberal contra as conquistas operárias, sem a
menor resistência das direções burocráticas, “engordadas” pela cooptação do
regime da democracia dos ricos.