segunda-feira, 15 de agosto de 2022

CONLUTAS E INTERSINDICAL SE TRANSFORMARAM EM APÊNDICES DA CUT: NEOPELEGOS RECORREM AO FANTASMA DO “GOLPE” PARA DEFENDER FARSESCO SISTEMA ELETORAL BURGUÊS

A CSP-Conlutas e a Intersindical se transformaram em apêndices da CUT e do PT. No seu manifesto conjunto afirmam que “Nos somamos às iniciativas de organização da luta classista junto ao conjunto das trabalhadoras e trabalhadores e suas organizações nos locais de trabalho e nas ruas contra as ameaças golpistas”. Trata-se de um cópia fiel do discurso da CUT, saindo em defesa das carcomidas instituições burguesas e do sistema eleitoral fraudulento controlado pelo neofascista Alexandre de Moraes!

O manifesto conjunto afirma, em uma prova de auto-desmoralização, que "embora a burguesia se coloque contra um golpe, incluindo até o imperialismo dos EUA, há todo um setor que faz corpo mole e que também não fará muita coisa contra ele. Afinal, o que importa é seguir lucrando, seja como for.". 

Em resumo, da Conlutas-Intersindical a Casa Branca, passando pelo grosso da burguesia e o PT, todos condenam Bolsonaro e usam esse espantalho reacionário para justificar apoio a Lula, seja no 1º ou no 2 turno!

Segundo essas centrais neopelgas “Sabemos que Lula e Bolsonaro não são a mesma coisa. Bolsonaro defende a implantação de uma ditadura no país e não se pode subestimar a importância de derrotá-lo.” (Contribuição do PSTU para o debate de Programa no Polo). 

Essa posição em si revela toda a política de capitulação a Frente popular por parte da direção nacional do PSTU que vem usando o “polo” para ter um peso político maior em sua integração à ampla frente eleitoral em torno de Lula. Desta forma, o PSTU prepara o apoio prático a Lula (apesar do discurso formal “crítico”) para derrotar Bolsonaro nas urnas.

Lembremos que o PSTU adotou em 2018, com a defesa da linha “Contra Bolsonaro votamos 13”, no caso votaram em Haddad do PT no 2º turno da eleição presidencial, justamente quando o candidato petista agrupava amplos setores da burguesia em uma suposta “Frente Democrática contra o Fascismo”.

Para justificar essa linha de colaboração de classes, o PSTU lançou o artigo “O PT, o PSOL e o debate sobre a Frente Ampla” escrito pelo dirigente Eduardo Almeida em que afirma: “Em meio a uma explosiva situação social, o PT e o PSOL se movimentam, fixados nas eleições de 2022. O PT se fortaleceu com a liberação de Lula, novamente viável como candidato a presidência. E está buscando costurar uma ‘Frente Ampla’, que inclua partidos tradicionais da burguesia... No campo do PSOL já está instalado um debate público sobre o tema. A maioria da direção defende o apoio a Lula já no primeiro turno”.

O PSTU protocolarmente reclama dessa linha política de colaboração de classes, mas acaba votando no PT, como ocorreu no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando apoiou Haddad para “derrotar Bolsonaro”. Não por acaso o artigo afirma “Concordamos que é necessário derrotar Bolsonaro. É por isso que estamos na linha de frente da defesa de um movimento de massas para derrotá-lo através das mobilizações de massas. Polemizamos com o PT e a direção da CUT porque eles querem levar tudo para as eleições. Também achamos importante derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022, quando chegar a hora”. Em resumo, o PSTU avisa que lançou Vera para "consumo interno" como uma candidatura testemunhal no 1º turno mas com toda a certeza vai votar em Lula (PT) e na Frente Ampla burguesa quando chegar a “hora certa”!

Depois de pagar um preço alto pelo isolamento de não ter se oposto ao golpe parlamentar contra Dilma em 2016 (o que sem dúvida foi um erro político grave) o PSTU resolveu em 2018 “espiar seus pecados” e votou no PT, argumentando o perigo da “volta da ditadura militar” quando dizia que sequer existia “onda conservadora” no Brasil! Por isso os Morenistas afirmam “Agora se organizou a nível nacional a ultradireita, à sombra do governo Bolsonaro. Existem grupos semifascistas e fascistas, milícias armadas, que podem ser bases militares para uma tentativa de golpe de Bolsonaro. E também podem ser armas usadas pela burguesia para atacar as greves e mobilizações dos trabalhadores” (Contribuição do PSTU para o debate de Programa no Polo). 

O mais grave é que o PSTU resolveu apoiar Haddad em 2018 justamente quando o candidato do PT rebaixou ainda mais seu programa para agradar a burguesia, se comprometendo com a reforma da previdência e o ajuste neoliberal. Em 2022 vai fazer o mesmo com Lula e sua Frente Ampla com Alckmin e os golpistas!