LAWFARE PORTENHO, CRISTINA KIRCHNER É O ESPELHO DE LULA:
CEDEM AO IMPERIALISMO E DEPOIS SÃO ATACADOS EM UM CICLO VICIOSO DE REABILITAÇÃO
POLÍTICA
A perseguição política e judicial contra Cristina Kirchner parece ser retirada do mesmo "manual de direito made in USA" com o qual Lula foi condenado e preso pela famigerada Operação Lava Jato, que contou inicialmente com o apoio da ex-presidente Dilma.No entanto, as condições políticas para aplicá-lo não são as mesmas no Brasil de ontem e na Argentina de hoje.
O recente pedido de uma sentença de 12 anos de prisão contra Cristina Fernández produziu uma reviravolta política na Argentina. O procurador Diego Luciani, que a acusa no caso conhecido como "Vialidad", também pediu a desqualificação perpétua do ex-presidente para exercer cargos públicos.
A história recente do nosso continente torna inevitável a comparação com o que aconteceu no Brasil, onde o ex-presidente Lula, até então líder nas pesquisas, foi condenado e afastado na última eleição presidencial, para dar o lugar ao neofascista Bolsonaro.
A comparação política, para dizer a verdade, é promovida por seus próprios protagonistas. A própria Cristina a estabeleceu: ela e o líder do PT supostamente seriam ambos "líderes populares" que, incapazes de serem derrotados pela oposição de direita nas urnas (pelo menos não de forma duradoura), procuram derrotá-los eleitoralmente por meio de "Lawfare", ou seja, perseguição política por meio de processos judiciais arbitrários relacionados a casos de corrupção estatal.
Lula foi sentenciado e preso e depois, por decisão do STF, foi solto e reabilitado. Hoje ele é a principal aposta do imperialismo para ocupar a presidência do Brasil nas próximas eleições de outubro. E não por ironia da história é o golpista Bolsonaro que agora teme a prisão após sua derrota eleitoral. Acontece que este ciclo de alternância entre a esquerda burguesa e a direita conservadora para gerenciar o Estado capitalista é somente um instrumento da governança global do capital financeiro para manter sua dominação e conter os processos revolucionários diante do colapso do modo de produção capitalista.
Mesmo com todas as divergências que tem com o neoliberalismo descarado do PT, a vice-presidente da Argentina gostaria de estar no lugar que Lula está hoje. Como um falso “esquerdista” anteriormente perseguido pela Casa Branca e que apesar de tudo, conseguiu “dar a volta por cima” e recuperar seu capital político junto ao imperialismo ianque, estando a caminho de seu “triunfante” retorno ao Palácio do Planalto.