Ainda é possível encontrar hoje no site oficial do PCdoB, o
Vermelho (talvez em futuro breve o portal se chame “Verde e Amarelo”), notas
comemorativas dos 98 do partido em que se lê: “O PCdoB reivindica sua data de
fundação junto ao partidão de 1922, sendo a verdadeira continuação do antigo
Partido Comunista, portanto comemora hoje 98 anos de história política no
Brasil... No esteio do seu aniversário de 98 anos o PCdoB se prepara para as
eleições municipais, apresentando para a sociedade o Movimento 65, tática
eleitoral ampla que fortalece a legenda comunista e busca a adesão do partido
em diversas camadas e setores da população, conclamando todas e todos os
democratas a participarem da disputa do poder político nos municípios brasileiros”.
Como pode se observar o PCdoB “comemora” seus 98 anos anunciando que vai deixar
brevemente de ser “comunista”, ou seja, que vai abandonar os símbolos da foice
e o martelo ainda usados formalmente e, o mais importante, relegar qualquer
traço político e ideológico marxista. Na verdade o PCdoB há muito tempo abriu
mão de qualquer luta pelo Comunismo e a Revolução Proletária, desde que aderiu
ao Stalinismo, o abandonou pela direita e depois alinhou-se ao Maoísmo,
rompendo mais uma vez em uma guinada social-democrata. A guinada
socialdemocrata do PCdoB, ocorrida no início dos anos 90, o fez abandonar os
pressupostos do Marxismo-Leninismo, formatando um partido de filiados sem o
menor comprometimento ideológico e militante. Nesta inflexão de classe, o
partido de João Amazonas passou a acolher personalidades políticas burguesas,
com potencial eleitoral para “ajudar” os ex-estalinistas a ocuparem vagas no
parlamento.
Logo depois da queda do Muro de Berlim e da dissolução do Estado operário albanês no começo da década de 90, os stalinistas do PCdoB perderam completamente sua linha programática, elaborada pelo ex-maoista Enver Hoxha secretário geral do PTA. Para sobreviver em meio à crise da esquerda stalinista mundial, João Amazonas conduziu uma conversão ideológica do partido em direção à social democracia, passando o PCdoB a defender pontos que antes combatia ferozmente, como a aliança política com o PT e a entrada na CUT. Também na arena internacional houve profundas mudanças, como a defesa que o PCdoB estabeleceu em seu congresso acerca do Estado operário cubano, no sentido da apologia das “reformas de mercado”, anteriormente criticada como um prolongamento da “Glasnost” e “Perestroika” soviética. Não esqueçamos que o PCdoB foi no passado uma vertente do chamado “maoísmo de esquerda” que chegou a denunciar a URSS como “socialimperialista” e caracterizar Fidel Castro de contrarrevolucionário, para atualmente sem nenhum critério Marxista, apresentar Cuba como o novo “farol do socialismo”. Nos últimos trinta anos o PCdoB seguiu nacionalmente a reboque da política PT, inclusive abraçando as teses da Social Democracia, desde a queda do Estado Operário da Albânia. Com a morte de João Amazonas no início de 2002, o PCdoB voltou a se alinhar com a China, antes caracterizada como centro revisionista do Social Imperialismo e agora em plena fase de restauração capitalista seu regime econômico é considerado como “um autêntico socialismo”, o que deve ter causado “tremores no túmulo” do velho dirigente. O descarte do símbolo é apenas um “detalhe” e questão de tempo, expressão de uma enorme concessão política em tempos de ofensiva neofascista.
Logo depois da queda do Muro de Berlim e da dissolução do Estado operário albanês no começo da década de 90, os stalinistas do PCdoB perderam completamente sua linha programática, elaborada pelo ex-maoista Enver Hoxha secretário geral do PTA. Para sobreviver em meio à crise da esquerda stalinista mundial, João Amazonas conduziu uma conversão ideológica do partido em direção à social democracia, passando o PCdoB a defender pontos que antes combatia ferozmente, como a aliança política com o PT e a entrada na CUT. Também na arena internacional houve profundas mudanças, como a defesa que o PCdoB estabeleceu em seu congresso acerca do Estado operário cubano, no sentido da apologia das “reformas de mercado”, anteriormente criticada como um prolongamento da “Glasnost” e “Perestroika” soviética. Não esqueçamos que o PCdoB foi no passado uma vertente do chamado “maoísmo de esquerda” que chegou a denunciar a URSS como “socialimperialista” e caracterizar Fidel Castro de contrarrevolucionário, para atualmente sem nenhum critério Marxista, apresentar Cuba como o novo “farol do socialismo”. Nos últimos trinta anos o PCdoB seguiu nacionalmente a reboque da política PT, inclusive abraçando as teses da Social Democracia, desde a queda do Estado Operário da Albânia. Com a morte de João Amazonas no início de 2002, o PCdoB voltou a se alinhar com a China, antes caracterizada como centro revisionista do Social Imperialismo e agora em plena fase de restauração capitalista seu regime econômico é considerado como “um autêntico socialismo”, o que deve ter causado “tremores no túmulo” do velho dirigente. O descarte do símbolo é apenas um “detalhe” e questão de tempo, expressão de uma enorme concessão política em tempos de ofensiva neofascista.
Na vanguarda desse “movimento” de auto-diluição encontra-se
Manoela D´avila e Luciana Santos que inclusive lançaram o “Comuns”, uma
“plataforma não-partidária” horizontal antileninista que copia o
social-democrata “Podemos” espanhol. Lembremos que ameaçado de perder a
milionária verba estatal do Fundo Partidário, que para ser justo não é só uma
“prioridade máxima” dos ex-stalinistas mas também de toda a esquerda reformista
integrada ao regime como o PSOL, PCO e até mesmo o PSTU, o PCdoB foi em busca
de “alternativas” para escapar da “falência comercial”. Logo surgiu a fusão com
o PPL. O PCdoB que tem em comum com PPL o abandono da teoria Leninista, apesar
de ainda manter formalmente o símbolo comunista da “foice e martelo”, trilhou a
vereda da Frente Popular de colaboração de classes desde que assumiu a defesa
da candidatura de Lula em 1989. Porém para os objetivos “comerciais” da fusão,
pouco importou se o PCdoB estava agitando o “Lula Livre!”, e o PPL fazendo a
grotesca apologia do “Lula é ladrão, que apodreça na prisão!”. Agora com o
“Movimento 65” o PCdoB dá um passo a mais em sua completa diluição política
para ser mais uma legenda burguesa de aluguel.
Não é a primeira vez que a direção do PCdoB abre as portas
do partido para figuras corruptas e criminosas da política burguesa, como foi o
caso em 2007 da filiação do senador Leomar Quintanilha, grande latifundiário do
estado de Tocantins e ex-membro da UDR. Mais recentemente, em 2014, o PCdoB
ofereceu a vaga de vice-governador para o tucano Carlos Bradão (PSDB) na chapa
do ex-deputado Flávio Dino no Maranhão, que foi eleito governador, em uma
reunião que teve a presença como “padrinho” do acordo nada menos do que a
figura do então presidenciável Aécio Neves, representante maior da escória
burguesa em nosso país. Recordemos recentemente o escandaloso caso do prefeito
filiado ao PCdoB, José Hilson de Paiva, médico da cidade de Uruburetama no
interior do Ceará que estuprava e abusava sexualmente de mulheres atendidas em
seu consultório. Esse fato é uma expressão bizarra e simbólica da completa
degeneração de uma organização ex-stalinista que ao longo dos anos se converteu
em uma legenda que abriga oligarcas reacionários e até mesmo políticos
burgueses estupradores, processo que
agora vai se ampliar com força.
O ocaso do PCdoB é, sem dúvida, produto da imensa ofensiva
ideológica do imperialismo pós-queda do Muro de Berlim e destruição da URSS.
Sem qualquer referência política no comunismo, sua atual direção integrou-se de
mala e cuia à “democracia” capitalista, deixando de ser um partido estalinista
para transformar-se numa legenda de aluguel disponível a qualquer burguês que
se interessar em comprá-la. Nem mesmo o nome “comunismo” espanta a classe
dominante, porque não há a menor relação ideológica entre este partido e um
programa revolucionário. Os “comunistas” do PCdoB, não é de hoje, sempre
estiveram a serviço da burguesia e das oligarquias regionais mais reacionárias,
tanto que apoiaram Sarney, Tasso Jereissati, Collor, Jader Barbalho e Renan
Calheiros já época da mal-chamada “Nova República”, o que se repete hoje sendo
serviçais da Oligarquia Gomes. A política do PCdoB de aliar-se com as mais
diversas frações da burguesia e a defesa das instituições do Estado capitalista
não são nenhuma novidade e desnudam a total decomposição moral e política de um
partido corrompido ideologicamente, plenamente adaptado ao projeto de
colaboração de classes da Frente Popular. Como se vê, a legenda do PCdoB está
pagando um alto preço por ser uma verdadeira “prostituta política” da
burguesia. Os “Ziguezagues” programáticos do PCdoB ao longo de sua história o
descredenciaram totalmente perante a vanguarda revolucionária, o respeito e
admiração adquiridos com a morte heroica de seus militantes durante a Guerrilha
do Araguaia e nos anos de “chumbo” da ditadura viraram pó quando o partido
deliberou estabelecer as alianças conservadoras, abrigar neoliberais e filiar
até mesmo oligarcas e estupradores, uma conduta podre e corrupta do ponto de
vista político e ideológico que deve ser repudiada amplamente pela vanguarda
classista, não por caso agora lança um “movimento” de autodiluição que vem
sendo explorado pela mídia burguesa justamente porque envolve um partido que
desgraçadamente ainda usa como símbolo a foice e martelo!