PUTIN E LUKASHENKO AMPLIAM ALIANÇA MILITAR: OTAN NÃO TEM O
DIREITO DE RECLAMAR SOBRE ARMAS NUCLEARES NA BIELORÚSSIA
Moscou e Minsk assinaram acordos esta semana sobre a implantação de armas nucleares táticas russas em uma instalação de armazenamento especial na Bielorússia. A implantação significa um aumento na segurança de Minsk e ameaça desfazer toda a estratégia de defesa antimísseis da OTAN. O presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, confirmou que a Rússia avançou com o envio de armas nucleares táticas para o seu país. "Tivemos que preparar áreas de armazenamento e afins. Fizemos isso, então o movimento de armas nucleares já começou", disse na última quinta-feira (25).
O governo Biden respondeu de forma previsível, com a
secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, criticando a
implantação nuclear como "mais um exemplo de escolhas irresponsáveis e
provocativas" da Rússia e reiterando o compromisso de Washington "com
a defesa coletiva da aliança da OTAN".
Em março Moscou e
Minsk delinearam pela primeira vez os planos para a transferência de armas
nucleares táticas para o solo belarusso. Naquela época, um porta-voz da OTAN chamou os planos da Rússia de "perigosos e irresponsáveis" e rejeitou
qualquer sugestão de que a decisão fosse uma resposta à política de longa data
da OTAN — incluindo o posicionamento de armas nucleares norte-americanas em
solo europeu.
Em primeiro
lugar, é preciso dizer, uma das primeiras justificativas que a Rússia usou para
fazer isso é que os EUA realmente têm armas nucleares táticas na Europa há
décadas, centenas delas, na verdade, e recentemente até foram atualizadas para
as ogivas nucleares táticas B61-12 [no lugar] de bombas de gravidade mais
antigas.
Eles estão localizados em vários países da OTAN,
incluindo Bélgica, Itália e Alemanha. Eles estão lá há décadas e a Rússia há
muito reclama disso. E essa queixa de longa data, combinada com outras
escaladas da OTAN, convenceu a Rússia de que, se você estabelecer o precedente
e não considerar isso uma violação do Tratado de Não Proliferação de Armas
Nucleares [TNP], dificilmente poderá acusar Putin de fazer o mesmo na Bielorússia. Mas é claro que a hipocrisia não conhece limites.
A ação da Rússia não é tanto um ato de "escalada" mas "um ato de equidade" com a decisão de enviar um "sinal definitivo" sobre o compromisso de segurança da Rússia com Bielorússia e o futuro de qualquer potencial conflito OTAN-Rússia.
Combinado com a implantação de sistemas de mísseis russos Iskander-M e a modificação de jatos belarussos para transportar armas nucleares, movimento deixa em alerta o Pentágono, Varsóvia e OTAN como um todo.