quarta-feira, 4 de março de 2020

“PIBINHO” 2019: A ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA CAPITALISTA BATE NA CARA DO GOVERNO NEOFASCISTA


O IBGE acaba de divulgar os dados oficiais de crescimento do PIB de 2019,  economia capitalista brasileira apresentou um crescimento de 1,1%, alcançando um patamar de R$ 7,3 bilhões de valor da produção de bens e serviços finais. Esse é valor inferior a média dos valores observados em 2017 e 2018, anos nos quais a economia brasileira cresceu a taxas de 1,32% e 1,31% respectivamente. Dessa forma o desempenho da economia brasileira no primeiro ano do mandato do Presidente neofascista Bolsonaro conseguiu a proeza de ser pior do que a observada durante os dois anos de mandato do golpista Temer, a qual já foi bastante medíocre, ficando muito abaixo da média de 2,81% de crescimento do PIB no período 1980-2014. Como já tínhamos apontado em recente artigo no Blog da LBI (02/03), as promessas de “recuperação” feitas pela equipe econômica do rentista Paulo Guedes não iriam se confirmar nem minimamente, apesar da ofensiva neoliberal de retirada dos direitos sociais da classe trabalhadora. O relatório do IBGE revela que do lado da demanda, o crescimento do PIB foi puxado pelo crescimento do consumo das famílias que cresceu 1,8% ao longo do ano passado. Como o consumo das famílias cresceu num ritmo superior ao PIB, o resultado foi uma redução da (baixíssima) taxa de poupança da economia brasileira, a qual recuou de 12,4% do PIB em 2018 para 12,2% do PIB em 2019. A redução da poupança doméstica levou a um aumento da poupança externa (déficit em conta corrente do balanço de pagamentos), o qual passou de 2,8% do PIB em 2018 para 3,2% do PIB em 2019. Do lado da oferta, o crescimento foi puxado pelo setor de serviços, o qual cresceu 1,3%, ao passo que a indústria de transformação permaneceu estagnada com um crescimento de apenas 0,1% ao longo do ano de 2019. Em síntese, a economia capitalista brasileira em 2019 desacelerou o seu ritmo de crescimento com respeito ao observado durante o governo golpista “tampão” (2017/2018), amplificando o seu desequilíbrio externo e o peso do setor de serviços na economia, com reflexos negativos para as perspectivas de crescimento da produtividade da força de trabalho. 


A realidade concreta está demostrando de forma bastante contundente que a agressiva agenda de(contra)reformas neoliberais iniciada com o golpe institucional de Michel Temer e aprofundada no governo neofascista de Bolsonaro simplesmente não está funcionando, nem mesmo para a burguesia nacional. Para os apologistas do “ajuste” não adianta dizer mais que a economia ainda está sentindo os efeitos da “corrupção generalizada” das gerências petistas, que já não estão no controle da “agenda” econômica há cerca de quatro anos. A recessão econômica entre 2014 e 2016 foi muito profunda mas, ao contrário do que ocorreu em crises anteriores, a economia capitalista brasileira está apresentando um padrão de recuperação cíclica extremamente lento, o que já sinaliza até uma possível demissão do “choroso” Paulo Guedes. O horizonte da crise financeira internacional está muito próximo, ameaçando superar a recessão de 2008 iniciada nos EUA. Com a desaceleração da “locomotiva chinesa”, pela primeira vez em mais de vinte anos, o surto do Coronavírus caiu como o pretexto ideal para justificar o colapso capitalista e sua crise de superprodução. A “colônia” brasileira sofreará as drásticas consequências da conjuntura mundial, onde a estagnação do PIB em 2019 é apenas uma pequena “ponta do iceberg”.

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