GREVES “PIPOCAM” NO REINO UNIDO: 100 MIL TRABALHADORES DOS CORREIOS (ROYAL MAIL) CRUZAM OS BRAÇOS EM RADICAIZADA PARALISAÇÃO GERAL POR AUMENTO SALARIAL
Mais de 100.000 trabalhadores da antiga empresa postal estatal do Reino Unido, Royal Mail, entraram em greve nesta manhã de sexta-feira (26.08), para protestar contra suas condições salariais, uma das maiores greves deste verão até hoje. O sindicato CWU confirmou hoje a paralisão geral após uma rodada de assembleias de base bastente radicalizadas. O Sindicato dos Trabalhadores da Comunicação, que agrupa aquele sindicato, indicou que os seus membros vão cumprir a medida de força para "um aumento salarial digno e adequado" depois de ter votado a favor por maioria de 97,6% no início de agosto. A greve seguida por mais greves na quarta-feira, 31 de agosto, quinta-feira, 8 de setembro e sexta-feira, 9 de setembro. O sindicato observou que um aumento salarial de 2% foi imposto aos trabalhadores, apesar de serem classificados como trabalhadores essenciais durante a pandemia de coronavíru. Essa luta deve ter a solidariedade de todos os trabalhadores do mundo e aponta o caminho da luta direta para colocar em cheque os governos capitalistas, rompendo a paralisia imposta pelas direções sindicais, como impõe a CUT aqui no Brasil em função do circo eleitoral da democracia dos ricos.
"Em um clima econômico em que a inflação deve subir para 18% até janeiro de 2023, a imposição (desse aumento) levará a uma redução dramática nos padrões de vida dos funcionários", disse um porta-voz do sindicato. O secretário-geral da CWU, Dave Ward, previu uma "tremenda unidade de trabalhadores em vilas e cidades de todo o país".
Ward destacou que esses funcionários “não podem continuar
vivendo em um país onde os gerentes lucram bilhões enquanto seus funcionários
são forçados a recorrer a bancos de alimentos”.
Neste momento existem vários sectores laborais no país que
apoiam as greves como rejeição das suas condições salariais, que consideram
insuficientes, sobretudo tendo em conta o contexto de crise devido ao aumento
vertiginoso do custo de vida.
É o caso dos 2.000 estivadores do porto inglês de Felixtowe
- onde se gere grande parte do tráfego nacional de contentores - que estão
desempregados há cinco dias. O setor ferroviário e o metrô de Londres também
entraram em greve.