segunda-feira, 16 de março de 2020

ATUAL CRISE DO CAPITAL: 2008 SERÁ COMO UMA “BRINCADEIRA DE CRIANÇA” NA HISTÓRIA...


A declaração da “lei marcial” em alguns países e as expectativas sobre o atraso na elaboração de vacinas preventivas ao Coronavírus acentuaram hoje (16/03) o colapso das bolsas de valores em todo o mundo, porém beneficiando as grandes multinacionais farmacêuticas, que esperam se apresentar como salvadoras da humanidade... para ganhar muito dinheiro à custa da “paranóia global”, utilizada pelo mercado para queimar os títulos financeiros alavancados e reduzir drasticamente a produção industrial mundial, a partir da própria China, a “locomotiva do planeta”. Doze anos atrás, após a queda que se seguiu ao colapso da Lehman Brothers, foram necessários seis meses para que as bolsas de valores chegassem ao fundo do poço, de modo que outras quedas ainda são esperadas. As próximas “vítimas” do mercado bursátil serão fundos de hedge, especialmente a H2O, uma subsidiária da Natixis. Mas as bolsas, segundo o genial Engels, são um mecanismo para os especuladores roubarem dinheiro um do outro. Sozinhos, os rentistas não levam à crise, outros fatores “externos” são necessários para conturbar drasticamente os índices e rendimentos do “cassino”. As cadeias de produção estão praticamente paradas na China e Europa, nos EUA muito em breve. Mas isso se refere até o momento a empresas privadas, possivelmente na próxima etapa afetará Estados nacionais, como já ocorre no Irã, com o regime dos Aiatolás pedindo “ajuda financeira” ao FMI. Sob a égide do  imperialismo, a característica mais importante da crise capitalista é que elas são mundiais, como Lenin afirmou: "Não há nada para salvá-los do colapso histórico". Os Estados imperialistas que há 12 anos atrás vieram em socorro dos grandes bancos, também estão iniciando uma nova crise ou, melhor determinando, um colapso financeiro de suas contas públicas. Não coincidentemente, é a Itália que além do Coronavírus, sofre de uma epidemia de dívidas que não poderá saldar nesta conjuntura. A questão é se a falência da Itália arrastará toda a União Européia, se os países mais ao sul sul deixarão o Euro, as fronteiras serão fechadas e a alfândega e o passaporte retornarão. 


O Coronavírus não é a desculpa perfeita para isso, a xenofobia exarcebada? A França reforça seus controles territoriais com a Alemanha, mas se recusa a classificá-los como um “fechamento de fronteira", manchete hoje em toda a imprensa européia. Bruxelas promete "flexibilidade máxima" e o Banco Central Europeu está se preparando para continuar “concedendo mais dívidas”, em troca a emissão de títulos públicos dos países. A "engenharia financeira" dos bancos continuará seu ciclo do capital, porque não possui mais nenhuma “vacina” contra a crise de superprodução. Os rentistas irão comprar de volta mais "ativos tóxicos" e títulos do governo falidos, apagando o incêndio da crise capitalista com gasolina. Nos Estados Unidos, a injeção adicional excepcional de dólares no mercado monetário será multiplicada por dez. Os rentistas disseminaram a falsa ideia que a crise de 2008 era "temporária", e já estaria superada, mas a situação não é como aquela, é muito pior! Grandes bancos e monopólios vão falir. O capitalismo caminha para um recessão econômica ainda mais profunda do que a ocorrida em 2008. A questão é se a classe operária mundial será capaz de se apresentar como sujeito histórico, com seu projeto socialista para colocar a humanidade em outro patamar de desenvolvimento. Mas para isto ocorrer, e não simplesmente revivermos o Dracula insepulto do capitalismo escapar mais uma vez da morte, é necessário a construção do Partido Mundial da Revolução Proletária!

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