sábado, 28 de março de 2020

FUTEBOL E CORONAVÍRUS: CARTOLAS MILIONÁRIOS QUEREM REDUZIR SALÁRIOS DOS JOGADORES E DEMITIR FUNCIONÁRIOS ENQUANTO “TIMES PEQUENOS” FECHAM AS PORTAS ABANDONANDO OS ATLETAS A MISÉRIA... ASSIM FUNCIONA O CAPITALISMO NO ESPORTE!


Em um final de semana como este que se inicia, teríamos dezenas de partidas de futebol nos campeonatos estaduais, jogos da Copa do Nordeste e da cobiçada Copa do Brasil, apresentada como a competição mais democrática do futebol brasileiro que paga gordas premiações as equipes a cada fase que se avança. Afinal de contas, “o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes” nos ensinam os boleiros. Mas os estádios estão fechados para a “paixão nacional” e as grandes equipes deram férias coletivas aos atletas, negociando a redução de salários de jogadores “celebridades” enquanto os times pequenos estão demitindo em massa. As séries A, B, C e D foram adiadas pela mafiosa CBF. Os milionários cartolas agem como todos os capitalistas em temos de recessão: que a crise seja paga pelos trabalhadores, neste caso, tanto os funcionários dos clubes como os jogadores. Sem a realização de jogos, as diretorias alegam não conseguir receitas para bancar seus elencos, apesar de seus caixas estarem abarrotados de dinheiro, como é o caso do Flamengo e a maioria dos clubes da Série A. Assim como vem ocorrendo na maioria dos países, impõe-se no Brasil a redução do salário dos atletas, além de outras medidas, como a antecipação de férias e mudanças no calendário.


 A Federação Nacional dos Atletas de Futebol Profissional (Fenapaf), que representa jogadores de diversas divisões, rejeitou a proposta de redução salarial em carta enviada nesta quarta-feira, 25, à Comissão Nacional de Clubes (CNC), que é quem está à frente das negociações.  No início da semana, a CNC propôs as seguintes condições: férias coletivas de 20 dias a partir de abril, mais dez dias de folga no fim do ano e redução de 25% nos salários dos jogadores. Com isso, o calendário do futebol nacional iria até o fim de dezembro. A Medida Provisória 927, conhecida como “MP da Morte” que trata da suspensão de pagamento dos trabalhadores por até quatro meses, acirrou ainda mais as discussões entre clubes e atletas. Diz o canalha fascista Bolsonaro que o artigo foi revogado e outro “pacote de maldades” será lançado pelo estafeta dos rentistas, Paulo Guedes. A Fenapaf fez uma contraproposta endereçada a Mário Bittencourt, representante da Comissão Nacional de Clubes (CNC) e presidente do Fluminense: o grupo concordou com a antecipação de férias remuneradas, de 30 dias, durante todo o mês de abril; pediu que a licença de dez dias ocorra entre o Natal e o Ano Novo; exigiram o pagamento de vencimentos do mês de março; e, por fim e mais importante, pediram que a Confederação Brasileira de Futebol seja “interveniente/anuente em caso de acordo coletivo”, sendo responsável por qualquer pagamento que os clubes não sejam capazes de realizar. Desde o BLOG da LBI declaramos nossa solidariedade para os atletas e funcionários dos clubes atacados pelos cartolas e a mafiosa CBF em seus direitos trabalhistas. Como Marxistas Revolucionários e amantes de futebol somos pelo fim do esporte como mercadoria, do controle dos elencos pelos patrocinadores e pela abolição dos contratos bilionários que engordam as máfias da FIFA e da CBF. Estas instituições capitalistas não servem para o avanço do futebol como meio de educação e evolução cultural das massas, devem ser substituídas por entidades populares controladas por jogadores e torcedores. Nesse sentido, a tarefa de varrer os cartolas mercenários do futebol mundial deve está nas mãos do povo, tais decisões deveriam ser tomados por meio de mecanismo da soberania popular. No campo, como nas fábricas e nos estabelecimentos do comércio e serviços onde vive o povão que ama o futebol, defendemos o pagamento integral dos salários e licença remunerados para os trabalhadores do esporte em todas as suas modalidades. Que a crise pague os capitalistas, ou seja, as diretorias corruptas e elitizadas que ganham milhões com patrocínios e transmissões de TV, lucrando em cima do suor dos jogadores! Nenhuma demissão fora e dentro de campo!