quarta-feira, 25 de março de 2020

DIREITA ROMPE COM A EXTREMA DIREITA: NEOFASCISTA BOLSONARO CAMINHA PARA A AVENTURA DE UM GOLPE MILITAR SEM AO MENOS TER APOIO DA CÚPULA DAS FFAA


O presidente Bolsonaro não é um louco ou está acometido de alguma doença mental, como alardeia a esquerda reformista, atua conscientemente com a linha política do neofascismo, seguindo inclusive uma estrita orientação de assessores de Trump na Casa Branca. A proposta da anturragem bolsonarista para a crise está ampara não na loucura, mas na racionalidade do capital financeiro. A defesa que fez do fim da “quarentena social”, apontado o “isolamento vertical” como uma alternativa diante da pandemia do coronavírus é parte da “plataforma sanitária” que Washington vem tentando implementar sem sucesso nos EUA. Trump orienta o governo neofascista como um “laboratório de pesquisa” para os planos do imperialismo em toda a América Latina, inclusive a própria eleição fraudulenta de Bolsonaro já foi em si um verdadeiro “balão de ensaio” da Casa Branca para o continente.  O processo de ruptura do arco político de todo o “Centrão” e também da direita com o governo da extrema direita parece ter dado um salto de qualidade hoje. Dória e Bolsonaro  trocaram acusações nesta quarta-feira (25/02) durante uma conturbada videoconferência com governadores da região Sudeste para discutir sobre o combate ao coronavírus. Após ser acusado por Bolsonaro de usar o coronavírus para fins eleitorais, Doria usou suas redes sociais, após a reunião virtual para fazer uma  dura crítica a postura do ocupante do Planalto:”Recebi como resposta um ataque descontrolado do Presidente. Ao invés de discutir medidas para salvar vidas, preferiu falar sobre política e eleições. Lamentável e preocupante”, afirmou o governador de São Paulo. Outro aliado de primeira hora do presidente, o direitista Ronaldo Caiado, ex-líder da famigerada UDR, também partiu para a ruptura: “Quero deixar claro, com muita tranquilidade, mas com autoridade de governador e o juramento de médico, que as decisões do presidente da República na área de saúde não alcançarão o estado de Goiás", declarou agora a pouco o governador de Goiás. Também na cúpula das FFAA Bolsonaro encontra resistência para impor sua “estratégia”, ontem à noite mesmo, o comandante do Exército brasileiro, o general Edson Pujol, divulgou um vídeo fazendo um pronunciamento em nome do exército sobre o coronavírus, indo na contramão do presidente e revelando que o exército não segue a mesma linha de pensamento de uma “gripezinha” e “resfriadinho”.


Está absolutamente claro que a trilha política de Bolsonaro aponta na direção de um golpe militar, sempre testando antes suas forças para depois encenar um pequeno recuo e assim sucessivamente. Porém ao se submeter servilmente como “bucha de canhão” para um experimento trumpista frente a crise do coronavírus, Bolsonaro conseguiu o “feito” de reduzir sua base de apoio, inclusive no meio militar. Vamos aguardar os próximos passos do imperialismo ianque, já que o próprio Trump já sente ameaçada sua reeleição, anteriormente considerada um “passeio” diante do adversário do Partido Democrata. Como marionete de Washington, Bolsonaro aguardará as novas instruções, se segue para a aventura golpista ou recuará mais uma vez. O importante é manter alerta o movimento de massas, rompendo com a política imobilista da Frente Popular: “espere sentado em casa”, é que aponta o PT, PSOL e PCdoB.