MORRE GUSTAVO BEBIANNO, O MAIOR DESAFETO “ÍNTIMO” DO PALÁCIO DO
PLANALTO: MAIS UMA “QUEIMA DE ARQUIVO VIVO” OPERADA PELA “FAMILÍCIA” BOLSONARO
O ex-Secretário Geral da Presidência da República comandada
pelo neofascista Bolsonaro e pré-candidato a prefeito do Rio pelo PSDB, Gustavo
Bebianno, morreu esta manhã após um suposto infarto fulminante, aos 56 anos.
Bebianno estava em seu sítio em Teresópolis junto com um caseiro e seu filho.
Por volta de 4h30 ele comunicou ao filho que estava passando mal e se dirigiu
ao banheiro para ingerir um remédio. Minutos depois, sofreu uma queda e teve
ferimentos na cabeça. É um assassinato típico das mortes operadas pelos
serviços de inteligência ou pelas máfias. Bebianno foi levado para uma unidade hospitalar da cidade, mas não resistiu. Trata-se de uma clara “queima de arquivo vivo”
promovida pela “Familícia Bolsonaro” contra seu ex-aliado e atual desafeto, que
tinha informações secretas sobre a campanha eleitoral e a montagem do governo.
Tanto que em áudio recente, durante entrevista à Jovem Pan, Gustavo Bebianno
disse ter material gravado fora do Brasil contra Jair Bolsonaro. Segundo a
imprensa ele escreveu cartas para duas pessoas, com as informações sobre tudo o
que viu e viveu ao lado de Jair Bolsonaro. De nossa parte não vemos nenhuma
surpresa neste acontecimento, as mortes encomendadas no seio da elite dominante
e de seus desafetos políticos como Bebianno são relativamente comuns. Por mais
contraditório que possa parecer, os mais “crédulos” no funcionamento das
instituições “democráticas” deste bastardo regime burguês são justamente as
organizações da esquerda, incluindo neste bojo as que se reivindicam
“reformistas ou revolucionárias”. Enquanto neste país a direita golpista
conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu caminho,
inimigos ideológicos ou não, a esquerda jura obediência à institucionalidade,
confiante na “probidade” de seus adversários mais reacionários. Os Marxistas
Revolucionários da LBI alertam que o possível assassinato de Bebianno aponta
para mais um infarto “fabricado” nas entranhas do poder. Crimes e assassinatos
bem planejados são a especialidade das máfias burguesas que controlam os
governos e seu aparato repressivo e de inteligência. Mas logo os “crentes” na democracia
dos ricos nos acusarão de delírio, de estarmos acolhendo a mais nova versão da
“Teoria da Conspiração”. Para estes senhores tudo não passaria de uma mera
coincidência sinistra!
Lembremos que fevereiro de 2019 depois de muita vacilação e
medo, pressionado pelas duas alas do seu governo diante da crise aberta
(militares querendo a demissão e a triunvirato neoliberal desejando a
permanência), o presidente da trupe fascista acabou por demitir o seu braço
político mais próximo no interior do PSL, o “bate pau” alçado à condição de
Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República: Gustavo Bebianno
Rocha. A crise teria tido início com a divulgação pela Folha de São Paulo de um
esquema de desvio do bilionário Fundo Eleitoral para “candidaturas laranjas”
por parte da cúpula do PSL. Este fato da política burguesa, propriamente não é
nenhuma “novidade” posto que abrange “somente” todos os partidos
institucionais, desde o PSDB até o minúsculo PCO com candidaturas que receberam
milhares de Reais do TSE e obtiveram menos que uma dezena de votos. No próprio
PSL, temos a denúncia do então presidente do partido em Minas Gerais, agora
ocupando o posto de Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, repassando as verbas
eleitorais para suas “laranjas” sem que nada ocorra, então porque a denúncia
midiática contra a prática corrupta de Bebianno (ex-presidente nacional do PSL)
acabou por resultar em uma grande crise política de governo, forçando Bolsonaro
a demiti-lo? O imbróglio no governo começou não propriamente nas reportagens da
Folha sobre os vastos “laranjais” da política brasileira, mas sim quando o
vereador carioca Carlos, filho de Bolsonaro, anunciou um suposto “desconforto”
do presidente fascista com o então Ministro Bebianno, a partir deste momento a
“temperatura subiu” e pelo Twitter o Secretário-geral foi chamado de
“mentiroso” quando tentou contornar a situação criada pelo “número 2” do
reacionário clã. A razão apresentada publicamente para explicar o “fogo amigo”
do vereador contra o “braço direito” do seu pai, seriam atritos pessoais
ocorridos no passado entre Carlos e Bebianno, uma justificativa “singela” e que
só poderá convencer ingênuos “Homer Simpsons” ou então os tolos que creem que Jair
não tinha pleno conhecimento do esquema de desvio das verbas do TSE operado
pelos principais caciques do PSL. Para entender a fundo a razão da crise
passada assim como da própria morte de Bebianno é necessário começar por
conhecer a história de vida de Gustavo Bebianno, um advogado criminalista sem
nenhum passado eleitoral, mas que ganhou força e prestígio na “cidade
maravilhosa” advogando para a milícia de bandidos que hoje controlam o tráfico
na periferia carioca. O truculento Bebiano logo “cresceu” no esquema mafioso,
chegando a ser considerado o “comandante civil” das milícias cariocas e por
esta via fez sua amizade com o então deputado Jair Bolsonaro. Bebiano passou
rapidamente a condição de principal assessor político do candidato a presidente
Bolsonaro, sendo indicado pelo capitão para comandar temporariamente o PSL,
enquanto o presidente nacional Luciano Bivar tirava licença para emplacar sua
candidatura a deputado federal por Pernambuco. Com a vitória de Bolsonaro ao
Planalto e do parceiro fascista Witzel para o governo do Rio, Bebianno atingiu
um “ponto de força máxima” no Rio de Janeiro, o que teria desagradado
profundamente o vereador Carlos, que nutre pretensões de ser candidato a
prefeito da capital fluminense. Outro aspecto ainda bem mais “obscuro” e pouco
revelado entre as “rusgas” do vereador Bolsonaro e o Ministro demitido agora
morto, seria o controle das próprias milícias cariocas, intimamente ligadas
tanto ao clã fascista quanto a Bebiano. Com um primeiro desfecho da “crise
Bebiano”, ficou reforçada a caracterização de que Jair Bolsonaro não preside
mais seu próprio governo, rachado e paralisado entre a guerra fratricida de
suas duas alas, “militares versus neoliberais”. O vacilo “mortal” da demissão
de Bebiano foi a expressão maior da profunda crise instalada no âmago do
governo fascista. Com sua demissão, Bebianno se juntou ao grupo dos “inimigos”
do governo, chefiado pela famiglia Marinho, setores do PSDB e o governador
Witzel, tanto que era candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo ninho
tucano...
Os Marxistas Revolucionários da LBI não acreditamos na
“ética” da burguesia, nem sequer quando se trata de eliminar “um dos seus”.
Denunciamos vigorosamente esses assassinatos enquanto o conjunto das forças
políticas fazem coro na legitimação da farsa montada. Essa crença abarca
inclusive setores da esquerda que juram sua fidelidade aos ritos sagrados da
democracia capitalista, entendem que a burguesia não ousaria ultrapassar os
limites das “tradicionais” manobras políticas existentes no “jogo do poder”,
portanto conspirações e assassinatos não poderiam fazer parte do “cardápio” das
classes dominantes. Esses senhores não tem uma compreensão do caráter golpista
da direita tupiniquim, capaz de “eliminar” sem o menor escrúpulo “lideranças
políticas burguesas indesejáveis”. A morte de Bebianno assim como do miliciano
Adriano pela familícia Bolsonaro recentemente com a coloboração do governo do
PT da Bahia nos remonta o envenenamento de João Goulart pela “Operação Condor”
durante a ditadura militar assim como a morte de JK e Lacerda, o “acidente”
áereo que matou o General Castelo Branco e as recentes mortes de Eduardo
Campos, do Ministro do STF, Teori Zavaski e do próprio delegado da PF que
investigava o caso em plena “democracia” só reafirmam a necessidade dos
revolucionários denunciaram a verdadeira ditadura do capital em que vivemos,
que agora é mais evidente com o governo do neofascista Bolsonaro e a
consolidação de um regime Bonaparista sob a tutela de Moro!