VIRADA DO ANO COM UM “PIB BOLSONARISTA” AINDA MENOR QUE
2018: RECESSÃO E DESEMPREGO SOMADAS A FAKE NEWS SOBRE A RETOMADA DO CRESCIMENTO
ECONÔMICO
Segundo dados oficiais do último relatório de mercado do ano
divulgado pelo próprio Banco Central (BC), nesta segunda-feira (30/12),
apresenta uma previsão de crescimento da economia de 1,17% para 2019. Abaixo do
resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 (1,3%) e de 2018 (1,3%), após
a brutal recessão de 2015/2016, que teve início em meados de 2014, um antes da
reeleição de Dilma Rousseff. A atual estimativa para o crescimento da economia
está em flagrante distância com o percentual que previa o BC antes dos
primeiros 12 meses de governo neofascista Bolsonaro, em 4 de janeiro de 2019 a
previsão para o crescimento do PIB era de 2,53%. A realidade econômica tentou
ser substituída, nos bastidores do ministério da economia do rentista Paulo
Guedes, pelos “desejos” bolsonaristas, mas os indicadores econômicos
permaneciam reais, desmentindo toda as falácias de “otimismo” que eram
construídas para esconder o fracasso da política neoliberal mais agressiva. As
tentativas de falsificar a realidade do país incluíram recentemente a
divulgação de um suposto crescimento forte nas vendas dos shopping centers
durante o Natal, fato logo desmentido por várias associações dos próprios
lojistas. A gerência desastrosa da dupla Bolsonaro e Guedes fizeram de 2019 “um
ano perdido”, conforme avaliam institutos de análises econômicas da própria
burguesia. A previsão atual é que o PIB industrial encerre 2019 no negativo e
que o ano fique marcado pela explosão da atividade informal, já que recuperação
do emprego não houve, apesar do “fakesforço” da mídia corporativa “vendendo”
ilusões nas (contra)reformas da Previdência e trabalhista. O fiasco econômico
também ocorreu na arena que parecia o mais consistente para as classes
dominantes, ou seja as exportações. Porém a previsão do boletim Focus, do BC,
era de que o superávit comercial da balança brasileira fosse de R$ 52 bilhões
em 2019, mas agora, a estimativa caiu para R$ 44,5 bilhões. O ano de 2019 foi
marcado pelo crescimento de postos de trabalho de baixa qualidade, sintoma da
crise capitalista que empurra os trabalhadores para atividades que não lhe
garantem direitos, estabilidade ou salários dignos, a precarização das relações
sociais de produção e serviços é a marca da “era” bolsonarista. A tentativa de
conter a inflação pela desativação dos investimentos estatais, ou simplesmente
pela manipulação fraudulenta dos índices oficiais naufragou. A inflação oficial
do país atingiu em novembro de 2019 a maior alta desde 2015 em função do
descontrole da exportação de carnes para a China, o dólar alto, o aumento do
preço da energia elétrica e a política de preços internacionais do petróleo. No
acumulado no ano, a alta no preço das carnes chega a 25,69%. O item habitação
foi o segundo mais influente na inflação oficial impactado sobretudo pelo custo
da energia elétrica. A gasolina teve em 2019 custo 8% mais alto, em média, do
que o mesmo período do ano passado. O BC prevê que o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) acumule no ano alta de 4,04%, um dado ainda bem
distante dos “sonhos” dos neofascistas do Planalto. Como última tentativa, a
equipe de Guedes tentou induzir o mínimo de “aquecimento” na economia nacional
com a política de demissões para a liberação dos saldos do FGTS para ativar o
pequeno consumo, complementando esta orientação suicida com a autorização de
saques parciais nas contas ainda ativas dos trabalhadores no Fundo gerenciado
pela CEF. Com este acúmulo de desastres na economia, a perspectiva de 2020
ainda é mais sombria, “apagando incêndio com gasolina” o governo neofascista
semeia uma crise capitalista sem precedentes na história recente do Brasil.
Resta o movimento operário e popular romper a paralisia imposta pela Frente
Popular, organizando em 2020 a reação direta das massas para derrotar a brutal
ofensiva neoliberal deste regime golpista.