terça-feira, 20 de setembro de 2022

ASSEMBLEIA GERAL DA ONU: UM ANTIGO COVIL DE BANDIDOS COMO A ANTECESSORA LIGA DAS NAÇÕES 

Neste meio-dia de hoje (20/09) a 77ª a Assembleia Geral da ONU se reuniu em um momento global crítico, o da fratura da hegemonia imperialista ianque, e que pode tornar a organização internacional uma antiguidade ultrapassada, similar ao que aconteceu com a antecessora Liga das Nações nos anos trinta, um covil de bandidos na palavras de Lenín.

"Estamos aqui para ajudar a parar a fratura do mundo", afirmou a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, ontem, em uma embaraçosa entrevista coletiva em Nova York. A França assume este mês a presidência do Conselho de Segurança da ONU e quer ensinar a domesticar os povos rebeldes, como é típico dos países imperialistas ocidentais.

A França pretende “defender o multilateralismo”, mas dirige-se aos países do “sul”, dos quais têm recebido surpresas desagradáveis ​​ultimamente. “Não se trata de pedir a esses países [os do sul] que escolham um lado, não se trata de criar novas alianças, trata-se de criar e colocar em prática mecanismos de solidariedade suficientes para que essa guerra [na Ucrânia] não custe o países mais vulneráveis”, diz cinicamente um comunicado oficial do Palácio do Eliseu.

O caminho para o mundo não “fraturar”, para os gerentes burgueses do capital financeiro, é que todos os países sigam os ditames das grandes potências imperialistas ocidentais e, se não o fizerem por iniciativa própria, devem ser subornados para fazê-lo com subsídios, empréstimos e “ajuda” de todos os tipos do rentismo financeiro. Não há outra maneira para mudarem de lado, além da força militar é claro.

Em uma coletiva de imprensa na última sexta-feira, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, declarou a mesma coisa: “A semana não será dominada pela Ucrânia” porque “há outros conflitos em outros lugares além da Ucrânia […] Não podemos ignorar o resto do mundo”, fazendo uma clara ameaça a China.

É exatamente isso: o "resto do mundo", ou aqueles países que não fazem parte do mercado financeiro, exceto quando temos que falar de fome e caridade, quando a “periferia” têm necessidades e os organismos multilaterais lhes dão as migalhas.

As potências ocidentais sofreram um revés formidável quando uma parte dos "periféricos" não apoiaram as sanções ocidentais contra Moscou, não tanto porque concordam com o "lado russo", mas porque são contra o "Grande Amo". Os povos oprimidos sabem muito bem que a origem de seus problemas e exploração está bem aqui, no “centro” do mundo.

Não existe uma “comunidade internacional” tão famosa de que as grandes potências tanto se gabam. Caso contrário, o Secretário-geral da ONU, António Guterres, não teria apelado à "busca de consensos e soluções" que, aliás, têm sempre o mesmo formato: são aquelas do "sul atrasado” seguindo os ditames das o "norte desenvolvido". Qualquer um que revise a história da luta de classes verá que o contrário nunca aconteceu.

A guerra e o suborno financeiro (endividamento público impagável)são as ferramentas favoritas para alcançar esse "consenso mundial", uma paródia do conto do “lobo e das ovelhas“. Por exemplo, um dos temas relevantes que vão recuperar do “sótão” é a questão da Covid, sobretudo, o "fundo financeiro mundial" que prepararam há anos e que agora vão querer inflar para continuar a entregar migalhas aos países, com a condição de descobrir "casos de Covid " que exijam "assistência médica adequada".

Sim de fato, a Big Pharma(sob o manto da saúde pública e de novas pandemias no horizonte) tornou-se parte importante da diplomacia internacional moderna, assim como as mudanças climáticas e a Amazônia, que também serão objeto de várias sessões preparatórias para a cúpula do clima a ser realizada no Egito em novembro próximo.

Enfim a “new” ONU com sua plataforma da Nova Ordem Mundial, apoiada agora pela esquerda reformista como um “Centro Civilizatório” mundial, não passa de uma reciclagem carcomida do imperialismo para a velha Liga das Nações, um covil de bandidos!