domingo, 8 de março de 2020

ATO GOLPISTA DO DIA 15/03: SERÁ MESMO O “18 BRUMÁRIO” DO NEOFASCISTA BOLSONARO?


A esquerda reformista burguesa, que carrega o DNA político da covardia e inação frente ao fascismo, está se “borrando” de medo diante da convocação neofascista para os atos de rua de inspiração golpista para o próximo dia 15 de março. Diante da “ousadia” da anturragem bolsonarista, a Frente Popular (PT, PSOL e PCdoB) lança apelos desesperados para que o “trio” Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Toffoli (Câmara, Senado e STF) venham a “salvar as instituições e a democracia” ameaçadas pela “livre” escalada da extrema direita. A outra trincheira do neofascismo também não deixa dúvidas acerca do seu caráter de uma horda de “arregões”, que “amarelam” a cada chamado a “responsabilidade”por parte do mercado e da própria mídia corporativa que apoia a agressiva agenda neoliberal do governo Bolsonaro. Entre “idas e vindas” e conchavos com a própria cúpula do Congresso Nacional, Bolsonaro já desmentiu, mentiu e agora reconfirmou a convocatória para os atos do dia 15/03, do qual apenas o general “gagá” Heleno e os filhos parecem ser os maiores entusiastas. Fica evidente que se trata de um balão de ensaio da direita para medir forças e acumular pretensões de um drástico recrudescimento do regime bonapartista. A questão é que para a iniciar a “fase 2” do golpe iniciado em 2016, seguido da própria eleição fraudulenta do capitão, a burguesia nacional não decidiu ainda se descarta ou não Bolsonaro. Assim como a classe dominante alemã se livrou de Ernst Rohm, o truculento organizador da temível SA nazista, abrindo o caminho para Hitler assumir o controle Estado e institucionalizar a SS, no Brasil de hoje a burguesia procura seu fascista mais “qualificado” no próprio ninho das serpentes reacionárias. De qualquer modo com ou sem Bolsonaro, ainda é completamente prematuro até mesmo para a Casa Branca encenar um golpe de Estado na atual conjuntura política e econômica, como Marxistas não podemos esquecer as lições da história: o fascismo se espraia no acirramento da crise capitalista, porém atinge seu apogeu político quando consegue oferecer algumas conquistas econômicas reais para a grande massa plebeia, isso não é possível neste período de retração financeira. 


Além de xingar o PT, os políticos em geral, acusar de corrupção todo o establishment institucional e alimentar o ódio da classe média contra os pobres, o governo Bolsonaro tem os “bolsos vazios” para oferecer a esmagadora maioria dos brasileiros, incluindo seus leais apoiadores. O bolsonarismo ainda engatinha na formação de um genuíno partido que unifique a extrema direita, com um mínimo de estrutura e disciplina ideológica (não pode ser uma rinha de olavetes) condição sine qua non para avançar o neofascismo contemporâneo em qualquer país do mundo. Contudo ao pontuar todas estas questões não estamos querendo negar o curso da ofensiva reacionária e nazifascista em pleno curso, muito pelo contrário nós da LBI fomos a primeira corrente da esquerda a apontar este fenômeno, quando o reformismo sonhava com a utópica “estabilidade eterna” do governo da Frente Popular. Mas há uma enorme distância política entre alardear a iminência do “18 Brumário” de Bolsonaro neste 15 de março (referência feita por Marx ao golpe de Estado protagonizado por Luís Bonaparte, quando o sobrinho de Napoleão já era o presidente eleito da França e se auto proclamou imperador) e combater a marcha da extrema direita. Em primeiro lugar como vimos exaustivamente publicitando, não será na aliança com os cretinos “heróis republicanos” da cepa de Maia, Alcolumbre e Toffoli, e muito menos os similares tucanos FHC e famiglia Marinho, que conseguiremos derrotar o avanço neofascista e derrubar o governo Bolsonaro. Somente a ação direta das massas, com absoluta independência política em relação aos setores burgueses “oposicionistas”, será capaz de construir uma alternativa revolucionária de poder estatal. Nesta perspectiva os Marxistas Leninistas se colocam na linha de frente para defenestrar o alvoroço golpista do próximo dia 15, que somente evolui na vacilação da esquerda reformista em sua recusa de mobilizar a classe operária e o povo pobre e oprimido. A cada retrocesso da ação independente do movimento de massas corresponde a um passo dado a frente pela extrema direita, neste compasso assistimos desde o final das Jornadas de Junho em 2013 até os dias atuais, o neofascismo avançar sobre nossas conquistas sem que as direções reformistas se proponham a derrotar as turbas reacionárias que já chegaram no Planalto. Se vingar a proposta da formação da Frente Ampla eleitoral para “vencer Bolsonaro”, uma radicalização ainda mais intensa da política de colaboração de classes abraçada por Lula, PSOL e PCdoB, representará o desarme completo da autonomia de combate do proletariado e quase que seguramente a certeza da vitória do fascismo em nosso país.