quinta-feira, 31 de outubro de 2019
AI-5 O FACTOIDE DO DIA: BLEFES DO BOLSONARISMO E FALSA
POLARIZAÇÃO NA MÍDIA SÓ INTERESSA A ESQUERDA REFORMISTA QUE COM CERTEZA NÃO
QUER RADICALIZAR COISA ALGUMA...
O factoide do dia, ficou a cargo do fascistoide número 03,
Eduardo Bolsonaro, que declarou a veterana jornalista da direita Leda Nagle:
“Se a esquerda radicalizar a resposta pode ser via um novo AI-5”. Trata-se de
mais uma “ária” da opereta bufa recitada diariamente pelo clã palaciano de energúmenos, como forma de distrair o
público do “circo nacional” que se transformou o país, onde os verdadeiros
palhaços são a grande maioria da população brasileira. Uma falsa polarização
que muito interessa a burguesia nacional: de um lado o clã neofascista e sua
trupe de criminosos milicianos, do outro o “campo democrático” extremamente
escandalizado com as aberrações
bolsonaristas, mas disposto a dar cobertura política ao “ajuste” e
ofensiva neoliberal contra os direitos da classe trabalhadora. O cenário
desenhado pelo candidato fracassado à embaixador na terra do “Tio Sam” chega a
ser surreal, ou seja, uma suposta intenção da esquerda brasileira em
radicalizar... de que país mesmo está se referindo o deputado Eduardo? Será que
o clã Bolsonaro está bebendo “chá alucinógeno”... ou fazendo um teatro
previamente pensado pela equipe econômica de rentistas que dão a linha ao
governo neofascista. A esquerda reformista brasileira, longe de impulsionar a
ação direta das massas contra o “desmonte” iniciado com o golpe parlamentar em
2016, “acorda e dorme” sonhando com as eleições de 2020...2022... e quiçá até
2026! Nesta perspectiva a Frente Popular assiste passivamente as mobilizações
no continente americano, torcendo pela vitória eleitoral de seus congêneres
políticos na Argentina, Uruguai, Bolívia e onde mais ocorra o calendário
institucional da Democracia dos ricos... Desgraçadamente o movimento operário e
popular está literalmente sem uma direção política que esteja à altura de encestar
uma enérgica resposta a esta escória fascista, que faz escárnio a memória de
nossos heróis militantes que tombaram no corajoso combate a Ditadura Militar e
o famigerado decreto AI-5.
COM A MEDIAÇÃO DO “MERCADO” NA BRIGA ENTRE O CLÃ E A
FAMIGLIA: GLOBO RECUA DA DENÚNCIA FEITA CONTRA BOLSONARO, COM A PROMESSA DE
PRIVATIZAÇÕES E A MANUTENÇÃO DA CONCESSÃO PÚBLICA DO SEU SINAL...
O que parecia desembocar em um dos mais duros confrontos a
ser travado no próprio campo interno da reação conservadora, não durou sequer
24 horas. Obviamente estamos falando da “batalha” entre a famiglia Marinho e o
clã Bolsonaro, reaquecida com as denúncias do Jornal Nacional sobre o
envolvimento do presidente neofascista com os covardes assassinatos de Marielle
Franco e Anderson Gomes. A Globo voltou atrás em tudo o que noticiou ontem,
encampando rapidamente sem questionamento algum, a versão do Ministério Público
de que “o porteiro mentiu”, sem nenhuma observação crítica sobre esta versão,
inclusive a da inacreditável estória de que só hoje se fez a perícia dos áudios
de ligações apreendidas no dia 5 de outubro. Sobrou para o porteiro, até agora
anônimo, que será processado, se aceito o pedido do procurador geral da
República, Augusto Aras, com base na famigerada Lei de Segurança Nacional.
Quanto a acusação feita por Bolsonaro, que toda esta “armação contra seu clã”,
teria sido arquitetada no Palácio das Laranjeiras (sem qualquer ilação com o
laranjal do PSL), pelo governador fascista Wilson Witzel, entrará para um novo
capítulo da violenta guerra intestina que hoje ocorre no campo da reação. A
ameaça do governo neofascista de cassação da concessão pública da Globo,
afirmada explicitamente por um Bolsonaro “hidrófobo”, forçou rapidamente
entrada de cena de apaziguadores, no caso o ente “Mercado”, que é um aliado
comum aos dois contendores da burguesia. Bastou anunciar que estava a “caça” de
“investimentos” imperialistas em sua viagem internacional, para a Globo mudar
radicalmente suas manchetes sobre Bolsonaro e “comprar” a versão das
Procuradoras cariocas, ainda que estas fossem ligadas aos deputados Rodrigo
Amorim e Daniel Silveira, aqueles mesmos que se exibiram quebrando a placa com
o nome de Marielle Franco, na campanha eleitoral de 2018. Fica claro que para
burguesia, as ameaças de Bolsonaro aos Marinho fazem parte da série de
“espetáculos” midiáticos distracionistas que estão preenchendo a conjuntura nacional,
enquanto os rentistas vão fazendo a verdadeira “festa” no mundo real da
economia brasileira, sem ocupar grandes manchetes da Rede Globo. O movimento
operário e popular deve romper com este trágico circo para a maioria do povo,
impulsionando a ação direta das massas no sentido da construção de sua própria
alternativa de poder revolucionário.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
BOLSONARO VERSUS GLOBO: “CACHORRO HIDRÓFOBO” QUER MORDER O ANTIGO DONO...
O depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra,
onde mora a famiglia Bolsonaro, de que um dos assassinos de Marielle Franco e
Anderson Gomes entrou no condomínio, poucas horas antes do crime, para ir à
casa de Jair Bolsonaro, foi confirmado pelos registros da portaria e divulgado
pelo Jornal Nacional da TV Globo, ontem (29/10): “No dia do crime, o porteiro
trabalhava em uma guarita, a única que controla os acessos ao condomínio
Vivendas da Barra. Às 17h10, do dia 14 de março de 2018, ele registra, à mão,
no livro de visitantes, o nome de quem entra, Élcio, o carro, um Logan, a
placa, AGH8202, e a casa que o visitante iria, a de número 58”. Na Arábia
Saudita, meia hora depois do Jornal Nacional ter revelado o depoimento do
porteiro de seu condomínio, o presidente neofascista gravou um vídeo de 23
minutos, acusando o reacionário governador do Rio, Wilson Witzel, de querer
destruí-lo, vazando para a Globo a investigação do assassinato de Marielle.
Como um cachorro hidrófobo, babando na gravata, Bolsonaro vociferou impropérios
como: “Vocês, TV Globo, o tempo todo infernizam a minha vida, porra! Patifes,
canalhas!”. Este é um caso raro onde Bolsonaro conseguiu falar a verdade sobre
a mafiosa famiglia Marinho, acontece que a recíproca também é verdadeira. Agora
a “criatura” se volta contra o seu “criador”, em função de já estar em marcha
um projeto da burguesia para trocar a gerência neoliberal do seu Estado
capitalista. Os Marinho deram “corpo e alma” para a famigerada operação “Lava
Jato” arquitetar o golpe institucional que apeou a Frente Popular do governo
central do país em 2016. A chamada “República de Curitiba” encarcerou Lula, com
o apoio integral da Globo, somente para Bolsonaro chegar ao Planalto sem
enfrentar a disputa eleitoral com o então líder das pesquisas, o dirigente
histórico do PT. A famiglia Marinho, golpistas por compulsão, também
impulsionou o justiceiro Moro como principal “fiador” político do governo
neofascista, em parceria com o rentista Guedes fazem a “dupla de queridinhos”
da burguesia nacional. A pauta imposta pelo “mercado” das (contra)reformas
neoliberais e do “ajuste” draconiano para “desmontar” as poucas conquistas
sociais ainda asseguradas pelo Estado, vem sendo seguidamente elogiada por toda
a grade de programação da Globo, mas que no entanto se “queixa” da extrema
estupidez do presidente neofascista. Por isso mesmo estão preparando outra
fraude midiática para as eleições de 2022, Luciano Hulk, um serviçal egresso da
folha de pagamento da famiglia Marinho. Já não resta a menor dúvida do
envolvimento da milícias criminosas (parceiras do clã Bolsonaro) no covarde
assassinato de Marielle e Anderson, o que ainda não está absolutamente claro é
onde a Globo meteu seu “dedo” nesta sinistra trama. A morte de Marielle e
Anderson exigem respostas imediatas, as investigações não devem ser conduzidas
pelos próprios implicados no crime: governo e polícia do Rio de Janeiro. Para garantir que os culpados sejam
efetivamente punidos, o PSOL e todo o
movimento operário, popular e democrático do país, deve impulsionar um
organismo independente, um tribunal internacional constituído por
personalidades do mundo jurídico, absolutamente isento da influência da polícia
e justiças do regime bonapartista vigente no Brasil.
ENQUANTO AS LUTAS SACODEM A AMÉRICA LATINA... FORD FECHA FÁBRICA NO ABC SEM RESISTÊNCIA DEVIDO A PARALISIA IMPOSTA PELA BUROCRACIA SINDICAL DA CUT E DIREÇÃO LULISTA DO PT
A Ford encerra, nesta quarta-feira (30.10), depois de 52
anos, a produção de veículos na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC
paulista. A decisão foi anunciada 8 meses antes. A unidade do ABC era uma das
fábricas de veículos mais antigas do Brasil. Ela empregava 2.350 funcionários
no começo do ano. Essa derrota imposta pela patronal teve a cumplicidade direta
da burocracia sindical da CUT e da direção lulista do PT que em nenhum momento
convocou a greve com ocupação de fábrica e, muito menos, mobilizou por uma paralisação de toda a categoria da região para impor o controle da unidade
pelos trabalhadores, exigindo a estatização da empresa. Na última assembleia da
Ford realizada ontem a direção do sindicato usou o carro de som apenas para a
avisar que “os trabalhadores fiquem atentos ao chamado do sindicato caso ocorra
algum avanço das negociações com a CAOA” que é dona de metade da operação da
chinesa Chery no Brasil e responsável por produzir e comercializar alguns
carros da Hyundai no país. Nesse sentido, o sindicato vergonhosamente afirmou
que só restava “pressionar o BNDES” para financiar um empréstimo milionário para
a CAOA. Lembremos que em fevereiro de 2019, a política de traição da diretoria
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, controlada pela burocracia lulista,
mandou os operários para casa diante do anúncio do fechamento da Ford de São
Bernardo. Depois, longe de deflagrar a greve geral contra ocupação da fábrica
aprovaram a ida de uma comitiva de burocratas aos EUA para “dialogar” com os
patrões da multinacional ianque. O objetivo seria apresentar propostas contra o
fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, tudo não passou de uma
encenação para facilitar a vida da multinacional, voltada a não convocar a luta
direta dos operários, que exigiria a mobilização de toda a categoria
metalúrgica e a ocupação imediata da empresa, exigindo a sua estatização sob o
controle dos trabalhadores. O balanço a fazer é que política da CUT e do PT foi
na contramão das necessidades dos trabalhadores, optaram sempre por tentar
pactuar com a patronal em detrimento aos interesses operários, alimentando
ilusões distracionistas entre os explorados. Chegaram a apresentar o prefeito
de São Bernardo, o tucano Orlando Morando e até mesmo o playboy neoliberal,
governador João Dória, como aliados na luta contra o fechamento da Ford, como
escandalosamente afirmou a nota da CUT nacional “Vamos à matriz discutir com a
direção mundial, conversamos com prefeito da cidade. Não vamos desistir de
manter uma empresa com essa importância em nossa região. Esperamos ainda que a
empresa reveja sua decisão e que os governos estaduais, municipais e federal
cumpram com suas obrigações, atuando para negociar com a companhia e impedir a
demissão imediata de 3.200 trabalhadores” (Rede Brasil Atual, 21.02). A
política de enrolação da diretoria sindical pelega foi tamanha que no início de
fevereiro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o
Wagnão, entregou ao vice-presidente de Bolsoanaro, o general Hamilton Mourão,
documento em defesa do setor industrial, reivindicando do Palácio do Planalto
uma política para o setor “que contribua efetivamente com o desenvolvimento do
país, articulada com as necessidades de superação dos gargalos econômicos e
sociais, de modo a distribuir seus ganhos entre toda a sociedade e posicionando
o Brasil entre as principais economias industriais do planeta” (Brasil de Fato,
26.02). Em resumo nossos algozes, parceiros da Ford contra os operários,
passaram a ser apresentados como possíveis aliados contra o fechamento da
planta de SBC! Como podemos observar, passados 8 meses do anúncio do fechamento
e diante da ausência de luta direta, a multinacional ianque, provocando a
demissão de 2.350 trabalhadores, que vão amargar miséria em quadro de profunda
recessão que atravessa nosso país. O mais vergonhoso é que correntes como o
PCO, corrompidas até a medula, ainda aplaudiram as manobras traiçoeiras da
burocracia lulista, apresentando-as como “importantes medidas de luta”. Como
alertamos no último período, é preciso dotar as lutas de uma estratégia
revolucionária, para isso faz-se necessário superar a política de colaboração
de classes da CUT e do PT, caso contrário, novas derrotas como o fechamento da
fábrica da Ford e a imposição da Reforma neoliberal da previdência vão se
repetir em breve!
terça-feira, 29 de outubro de 2019
HIENAS E RATOS DE ESGOTO: BURGUESIA SE “ESCANDALIZA” COM A BESTA FASCISTA, PORÉM COLOCOU UM “ANIMAL” NO PLANALTO PARA GERIR A PAUTA DO MERCADO... E NESTE PONTO NÃO HÁ RECLAMAÇÃO ALGUMA...
Cada vez mais as declarações e atos midiáticos do energúmeno
fascista, travestido de “Chefe de Estado” vem “escandalizando” os setores da
chamada elite republicana. Desta vez, e há pelo menos um fato deste naipe por
semana, foi a postagem nas redes sociais de uma “alegoria selvagem”: um “leão
Bolsonaro” sendo acossado por hienas... do STF, ONU, Globo, PT, PSL, etc... Como
já caracterizamos em inúmeros artigos anteriores, as “bombas” lançadas
recorrentemente pelo clã fascista que ocupa o Planalto servem como uma manobra
distracionista para os nossos “arautos republicanos” virem a público demonstrar
toda sua “indignação civilizatória” com as bestialidades da famiglia Bolsonaro.
Enquanto demonstra repulsa ao que costumam chamar de “ameaças ao Estado de
direito”, a burguesia nacional apoia entusiasticamente toda a pauta neoliberal
do mercado ao “ajuste” e “desmonte” da equipe econômica do governo Bolsonaro. E
pior ainda, são integralmente coniventes com a brutal ofensiva contra os
direitos sociais e liberdades democráticas da classe trabalhadora. Ao fim de
tudo, esta cínica “elite republicana” se junta ao cretinismo parlamentar da
esquerda reformista, para apelar por mudanças... nas próximas eleições de 2022!
Um jogo de cartas marcadas onde o “otário” da vez é simplesmente a maioria do
povo brasileiro. Se isto tudo não fosse suficiente ainda para “engrupir” o
proletariado, aparecem os profetas da Frente Popular “prevendo” que um dia o
povo despertará... como se este mesmo povo não tivesse atado a uma camisa de
força da política de colaboração de classes! No Chile, Brasil e no mundo todo,
para levar adiante a vitória definitiva contra a ofensiva do capital
imperialista, e não apenas ficar “girando a roleta” permanentemente entre o
neofascismo e a social democracia, é necessário a construção do partido da
revolução socialista!
PCDOB JUNTO COM BOLSONARO ENTREGA BASE DE ALCÂNTARA PARA O
IMPERIALISMO IANQUE: NENHUMA SURPRESA... GOVERNOS LULA E DILMA MANTIVERAM
RELAÇÃO SERVIL COM A CASA BRANCA E ALIANÇAS COM A DIREITA NEOLIBERAL!
Circulou na blogosfera e nas redes sociais de esquerda
vários “protestos” sobre a conduta venal do PCdoB que votou na semana passada
no parlamento pela entrega da Base de lançamento de foguetes de Alcântara no
Maranhão para o imperialismo ianque! Todos os deputados do partido apoiaram a
entrega. Não há nada de novo na conduta do PCdoB! Tanto que PT e PCdoB tem
ajudado Bolsonaro aprovar o ajuste neoliberal como vimos na Reforma da
Previdência. Não por acaso toda as mobilizações foram sabotadas no último período,
sendo apenas convocados atos ordeiros e pacíficos para acumular força eleitoral
para as próximas eleições. No caso em questão foram 329 votos favoráveis
incluindo parlamentares do PC do B, PDT e PSB. O acordo obviamente fere a
soberania nacional, entregando parte do nosso território para controle ianque.
Apesar disso o PCdoB declarou “Há o pronunciamento enfático do nosso governador
maranhense, Flávio Dino, no qual assegura que o AST não viola a soberania
nacional. Como explicou o nosso governador, o Acordo em si é o instrumento que
apenas viabiliza a exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara. É
falso dizer que teremos um enclave estadunidense no território brasileiro,
porque o Acordo tem caráter civil, segue uma prática internacional e não
bloqueia o Projeto Espacial Brasileiro (PEB)” (Vermelho, 25.10). Essa
prática vergonhosa foi levada adiante nos 13 anos da gestão da Frente Popular.
Lembremos que em junho de 2004, as tropas da ONU ocuparam o Haiti comandadas
pelo Brasil de Lula como exigiu Bush depois que o imperialismo ianque através
dos seus marineres impuseram a saída de Aristide via golpe de estado e mudaram
suas marionetes a frente do governo fantoche. Também Dilma, que tinha
recebido Obama no Rio de Janeiro em março de 2011, ficou absolutamente em
silêncio quando o carniceiro ianque autorizou o bombardeio à Líbia.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
BOLÍVIA TAMBÉM “ARDE”: MANIFESTAÇÕES DE RUA E GREVE GERAL CONVOCADA PELA DIREITA PARA IMPEDIR O NOVO MANDATO DE EVO MORALES
Após a conturbada eleição geral do dia 20 de outubro, onde o
atual presidente da Bolívia, Evo Morales, buscou seu quarto mandato
consecutivo, o Tribunal Supremo Eleitoral declarou após quase cinco dias de
atraso, vitorioso o candidato oficialista do MAS, por uma pequena diferença de
0,5% para evitar a realização de um segundo turno com o segundo colocado,
Carlos Mesa. Estas eleições foram as mais complexas e difíceis para o líder
indígena e seu projeto de conciliação de classes, devido a uma combinação de situações
internas e externas, como a correlação de forças na América Latina,
particularmente na região sul-americana. Com o resultado final proclamado o
país entrou em uma espécie de convulsão social, com a convocação de uma greve
nacional e uma marcha para cercar La Paz, iniciativa dos governadores
departamentais da oposição de direita (Santa Cruz e outros), com o apoio de
Carlos Mesa. Evo logo denunciou, que o candidato da chapa da Comunidade Cidadã
(CC): “Alimenta o ódio contra os indígenas e os mais humildes, ao não admitir
sua derrota nas eleições gerais de domingo passado, manda incendiar tribunais
departamentais e tocar fogo em cédulas eleitorais”. Grandes protestos de rua
contra o resultado eleitoral entraram na segunda semana consecutiva e nesta segunda-feira (28/10) grupos
de bairros das cidades La Paz e de Cochabamba inviabilizaram todo o comércio e
serviços da região. O prefeito de La Paz, integrante do campo opositor, Luis
Revilla (aliado político de Carlos Mesa), afirmou à imprensa que o movimento popular
é pacífico, porém não dará trégua até a revisão da sentença eleitoral do TSE.
Nas cidades de Santa Cruz e Potosí, onde operam grandes mineradoras, houve
paralisação total das atividades. Evo Morales, cedendo à pressão da OEA e da
embaixada norte-americana, se mostrou aberto à realização de um segundo turno
com Carlos Mesa, caso uma auditoria internacional apresente provas de fraude na
eleição de 20 de outubro. Por outro lado a Casa Branca, não deslegitimou por
completo a reeleição de Evo, evitando demonstrar apoio político logístico a
grupos “radicais” da oposição que comandam os violentos protestos de rua, Trump
se inclina a um “convencimento menos traumático” para que o MAS e o Comunidade
Cidadã cheguem a um acordo para a realização de um segundo turno. Logo de cara,
chama atenção a postura “diplomática” de Washington, contrastando com a posição
belicosa que assumiram na Venezuela, onde insuflaram uma guerra civil para
desestabilizar o governo Maduro. Durante os 14 anos do governo da Frente Popular
na Bolívia, Morales sempre procurou uma aproximação comercial com os EUA,
firmando acordos que beneficiavam os trustes imperialistas de mineração, em
troca de pequenas “vantagens” para poder implantar projetos de compensação
social. Mas com o aguçamento da crise capitalista, a “pequena gordura”
acumulada pelo governo do MAS logo se derreteu, gerando um enorme
descontentamento nacional com a política de colaboração de classes de Evo,
resultando na eleição presidencial mais “acirrada” dos últimos quinze anos. O
intricado tabuleiro político da América do Sul, revela nestes momentos
situações aparentemente “contraditórias”, ofensiva da direita no Brasil,
Bolívia e Uruguai, derrota nas urnas da reação ultra neoliberal na Argentina, e
levante de massas no Equador e Chile. O elo comum a todos estes processos é a
ausência de uma direção revolucionária da classe operária, que faz o pêndulo da
luta de classes girar em um ciclo permanente entre a Social Democracia e o
Fascismo, sem que se irrompa o Socialismo pela via da revolução proletária.
Hoje à Bolívia caminha para o que já vivemos no Brasil com a reeleição de Dilma
em 2014, enquanto a burguesia argentina “despacha” eleitoralmente Macri, para
iniciar um novo pacto social tentando evitar o que ocorreu no Equador e Chile...
e assim por diante em um círculo viciado entre alternativas no marco da
burguesia e seu regime capitalista. Mais do que nunca está vigente o Programa
de Transição da IV Internacional: “A crise da humanidade se resume a crise de
sua direção revolucionária”.
domingo, 27 de outubro de 2019
PRESIDENCIAIS ARGENTINAS: MACRI DIMINUI A DIFERENÇA PORÉM NÃO IMPEDE A VITÓRIA DE FERNÁNDEZ JÁ NO PRIMEIRO TURNO. FIT TEM PIOR RESULTADO DE SUA HISTÓRIA, ELEITORALISMO SEM PRINCÍPIOS NÃO SURTIU RESULTADOS...
Os números da apuração na eleição presidencial argentina foram divulgados no final da noite deste domingo (27/10). Com mais de 80% dos votos apurados, Alberto Fernández tem 47,4 % (Frente Para a Vitória com Cristina Kirchner como vice-presidente) e o ultra neoliberal Mauricio Macri obteve 41,2 % (Cambiemos). Pelas regras eleitorais vigentes no país, o primeiro colocado será eleito em primeiro turno se tiver 45% dos votos ou, então, 40%, desde que tenha 10 pontos percentuais a mais que o segundo colocado. Neste caso a eleição já se definiu logo neste primeiro turno, impondo o retorno do Peronismo, versão Kirchnerista, a Casa Rosada, após uma retumbante derrota nas eleições presidenciais de 2015. Em terceira colocação vem Roberto Lavagna (cerca de 6,5%), um candidato da centro direita e por fim em quarta posição ficou Nicolas Del Cano, representante da FIT(U), uma composição de várias correntes revisionistas do Trotskismo (PTS, PO, IS, MST e PSTU), que conseguiu a marca de 2,1%, seu pior resultado desde a formação da Frente em 2011, quando conquistou 2,3% dos votos ou em 2019 cravando 3,2% do cômputo geral. Fernández nunca concorreu a um cargo majoritário, ele é um dirigente peronista conservador que esteve presente nos governos Kirchner como um neoliberal ministro de Estado, e foi escolhido pela ex-presidente Cristina Kirchner para encabeçar sua chapa como forma de agradar o “Mercado” e demonstrar “boa vontade” com o imperialismo ianque, que maneja as operações de “Lawfare” em todo continente latino-americano.
Os números da apuração na eleição presidencial argentina foram divulgados no final da noite deste domingo (27/10). Com mais de 80% dos votos apurados, Alberto Fernández tem 47,4 % (Frente Para a Vitória com Cristina Kirchner como vice-presidente) e o ultra neoliberal Mauricio Macri obteve 41,2 % (Cambiemos). Pelas regras eleitorais vigentes no país, o primeiro colocado será eleito em primeiro turno se tiver 45% dos votos ou, então, 40%, desde que tenha 10 pontos percentuais a mais que o segundo colocado. Neste caso a eleição já se definiu logo neste primeiro turno, impondo o retorno do Peronismo, versão Kirchnerista, a Casa Rosada, após uma retumbante derrota nas eleições presidenciais de 2015. Em terceira colocação vem Roberto Lavagna (cerca de 6,5%), um candidato da centro direita e por fim em quarta posição ficou Nicolas Del Cano, representante da FIT(U), uma composição de várias correntes revisionistas do Trotskismo (PTS, PO, IS, MST e PSTU), que conseguiu a marca de 2,1%, seu pior resultado desde a formação da Frente em 2011, quando conquistou 2,3% dos votos ou em 2019 cravando 3,2% do cômputo geral. Fernández nunca concorreu a um cargo majoritário, ele é um dirigente peronista conservador que esteve presente nos governos Kirchner como um neoliberal ministro de Estado, e foi escolhido pela ex-presidente Cristina Kirchner para encabeçar sua chapa como forma de agradar o “Mercado” e demonstrar “boa vontade” com o imperialismo ianque, que maneja as operações de “Lawfare” em todo continente latino-americano.
ENQUANTO O CHILE ARDE EM LUTA... DIREÇÕES REFORMISTAS DA FUP E FNP JOGAM UM "BALDE DE ÁGUA FRIA" NA GREVE DOS PETROLEIROS NO BRASIL!
Quando se anunciava que ocorreria uma forte greve nacional
petroleira no Brasil neste final de semana em um quadro geral de levantes
populares que sacodem o continente latino-americano como o Chile assim como para
denunciar não só a privatização da Petrobras e o sucateamento da empresa que
tem responsabilidade direta pelo derramamento de óleo na costa do Nordeste, as
direções sindicais dos petroleiros (FUP e FNP) anunciaram que a paralisação
estava desmarcada sem prazo para ser retomada! Em tese a greve começaria esse final
semana (sábado, 26.10) mas na verdade tudo não passou de uma encenação para pressionar
o TST a apresentar uma proposta de conciliação de Acordo Coletivo da categoria que
não passa de pequenas migalhas econômicas frente ao desmonte da Petrobras, uma verdadeiro "balde de água fria" na mobilização! Esse
“teatro de luta” foi reforçado por toda a esquerda revisionista, tanto que a Resistência
(PSOL), PSTU e PCB anunciaram respectivamente em seus sites “Óleo nas praias,
greve na Petrobras e América Latina nas ruas!”, “Disposição de luta mantém
mobilização por greve entre petroleiros” e “Todo apoio à greve dos petroleiros!”. Tudo não passou de um blefe em troca de penduricalhos na negociação do ACT!
Prova disso é o descaramento da FUP ao informar a sabotagem e traição à luta: “De
forma propositiva, a FUP encaminhou às assembleias a aprovação da greve, mas
também alternativas para a construção de uma saída negociada do conflito
estabelecido pelos gestores da empresa. Este, portanto, é um momento decisivo
para os petroleiros e petroleiras. Diante da nova proposta apresentada pelo
TST, a FUP está indicando a sua aprovação, com suspensão da greve. Se a
Petrobrás não aprovar até o dia 03/11 a proposta, a greve pelo Acordo Coletivo
será retomada com data a ser definida pela FUP”. Por sua vez, a FNP apesar de
não referendar a proposta do TST também apoiou o adiamento da greve afirmando que deve-se
“Rejeitar a proposta do TST e recolocar a greve nacional na ordem do dia”
quando seria necessário fazer imediatamente a paralisação para
denunciar a traição da FUP e chamar as bases para a luta! Como apontamos a
disposição de luta dos trabalhadores brasileiros vem sendo sabotada pelas
direções políticas (PT, PCdoB e PSOL) e sindicais (CUT, CTB, Intersindical e
Conlutas) enquanto na América Latina as massas saem as ruas questionando instintivamente
a política de colaboração de classes do arco frente populista! Os levantes
populares que vem ocorrendo no Equador e Chile se deram à margem das direções
reformistas, bem mais frágeis politicamente do que o PT e a CUT no Brasil.
Quando estas direções reformistas do Equador e Chile entraram em cena para
“protagonizar” o movimento de massas, foi justamente aí que a burguesia pôde
manobrar a crise, cedendo algum ponto, mas se mantendo intacta no controle do
Estado capitalista, obviamente com o suporte da política de colaboração de
classes da Frente Popular, exatamente como ocorre no Brasil. A lição para
abstrair de mais esta traição da luta dos trabalhadores é a necessidade da
construção de uma direção revolucionária para os trabalhadores latino-americanos
e particularmente no Brasil, onde a “camisa de força” que o PT e a CUT impõem
ao movimento de massas é a verdadeira barreira de contenção para que não
“exploda” aqui gigantescas mobilizações populares contra o “desmonte” e o
“ajuste” que o governo neofascista de Bolsonaro vem descarregando nos ombros dos
explorados!
sábado, 26 de outubro de 2019
GIGANTESCA MOBILIZAÇÃO EM SANTIAGO QUE LEVOU A RENÚNCIA DO GABINETE PIÑERA COLOCA A QUESTÃO DO PODER! CONSTRUIR OS CORDÕES OBREROS RUMO A UM GOVERNO REVOLUCIONÁRIO!
Ocorreu nesta sexta-feira, 25.10, a maior manifestação
popular do Chile após o governo de Allende derrubado pela ditadura de Pinochet em 1973. Mais de um milhão de pessoas afluíram
as ruas da capital Santiago, colocando na ordem do dia a derrubada do governo assassino
do pinochetista Piñera, que já matou mais de 20 pessoas desde começaram as
mobilizações. Apesar da CUT ter convocado uma greve geral de apenas 48hs as
manifestações continuaram por fora do controle da Frente Popular e cada vez
mais massivas, colocando a ordem do dia a questão do poder político, tanto que
a manifestação obrigou chacal a apresentar a renúncia de todo seu gabinete para
preservar o cargo de presidente da república. Diante desse ascenso
revolucionário, a política do PC tem sido reivindicar a convocação de uma
Assembleia Constituinte com Piñera, ou seja, um processo completamente
controlado pelas cambaleantes instituições do regime político burguês. Esta orientação é uma
completa traição a heroica luta dos trabalhadores e do povo oprimido que exige
a derrubada do facínora e a superação do parlamento como “árbitro” da crise,
tanto que o Congresso Nacional foi cercado e desocupados às pressas em
Valparaíso, com os parlamentares fugindo com medo do povo em luta. O que está
colocado é construir os cordões operários rumo a um governo revolucionário dos
explorados! Nessa senda, a convocatória de uma Constituinte somente tem um
caráter progressivo e de ruptura com a ordem burguesa se impulsionada por um
novo poder operário na cabeça do novo Estado para elaborar uma Constituição Socialista
que sente as bases políticas, econômicas e jurídicas de um novo regime sobre os
escombros das velhas instituições capitalistas (justiça, FFAA, parlamento). A
bandeira de “Constituinte” no abstrato está unindo toda a esquerda, desde o PC
stalinista, passando por grupos mais à esquerda do Chile como o PC (AP) e o MIR
chegando aos revisionistas do trotskismo como o PTS argentino até mesmo a
tendência de Altamira no PO. Altamira chega a criticar os outros grupos políticos
por eleitoralismo mas segue a mesma cartilha programática da família
revisionista que está agrupada na FIT-U, ambos defendem a convocação de uma “Assembleia
Constituinte” no Chile sem deixar claro que quem deve convocar a Constituinte é
um novo governo revolucionário parido diretamente das manifestações em curso e
não o moribundo Piñera, o que consistiria em uma manobra para recompor o regime
burguês em crise e não para colocá-lo abaixo. Para vencer nesse momento crucial
os setores mais conscientes da vanguarda devem avançar na construção de
organismo de poder dos trabalhadores, com comitês de autodefesa armados que
tenham como estratégia a revolução proletária que aniquile de forma
revolucionária as instituições apodrecidas do regime político e particularmente
as FFAA! Faz-se necessário, criar as condições para que os trabalhadores tomem
o poder político e econômico, assim como os meios de comunicação e os bancos,
tarefa que depende da construção dos cordões operários para edificarem um Governo
Revolucionário!
102 ANOS DA VITORIOSA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO! EM TEMPOS DE OFENSIVA NEOFASCISTA MUNDIAL O COMBATE PELO COMUNISMO É A TAREFA IMEDIATA E HISTÓRICA PARA SALVAR A HUMANIDADE DA BARBÁRIE!
Neste dia 25 de Outubro (07 de novembro de 1917 pelo
calendário gregoriano) completou-se 102 anos da vitoriosa Revolução de
Outubro. Passados mais de um século, a luta socialista é uma realidade tão
forte e influente na vida internacional do planeta, que se torna impossível
conceber as contradições do mundo sem a sua existência, tanto que no planeta e
aqui no Brasil o combate ao “Comunismo” é uma realidade concreta, inclusive
lavada a cabo pelo presidente neofascista que assumiu o Planalto como também pelo chacal Piñera no Chile em levante popular. Qualquer
avaliação séria da teoria socialista tem de levar obrigatoriamente em conta o real
processo histórico e as condições concretas (internas e externas) em que foi
edificada a nova sociedade na URSS. É possível aferir que a construção do
socialismo, sendo obra dos homens, não está isenta de atrasos, deficiências e
erros. Mas se verificará sobretudo, como foi gigantesco o caminho percorrido
num lapso de tempo histórico tão curto, evidenciando a extraordinária
capacidade do Estado Operário para materializar as aspirações dos
trabalhadores. É o que resulta evidente para qualquer observador científico
honesto do exemplo da construção da economia socialista na antiga URSS.
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
URGENTE: ÓLEO QUE DEVASTA A COSTA DO NORDESTE VEIO DO VAZAMENTO DE UMA PLATAFORMA DA PRÓPRIA PETROBRAS, UNIDADE TERCEIRIZADA E PRECARIZADA SEM MANUTENÇÃO PREVENTIVA
A enorme quantidade de óleo cru, que infestou toda a costa
marítima nordestina, do Maranhão até o sul da Bahia, não poderia ser
proveniente de um vazamento de um navio cargueiro qualquer e nem mesmo de uma
grande embarcação tanque. Pelos milhões de barris vazados continuamente que
estão destruindo o meio ambiente marítimo do Nordeste, incluindo os seres
humanos que habitam e vivem da pesca e turismo na região, a indicação técnica
aponta claramente para um acidente de grandes proporções ocorrida em uma plataforma
de extração de petróleo localizado na própria costa nordestina. O longo período
por meses seguidos onde o óleo atingiu o mar nordestino, já indicava que não
poderia se tratar de um vazamento de navio, que por maior que fosse sua
capacidade de carga, não teria a capacidade de propagar por longas semanas o
petróleo cru, a não ser que estivesse ancorado e neste caso seria facilmente
detectada sua localização. A esta altura, pelo empenho do governo neofascista e
da própria Petrobras em responsabilizar de forma cômica, os “inimigos externos”
seja a Venezuela ou até mesmo uma pequena fragata do Green Peace, não há
dúvidas que estão buscando esconder seu próprio crime. Com a política de
desmonte da Petrobras, como objetivo de sua privatização completa, a direção da
empresa estatal vem agindo de forma irresponsável, tanto em mar como em terra.
Os acidentes nas refinarias da estatal são recorrentes e aumentaram
exponencialmente na gestão do rentista Roberto Castello Branco, nestas unidades
já postas à venda, a força de trabalho é praticamente terceirizada. O mesmo
“fenômeno” de precarização e sucateamento está recentemente acontecendo também
nas plataformas marítimas, que exigem um altíssimo grau de controle e
manutenção preventiva pelos riscos que envolvem a extração de petróleo em alto
mar. Com o programa de “desinvestimentos” iniciado ainda na gestão de Dilma e
Bendine (Vendine), não só se colocou à venda ativos da empresa, mas entrou no
“roldão” o contigenciamento de equipamentos e peças de reposição que são indispensáveis
para toda a cadeia produtiva. No governo neofascista a leviandade da estatal
com a vida dos trabalhadores e o meio ambiente chegou ao ponto máximo. Para
criar “lucro” e provar que a estatal está se recuperando da “roubalheira
petista”, a direção da Petrobras atua no “limite” da segurança necessária, mas
isto é muito pouco para evitar acidentes de grandes proporções, como este
ocorrido no Brasil, e que já é considerado um dos maiores desastres ambientais
do planeta. O vazamento de gigantesca proporção contínua ocorreu no complexo de plataformas marítimas da Petrobras, entre os estados do Ceará e o Rio Grande do Norte. Com o estouro dos dutos submarinos uma parte do óleo foi levado por correntes marítimas rumo ao norte, atingido as praias do Maranhão e ao sul do litoral nordestino, que se extende até a Bahia. A canalhice dos bolsonaristas beira o ridículo, tentam jogar o
“lixo para debaixo do tapete”, ou melhor para culpabilizar o regime chavista
por um crime que não tem a menor chance de ter sido cometido por Nicolas
Maduro. Nós do Blog da LBI, fomos o primeiro veículo a noticiar o “furo”,
quando Bolsonaro estava ainda se preparando para acusar a Venezuela. Agora em
“primeira mão” anunciamos a origem real do vazamento de óleo cru, para que o
movimento operário e dos petroleiros iniciem imediatamente uma apuração
independente, para condenar o verdadeiro culpado pela tragédia: Este governo de
criminosos neofascistas!
44 ANOS DO ASSASSINATO DE VLADIMIR HERZOG: HONRAR OS QUE TOMBARAM PELA TORTURA DOS GENOCIDAS MILITARES COMBATENDO O GOVERNO DO NEOFASCISTA BOLSONARO!
Há 44 anos, no dia 25 de outubro de 1975, era assassinado pela ditadura militar o
jornalista iugoslavo de origem judaica e naturalizado brasileiro, Vladimir
Herzog. Logo após o golpe de 1964, o nome de Vladimir Herzog passou a constar
das listas do DOPS, entre jornalistas considerados inimigos do regime, pois
assinara, em 1965, um manifesto de intelectuais contra as perseguições
políticas. Contratado por três anos pela BBC, em junho de 1966, deixou o país
rumo à Inglaterra, seguido por Clarice em dezembro do mesmo ano. Lá, onde Vlado
trabalhou até o final de 1968, nasceram os filhos Ivo e André. Mesmo com a
decretação do AI-5, decidiu por retornar ao Brasil quando seu contrato com a TV
estatal inglesa terminou. Foi trabalhar na produção de comerciais em uma
agência de publicidade e, em 1970, virou freelancer na Revista Visão,
tornando-se depois seu editor de cultura. Em 1973, Vlado foi convidado a
integrar a equipe de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, mas a experiência
terminou em dezembro de 1974, após muitas pressões contra o “bando de subversivos”
que buscavam renovar o formato dos noticiários, apesar de toda censura. Vlado
dedicou-se a roteiros de cinema (um documentário sobre Canudos e o filme
Doramundo, de Geraldo Ferraz), deu aulas na Escola de Comunicação e Artes da
USP, teve passagem relâmpago pelo jornal Opinião e decidiu entrar para o PCB,
na célula dos jornalistas da revista Visão. Dizia, com certo grau de humor, ter
optado pelo Partido Comunista por entender que somente duas organizações
nacionais tinham condições de derrotar a ditadura: a Igreja Católica e o PCB.
Reforçou sua opção pelo PCB o fato de o partido não ter optado à época pela
luta armada. Entretanto, a tática adotada pelos comunistas não impediu o
massacre que veio a seguir, do qual o próprio Vlado seria vítima, ao aceitar o
convite para retornar à TV Cultura, assumindo a direção do Departamento de
Jornalismo. Herzog se apresentou espontaneamente às instalações do DOI-CODI, no
dia 24 de outubro de 1975. O local funcionava dentro do quartel-general do II
Exército, em São Paulo. Foi lá para “prestar esclarecimentos” sobre suas
“ligações e atividades criminosas” por sua ligação com o PCB que não tinha
aderido a luta armada... e nunca saiu. No local, foi torturado e morto. O
DOI-CODI, onde Herzog foi morto, foi comandado pelo Coronel Carlos Alberto
Brilhante Ustra, saudado por Bolsonaro no Congresso Nacional, em abril de 2016,
quando votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
LEVANTES NA AMÉRICA LATINA: BOLSONARO TENCIONA UTILIZAR O “ARTIGO 142” CASO OCORRAM MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL, PORÉM O MELHOR RECURSO CONTRA A REVOLTA DAS MASSAS AINDA É A POLÍTICA DA FRENTE POPULAR...
Em sua recente viagem à Ásia (Japão e China) o presidente neofascista Jair Bolsonaro declarou para a mídia corporativa que: “Caso houver no Brasil manifestações radicais como as que estão acontecendo na América Latina, as Forças Armadas estão preparadas para agir”. O capitão energúmeno também aventou a possibilidade de utilizar o "artigo 142" da Constituição Federal para restabelecer a “ordem com a utilização das Forças Armadas nas ruas”. Ainda segundo o estúpido admirador do carniceiro Pinochet: “Esses manifestantes dos países latinos pretendem recolocar a esquerda no poder e atacar os Estados Unidos.” Poderia até ser risível tamanha idiotice, porém a questão é mais grave do que uma mera “diarréia verbal” do neofascista. O “artigo 142” representa um recurso draconiano que inclusive cogita a possibilidade de um golpe militar, mas também pode ser utilizado como repressão política e violência contra a população negra, pobre e trabalhadora. Sua inclusão foi imposta pela cúpula militar e pelo “Centrão” durante a constituinte de 87, que longe de ser soberana, foi tutelada pelo alto comando das FFAA. O “artigo 142” incluído na redação final da Constituição de 1988, preservou os privilégios dos militares, garantiu a impunidade dos torturadores, e principalmente gerou um mecanismo para acionar o braço armado da burguesia para defender o regime capitalista em situações de instabilidade política e institucional. Porém o mais eficaz recurso da burguesia nacional para manter a “ordem social” e a estabilidade do regime bonapartista vigente, ainda vem sendo a colaboração da política de conciliação de classes da Frente Popular. A “camisa de força” que o PT e a CUT impõe ao movimento de massas, espraiando as ilusões do “mundo melhor” com a realização das eleições de 2022 e o possível retorno de Lula ao Planalto, é a verdadeira barreira de contenção para que não “exploda” no Brasil gigantescas mobilizações populares contra o “desmonte” e o “ajuste” que o governo neofascista vem descarregando nos ombros do proletariado e da juventude.
Em sua recente viagem à Ásia (Japão e China) o presidente neofascista Jair Bolsonaro declarou para a mídia corporativa que: “Caso houver no Brasil manifestações radicais como as que estão acontecendo na América Latina, as Forças Armadas estão preparadas para agir”. O capitão energúmeno também aventou a possibilidade de utilizar o "artigo 142" da Constituição Federal para restabelecer a “ordem com a utilização das Forças Armadas nas ruas”. Ainda segundo o estúpido admirador do carniceiro Pinochet: “Esses manifestantes dos países latinos pretendem recolocar a esquerda no poder e atacar os Estados Unidos.” Poderia até ser risível tamanha idiotice, porém a questão é mais grave do que uma mera “diarréia verbal” do neofascista. O “artigo 142” representa um recurso draconiano que inclusive cogita a possibilidade de um golpe militar, mas também pode ser utilizado como repressão política e violência contra a população negra, pobre e trabalhadora. Sua inclusão foi imposta pela cúpula militar e pelo “Centrão” durante a constituinte de 87, que longe de ser soberana, foi tutelada pelo alto comando das FFAA. O “artigo 142” incluído na redação final da Constituição de 1988, preservou os privilégios dos militares, garantiu a impunidade dos torturadores, e principalmente gerou um mecanismo para acionar o braço armado da burguesia para defender o regime capitalista em situações de instabilidade política e institucional. Porém o mais eficaz recurso da burguesia nacional para manter a “ordem social” e a estabilidade do regime bonapartista vigente, ainda vem sendo a colaboração da política de conciliação de classes da Frente Popular. A “camisa de força” que o PT e a CUT impõe ao movimento de massas, espraiando as ilusões do “mundo melhor” com a realização das eleições de 2022 e o possível retorno de Lula ao Planalto, é a verdadeira barreira de contenção para que não “exploda” no Brasil gigantescas mobilizações populares contra o “desmonte” e o “ajuste” que o governo neofascista vem descarregando nos ombros do proletariado e da juventude.
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
PC CHILENO NÃO COGITA SEQUER O “FUERA PIÑERA” APOSTANDO NA “UNIDAD
NACIONAL” PARA MANTER O GOVERNO MORIBUMDO DO PINOCHETISTA: ROMPER COM A POLÍTICA
DE CONCILIAÇÃO DE CLASSES DA FRENTE POPULAR RUMO À TOMADA DO PODER PELOS
TRABALHADORES!
No pico da crise do regime burguês chileno, com as massas
nas ruas desrespeitando o toque de recolher e aderindo em peso à Greve Geral de
48hs convocada pela CUT, o PC lançou um comunicado vergonhoso em que longe de
chamar o “Fuera Piñera” como um eixo mínimo para questionar o conjunto das decrépitas instituições burguesas tratou de apostar na realização de uma “mesa de unidad
nacional” com o governo neoliberal. Mais uma vez, como no Equador onde a
direção da CONAIE pactuou um acordo traidor com Lenin Moreno, agora no Chile o
PC declara “Hasta hoy, el gobierno ha excluído y ha marginado al mundo social y
popular. Llegó la hora que, de verdad, escuche a las mayorías nacionales”. Em
resumo, o PC convoca o governo assassino de Piñera a ser progatonista de um
pacto social, inclusive apresentando a convocação de uma “Nueva constitución
política, vía asamblea constituyente” auspiciada pelo chacal pinochetista, que
não deve renunciar na medida que o comunicado emitido pelo PC não conclama essa
demanda elementar para o povo em luta.
CRISE NA BOLÍVIA: PARTIDO OBRERO REVOLUCIONÁRIO SOMANDO COM A INSURREIÇÃO DA DIREITA “PARA DERRUBAR EVO MORALES”...
As eleições presidenciais na Bolívia que ocorreram no último
domingo (19/10) desataram uma grave crise política no país. O presidente Evo
Morales tentou o quarto mandato consecutivo, porém para conseguir este
verdadeiro “feito” em plena América Latina sob a ofensiva neoliberal do
imperialismo, teve que passar por cima de uma consulta popular e posteriormente
da própria constituição nacional do país. Toda essa “empreitada” não seria
possível e relativamente tranquila no seio da classe dominante sem que a Casa
Branca desse o aval para a continuidade do governo do MAS, em função dos vários
acordos comerciais firmados entre o neoliberal Evo e o ultrarreacionário Donald
Trump. Como já temos publicado em artigos anteriores no nosso Blog, o resultado
eleitoral ainda está indefinido, o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral), controlado
por Morales, vem mudando os boletins da apuração a cada dia, ao sabor da
própria conjuntura política surgida após o escrutínio de domingo. Com a
apuração quase terminada, primeiro o TSE anunciou uma diferença entre Evo e
Carlos Mesa (candidato da oposição mais votado) por volta de 5% a favor de Evo,
o que implicaria na realização de um segundo turno. Depois o próprio TSE
divulgou uma diferença de 10%, o que anularia a necessidade de um novo turno
eleitoral, para nas últimas horas frente aos fortes protestos desencadeados
pela oposição de direita, declarar que a diferença percentual em benefício do
candidato do MAS não atingia a marca dos 10%.
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
49 ANOS DA MORTE DO “COMANDANTE TOLEDO” DA ALN: JOAQUIM CÂMARA FERREIRA, HEROI DO POVO BRASILEIRO, VÍTIMA DOS FASCISTAS DA DITADURA MILITAR!
Conhecido como “Comandante Toledo” ou o “Velho”, Joaquim
Câmara Ferreira foi um dos principais dirigentes da ALN ao lado de Carlos
Marighela. Entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1933.
Jornalista, dirigiu diversos periódicos do partido e, em 1937, quando Getúlio
Vargas instaurou o Estado Novo, passou a atuar de forma clandestina. Esteve por
vários anos preso, tendo sido torturado pelo Departamento de Ordem Política e
Social (Dops) paulista. Foi submetido a pau de arara, palmatória, afogamentos.
Também enfiaram farpas de bambu embaixo de suas unhas, que foram
definitivamente arrancadas. Durante as décadas de 1940 e 1950 esteve à frente
da imprensa do PCB em São Paulo. Depois da anistia, em 1945, e da legalidade do
PCB, Câmara se tornou um dos principais dirigentes do partido em São Paulo. Em
1948, viajou para a União Soviética para realizar estudos sobre política. Em
1964, foi preso pelos órgãos policiais por realizar uma palestra para operários
em São Bernardo do Campo, sendo libertado pouco depois. Foi condenado pela
ditadura militar a dois anos de reclusão. Rompido com o PCB, durante a ditadura
militar, foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional (ALN). Em 1967, foi
um dos principais signatários do “Manifesto do Agrupamento Comunista de São
Paulo” – que se tornou o embrião da ALN. Era considerado o número dois da ALN e
participou diretamente da captura do embaixador norte-americano Charles Burke
Elbrick, em setembro de 1969, que garantiu a libertação de 15 presos políticos.
SENADO APROVA A REFORMA NEOLIBERAL DA PREVIDÊNCIA: O “POVO BRASILEIRO NÃO QUIS LUTAR” OU AS DIREÇÕES DO PT E DA CUT SABOTARAM A RESISTÊNCIA AO ATAQUE DE BOLSONARO?
Acaba de ser aprovada no Senado a reforma neoliberal da
previdência, um duro ataque as conquistas e direitos dos trabalhadores. Não por
acaso, vem circulando na blogosfera ligada à Frente Popular (PT, PSOL, PCdoB,
CUT) e nas redes sociais ligada ao petismo que grande parte da responsabilidade
por essa derrota seria porque “o povo brasileiro não quis lutar”. Este cínico
“argumento” ganhou força diante das manifestações no Equador e Chile contra o
aumento de tarifas públicas de transporte e combustíveis que provocaram
verdadeiros levantes populares nos países irmãos enquanto no Brasil a reforma
neoliberal passou pelo parlamento sem luta. Os arautos dessa “teoria”
distracionista tem um objetivo preciso: limpar a cara das direções da Frente
Popular que sabotaram a luta contra o ataque de Bolsonaro desde o primeiro
momento. Enquanto a CUT não mobilizou suas bases para convocar uma Greve Geral
por tempo indeterminado quando o projeto ainda estava engatinhando na Câmara
dos Deputados, o PT e seus governadores negociavam emendas à proposta
apresentada pelo representante dos rentistas, o Ministro Paulo Guedes.
terça-feira, 22 de outubro de 2019
POLÊMICA SOBRE O “RETORNO DA LUTA DE CLASSES”? MAS ELA ALGUM DIA DEIXOU DE POVOAR O CENÁRIO MUNDIAL... SEGUNDO OS REVISIONISTAS, DE VEZ EM QUANDO, A LUTA DE CLASSES “TIRA FÉRIAS”...
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS BOLÍVIA COM DOIS RESULTADOS E UMA
ÚNICA CERTEZA: EVO GOVERNA COMO UM REFÉM DA BURGUESIA
As eleições presidenciais da Bolívia que ocorreram no último
domingo (20/10) ainda estão com seu resultado aberto até a manhã desta
terça-feira. O Conselho Eleitoral da Bolívia atualizou sua contagem preliminar
de votos, após uma inexplicável pausa de quase 24 horas desencadear protestos
da oposição ao governo Evo Morales e pedidos de ingerência a observadores
internacionais e organismos estrangeiros para que a apuração fosse retomada
para garantir a “transparência” dos resultados. Com um pouco mais 95% dos votos
apurados, o presidente Evo Morales tinha pouco mais de 46% e seu principal
opositor, Carlos Mesa (Comunidade Cidadã), 37%, mostrando Morales ampliando bem
sua vantagem inicial de 5%, mas ainda sem a vantagem de 10 pontos necessária
para evitar um segundo turno com Mesa em dezembro próximo. Porém como a posse
de outros dados do TSE, que davam uma diferença de 10,1% sobre Mesa, vários
meios jornalísticos oficiais ligados ao governo Morales já anunciaram que não
haverá segundo turno, e a reeleição do atual presidente estava assegurada, o
que gerou uma avalanche de atos violentos da oposição nas principais cidades do
país, a região de Santa Cruz proclamou uma greve geral caso o TSE declare a
vitória do MAS. Waldo Albarracín, líder do Conade, uma organização civil da
direita, “alertou” que o governo Evo está gerando um clima de instabilidade,
afirmando que “se uma guerra civil ocorrer neste país, é de responsabilidade do
governo”.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
PIÑERA DECLARA GUERRA AOS EXPLORADOS: É HORA DE CONVOCAR A
GREVE GERAL! PC E CUT DEVEM ROMPER COM A SOCIAL-DEMOCRACIA, ORGANIZAR OS
CORDÕES OPERÁRIOS PARA DERRUBAR O PINOCHETISTA ASSASSINO E TOMAR O PODER!
Após três jornadas de intensos protestos em diferentes
lugares do Chile, que até agora deixaram pelo menos 11 mortos, o chacal
Sebastián Piñera declarou: “Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, que
está disposto a usar a violência sem nenhum limite... Estamos muito conscientes
de que os autores dos distúrbios têm um grau de organização e de logística
próprios de uma organização criminosa”. Trata-se de uma farsa montada pelo
pinochetista para impor o terrorismo de Estado, com seu toque de recolher e o
estado de exceção. Apesar do governo ter revogado o aumento das passagens de
metrô, medida que havia desencadeado os protestos, as mobilizações não
cesssaram, estando colocado na ordem do dia a convocação de uma Greve Geral
para unificar todos os trabalhadores e a juventude em luta pela derrubada do
governo neoliberal. Longe de impulsionar a luta direta contra o facínora, o ex-presidente
pelo PS e atual senador Ricardo Lagos fez um apelo pelo “diálogo” afirmando “Presidente
Sebastián Piñera, não assuste os cidadãos! Não estamos em guerra. Enfrentamos
uma crise política, mal gerida pelo Governo, cujo pano de fundo é a
desigualdade. Estas declarações não ajudam a criar um clima de entendimento”.
Como se observa trata-se da mesma política que a CONAIE utilizou no Equador,
levando a derrota do movimento. Todos os partidos da velha “Concertación” e do
pacto de “transição” com os genocidas propõem um diálogo com o governo.
domingo, 20 de outubro de 2019
HÁ OITO ANOS DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELA OTAN E SEUS “REBELDES”: A “REVOLUÇÃO ÁRABE” SAUDADA PELOS REVISIONISTAS DO TROTSKISMO IMPÔS A BABÁRIE SOCIAL NA LÍBIA
Neste domingo (20/10) completa-se oito anos que o líder
nacionalista líbio Muammar Kadaffi foi assassinado a sangue frio perante as
câmeras da mídia “murdochiana” mundial e com o consentimento dos países
imperialistas que participaram da campanha de rapina antilíbia de 2011. Uma
guerra civil que se iniciou no momento de sua morte e continua há cinco anos
arruinando a economia e retrocedendo as condições de vida da população aos
níveis dos países mais miseráveis da África. Kadaffi tombou em combate resistindo
à ofensiva por terra dos “rebeldes” apoiados pelos bombardeios da OTAN na Líbia
pelo ar. Em sua homenagem reproduzimos abaixo o artigo histórico lançado pelo
BLOG da LBI poucas horas depois da morte do dirigente líbio. As imagens
filmadas dos últimos momentos de vida de Kadaffi mostram o combatente capturado
na mão dos “rebeldes”, sendo sumariamente executado após exigir o direito
universalmente constituído de um prisioneiro de guerra. A mídia burguesa e os
revisionistas do trotskismo (LIT, UIT, PCO, PO, CIT) em êxtase logo disseram na
época que não teria sido a OTAN a responsável pela morte de Kadaffi, mas sim os
próprios “bravos rebeldes” já que as imagens não mostram nenhum destacamento da
aliança ocidental em ação. Imaginem que um comboio de quase 200 homens armados
sob o comando de Kadaffi poderia ter sido capturado por poucas dezenas de
“rebeldes” bêbados e ainda por cima só ter restado como prisioneiro unicamente
Kadaffi e seu filho Mutassim. Na verdade, o comboio militar em que se
encontrava o coronel Kadaffi buscava se reposicionar nos arredores de Sirte, na
tentativa de aliviar os pesados bombardeios dos caças da OTAN que já duravam
quase dois meses ininterruptos, castigando impiedosamente toda a população
civil. Nesta manobra tática o comboio foi duramente atingindo por mísseis de
alta precisão da OTAN, obrigando os combatentes a se entrincheirarem fora dos
carros, travando uma encarniçada batalha contra as tropas em terra da OTAN e
seus “rebeldes”, que durou várias horas. Em franca desvantagem bélica e
possivelmente já com pouca munição, as forças da resistência, reduzidas a cerca
de 80 combatentes, foram capturadas, sendo entregues aos bêbados “rebeldes” que
trataram de trazer para si o mérito do linchamento covarde, como num passe de
mágica onde encontraram Kadaffi escondido em um bueiro. Passados oito anos, a
destruição de todos os monumentos anti-imperialistas na Líbia, um símbolo da
era Kadaffi pelos “rebeldes” que usaram uma bandeira monarquista e se vestiam
com camisetas e bonés com símbolos ianques, foram um péssimo presságio da etapa
que estamos atravessando que tem na Venezuela, Hong Kong e Síria como seus
alvos atuais. Episódios similares assistimos na destruição das estátuas de
Lenin, na época da queda contrarrevolucionária da URSS, quando se abriu um
período de reação em toda linha. A vanguarda da classe operária deve abstrair
todas as ácidas lições da atual etapa histórica, onde o proletariado mundial
acumula uma série de graves derrotas em função da ausência de uma direção
genuinamente revolucionária. Por esta razão, apoiamos a frente única entre
Putin-Assad na Síria para que não façam deste país uma “nova” Líbia, assim como
estamos no campo militar de Maduro contra as investidas de Trump e Bolsonaro.
Lembremos que em 2011 os falsários do Leninismo que hoje se dizem
"defensores da Síria" como o PCO integravam um "Comitê
Antiimperialista" com a CST e O Trabalho, os mais canalhas revisionistas
apoiadores dos "rebeldes", chegando a votar contra nossa proposta de
se estabelecer uma frente única com Kadaffi para derrotar da OTAN e seus
"rebeldes" mercenários, opondo-se a lutar pela vitória militar da
Líbia! Honrando a resistência que Kadaffi empreendeu antes de ser morto, a LBI
se postou neste campo militar e político para fortalecer a luta anti-imperialista
e contra seus “rebeldes” pró-OTAN (cinicamente apresentados como
revolucionários pelos revisionistas do trotskismo). Nesta trincheira de combate
internacionalista forjamos a construção de uma alternativa revolucionária para
os trabalhadores que vá além de suas direções burguesas!
sábado, 19 de outubro de 2019
BARCELONA EM LUTA! NÃO À PRISÃO POLÍTICA DOS 9 LÍDERES PELA
INDEPENDÊNCIA DA CATALUNHA!
Cerca de 525 mil manifestantes participaram dos protestos nesta sexta (18.10), contra a condenação à prisão dos 9 líderes do movimento de
independência de 2017. A região amanheceu com uma greve geral e rodovias
bloqueadas. Desde o início das mobilizações na segunda-feira (14), mais de 110
pessoas foram presas. A Suprema Corte da Espanha condenou nove líderes da
tentativa frustrada de independência da Catalunha a penas de prisão que vão de
9 a 13 anos. A Catalunha, habitada por 7 milhões de pessoas e onde encontra-se
a importante cidade de Barcelona, reivindica a separação e a formação de um
“Estado nacional”. Essa reivindicação “uniu” todas as classes sociais da região,
ainda que entre estas existam interesses completamente opostos e
irreconciliáveis. A punjante burguesia catalã deseja fazer seus negócios
independente do combalido Estado Espanhol. Por sua vez, o proletariado e as
camadas médias (pequena-burguesia) se movem em função tanto de sua identidade
cultural como na esperança de verem-se em melhores condições de enfrentar a
crise econômica que assola o conjunto da Espanha e a própria Europa. O direito
democrático a separação da Catalunha é uma reivindicação que dever ser apoiada
pelos Marxistas Revolucionários, ainda que no curso dessa luta devemos levantar
bandeiras e consignas próprias da classe operária, que superam a simples defesa
de um novo “Estado nacional”.
CHILE URGENTE: ABAIXO PIÑERA E SEU ESTADO DE EXCEÇÃO! TODO APOIO A LUTA DOS TRABALHADORES E ESTUDANTES! POR UMA ALTERNATIVA DE PODER REVOLUCIONÁRIO DOS EXPLORADOS!
Os trabalhadores e a juventude chilena estão nas ruas da
capital Santiago para enfrentar o ataque neoliberal do governo Sebatián Piñera. Este capacho do FMI aumentou o valor do bilhete do metrô de
Santiago nos horários de pico. Milhares de pessoas se organizaram durante a
semana para ocupar as estações e protestar contra o aumento. Frente a reação
popular o presidente chileno declarou estado de emergência neste sábado (19). “Declarei
estado de emergência nas províncias de Santiago e Chacabuco e nos municípios de
Puente Alto e San Bernardo na região metropolitana” anunciou o herdeiro do
Pinochetismo. Trabalhadores, passageiros e, principalmente, estudantes se
organizaram para fazer os chamados “catracaços”, que consistem em aglomerações
em diferentes estações de metrô para correr e pular as catracas, evitando
pagamento. Os atos massivos fizeram o direitista Piñera reprimir os
manifestantes usando as forças policiais, colocou tanques de guerra nas ruas e
militares “patrulham” a cidade nessa madrugada de sexta para sábado. É necessário organizar a
resistência ao ataque neofascista de Sebatián Piñera. Desgraçadamente o PS e o
PC apostam apenas no desgaste eleitoral da direita visando a disputa eleitoral
que se avizinha. Faz-se necessário a convocação imediata da Greve Geral por
tempo indeterminado de todas as categorias não só para barrar o aumento do
metrô mas para colocar abaixo o governo neoliberal de Piñera, o que exige a
superação da política de colaboração de classes da Frente Popular!
106 ANOS DO NASCIMENTO DE VINICIUS DE MORAES: NO COMBATE AO
SOMBRIO NEOFASCISMO QUE AVANÇA NO BRASIL DEFENDER A VIDA E OBRA DE NOSSO “POETA
DO POLITICAMENTE INCORRETO” É UMA OBRIGAÇÃO REVOLUCIONÁRIA!
“Breve consideração a margem do ano assassino de 1973
Que ano mais sem critério esse de 73,
Levou para o cemitério três Pablos de uma só vez,
Três Pablões... não três Pablinhos, no tempo como no espaço
Pablos de muitos caminhos... Neruda, Casals, Picasso
Três Pablos que se empenharam contra o Fascismo espanhol!
Três Plablos que muito amaram... Três Pablos cheios de Sol!”
Três Plablos que muito amaram... Três Pablos cheios de Sol!”
Neste 19 de outubro, há exatos 106 anos, Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes debutava em nosso mundo. Nascido em 1913 no seio de uma família de músicos do bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, Vinicius de Moraes, o “Poetinha”, assim carinhosamente chamado por seus amigos, ele merece ser homenageado como sinônimo de resistência cultural nestes tempos sombrios de retrocesso político e ideológico que se aprofunda com o governo do neofascita Bolsonaro ao Planalto. Inveterado boêmio, foi na noite que conheceu seus principais parceiros de música, de copo, teatro, paixões, amores e onde aperfeiçoou seus dotes poéticos mais líricos. Desde criança demonstrou grande habilidade para as letras e a música, tanto que aos dez anos já participava do coral da escola e começa a montar pequenos escretes teatrais. Em 1930 ingressa na Faculdade de Direito do Catete, para a qual dizia não ter a menor vocação, porém teve a oportunidade de conhecer o escritor Otavio Faria que lhe formou para o mundo das artes literárias e travou conhecimento com os “modernistas” Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade e até Plínio Salgado que também fazia parte do movimento. Neste ínterim, atuou como censor cinematográfico, crítico de cinema sob a companhia de Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Afonso Arinos de Melo Franco. Em 1943 foi aprovado em concurso para o Ministério das Relações Exteriores, sendo empossado embaixador em Los Angeles, onde exerceu o cargo por quatro anos. Pouco depois foi deslocado para Paris, período mais profícuo para desenvolver o trabalho de... poeta! Os anos 50 marcaram o “debut” de sua veia musical mais aprofundada ao conhecer um jovem pianista em suas “andanças” pelos cabarés e noites cariocas, Tom Jobim. Na década seguinte, sua singeleza musical chamou a atenção de gênios da música do quilate de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Baden Powell, ... No entanto, após o golpe militar contrarrevolucionário de 1964 foi afastado do Itamaraty com a criação do AI-5 sob o estapafúrdio argumento de que sua “vida boêmia era incompatível com a carreira diplomática”, o que na verdade implicava a deculturação do país imposta a ferro e fogo pelo regime gorila. A trajetória de vida de Vinicius de Morais marcou o auge da produção artística no Brasil, dos anos 50 aos 80, mas após a queda do Muro de Berlim e da URSS, o imperialismo e sua mídia venal trataram logo de esmagar as tradições culturais de raiz, impondo não só a barbárie no campo social como no âmbito das artes em todo o planeta.
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
PRISÃO NÃO MUDA PROGRAMA REFORMISTA: LULA QUER DE VOLTA
GOLPISTAS E NEOLIBERAIS QUE VOTARAM A FAVOR DAS (CONTRA) REFORMAS IMPOSTAS
PELOS RENTISTAS...
A verdadeira lenda criada por setores do PT e seguida
cinicamente pelo PCO (Partido Coberto de Oportunismo), de que a prisão injusta e
arbitrária teria alterado o pensamento político reformista e conciliador de
Lula, não se sustenta pela própria boca do maior líder do PT. Não faz muito
tempo que Lula, desde o seu cárcere na “República de Curitiba”, defendeu que os
dirigentes do PT participassem da reunião do movimento “Direitos Já”, uma
tentativa de formar uma Frente Ampla com lideranças do PSDB, REDE, PSB,PDT
etc.., justamente com setores que apoiaram o golpe e a retirada dos direitos
históricos da classe trabalhadora. Porém agora o nosso “ex-presidente
metalúrgico” conseguiu superar sua própria apologia da colaboração de classes,
declarando que está de braços abertos para o retorno da socialite neoliberal
Marta Suplicy ao PT. Em declaração ao portal da UOL, Lula disse que: “Se a
Marta quiser, deve voltar ao PT, ela tem relação com todo mundo e ainda
continua sendo a prefeita mais bem avaliada de São Paulo". Lula também
acenou com a oferta da legenda do PT para que a golpista disputasse a
prefeitura da capital paulista no ano que vem, sem que ao menos passar pelo
crivo da militância de base do partido. Como Marxistas Leninistas, realmente
sabemos muito bem que convicção classista não se adquire pelo fato de se estar
encarcerado ou não, Lula sempre foi uma liderança contrarrevolucionária,
pregando políticas compensatórias para “suavizar” a crise capitalista que recai
sobre as costas dos trabalhadores. Em suas duas gerências estatais,
beneficiadas por um ciclo de expansão econômica mundial, tratou de induzir a
acumulação de capital aos rentistas, enquanto distribuía para o proletariado as
“migalhas” que sobravam no banquete financeiro da burguesia nacional. Quando a
“festa” do mercado acabou e “estourou” a bolha de crédito internacional, a
classe dominante tupiniquim deu as costas ao PT, patrocinou um golpe contra o
governo da Frente Popular e encarcerou o próprio Lula, cretinamente em nome da
“ética na política” brasileira. Mas Lula não quer (não pode) entender este
“processo”, simplesmente porque é refém programático da estratégia da Social
Democracia e seu “ Welfare State”. Continuamos a defender intransigentemente a
libertação imediata de Lula das garras dos bandidos da famigerada Lava Jato,
porém estamos na linha de frente para combater a nefasta ilusão de “melhorar o
capitalismo com a adoção de políticas públicas”. Estamos na trincheira da
revolução socialista, e não será uma “boquinha” na sombra da frondosa árvore do
Estado Burguês que nos fará mudar nosso norte programático.
REINA A PAZ EM QUITO: CAPITULAÇÃO DA CONAIE DEIXOU MORENO
IMPUNE COM AS MÃOS SUJAS DE SANGUE...
Depois de quase duas semanas de heroicas mobilizações no
Equador que deixaram o governo do entreguista Lenin Moreno literalmente suspenso
no ar, a paz para a burguesia voltou a reinar em Quito. A direção da CONAIE
pactuou um acordo traidor com o presidente “vende pátria”, que na ânsia de
aplicar o ajuste ditado pelo FMI ordenou a morte de dezenas de lutadores. Longe
de convocar a tomada do poder pelos trabalhadores e indígenas, a CONAIE apostou
com o “diálogo” com o facínora traidor, sustentando o governo neoliberal até 2021
para então apresentar a candidatura de seu dirigente, Jaime Vargas ou mesmo
apoiar o nome do ex-presidente Rafael Correa. Essa conduta vergonhosa é uma
prova evidente da ausência de uma direção revolucionária para as massas
equatorianas. Depois que Moreno anunciou a revogação do Decreto 883, o chamado
“Paquetazo” que aumentou em mais de 130% os preços dos combustíveis no país, os
dirigentes da CONAIE, em uma escandalosa confissão de traição à heroica luta
indígena, operária e popular, afirmaram que “As mobilizações em todo o Equador
são encerradas e nos comprometemos em restaurar a paz no país”. Apesar do Decreto
883 ter sido derrubado pelas massas, o governo burguês e as lideranças conciliadoras
concordaram em criar um novo decreto mediado pelo ONU, que também é uma imposição
do FMI para que novas reformas econômicas neoliberais sejam feitas. Nesse
sentido continuou a redução de salários e terceirização do trabalho, enfim,
preservou-se o governo assassino e parcialmente seus ataques, quando seria
possível impor um governo das organizações operárias, populares e indígenas por
fora da democracia dos ricos e sem respeitar o circo eleitoral de 2021.
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