segunda-feira, 30 de março de 2020

31 DE MARÇO: DEFENESTRAR AS HORDAS FASCISTAS QUE PRETENDEM IR PARA RUA COMEMORAR O GOLPE MILITAR DE 64


Amanhã 31/03 se completará 56 anos de um dos episódios mais trágicos, se não o maior desastre, da história recente do país: O golpe militar de 1964, que levou o então presidente da república, João Goulart a se exilar do país, sem ao menos convocar um único chamado a resistência e luta contra os golpistas genocidas. Em 2020 atravessamos esta fatídica data em meio a uma pandemia mundial, fato que esvaziou as ruas das principais cidades do planeta, e consequentemente as do Brasil também. Porém há algo de comum entre as duas datas, uma cruel similaridade histórica: o terrível medo dos dias seguintes, do que reservava o futuro imediato para a classe operária e o povo oprimido. Se em 1964 a esquerda se temia a morte, pelas mãos da brutal repressão do regime militar, hoje essa esquerda teme a morte pela contaminação do coronavírus, em comum aos dois momentos, a passividade das direções reformistas que optaram pela inação, o caminho mais curto para a morte de milhares de militantes comunistas e populares nas mãos dos gorilas assassinos. O presidente Goulart se refugiou em sua fazenda no Uruguai e seu cunhado Leonel Brizola (então deputado federal e ex-governador do Rio Grande do Sul) foi para Portugal presidir a Internacional Social Democrata. Foram “assistir” de bem longe  o sangrento massacre que os generais, a grande maioria que integravam o gabinete de Jango como o próprio Castelo Branco, promoveram contra os ativistas da oposição de esquerda. 


Traçando um paralelo temporal, vemos hoje que as lideranças da esquerda pouco ou nada fazem no sentido de resistir e lutar contra catástrofe sanitária que nos aguarda, caso a pandemia atinja milhões de brasileiros infectados pelo coronavírus e sem condições de recorrer a um sistema de saúde falido pelo “ajuste” neoliberal. Lula e o PT&CUT, que de fato detém a esmagadora hegemonia na esquerda brasileira, dizem que não há nada a fazer a não ser “ficar em casa!”, seguindo a linha da maioria dos governadores da direita, do centro e também da oposição ao governo neofascista. Porém “ficar em casa” somente não garantirá a vida e a saúde de nossa população, é preciso lutar para garantir atendimento médico digno, resistir para não morrer de fome com o desemprego em massa, enfim é hora da revolução socialista, como também era em março de 1964! A única alternativa para a sobrevivência das massas é a revolução, que pode garantir a expropriação das grandes fortunas, a socialização das fábricas e por fim a instauração de um novo governo, baseado no poder popular, que possa garantir o atendimento sanitário integral (não estamos falando de testagem em massa como ingenuamente se tornou bandeira da esquerda reformista), com leitos de UTI para todos os doentes graves e atendimento ambulatorial para todos os infectados ou atingidos por outras enfermidades desencadeadas pela pandemia (depressão, acirramento das doenças crônicas, etc..). Somente um regime de economia central planificada, ou seja socialista, poderá salvar nossas vidas garantindo integralmente recursos necessários para a população, oriundos não de sobras do orçamento e tampouco do endividamento geral dos trabalhadores, o dinheiro deve vir das expropriações, confiscos dos bens da burguesia e socialização da vida econômica. Esse é a única senda possível para o povo brasileiro não ter que assistir qual o percentual de mortes tolerável, como querem nos impor os tecnocratas genocidas do governo Bolsonaro ou os governadores com seu “fica em casa” e assim morre menos gente! Nenhuma morte é aceitável no socialismo, caso não se tenha lutado pela vida até as últimas consequências! Amanhã os fascistas de ontem e hoje querem sair às ruas para celebrar a morte de ontem e hoje, muitos dos generais que estão no gabinete de Bolsonaro também integraram a Ditadura Militar em seus vinte anos de governo no país. Não mudaram de posição, continuam sendo assassinos do povo brasileiro, seja pela repressão de ontem seja pela contaminação de hoje. A esquerda reformista também não alterou em muito sua covardia política em enfrentar nossos inimigos de classe, preferem a inação e apelos institucionais inúteis. Porém existe um “terceiro campo”, o que não quer deixar nas mão de Doria e Mourão, a chamada direita “civilizada”, a resolução da grave crise humanitária que nos ameaça. É preciso defenestrar as hordas reacionárias e seus sinistros “atos de rua”, que vem se repetindo mesmo com adesões cada vez menores, mas é necessário ir além, combater vigorosamente pela revolução socialista e instaurar um novo poder operário-popular é uma questão de sobrevivência para o conjunto da classe trabalhadora: Socialismo ou Barbárie é consigna que deve ecoar de norte a sul, de leste a oeste deste imenso Brasil!