quarta-feira, 18 de março de 2020

FORTE PANELAÇO CONTRA BOLSONARO EM TODO O PAÍS: PORÉM A SUSPENSÃO DA GREVE NACIONAL FOI UM GRAVE ERRO. O BARULHAÇO DE HOJE CONFIRMA QUE AS CONDIÇÕES PARA DERRUBADA DO GOVERNO NEOFASCISTA ESTÃO POSTAS, MAS SÓ OCORRERÁ COM A AÇÃO DIRETA E ATIVA DAS MASSAS!



Antes das 20h30 de hoje (18/03), horário marcado para ter início o “Panelaço18M”, o som já repercutia pelas janelas das casas e edifícios de todas as regiões do país, incluindo os bairros nobres e redutos eleitorais de classe média de Jair Bolsonaro, como Perdizes e Ipanema SP e RJ respectivamente, pedindo a saída imediata do presidente neofascista Bolsonaro, “Fora Bozo!” foi um dos gritos mais ouvidos. A iniciativa política do “Panelaço”, ou “Barulhaço” como alguns preferem por não guardar boas lembranças dos protestos da classe média contra o governo neoliberal de Dilma Rousseff, foi produto da presão espontânea de setores sociais que claramente já estabeleceram uma rota de colisão com o desastre da gerência central exercida por Bolso&Guedes. A esquerda reformista para dar vazão ao vergonhoso cancelamento da greve nacional anteriormente marcada para este 18 de março, abraçou o “Panelaço” quase que na surpresa das ações já ocorridas naturalmente no dia anterior, na forma de um “esquenta”. Como reconhece descaradamente o próprio PCdoB em seu site: "As centrais sindicais, o movimento estudantil, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo recorreram, de última hora, à estratégia do “barulhaço” para marcar o Dia Nacional de Luta. Por causa do acelerado avanço do coronavírus no país, as entidades decidiram suspender as manifestações de rua”, (site Vermelho 18/03). 

Obviamente que a postura cretina e fundamentalista de Bolsonaro em relação ao surto do coronavírus no país, potencializou os protestos desta noite, entretanto a profunda crise econômica atravessada pelo país há mais de 5 anos, foi o móvel político principal. Ignorando a recessão e a epidemia, que recém só começa a fazer os primeiros estragos, mas já sinalizando uma recessão devastadora, Bolsonaro fez um pronunciamento nesta tarde de quarta-feira que poderá entrar na história junto com o do imperador Nero, pouco antes de colocar fogo em Roma. “Bozo” declarou: "Nosso time está ganhado de goleada. Duvido que quem vier me suceder um dia – acho muito difícil – consiga montar um equipe como eu montei. E tive a coragem de não aceitar pressões de quem quer que seja. Então, se o time está ganhando, vamos fazer justiça, vamos elogiar seu técnico, e o seu técnico chama-se Jair Bolsonaro”. Com tamanha insanidade a reação da população não poderia ser outra, clamou em uníssono “Fora Bolsonaro!”. Como se já não fosse estupidez suficiente, o ministro rentista Paulo Guedes ainda anuncia um “pacote de maldades”, embrulhada como “ajuda” do governo frente a crise agravada pelo coronavírus. Anunciar o corte de salários pela metade de uma parcela significativa de trabalhadores, e um “coronavoucher” de míseros 200 Reais, como compensação social é um verdadeiro acinte ao proletariado e suas famílias desassistidas. Os barões da mídia corporativa, como a famiglia Marinho, não deixaram de prestar seu apoio ao “Panelaço” de hoje, o que revela as limitações desta jornada que empreende a pequena burguesia, já a blogosfera progressista em delírio ufanista, caracterizou o “Barulhaço” como o “maior protesto da história” recente do país... Não podemos negar o novo elemento da conjuntura introduzido nesta noite, que inaugura uma nova correlação de forças entre o governo neofascista e as forças da oposição burguesa, incluindo aí a centro-direita. Porém os Marxistas Leninistas não podem abdicar dos métodos de mobilização da classe operária e seus aliados, e muito menos de seus objetivos estratégicos. Por isso reafirmamos nossas posições de vigorosa crítica a suspensão da paralisação nacional e dos atos e passeatas urbanas, por parte das burocracias sindicais da CUT, CTB e Conlutas. Apontamos que somente a ação direta e ativa das massas poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto, instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual.