APRESENTAÇÃO: PANDEMIA DO CORONAVÍRUS: FUSÃO EXPLOSIVA DE CRISE CÍCLICA DO
CAPITAL, GUERRA HÍBRIDA E COLAPSO DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE
Apresentamos aos nossos leitores e simpatizantes o mais
recente lançamento da Editora Nova Antídoto em conjunto com as Publicações LBI,
o livro “A CRISE MUNDIAL DE SUPERPRODUÇÃO E O CORONAVÍRUS, UMA ABORDAGEM
MARXISTA”. Trata-se, antes de mais nada, de uma obra política militante
comunista, escrita no calor dos acontecimentos da luta de classes e em meio a
expansão da Pandemia que contagia o mundo deixando um rastro de morte. Assenta
uma abordagem Marxista do que está por trás dessa ofensiva reacionária “viral”
do imperialismo ianque (econômica, ideológica, social e comercial) contra seus
adversários políticos, em particular a China e Irã e que tem como alvo mais
amplo as massas proletárias do planeta. O livro é uma coletânea de 20 artigos
publicados pelo BLOG da LBI desde o início da crise, obra voltada também para
intervir nas lutas de massas e nos protestos populares contra o “Bolsonavírus”
neofascista que acomete o nosso país assim como a epidemia de covardia política
que propaga a esquerda reformista capitaneada pelo PT, PSOL e PCdoB.
Em primeiro lugar nossa tarefa com essa publicação é a de
conhecer e compreender a verdadeira origem do Coronavírus (COVID-19). Todos os
dados apontem que o vírus foi introduzido pelo imperialismo ianque na China,
como até mesmo admitem autoridades científicas dos EUA. Não é de estranhar que
a CIA com seus métodos de terrorismo em toda a linha esteja por trás do
surgimento do Coronavírus em Wuhan, obrigando os chineses a paralisar uma das
suas regiões de maior desenvolvimento econômico e industrial. Afirmamos sem
medo de errar como Marxistas que o Coronavírus é produto de mais um parasitário
ataque especulativo dos rentistas contra o antigo Estado Operário, ou seja, é
mais um componente da chamada “guerra híbrida” contra a China! O imperialismo
ianque está envolvido em uma guerra aberta com a China, que não é apenas
comercial, envolve aspectos bem mais complexos da geopolítica mundial, que
podem inclusive desembocar em um conflito militar de graves consequências para
a humanidade de conjunto.
A tentativa de quebrar a economia chinesa, paralisando sua
produção industrial pelo surto do Coronavírus, acabou desencadeando um efeito
global nos mercados financeiros, logo utilizado pelos grandes rentistas para
queimar títulos podres muito alavancados. Obviamente os especuladores e
rentistas do cassino de Wall Street querem tirar proveito financeiro do temor
que já “contaminou” o mundo, é a fase “retroviral” de um sistema de produção
esgotado e que objetivamente põe em risco a sobrevivência de toda a humanidade.
O regime capitalista global está padecendo de uma “doença econômica crônica e
estrutural”, o estancamento de suas forças produtivas, e por isso mesmo a
pandemia internacional abala fortemente os mercados financeiros. A brusca queda
nas principais bolsas de valores mundiais e a expressiva alta do Dólar,
abalando a “saúde” econômica de países, é a prova inconteste que o Coronavírus
se configura como um “parasita” gerado nos “laboratórios” dos rentistas que,
além disso, se generaliza sem controle por todas as partes do globo, até que os
grandes laboratórios capitalistas obtenham lucros recordes com a “descoberta”
da vacina.
Nesse sentido, o exemplo da guerra híbrida contra o Irã, o
principal inimigo do imperialismo ianque no Oriente Médio, é bastante
elucidativo. A Casa Branca não demonstrou nenhum interesse em colaborar com o
regime dos Aiatolás diante da grave crise sanitária que o país atravessa. Muito
pelo contrário a introdução do surto de Coronavírus no território persa em grandes
proporções parece mesmo ter tido uma “ajudinha” da CIA. Só para se ter uma
noção, a Índia país situado em uma região próxima a China e ao Irã, de mais de
um bilhão de habitantes e sem nenhuma estrutura básica sanitária, registrou até
o momento um único caso de contágio do Coronavírus, levando ainda em conta que
o atual governo hindu do reacionário premiê Narendra Modi, não tomou nenhuma
providência para evitar o contágio em massa da doença Covid-19. Ao contrário,
em meio da “cortina de fumaça” mundial do Coronavírus, a ofensiva reacionária
imperialista continua avançando em várias partes do globo, seja com medidas
econômicas, ou diretamente militares, como na guerra de ocupação que permeia
todo o Oriente Médio. No Irã segue a política de asfixiamento do regime dos
Aiatolás, com a guerra híbrida e bacteriológica, mas no Iraque, Síria e Iêmen a
agressão imperialista traça o roteiro tradicional com tanques e aviões de
guerra, que ignoram completamente qualquer princípio humanitário ou os “apelos”
da OMS.
Por todos esses elementos afirmamos que a crise é de
superprodução de mercadorias sem fluxo e especulação financeira exponencial,
alavancando títulos podres no cassino das bolsas de valores. Não é o
Coronavírus responsável estrutural pela queda das bolsas! Os movimentos de
histeria do mercado financeiro estão sendo provocados em grande parte pelo
reconhecimento da Pandemia do Coronavírus, porém é preciso ter claro que o
fator determinante é a retração da atividade econômica mundial que ingressou em
recessão global. A súbita queda na cotação internacional do barril de petróleo
é a prova incontestável da profunda crise de superprodução. Os Estados
imperialistas que em 2008 vieram em socorro dos grandes bancos, também estão
iniciando uma nova crise, ou melhor, um colapso financeiro de suas contas
públicas. Não coincidentemente, é a Itália que além do Coronavírus, sofre de
uma epidemia de dívidas que não poderá saldar nesta conjuntura. A “engenharia
financeira” dos bancos continuará seu ciclo do capital, porque não possui mais
nenhuma “vacina” contra a crise de superprodução. Os rentistas irão comprar de
volta mais “ativos tóxicos” e títulos do governo falidos, apagando o incêndio
da crise capitalista com gasolina.
A pandemia mundial do crash financeiro com certeza é
responsável por milhares de mortes no planeta, levando a quebra de empresas,
desemprego e fome para povos e nações, que ainda estão convivendo com as
vítimas de um surto sanitário e epidemiológico o qual nenhum Estado capitalista
está à altura da resolução minimamente digna para a humanidade devido ao
colapso do sistema público de saúde. Somente a luta direta dos trabalhadores
pode impor que se destine recursos estatais somente para a rede pública de
saúde, estatizando os “shoppings” hospitais e fechando imediatamente as
empresas de “planos e seguros” de saúde privada. Esse padrão de medicina é
diametralmente oposto ao praticado nos países capitalistas fundado no modelo
que visa não evitar, mas “curar” (ou mesmo prolongar) doenças a partir de
utilização medicamentos, beneficiando assim a poderosíssima transnacional
indústria dos laboratórios farmacêuticos. Somente com o fim da saúde privada,
dos planos de saúde pagos e com a completa estatização de todo o setor
(clínicas, laboratórios, hospitais e indústria farmacêutica) sob o controle dos
organismos de poder dos trabalhadores, associada a uma nova concepção de
medicina preventiva e humanizada pode atender as demandas da população
explorada, contribuindo por uma vida com bem-estar físico e mental, condições impossíveis
de serem alcançados pelo capitalismo doente e senil que arrasta a humanidade
para a barbárie.
Por outro lado é preciso analisar porque os meios de
comunicação e as autoridades sanitárias e governamentais estão provocando um
verdadeiro “estado de exceção” excepcional, com graves limitações de
deslocamento social e impedimento para as mobilizações dos movimentos operário
e popular. Tudo aponta que as classes dominantes até então usando o tradicional
“perigo terrorista” como causa da adoção de medidas excepcionais, como o “toque
de recolher”, encontraram no Coronavírus um pretexto mais “plausível e
consistente” para amortecer a luta de classes. Nesse cenário entram as direções
reformistas mundiais com sua política de colaboração de classes. A simples
invenção ou mesmo a produção midiática do pânico apocalíptico de uma pandemia
mundial é uma justificativa ideal para limitar todos os direitos democráticos
de liberdade de organização de massas, na região ou país que for conveniente.
Por outro ângulo, a crise econômica e a “quarentena global”, que pode ser muito
mais longa ainda, levarão milhões de trabalhadores ao desemprego e morte por
doenças sanitárias ou não. É necessário convocar as massas para a luta ativa, e
não simplesmente publicitar exigências (mesmo que na maioria dos casos
corretas) e acreditar que os Estados da burguesia atenderão as reivindicações
sem fortes mobilizações de rua, greves e ocupações de fábrica. A inação do
proletariado, sob a justificativa de se precaver do contágio do vírus, é a
principal arma do imperialismo para ganhar esta verdadeira guerra contra a
humanidade. A exigência de uma “pauta” para o capital cumprir, sem a ação
direta das massas é absolutamente inócua e politicamente ainda mais criminosa
do que o próprio Coronavírus.
O imperialismo e as burguesias nacionais tentam criar o
clima de “Pacto de União Mundial” em virtude da pandemia declarada pela OMS,
mas onde interessa ao capital financeiro a guerra híbrida ou abertamente
militar não é estendida nenhuma “bandeira branca”. Nós Marxistas Leninistas
rejeitamos qualquer “acordo nacional” em função do Coronavírus e muito menos
por conta do colapso financeiro capitalista, exigimos do Estado Burguês medidas
que garantam a saúde pública e atendimento médico de qualidade para toda a
população, sem que em contra-partida aceitemos a suspensão política das lutas e
mobilizações do nosso povo. Desde já denunciamos no Brasil as direções
reformistas, como o PT, PSOL e PCdoB que aceitaram passivamente o caminho da
conciliação e desmobilização sugerido implicitamente pelo governo neofascista
de Bolsonaro/Mourão e os partidos “democráticos” da ordem burguesa. Convocamos,
desde nossas modestas forças, a manter vivas e ativas as mobilizações de massas
em todo o planeta contra a barbárie capitalista!
Todos os elementos abordados neste livro da Editora Nova
Antídoto apontam que o capitalismo caminha para uma recessão econômica ainda
mais profunda do que a ocorrida em 2008. A questão é se a classe operária
mundial será capaz de se apresentar como sujeito histórico, com seu projeto
socialista para colocar a humanidade em outro patamar de desenvolvimento. Mas
para isto ocorrer, e não simplesmente revivermos o Drácula insepulto do
capitalismo escapar mais uma vez da morte, é necessário à construção do Partido
Mundial da Revolução Proletária!
Os Editores
Março/2020