quinta-feira, 19 de março de 2020

PSOL DESAUTORIZA PARLAMENTARES QUE PEDIRAM IMPEACHMENT DE BOLSONARO: ESTRATÉGIA DA FRENTE POPULAR É SANGRAR O NEOFASCISTA ATÉ 2022... COLOCAR ABAIXO BOLSONARO/MOURÃO PELA AÇÃO DIRETA! NENHUMA EXPECTATIVA NO CONGRESSO GOLPISTA!


3 parlamentares federais do PSOL (Sâmia Bonfim, David Miranda e Fernanda Melchiona) ligados ao MES protocolaram neste dia 18.03 um pedido do impeachment de Bolsonaro. Imediatamente a Executiva Nacional do PSOL (controlada pelo grupo de Ivan Valente, Erundina, Marcelo Freixo e a tendência Resistência dirigida por Valério Arcary) lançou uma nota atacando duramente a ação: “A Executiva Nacional do PSOL foi surpreendida, nesta quarta-feira, com a participação de membros de sua bancada na Câmara dos Deputados no pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro protocolado hoje. O partido está, nas suas instâncias e bancada, debatendo a melhor tática para enfrentar a irresponsabilidade do governo Bolsonaro. Por essa razão, a iniciativa causa indignação porque atropela o debate interno do PSOL e do conjunto da oposição”. Em resumo, a direção nacional do PSOL deseja seguir disciplinadamente os passos do PT e do “conjunto da oposição” que é de “sangrar” Bolsonaro até 2022 visando o estabelecimento da “Frente Ampla” para a disputa presidencial. Com esta medida fica evidente que a direção do PSOL segue disciplinadamente os passos de Lula para acumular forças eleitorais para as eleições municipais e presidenciais sem apostar sequer no impeachment, ação direta dos trabalhadores nem pensar! 

A estratégia da Frente Popular está toda montada na base podre do cretinismo parlamentar, disseminando a ilusão de uma vitória eleitoral assegurada em 2022, nas palavras do próprio Lula: “Eu tenho alertado o PT a ter paciência, porque nós temos que esperar quatro anos”... Mas se ao menos Lula tem a honestidade política de declarar abertamente que sustenta o governo neofascista com sua “paciência” (leia-se uma camisa de forças imposta ao movimento de massas), enquanto o PCdoB articula sua frente de “oposição” mais ampla possível, com Tucanos e até Demistas sonhando “empoderar” Flávio Dino no Planalto, o MES do PSOL simula uma “combatividade” inócua que também rejeita cabalmente a derrubada revolucionário de Bolsonaro se limitando ao pedido de impeachment pela via do Congresso Nacional, que representa a ascensão do vice, o general Mourão, que deve abrir caminho com o aguçamento da crise para um futuro governo fascista “puro sangue” pela via de uma junta de "unidade nacional" militarizada. Apontamos que somente a ação direta e ativa das massas poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto, instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual. Os Marxistas Leninistas que combatem pela derrubada do governo neofascista, apontam claramente a arapuca da estratégia eleitoral, alertando ao movimento operário e popular que somente os métodos mais radicalizados da ação direta das massas e sem expectativa neste congresso golpista podem colocar abaixo Bolsonaro e toda a estrutura do regime vigente. Esperar “pacientes” as eleições de 2022 ou mesmo o impeachment de Bolsonaro para que assuma o general Mourão, como nos aconselha a receita política do PT, PSOL  e até mesmo do MES só fará avançar a ofensiva neoliberal contra as já precárias condições de vida da população pobre e trabalhadora em meio a Pandemia do Coronavírus, limpando o terreno para o recrudescimento do regime bonapartista, instaurado com o golpe institucional em 2016. A vanguarda classista deve assumir a liderança da luta para derrotar o projeto golpista, ainda em pleno andamento no país, organizando desde as bases uma poderosa greve geral por tempo indeterminado. Nós Marxistas Leninistas compreendemos a gravidade do momento político, e em oposição ao caminho de derrotas da Frente Ampla, lançamos um chamado para a formação de uma Frente Operária e Popular, que assuma como norte político a ação direta das massas, no combate frontal e vitorioso contra ofensiva neoliberal e da pandemia do Coronavírus que ameaça suprimir as conquistas históricas dos trabalhadores.