ASSEMBLEIA GERAL DA ONU: UM ANTIGO COVIL DE BANDIDOS COMO A
ANTECESSORA LIGA DAS NAÇÕES
Neste meio-dia de hoje (20/09) a 77ª a Assembleia Geral da ONU se reuniu em um momento global crítico, o da fratura da hegemonia imperialista ianque, e que pode tornar a organização internacional uma antiguidade ultrapassada, similar ao que aconteceu com a antecessora Liga das Nações nos anos trinta, um covil de bandidos na palavras de Lenín.
"Estamos aqui para ajudar a parar a fratura do
mundo", afirmou a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine
Colonna, ontem, em uma embaraçosa entrevista coletiva em Nova York. A França
assume este mês a presidência do Conselho de Segurança da ONU e quer ensinar a
domesticar os povos rebeldes, como é típico dos países imperialistas
ocidentais.
A França pretende “defender o multilateralismo”, mas
dirige-se aos países do “sul”, dos quais têm recebido surpresas desagradáveis
ultimamente. “Não se trata de pedir a esses países [os do sul] que escolham
um lado, não se trata de criar novas alianças, trata-se de criar e colocar em
prática mecanismos de solidariedade suficientes para que essa guerra [na
Ucrânia] não custe o países mais vulneráveis”, diz cinicamente um comunicado
oficial do Palácio do Eliseu.
O caminho para o mundo não “fraturar”, para os gerentes
burgueses do capital financeiro, é que todos os países sigam os ditames das
grandes potências imperialistas ocidentais e, se não o fizerem por iniciativa
própria, devem ser subornados para fazê-lo com subsídios, empréstimos e “ajuda”
de todos os tipos do rentismo financeiro. Não há outra maneira para mudarem de
lado, além da força militar é claro.
Em uma coletiva de imprensa na última sexta-feira, a
embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, declarou a mesma coisa: “A
semana não será dominada pela Ucrânia” porque “há outros conflitos em outros
lugares além da Ucrânia […] Não podemos ignorar o resto do mundo”, fazendo uma
clara ameaça a China.
É exatamente isso: o "resto do mundo", ou aqueles
países que não fazem parte do mercado financeiro, exceto quando temos que falar
de fome e caridade, quando a “periferia” têm necessidades e os organismos
multilaterais lhes dão as migalhas.
As potências ocidentais sofreram um revés formidável quando
uma parte dos "periféricos" não apoiaram as sanções ocidentais contra
Moscou, não tanto porque concordam com o "lado russo", mas porque são
contra o "Grande Amo". Os povos oprimidos sabem muito bem que a
origem de seus problemas e exploração está bem aqui, no “centro” do mundo.
Não existe uma “comunidade internacional” tão famosa de que
as grandes potências tanto se gabam. Caso contrário, o Secretário-geral da ONU,
António Guterres, não teria apelado à "busca de consensos e soluções"
que, aliás, têm sempre o mesmo formato: são aquelas do "sul atrasado”
seguindo os ditames das o "norte desenvolvido". Qualquer um que revise
a história da luta de classes verá que o contrário nunca aconteceu.
A guerra e o suborno financeiro (endividamento público
impagável)são as ferramentas favoritas para alcançar esse "consenso
mundial", uma paródia do conto do “lobo e das ovelhas“. Por exemplo, um
dos temas relevantes que vão recuperar do “sótão” é a questão da Covid,
sobretudo, o "fundo financeiro mundial" que prepararam há anos e que
agora vão querer inflar para continuar a entregar migalhas aos países, com a
condição de descobrir "casos de Covid " que exijam "assistência
médica adequada".
Sim de fato, a Big Pharma(sob o manto da saúde pública e de
novas pandemias no horizonte) tornou-se parte importante da diplomacia
internacional moderna, assim como as mudanças climáticas e a Amazônia, que
também serão objeto de várias sessões preparatórias para a cúpula do clima a
ser realizada no Egito em novembro próximo.
Enfim a “new” ONU com sua plataforma da Nova Ordem Mundial,
apoiada agora pela esquerda reformista como um “Centro Civilizatório” mundial,
não passa de uma reciclagem carcomida do imperialismo para a velha Liga das
Nações, um covil de bandidos!