sexta-feira, 13 de março de 2020

APRESENTAÇÃO: PANDEMIA DO CORONAVÍRUS: FUSÃO EXPLOSIVA DE CRISE CÍCLICA DO CAPITAL, GUERRA HÍBRIDA E COLAPSO DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE

Apresentamos aos nossos leitores e simpatizantes o mais recente lançamento da Editora Nova Antídoto em conjunto com as Publicações LBI, o livro “A CRISE MUNDIAL DE SUPERPRODUÇÃO E O CORONAVÍRUS, UMA ABORDAGEM MARXISTA”. Trata-se, antes de mais nada, de uma obra política militante comunista, escrita no calor dos acontecimentos da luta de classes e em meio a expansão da Pandemia que contagia o mundo deixando um rastro de morte. Assenta uma abordagem Marxista do que está por trás dessa ofensiva reacionária “viral” do imperialismo ianque (econômica, ideológica, social e comercial) contra seus adversários políticos, em particular a China e Irã e que tem como alvo mais amplo as massas proletárias do planeta. O livro é uma coletânea de 20 artigos publicados pelo BLOG da LBI desde o início da crise, obra voltada também para intervir nas lutas de massas e nos protestos populares contra o “Bolsonavírus” neofascista que acomete o nosso país assim como a epidemia de covardia política que propaga a esquerda reformista capitaneada pelo PT, PSOL e PCdoB.

Em primeiro lugar nossa tarefa com essa publicação é a de conhecer e compreender a verdadeira origem do Coronavírus (COVID-19). Todos os dados apontem que o vírus foi introduzido pelo imperialismo ianque na China, como até mesmo admitem autoridades científicas dos EUA. Não é de estranhar que a CIA com seus métodos de terrorismo em toda a linha esteja por trás do surgimento do Coronavírus em Wuhan, obrigando os chineses a paralisar uma das suas regiões de maior desenvolvimento econômico e industrial. Afirmamos sem medo de errar como Marxistas que o Coronavírus é produto de mais um parasitário ataque especulativo dos rentistas contra o antigo Estado Operário, ou seja, é mais um componente da chamada “guerra híbrida” contra a China! O imperialismo ianque está envolvido em uma guerra aberta com a China, que não é apenas comercial, envolve aspectos bem mais complexos da geopolítica mundial, que podem inclusive desembocar em um conflito militar de graves consequências para a humanidade de conjunto.

A tentativa de quebrar a economia chinesa, paralisando sua produção industrial pelo surto do Coronavírus, acabou desencadeando um efeito global nos mercados financeiros, logo utilizado pelos grandes rentistas para queimar títulos podres muito alavancados. Obviamente os especuladores e rentistas do cassino de Wall Street querem tirar proveito financeiro do temor que já “contaminou” o mundo, é a fase “retroviral” de um sistema de produção esgotado e que objetivamente põe em risco a sobrevivência de toda a humanidade. O regime capitalista global está padecendo de uma “doença econômica crônica e estrutural”, o estancamento de suas forças produtivas, e por isso mesmo a pandemia internacional abala fortemente os mercados financeiros. A brusca queda nas principais bolsas de valores mundiais e a expressiva alta do Dólar, abalando a “saúde” econômica de países, é a prova inconteste que o Coronavírus se configura como um “parasita” gerado nos “laboratórios” dos rentistas que, além disso, se generaliza sem controle por todas as partes do globo, até que os grandes laboratórios capitalistas obtenham lucros recordes com a “descoberta” da vacina.

Nesse sentido, o exemplo da guerra híbrida contra o Irã, o principal inimigo do imperialismo ianque no Oriente Médio, é bastante elucidativo. A Casa Branca não demonstrou nenhum interesse em colaborar com o regime dos Aiatolás diante da grave crise sanitária que o país atravessa. Muito pelo contrário a introdução do surto de Coronavírus no território persa em grandes proporções parece mesmo ter tido uma “ajudinha” da CIA. Só para se ter uma noção, a Índia país situado em uma região próxima a China e ao Irã, de mais de um bilhão de habitantes e sem nenhuma estrutura básica sanitária, registrou até o momento um único caso de contágio do Coronavírus, levando ainda em conta que o atual governo hindu do reacionário premiê Narendra Modi, não tomou nenhuma providência para evitar o contágio em massa da doença Covid-19. Ao contrário, em meio da “cortina de fumaça” mundial do Coronavírus, a ofensiva reacionária imperialista continua avançando em várias partes do globo, seja com medidas econômicas, ou diretamente militares, como na guerra de ocupação que permeia todo o Oriente Médio. No Irã segue a política de asfixiamento do regime dos Aiatolás, com a guerra híbrida e bacteriológica, mas no Iraque, Síria e Iêmen a agressão imperialista traça o roteiro tradicional com tanques e aviões de guerra, que ignoram completamente qualquer princípio humanitário ou os “apelos” da OMS.

Por todos esses elementos afirmamos que a crise é de superprodução de mercadorias sem fluxo e especulação financeira exponencial, alavancando títulos podres no cassino das bolsas de valores. Não é o Coronavírus responsável estrutural pela queda das bolsas! Os movimentos de histeria do mercado financeiro estão sendo provocados em grande parte pelo reconhecimento da Pandemia do Coronavírus, porém é preciso ter claro que o fator determinante é a retração da atividade econômica mundial que ingressou em recessão global. A súbita queda na cotação internacional do barril de petróleo é a prova incontestável da profunda crise de superprodução. Os Estados imperialistas que em 2008 vieram em socorro dos grandes bancos, também estão iniciando uma nova crise, ou melhor, um colapso financeiro de suas contas públicas. Não coincidentemente, é a Itália que além do Coronavírus, sofre de uma epidemia de dívidas que não poderá saldar nesta conjuntura. A “engenharia financeira” dos bancos continuará seu ciclo do capital, porque não possui mais nenhuma “vacina” contra a crise de superprodução. Os rentistas irão comprar de volta mais “ativos tóxicos” e títulos do governo falidos, apagando o incêndio da crise capitalista com gasolina.

A pandemia mundial do crash financeiro com certeza é responsável por milhares de mortes no planeta, levando a quebra de empresas, desemprego e fome para povos e nações, que ainda estão convivendo com as vítimas de um surto sanitário e epidemiológico o qual nenhum Estado capitalista está à altura da resolução minimamente digna para a humanidade devido ao colapso do sistema público de saúde. Somente a luta direta dos trabalhadores pode impor que se destine recursos estatais somente para a rede pública de saúde, estatizando os “shoppings” hospitais e fechando imediatamente as empresas de “planos e seguros” de saúde privada. Esse padrão de medicina é diametralmente oposto ao praticado nos países capitalistas fundado no modelo que visa não evitar, mas “curar” (ou mesmo prolongar) doenças a partir de utilização medicamentos, beneficiando assim a poderosíssima transnacional indústria dos laboratórios farmacêuticos. Somente com o fim da saúde privada, dos planos de saúde pagos e com a completa estatização de todo o setor (clínicas, laboratórios, hospitais e indústria farmacêutica) sob o controle dos organismos de poder dos trabalhadores, associada a uma nova concepção de medicina preventiva e humanizada pode atender as demandas da população explorada, contribuindo por uma vida com bem-estar físico e mental, condições impossíveis de serem alcançados pelo capitalismo doente e senil que arrasta a humanidade para a barbárie.

Por outro lado é preciso analisar porque os meios de comunicação e as autoridades sanitárias e governamentais estão provocando um verdadeiro “estado de exceção” excepcional, com graves limitações de deslocamento social e impedimento para as mobilizações dos movimentos operário e popular. Tudo aponta que as classes dominantes até então usando o tradicional “perigo terrorista” como causa da adoção de medidas excepcionais, como o “toque de recolher”, encontraram no Coronavírus um pretexto mais “plausível e consistente” para amortecer a luta de classes. Nesse cenário entram as direções reformistas mundiais com sua política de colaboração de classes. A simples invenção ou mesmo a produção midiática do pânico apocalíptico de uma pandemia mundial é uma justificativa ideal para limitar todos os direitos democráticos de liberdade de organização de massas, na região ou país que for conveniente. Por outro ângulo, a crise econômica e a “quarentena global”, que pode ser muito mais longa ainda, levarão milhões de trabalhadores ao desemprego e morte por doenças sanitárias ou não. É necessário convocar as massas para a luta ativa, e não simplesmente publicitar exigências (mesmo que na maioria dos casos corretas) e acreditar que os Estados da burguesia atenderão as reivindicações sem fortes mobilizações de rua, greves e ocupações de fábrica. A inação do proletariado, sob a justificativa de se precaver do contágio do vírus, é a principal arma do imperialismo para ganhar esta verdadeira guerra contra a humanidade. A exigência de uma “pauta” para o capital cumprir, sem a ação direta das massas é absolutamente inócua e politicamente ainda mais criminosa do que o próprio Coronavírus.

O imperialismo e as burguesias nacionais tentam criar o clima de “Pacto de União Mundial” em virtude da pandemia declarada pela OMS, mas onde interessa ao capital financeiro a guerra híbrida ou abertamente militar não é estendida nenhuma “bandeira branca”. Nós Marxistas Leninistas rejeitamos qualquer “acordo nacional” em função do Coronavírus e muito menos por conta do colapso financeiro capitalista, exigimos do Estado Burguês medidas que garantam a saúde pública e atendimento médico de qualidade para toda a população, sem que em contra-partida aceitemos a suspensão política das lutas e mobilizações do nosso povo. Desde já denunciamos no Brasil as direções reformistas, como o PT, PSOL e PCdoB que aceitaram passivamente o caminho da conciliação e desmobilização sugerido implicitamente pelo governo neofascista de Bolsonaro/Mourão e os partidos “democráticos” da ordem burguesa. Convocamos, desde nossas modestas forças, a manter vivas e ativas as mobilizações de massas em todo o planeta contra a barbárie capitalista!

Todos os elementos abordados neste livro da Editora Nova Antídoto apontam que o capitalismo caminha para uma recessão econômica ainda mais profunda do que a ocorrida em 2008. A questão é se a classe operária mundial será capaz de se apresentar como sujeito histórico, com seu projeto socialista para colocar a humanidade em outro patamar de desenvolvimento. Mas para isto ocorrer, e não simplesmente revivermos o Drácula insepulto do capitalismo escapar mais uma vez da morte, é necessário à construção do Partido Mundial da Revolução Proletária!

Os Editores
Março/2020