domingo, 15 de março de 2020

O MINGUADO 15 DE MARÇO: APESAR DA PARTICIPAÇÃO DE BOLSONARO FRACASSOU A “DOMINGUEIRA GOLPISTA”


Se as “forças” da extrema-direita pretendiam acumular alguma “força” na “domingueira golpista” de hoje fracassaram rotundamente. Mesmo com o “balde de água fria” jogado pelo presidente neofascista em seu pronunciamento oficial em cadeia de rádio e tv no último dia 12/03 desestimulando os reacionários atos de rua, utilizando como justificativa a pandemia mundial do Coronavírus, o núcleo central do bolsonarismo manteve a convocação, desconsiderando a possibilidade do aspecto da epidemia apresentado pelo governo. As hordas da extrema-direita estavam seguras que o móvel político de suas manifestações eram mais consistentes do que os argumentos apresentados por Bolsonaro e partiram para as ruas neste 15 de março, forçando inclusive a presença do presidente neofascista na atividade ocorrida em Brasília. O pífio resultado já era esperado, bem antes mesmo do “surto” do Coronavírus no país, os atos foram muito esvaziados mesmo contando com a tradicional “coluna vertebral” do neofascismo no Brasil: a classe média reacionária e ressentida com a crise econômica na esperança de um “milagre do mito”. Porém as condições objetivas da conjuntura nacional, para muito além do Coronavírus, não são favoráveis a uma “marcha golpista” neste momento, como já tínhamos prognosticado no Blog da LBI, o “18 Brumário” de Bolsonaro estava muito longe de ocorrer, apesar das intenções explícitas do reacionário entorno palaciano. 


Com a profunda estagnação econômica, desemprego em alta e falência cada vez maior dos serviços públicos (contigenciamento de verbas), o governo neofascista não teve nada a oferecer para as massas a não ser a praga das (contra)reformas que ampliaram ainda mais a recessão capitalista. Bolsonaro tenta preencher sua “agenda positiva” com fanfarronices diárias na porta do Planalto, o que apesar de animar as turbas neofascistas, não enche a “barriga” do povo brasileiro. Mas as estúpidas bravatas não são suficientes para mobilizar setores sociais mais amplos para a tentativa de um golpe de Estado, embora apontem uma mesma direção. A extensa base policial e militar de Bolsonaro fica a espera de um “gatilho” mais consistente do que simplesmente a briga com o Congresso Nacional por uma pequena parcela do orçamento federal, será necessário a gestação de um cenário político mais favorável para oferecer aos setores sociais da centro-direita a promessa de que uma aventura golpista traria algumas conquistas reais e não somente impropérios contra o PT e os políticos de maneira geral. Entretanto elemento mais importante da situação política é a inação da esquerda reformista, focada exclusivamente no calendário eleitoral, chegando até mesmo ao ponto de desmobilizar as massas para a paralisação nacional marcada para o próximo dia 18 de março. A ameaça do surto do Coronavírus é real, mas não na equivocada medida de paralisar nossas lutas contra o desmonte neoliberal promovido por este governo neofascista, ameaçando nossa existência digna e de nossas famílias.