terça-feira, 31 de dezembro de 2019

VIRADA DO ANO COM UM “PIB BOLSONARISTA” AINDA MENOR QUE 2018: RECESSÃO E DESEMPREGO SOMADAS A FAKE NEWS SOBRE A RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO



Segundo dados oficiais do último relatório de mercado do ano divulgado pelo próprio Banco Central (BC), nesta segunda-feira (30/12), apresenta uma previsão de crescimento da economia de 1,17% para 2019. Abaixo do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 (1,3%) e de 2018 (1,3%), após a brutal recessão de 2015/2016, que teve início em meados de 2014, um antes da reeleição de Dilma Rousseff. A atual estimativa para o crescimento da economia está em flagrante distância com o percentual que previa o BC antes dos primeiros 12 meses de governo neofascista Bolsonaro, em 4 de janeiro de 2019 a previsão para o crescimento do PIB era de 2,53%. A realidade econômica tentou ser substituída, nos bastidores do ministério da economia do rentista Paulo Guedes, pelos “desejos” bolsonaristas, mas os indicadores econômicos permaneciam reais, desmentindo toda as falácias de “otimismo” que eram construídas para esconder o fracasso da política neoliberal mais agressiva. As tentativas de falsificar a realidade do país incluíram recentemente a divulgação de um suposto crescimento forte nas vendas dos shopping centers durante o Natal, fato logo desmentido por várias associações dos próprios lojistas. A gerência desastrosa da dupla Bolsonaro e Guedes fizeram de 2019 “um ano perdido”, conforme avaliam institutos de análises econômicas da própria burguesia. A previsão atual é que o PIB industrial encerre 2019 no negativo e que o ano fique marcado pela explosão da atividade informal, já que recuperação do emprego não houve, apesar do “fakesforço” da mídia corporativa “vendendo” ilusões nas (contra)reformas da Previdência e trabalhista. O fiasco econômico também ocorreu na arena que parecia o mais consistente para as classes dominantes, ou seja as exportações. Porém a previsão do boletim Focus, do BC, era de que o superávit comercial da balança brasileira fosse de R$ 52 bilhões em 2019, mas agora, a estimativa caiu para R$ 44,5 bilhões. O ano de 2019 foi marcado pelo crescimento de postos de trabalho de baixa qualidade, sintoma da crise capitalista que empurra os trabalhadores para atividades que não lhe garantem direitos, estabilidade ou salários dignos, a precarização das relações sociais de produção e serviços é a marca da “era” bolsonarista. A tentativa de conter a inflação pela desativação dos investimentos estatais, ou simplesmente pela manipulação fraudulenta dos índices oficiais naufragou. A inflação oficial do país atingiu em novembro de 2019 a maior alta desde 2015 em função do descontrole da exportação de carnes para a China, o dólar alto, o aumento do preço da energia elétrica e a política de preços internacionais do petróleo. No acumulado no ano, a alta no preço das carnes chega a 25,69%. O item habitação foi o segundo mais influente na inflação oficial impactado sobretudo pelo custo da energia elétrica. A gasolina teve em 2019 custo 8% mais alto, em média, do que o mesmo período do ano passado. O BC prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumule no ano alta de 4,04%, um dado ainda bem distante dos “sonhos” dos neofascistas do Planalto. Como última tentativa, a equipe de Guedes tentou induzir o mínimo de “aquecimento” na economia nacional com a política de demissões para a liberação dos saldos do FGTS para ativar o pequeno consumo, complementando esta orientação suicida com a autorização de saques parciais nas contas ainda ativas dos trabalhadores no Fundo gerenciado pela CEF. Com este acúmulo de desastres na economia, a perspectiva de 2020 ainda é mais sombria, “apagando incêndio com gasolina” o governo neofascista semeia uma crise capitalista sem precedentes na história recente do Brasil. Resta o movimento operário e popular romper a paralisia imposta pela Frente Popular, organizando em 2020 a reação direta das massas para derrotar a brutal ofensiva neoliberal deste regime golpista.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

EM 30 DE DEZEMBRO DE 1922 ERA FUNDADA A URSS: NASCE O ESTADO OPÉRÁRIO SOVIÉTICO, BASTIÃO DE LUTA REVOLUCIONÁRIA DO PROLETARIADO MUNDIAL CONTRA O CAPITALISMO!  


Celebramos hoje, 30 de dezembro, a criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o Estado operário soviético nascido da Revolução de Outubro comandada por Lênin e Trotsky. A URSS foi durante sua existência, até 1991, a maior vitória concreta do proletariado mundial contra o capitalismo. Sua origem remonta ao ano de1922, quando foi organizado um novo Congresso dos Soviets de Toda a Rússia, ocorrendo a partir dele a fundação da URSS. O Tratado, conjuntamente com a Declaração de Criação da URSS foi aprovado em 29 de dezembro de 1922 por uma conferência de delegações da Rússia, Transcaucasiana, da Ucrânia e da Bielorrússia e depois confirmado no Primeiro Congresso dos Sovietes da URSS e assinado em 30 de Dezembro pelos líderes de cada uma das delegações: Mikhail Kalinin, Mikhail Tskhakaia, Mikhail Frunze e Grigori Petrovski e Aleksandr Tchervjakov. O Tratado tinha um desenho flexível que permitia a incorporação de novas repúblicas como membros da federação, chegando a somar até 16 repúblicas em 1940. No decorrer da guerra civil, Trotsky precisou a relação política entre a autodeterminação nacional e a revolução social, essa tese programática foi a base para a criação da URSS: “A república soviética, contra o império czarista, soldado pela violência e pela opressão, proclamou abertamente o direito à autodeterminação dos povos e a liberdade para se constituírem em estados nacionais independentes. Entendendo a importância desse princípio para a transição ao socialismo, nosso partido não o transformou, no entanto, em dogma absoluto, superior a todas as tarefas históricas. O desenvolvimento econômico da humanidade atual tem um caráter profundamente centralizado. O capitalismo criou as premissas essenciais para a realização de um sistema econômico mundial único. O imperialismo não é senão a expressão de rapina da necessidade de unidade e direção para toda a vida econômica do planeta. O princípio de autodeterminação dos povos não está situado por cima das tendências unificadoras próprias da economia socialista. Ele ocupa no curso do desenvolvimento histórico o lugar subordinado que também corresponde à democracia, mas o centralismo socialista não pode tomar imediatamente o lugar do centralismo imperialista. As nações oprimidas devem ter a possibilidade de relaxar seus membros atrofiados pelo jugo capitalista. A impotência econômica desses compartimentos estanques que são os diversos estados nacionais revela-se em toda a sua extensão a partir do nascimento de cada novo estado nacional. A revolução social vitoriosa deixará a cada grupo nacional a faculdade de resolver os problemas da cultura nacional, mas unificará - em benefício dos trabalhadores e com seu acordo - as tarefas econômicas cuja solução racional depende das condições históricas e técnicas naturais, não da natureza dos grupos nacionais. A independência nacional é a etapa histórica, frequentemente inevitável, em direção da ditadura da classe operária, que, em virtude das leis da estratégia revolucionária manifesta, inclusive na guerra civil, tendências profundamente centralistas, opostas ao separatismo nacional e coincidentes com as necessidades da economia socialista racional do futuro”. (Entre o Imperialismo e a Revolução, Fevereiro, 1922). Com esse entendimento, o governo da União, cujo órgão máximo era o Soviet Supremo (com poder legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas. Competia ao Soviet Supremo eleger um comitê executivo (Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros. Paralelamente a essa estrutura o Partido Comunista (bolchevique) controlava, efetivamente, o poder da URSS. Sua função era controlar os órgãos estatais, estimulando sua atividade e verificando sua lealdade e mantendo os dirigentes em contato permanente com as massas. A questão nacional punha em jogo o elo da revolução russa com a revolução internacional, ou seja, a questão da estratégia revolucionária internacional de transição ao socialismo que era justamente o sentido da existência da URSS. Nas palavras de Lênin: “Igualdade completa de direitos para todas as nações, direito das nações a disporem livremente de seus destinos, fusão dos operários de todas as nações: esse é o programa que o marxismo e a experiência da Rússia e do mundo inteiro ensinam aos operários”.
PCO “DELETA” SUA PRÓPRIA HISTÓRIA E ADERE AO LULISMO: O QUE LEVOU A BRUSCA MUDANÇA DE CHAMAR “GOVERNO DOS BANQUEIROS” A HOJE DEFENDER “LULA PRESIDENTE”?


O PCO, antiga Organização Quarta Internacional (OQI) extinta em 1996, é uma corrente de larga trajetória na esquerda brasileira em particular no movimento Trotskista quando surgiu em meados de 1978 após uma ruptura com a organização política que até hoje edita o jornal “O Trabalho”. Esteve na fundação do PT em 1980 até ser expulsa na pugna direitista do partido após o V Encontro Nacional (1987) quando o dirigente da tendência majoritária “Articulação”, José Dirceu, impôs com apoio de Lula as teses do “New PT” (programa democrático e popular) abandonado oficialmente a defesa do socialismo e o corte classista que foi a marca da legenda nos primeiros anos de existência. Já nas eleições gerais de 1990 (governos estaduais e deputados) e as candidaturas ao parlamento da então OQI no interior do PT foram todas cassadas burocraticamente pela “Articulação”, como foi o simbólico caso da companheira fundadora da CUT, Hyrlanda Moreira, candidata a deputada federal já inscrita no TRE, que foi obrigada a renunciar sua postulação com a campanha já nas ruas de Fortaleza. Posteriormente a expulsão do PT o setor revisionista da OQI liderado por Rui Pimenta, resolveu dissolver a organização revolucionária e registrar legalmente o PCO com uma plataforma de apologia às “instituições republicanas”, gerando a ruptura programática que deu origem a LBI. Mesmo assumindo parcialmente a estratégia “ideológica” do PT, ou seja, a defesa do regime da democracia burguesa (não confundir com a luta pelas liberdades democráticas) e o abandono da revolução e ditadura do proletariado como norte programático, o PCO se mantém como “oposição firme e intransigente” ao governo da Frente Popular de Lula, que debutava no cenário nacional em 2003. Esta posição “crítica” em relação aos governos centrais do PT, e para sermos justos também adotada pelo PSTU e em parte pelo PSOL, se manteve até as eleições presidenciais de 2010, quando logo após o PCO resolveu dar uma guinada das mais bruscas que a história da esquerda mundial já conheceu, mas porque mesmo?

domingo, 29 de dezembro de 2019

PCdoB... ABANDONOU O STALINISMO PELA DIREITA, ROMPEU COM O MAOÍSMO E AGORA ESTÁ ÀS VÉSPERAS DE DEIXAR FORMALMENTE DE SER COMUNISTA


Depois que a imprensa anunciou amplamente que o PCdoB havia decidido não ter mais a foice e o martelo como símbolos do Partido em nome de impulsionar o “Movimento 65” onde a cor vermelha seria substituída pelo verde-amerelo, a direção da legenda ex-stalinista logo resolveu explicar que não era bem assim. Recorrendo ao malabarismo político próprio de uma sigla que tem aliados partidos burgueses de direita como o DEM em vários estados, onde seu governador Flávio Dino tem como vice um empresário do PRB, representante da base evangélica do neofascista Bolsonaro, veio a “explicação”: “As escassez de notícias políticas entre o Natal e o Ano Novo fez brotar neste sábado (28) a fantasiosa informação de que o PCdoB estaria de mudança para outra identidade, abrindo mão de sua trajetória centenária e até deixando de se chamar Partido Comunista. Tudo porque o partido lançou na reunião de sua direção nacional, realizada no início de dezembro, o Movimento 65, que se direciona a acolher filiações democráticas de lideranças de feições políticas e ideológicas amplas e comprometidas com uma plataforma patriótica, democrática e progressista para as cidades e o país”. Na verdade o PCdoB há muito tempo abriu mão de qualquer luta pelo Comunismo e a Revolução Proletária, desde que aderiu ao Stalinismo, o abandonou pela direita e depois alinhou-se ao Maoísmo, rompendo mais uma vez em uma guinada social-democrata. A guinada socialdemocrata do PCdoB, ocorrida no início dos anos 90, o fez abandonar os pressupostos do Marxismo-Leninismo, formatando um partido de filiados sem o menor comprometimento ideológico e militante. Nesta inflexão de classe, o partido de João Amazonas passou a acolher personalidades políticas burguesas, com potencial eleitoral para “ajudar” os ex-estalinistas a ocuparem vagas no parlamento. Logo depois da queda do Muro de Berlim e da dissolução do Estado operário albanês no começo da década de 90, os stalinistas do PCdoB perderam completamente sua linha programática, elaborada pelo ex-maoista Enver Hoxha secretário geral do PTA. Para sobreviver em meio à crise da esquerda stalinista mundial, João Amazonas conduziu uma conversão ideológica do partido em direção à social democracia, passando o PCdoB a defender pontos que antes combatia ferozmente, como a aliança política com o PT e a entrada na CUT. Também na arena internacional houve profundas mudanças, como a defesa que o PCdoB estabeleceu em seu congresso acerca do Estado operário cubano, no sentido da apologia das “reformas de mercado”, anteriormente criticada como um prolongamento da “Glasnost” e “Perestroika” soviética. Não esqueçamos que o PCdoB foi no passado uma vertente do chamado “maoísmo de esquerda” que chegou a denunciar a URSS como “socialimperialista” e caracterizar Fidel Castro de contrarrevolucionário, para atualmente sem nenhum critério Marxista, apresentar Cuba como o novo “farol do socialismo”. Nos últimos trinta anos o PCdoB seguiu nacionalmente a reboque da política PT, inclusive abraçando as teses da Social Democracia, desde a queda do Estado Operário da Albânia. Com a morte de João Amazonas no início de 2002, o PCdoB voltou a se alinhar com a China, antes caracterizada como centro revisionista do Social Imperialismo e agora em plena fase de restauração capitalista seu regime econômico é considerado como “um autêntico socialismo”, o que deve ter causado “tremores no túmulo” do velho dirigente. O descarte do símbolo é apenas um “detalhe” e questão de tempo, expressão de uma enorme concessão política em tempos de ofensiva neofascista. 



NOSSA HOMENAGEM CRÍTICA AO TITÃ DA PINTURA, CANDIDO PORTINARI: O DIA EM QUE O JOVEM TROTSKISTA MÁRIO PEDROSA “DESCOLORIU” O ÍDOLO DA INTELECTUALIDADE STALINISTA


Em 29 de Dezembro de 1903 nascia Candido Portinari, um dos grandes nomes das artes plásticas brasileira. Portinari teve em toda sua trajetória como artista um forte apelo as questões sociais, ao cotidiano da classe trabalhadora, seus dramas, suas dificuldades, suas lutas. As questões sociais, sempre presentes em sua obra, o influenciaram em sua vida política. Portinari foi simpatizante do PCB, onde inclusive foi candidato a deputado federal e a senador no final dos anos 1940. Morreu em 1953 devido a intoxicação pelas tintas que utilizava nas telas. Ele foi o grande arauto da arte contemporânea brasileira na década de 1940, um titã da cultura nacional. Conforme muito bem caracterizaria Ferreira Gullar em uma série de brilhantes artigos escritos entre 1959 e 1960, Portinari era colocado pela crítica acima de qualquer discussão teórica ou estética. Nomes como o de Alfredo Volpi e Milton Da Costa eram praticamente ignorados naquele momento e os artistas mais jovens sentiam-se ainda inseguros em seguir novos caminhos estéticos que não os que Portinari traçara para a arte pictórica brasileira. Porém o ídolo da intelectualidade stalinista precisava ser "derrubado" para que novos caminhos se abrissem, e o jovem trotskista Mário Pedrosa sentiu visceralmente esta necessidade quando finalmente decidiu-se a realizar o gesto inevitável que remodelaria inteiramente o ambiente das vanguardas modernistas no Brasil. Seu texto crítico sobre "O Painel Tiradentes" (Obra de Portinari de 1949) produziu um verdadeiro terremoto no ambiente da esquerda brasileira, ao polemizar frontalmente como a escola do realismo socialista.

sábado, 28 de dezembro de 2019

NÃO FOI SÓ FHC E LULA QUEM AJUDOU BANQUEIROS: BOLSONARO E GUEDES CRIAM SEU “PROER” PARA SOCORRER RENTISTAS “AUTOFALIDOS”...


O governo neofascista Bolsonaro, com a “inspiração” do ministro rentista Paulo Guedes, enviou ao Congresso Nacional, na última segunda-feira (23/12), um projeto de lei que possibilita a transferência de recursos estatais para bancos privados (agência de agiotagem) que estejam passando por “dificuldades”. Copiando FHC e Lula, que se notabilizaram pela criação do “Bolsa Banqueiro”. Segundo o chefe do Departamento de Resolução e Ação Sancionadora do Banco Central, o objetivo das benesses ao capital financeiro é “modernizar a legislação”.  A explicação de como vai funcionar o “Bolsa Banqueiro”, mecanismo criado por Bolsonaro &Guedes para ajudar os agiotas, mostra bem qual é a prioridade deste governo neofascista. As reservas monetárias do Tesouro, isto é, dinheiro que pertence formalmente ao povo brasileiro, serão transferidas aos banqueiros e rentistas do setor comercial (bancos de empresas), após o uso dos recursos privados dos acionistas, dos investidores subordinados e de fundos de resolução, esgotadas essas opções, seria liberado o uso da verba pública. A informação de que o governo central vai usar os recursos do Tesouro Nacional para entregar aos banqueiros que estiverem em “dificuldades” veio no mesmo dia em que foi anunciada a extinção de dez mil cargos de agentes de saúde em todo o país. É o retrato escancarado das prioridades de neoliberais do clã Bolsonaro encastelado em Brasília. Nenhuma ajuda foi anunciada para salvar hospitais em situação dramática. Pelo contrário, o orçamento mínimo da Saúde para 2020, de R$ 121,2 bilhões, não está garantido. Faltam R$ 8,1 bilhões que dependerão de negociações para serem direcionados ao atendimento da saúde pública. O desvio para ajudar os “pobres” banqueiros foi anunciado também junto com a notícia de que o orçamento da Educação para 2020 terá uma queda de 54% nos recursos destinados ao apoio à infraestrutura para a educação básica, se comparada à proposta apresentada em 2018. Serão R$ 230,1 milhões ante R$ 500 milhões autorizados anteriormente. Ao todo, o orçamento do MEC para 2020 terá um corte de 17%. Agora está esclarecido para onde vão os recursos cortados da Educação. Nenhum recurso do governo para salvar escolas em dificuldades, nenhum recurso para a ampliação da cobertura de ensino, mas muito mais dinheiro do que eles já recebem será alocado nos bancos pela nova medida anunciada pelo governo. O novo “PROER” de Bolsonaro é tão generoso para os bancos que, com ela, seria possível, por exemplo, que a parte saudável da companhia fosse comprada por outro banco ou transformada em uma nova instituição para que os serviços ao consumidor continuassem em funcionamento. O BC apresenta como justificativa para a “angelical” ajuda aos bancos, que isso seria o padrão internacional exigido para o cumprimento de compromissos firmados pelo Brasil no G20, que reúne as maiores economias do mundo. Num disfarce mal ajambrado para evitar o escândalo, o projeto neoliberal prevê a criação de fundos privados que seriam alimentados com recursos do próprio sistema financeiro. Se esses recursos não forem suficientes para tirar o banco da insolvência, o governo então teria que aportar recursos do orçamento. A prioridade deste governo neofascista está absolutamente cristalina, enquanto as estruturas de proteção social são eliminados e os salários são congelados por conta de uma inflação oficial totalmente manipulada, o desemprego atinge índices explosivos e a indústria brasileira é devastada para beneficiar o imperialismo. Porém o governo está preocupado em como ajudar os “pobres banqueiros”, que diga-se de passagem, são os “campeões” mundiais de acumulação de capital.
COBRIR NOSSOS COMPANHEIROS DE SOLIDARIEDADE ATIVA CONTRA A OFENSIVA FASCISTA: “AGORA É BOLSONARO”, GRITAM PM’s AO INVADIR O ACAMPAMENTO DO MTST EM ALAGOAS


A ocupação Dandara, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), localizada no bairro de Benedito Bentes, periferia de Maceió, Alagoas, foi invadida por policiais militares nesta sexta-feira (27/12). De acordo com a coordenadora do movimento social no estado, Eliane Silva, “os agentes gritaram 'agora é Bolsonaro' e 'Lula está morto'” antes da ação terrorista. "Duas viaturas da polícia apareceram aqui na ocupação na manhã de hoje. Fizeram uma ação violenta. Renderam pessoas, mandaram outras entrarem nos barracos, invadiram e quebraram coisas da cozinha coletiva. Rasgaram nossos livros de registros. Gritavam 'quem manda agora é Bolsonaro' e 'Lula está morto'. Tocaram fogo em nossas bandeiras e disseram que tínhamos que trocar pela bandeira do Brasil”, afirmou Eliane Silva ao portal de notícias UOL.Vale ressaltar que o estado de Alagoas é governado por Renan Filho (MDB), um dos aliados burgueses da Frente Popular, que inclusive apoiou (em conjunto com seu pai senador) a candidatura de Fernando Haddad nas últimas eleições presidenciais. Como já vimos caracterizando há algum tempo, a hegemonia fascista nos escalões mais baixos das tropas estaduais das polícias militares é absoluto. Uma base social (armada) e pronta para entrar em ação na defesa do bolsonarismo, assim que for convocada, totalmente independente da hierarquia a que está submetida, no caso os governos estaduais e o alto comando do Exército brasileiro. Esta é em última instância a garantia real de sustentabilidade deste regime bonapartista, sob o comando deste governo neofascista: a força policial e militar, que poderá atuar no recrudescimento do golpe parlamentar, na medida que o movimento de massas esboce alguma reação diante do avanço da escalada neoliberal. Desgraçadamente a esquerda reformista não consegue enxergar além dos estreitos limites da institucionalidade burguesa, freando abertamente qualquer canal político que conduza a rebelião popular. Alguns setores revisionistas como o PSTU por exemplo, chegam ao absurdo de considerar as polícias como “companheiras de luta”, apoiando os reacionários motins policiais por melhores condições de reprimir o povo pobre e oprimido. Nesta via de colaboração de classes Frente Popular só pavimenta o caminho da reação fascista, com apelos “ democráticos” inúteis ao judiciário golpista ou ao corrompido parlamento. Para cada ação da repressão fascista contra o movimento social é necessário cobrir de solidariedade ativa nossos companheiros de luta ou mesmo parceiros da liberdade de expressão política e cultural em nosso país.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

BOLSONARO IMPULSIONA MILÍCIAS FASCISTAS PARA TENTAR UM GOLPE A PARTIR DAS POLÍCIAS MILITARES: ORGANIZAR JÁ OS COMITÊS ARMADOS DE DEFESA PROLETÁRIA!


Publicado hoje (27/12) no Diário Oficial da União, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 148/2015, sancionado pelo presidente neofascista Jair Bolsonaro, que extingue a pena de prisão disciplinar para as polícias militares (PM) e os corpos de bombeiros militares dos estados, territórios e do Distrito Federal. Pela nova lei, as punições não poderão estabelecer medida privativa e restritiva de liberdade. Estados e o DF terão prazo de 12 meses após a sanção do novo artigo para implementar as regras. O incentivo à impunidade das tropas policiais por parte do governo de extrema direita não tem somente um sentido eleitoral, como pensa a inofensiva esquerda reformista. A corporação policial militar, criada pelo regime golpista de 1964, tinha como objetivo central de repressão política, com o fim da Ditadura às PM,s já sob o controle dos governos estaduais, passaram a cumprir a função de policiamento geral urbano, ampliando seus efetivos em mais de vinte vezes no curso do enorme crescimento das cidades e com o atrofiamento da polícia judiciária. Porém com o advento do outro golpe em 2016, desta vez com a roupagem institucional, o aparelho policial militar volta a despertar a atenção da burguesia como um instrumento de ataque militar contra uma possível rebelião de massas, que de fato não ocorreu no país. O núcleo mais desqualificado da tropa policial, um enorme contigente de homens armados e treinados para odiar pobres, pretos e agora os “corruptos comunistas”, seguindo a cartilha neofascista empunhada pelo bolsonarismo. Com o triunfo eleitoral do “capitão”, a questão do aparelho militar adquiriu uma outra feição política, não só no interior das próprias Forças Armadas, mas principalmente no seio dos batalhões das polícias militares. O governo Bolsonaro vem cultivando o “mito fascista” na tropa policial e que hoje atende muito mais o comando do presidente do que o dos governadores, que formalmente ainda tem o controle da tropa. É o germe já bem desenvolvido da formação das milícias fascistas armadas e prontas para desfecharem um verdadeiro golpe de Estado, sem que oficialmente o exército venha a assumir o protagonismo da ação, como ocorreu em 1964. Bolsonaro sequer tem o menor cuidado em disfarçar seus objetivos em um recrudescimento do regime, em nota oficial o Palácio do Planalto destaca que, segundo os autores da nova lei, os deputados federais Subtenente Gonzaga (PDT-MG) e Jorginho Mello (PL-SC) , "A valorização dos policiais e bombeiros militares passa necessariamente pela atualização dos seus regulamentos disciplinares”. O surgimento de grupos integralistas, aparentemente sob a direção do “astrólogo” Olavo de Carvalho e as milícias paramilitares nas periferias sob a direção de Flávio Bolsonaro, não estão em contradição com o nascimento de um comando fascista na hierarquia das polícias militares, muito pelo contrário...É claro que a articulação para uma medida de força que unifique todos os setores da extrema direita , depende da situação política do país, ou mais precisamente de uma ameaça à estabilidade do regime bonapartista vinda do movimento de massas. Porém como o PT e Lula a frente da esquerda reformista (PSOL, PCdoB e PCO) não pretendem nada além de demagogia eleitoral, sonhando com o retorno ao Planalto em 2022, descartando qualquer chamado a ação direta do proletariado contra a ofensiva neoliberal, o crescimento das forças fascistas continua nos “bastidores da república” em estado de alerta, sob o olhar beneplácito de todos os “democratas” da Frente Popular de colaboração de classes.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

HÁ 40 ANOS AS TROPAS DO EXÉRCITO VERMELHO ENTRAVAM NO AFEGANISTÃO: OS REVOLUCIONÁRIOS APOIARAM A OCUPAÇÃO SOVIÉTICA PARA DETER O AVANÇO DO IMPERIALISMO NA FRONTEIRA DA URSS E ESTENDER AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO!


Na última semana de dezembro de 1979, há exatos 40 anos, o Exército Vermelho ocupou o Afeganistão. Foi uma reação da burocracia soviética a investida do imperialismo ianque no país fronteiriço com a URSS. Naquela ocasião, agentes da CIA treinaram e armaram os mujaheddin (guerreiros da liberdade) para desestabilizar o governo de frente popular, dirigido pelo Partido Popular Democrático de Babrak Kar-mal, uma espécie de satélite político da burocracia soviética. Por adotar medidas muito tímidas e limitadas, que feriram interesses dos latifundiários semifeudais do Afeganistão seguidores do Islã, como uma reforma agrária parcial e a abolição da burqa (véu muçulmano imposto às mulheres) e da escravidão feminina, o governo frente-populista do PPD sofreu um ataque militar dos mujaheddin apoiados pela CIA, que tencionava o estabelecimento de um posto avançado do Pentágono na fronteira com o Estado operário soviético. Uma posição justa do proletariado mundial deveria partir do apoio à ocupação soviética ao Afeganistão, assim como da exigência de um programa radical de expropriações, no caminho da extensão das conquistas de 1917 naquele país atrasado, porém integrado à produção capitalista mundial. Em 15 de fevereiro de 1989, os burocratas restauracionistas, liderados por Gorbachev promoveram a retirada do exército soviético do Afeganistão, pactuando com os EUA a retirada dos agentes da CIA do país e o estabelecimento de um governo muçulmano oriundo das diversas milícias fundamentalistas que combateram os soviéticos. Neste governo, o Taleban (formado a partir da influência da burguesia paquistanesa sobre a região) integra-se como fração minoritária até 1995, quando, a partir da barbárie vigente surgida desde 1989, golpeia as demais frações e concentra o poder do Estado em suas mãos. A partir do governo central do Taleban, que controlava cerca de 90% de todo o território nacional, Bin Laden e Al Qaeda iniciaram seu novo "combate sagrado" ao antigo aliado: o imperialismo ianque, fundando núcleos de treinamento de guerrilha no Afeganistão. Ficou obvio que a drástica mudança de Bin Laden, armado pela CIA nos anos 70 e depois seu principal inimigo, teve como móvel a espoliação do território afegão e árabe pelos grupos econômicos imperialistas, que geram a miséria e atraso secular de toda a Ásia Central e península arábica. A pressão política das massas e o sentimento antiimperialista obrigaram as direções islâmicas a adotarem uma postura "radical" contra alvos imperialistas, mas sem a conseqüência de uma luta internacional proletária contra o capitalismo mundial. Por isso, essas direções nacionalistas burguesas oscilam em momentos históricos, ora combatendo os interesses do proletariado, como no caso da ocupação soviética em dezembro de 79, ora combatendo o imperialismo, como na Guerra do Golfo, ou nos enfrentamentos militares com os EUA.
EDITORIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA Nº 345: 2019... UM ANO DE PROFUNDAS DERROTAS PARA OS TRABALHADORES


Chegamos ao final de 2019 fazendo o balanço marxista que este ano foi marcado por profundas derrotas para os trabalhadores no Brasil e no mundo. Ainda que tenhamos mobilizações importantes em curso na América Latina, como no Chile ou mesmo na Europa, com a greve geral francesa, a ausência de uma direção política com peso de massas e autoridade política impediram que essas lutas ganhassem um caráter revolucionário rumo a tomada do poder pelos trabalhadores. As traições das direções políticas e sindicais dos explorados, seja pelas mãos do nacionalismo burguês, do reformismo ou das Frentes Populares têm levado os combates para o beco das derrotas ou, no máximo, a limites que impedem a superação das ilusões na democracia burguesa. Foi isso que vimos de janeiro a dezembro em várias ocasiões, as quais as mais marcantes foram levante no Equador, o Golpe de Estado na Bolívia contra Evo Morales (MAS) e as manifestações espontâneas do “Movimento Sardinhas” na Itália neste segundo semestre. No Brasil, a aplicação do brutal ajuste neoliberal pelo governo Bolsonaro, com a aprovação sem luta da contra(reforma) da previdência foi facilitado enormemente pela paralisia imposta pela CUT e o PT. O fechamento da Fábrica da Ford no ABC (berço do Lulismo) é um exemplo concreto do que afirmamos. Nesse quadro de defensividade, o regime Bonapartista de exceção avançou a passos largos em nosso país com a posse de Bolsonaro, tanto que o pacote repressivo de Moro foi aprovado com os votos do PSOL, PT e PCdoB no parlamento, o que demonstra a impotência da “esquerda” domesticada em enfrentar a ofensiva reacionária em curso! O retorno da centro-esquerda burguesa a Casa Rosada na Argentina, apresentado pelos reformistas como um “fôlego” na onda conservadora que assola o continente mostrou-se já no seu início uma fraude. Alberto Fernández e Cristina Kirchner começaram a aplicar ainda no apagar de 2019 um plano de guerra contra os trabalhadores ao mesmo tempo que costuram um “Pacto Social” coma burocracia sindical da CGT e CTA.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

EM 25 DE DEZEMBRO DE 1991: GORBACHEV RENUNCIAVA A PRESIDÊNCIA DA URSS, COLOCANDO UM FIM AO ESTADO OPERÁRIO. A MAIOR DERROTA HISTÓRICA DO PROLETARIADO MUNDIAL 


Doloroso para os Marxistas Leninistas escrever sobre o fim do Estado Operário Soviético, fundado por Lenin, Trotsky, Stalin entre uma plêiade de dirigentes do Partido Bolchevique. São muitos os antecedentes históricos que precederam esta verdadeira tragédia histórica para o proletariado mundial, ocorrida oficialmente em 25 de dezembro de 1991, com a renúncia de Mikael Gorbachev a presidência da URSS, ato contínuo marcado pela retirada do Palácio do Kremlin da bandeira comunista vermelha da foice e martelo. Mas para iniciar este rápido artigo podemos relacionar o fato ocorrido em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas Soviéticas assinarem o novo Tratado da União, estamos falando é claro do chamado “Golpe de Agosto”, quando um setor militar de “linha stalinista” denominado Comitê Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder para reverter a dissolução da URSS. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente da república. O então vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. Porém golpe de Estado fracassou ao adotar métodos burocráticos e totalmente isolado da necessária mobilização da classe operária para defender suas conquistas revolucionárias. Gorbachev, apoiado diretamente pelo imperialismo ianque e a burguesia nascente russa, regressou a Moscou, pelos braços do restauracionista Boris Yeltsin, mandando prender os responsáveis pelo Golpe, batizados de “Bando dos 8”. Indicado pela Casa Branca, o charlatão oportunista Boris Yeltsin, assume controle da empresa central de televisão e dos principais ministérios e organismos econômicos, ainda com Gorbachev formalmente no comando da URSS. A estrondosa derrota do “Golpe de Agosto” e o caos político e econômico que se seguiu agravou o separatismo regional e acabou levando à fragmentação do país. Em setembro as repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) declaram a independência em relação a Moscou. Em primeiro de dezembro, a Ucrânia proclamou sua independência por meio de um plebiscito. Entre outubro e dezembro onze (com as três repúblicas bálticas e a Ucrânia) das quinze repúblicas soviéticas declaram independência. Em 21 de dezembro, líderes da Federação Russa, Ucrânia e Bielorússia assinaram um documento onde era declarada extinta a União Soviética e no seu lugar era criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Finalmente no dia de natal de 1991, em cerimônia transmitida por satélite para o mundo inteiro, Gorbachev que estava há seis anos na Secretaria Geral do PCUS, declara oficialmente o fim da URSS e renúncia a presidência do país. O que afirmamos hoje, 28 anos após a destruição contrarrevolucionária da URSS , é que a torpe tentativa revisionista de apresentar a ideia de uma “vitória revolucionária” da classe operária com a extinção do Estado Operário é uma escandalosa fraude encomendada pelos ideólogos do capital financeiro. Converter derrotas históricas do proletariado mundial, como na dimensão colossal do fim da URSS, em vitórias ou “revoluções”, é um método próprio dos stalinistas e seus similares revisionistas do Trotskismo. Os que se alinharam com a OTAN, Yeltsin e o imperialismo europeu para festejar a destruição dos Estados operários, em nome de um suposto fim do stalinismo, não souberam honrar o legado teórico de Leon Trotsky, tampouco estão aptos a credenciarem-se junto à classe operária brasileira e internacional como sua “nova” direção revolucionária, já que não postularam a mais elementar condição de um revolucionário: A defesa das conquistas históricas da Revolução de Outubro!
“NÃO É O PROJETO DOS SONHOS MAS VAMOS EM FRENTE”, AFIRMA MORO SOBRE PACOTE ANTICRIME: UM VERDADEIRO PESADELO SINISTRO PARA OS POBRES E NEGROS...



No fim da tarde desta quarta-feira natalina (25/12) em uma rede social, o Ministro justiceiro Sérgio Moro falou sobre a sanção presidencial da nova lei anticrime: "Não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços. Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em frente", afirmou o chefe da famigerada “República de Curitiba”. Cinicamente Moro complementou "De todo modo, o texto final sancionado pelo presidente contém avanços para a legislação anticrime no país”. O suposto desconforto do “capo” da Lava Jato tem relação com a criação do juiz de garantias que é uma das medidas do pacote anticrime que torna mais rígido o processo penal, sendo sancionada pelo neofascista Bolsonaro, com alguns vetos. Esse juiz passará a ser o responsável por acompanhar e autorizar etapas dentro do processo, mas não terá o poder de alterar a sentença, por mais exdrúxula que seja. Como sempre, a blogosfera da esquerda reformista enxerga uma suposta crise entre Moro e Bolsonaro, sempre depositando ilusões no “espírito democrático” do nazista de Maringá. Desta vez o site oficioso da Frente Popular, portal 247, escreveu: “Sergio Moro sofreu sua mais dura derrota no governo federal, com a decisão de Jair Bolsonaro de criar a figura do juiz de garantias”. Já o site Diário do Centro do Mundo (DCM) fala da “Traição de Bolsonaro a Moro”. Ficção reformista a parte, a verdade é que os vetos do governo neofascista não alteram em nada o caráter geral reacionário e punitivista do malfadado “Pacote Anticrime”. Quanto a uma imaginária “derrota” de Moro nem vale a pena comentar, tamanho o disparate político desta conclusão dos frente populistas. Os fatos reais da conjuntura nacional apontam na direção de um brutal recrudescimento do regime bonapartista, inaugurado com o golpe institucional ocorrido em 2016. O incremento da repressão estatal, somado a organização de ações facistas (não oficiais) em todo o país, ver o atentado terrorista de ontem a produtora “Porta dos Fundos”, revela uma nítida tendência do crescimento das hordas da extrema direita no país. Enquanto o bloco da esquerda reformista (PT, PSOL, PCdoB, PCO) “sonha” com eleições e na volta de Lula ao Planalto em 2022, o imperialismo ianque vem pautando sua pauta neoliberal contra as conquistas históricas do proletariado, aplicada à risca pela equipe econômica do rentista Paulo Guedes e o pior sem a menor resistência direta das direções do movimento de massas.
NO “NATAL” DE 1977 PARTIA CHARLES CHAPLIN: NOS DEIXAVA O CRIADOR DE CARLITOS, O MISERÁVEL “VAGABUNDO” QUE AGITAVA A LUTA DE CLASSES, DENUCIOU O NAZI-FASCISMO E DEFENDIA O SOCIALISMO NO CIMEMA


Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie ou Charles Chaplin, nasceu no dia 16 de abril de 1889, em Londres, na Inglaterra, e morreu aos 88 anos, em um dia de Natal, no dia 25 de dezembro de 1977, em Corsier-sur-Vevey, Vaud, na Suíça. Charles Chaplin se tornou uma figura emblemática da era do cinema mudo e, em especial, ficou conhecido pelo personagem Carlitos (ou O Vagabundo), criado e interpretado por ele mesmo. Além de ator, Chaplin foi também diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin é um dos primeiros astros da história do cinema, elevando a indústria cultural a um patamar que poucos ousaram imaginar na época. Entre os seus filmes mais conhecidos estão Luzes da Cidade e Tempos Modernos. Em “Um Rei em Nova York” seu filho, ao ler Karl Marx, faz um discurso de crítica ao capitalismo. Foi perseguido pelo Marcarthismo. Pessoas que se recusassem apresentar nomes quando comparecessem perante o Comitê de Atividades Anti-Americanas, seriam elas próprias adicionadas a uma "lista negra" que tinha sido elaborado pelos estúdios cinematográficos de Hollywood. Mais de 320 pessoas foram colocadas nesta lista o que lhes obrigou a parar de trabalhar na indústria do entretenimento. Nomes importantes do cinema norte-americano foram incluídos nessa relação, como Leonard Bernstein, Charlie Chaplin, John Garfield, Dashiell Hammett, Lillian Hellman, Arthur Miller e Orson Welles. Porém o que poucos sabem é que Charles foi por muitos anos militante clandestino do Partido Comunista dos EUA, organização política que nunca conseguiu obter a legalidade institucional no país que se diz o "mais democrático do mundo". Perseguido politicamente e criminalmente nos EUA, Chaplin auto-exilou-se na Suíça onde ironicamente faleceu em um dia de Natal.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

“PORTA DOS FUNDOS” SOFRE ATAQUE TERRORISTA COM COQUETEL MOLOTOV: RESPONDER A OFENSIVA CRIMINOSA FASCISTA COM O ARMAMENTO POPULAR!


A produtora do canal responsável pela criação dos programas “Porta dos Fundos” foi alvo de um ataque terrorista na madrugada desta terça-feira (24/12), na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de imprensa do grupo, dois coquetéis molotov foram jogados na fachada do imóvel. Houve danos materiais no quintal e na recepção. A avaliação de integrantes do grupo é a de que, caso não houvesse um segurança no local, todo o prédio teria sido incendiado. O fogo foi contido por um funcionário que estava no prédio. O ataque terrorista acontece no momento em que o "Especial de Natal do Porta dos Fundos" deste ano é alvo de reações de grupos de extrema direita, ligados ao bolsonarismo e hordas evangélicas de diversas denominações nas redes sociais, por conta da maneira como retratou Jesus Cristo no programa especial de final de ano. Em nota, a assessoria de imprensa do grupo informou que o: "Porta dos Fundos condena qualquer ato de ódio e violência e, por isso, já disponibilizou as imagens das câmeras de segurança para as autoridades, para o Secretário de Segurança, e espera que os responsáveis pelos ataques sejam encontrados e punidos" e reforça que seguirá em frente "mais unido, mais forte e mais inspirado pela liberdade de expressão". Já o ator Fábio Portchat escreveu em seu Twitter: "Não vão nos calar! Nunca! É preciso estar atento e forte”. O covarde ataque ao “Porta dos Fundos” não é um fato isolado, é parte da atual ofensiva neofascista contra as liberdades democráticas, a esquerda e a população pobre de uma maneira geral. O avanço da extrema direita no país não será detido com “apelos” as autoridades policiais e tampouco recorrendo à justiça burguesa golpista e reacionária até a medula. O movimento operário e popular deve adotar uma estratégia militar de autodefesa, como um embrião da construção de seu próprio poder político. É necessário organizar os comitês de ação proletária , destinados ao armamento popular, tanto no campo como nas cidades! Somente com iniciativas políticas totalmente independentes do Estado Burguês e suas instituições, as massas poderão sedimentar o caminho da revolução socialista!
LEIA A MAIS RECENTE EDIÇÃO DO JORNAL LUTA OPERÁRIA Nº 345 - DEZEMBRO/2019


EDITORIAL
2019: Um ano de profundas derrotas para os trabalhadores

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

OFENSIVA DE TRUMP CONTRA A UE E RÚSSIA: IMPERIALISMO IANQUE NÃO “GUERREIA” SÓ CONTRA A CHINA...


O governo imperialista alemão de Angela Merkel, através de seu ministro das Finanças, Olaf Scholz, repudiou as sanções assinadas pelo reacionário governo Trump contra os gasodutos em construções que transportarão imensa quantidade de gás russo para a Europa, incluídas na lei de financiamento do Pentágono para o próximo ano, como uma “severa intervenção nas questões alemães e europeias”. A lei ianque extraterritorial pretende impedir a conclusão dos gasodutos Nord Stream 2 (Rússia-Alemanha, sob o Mar Báltico) e Turkstream (Rússia-Turquia, sob o Mar Negro), na tentativa de impor o mais caro gás liquefeito norte-americano. O achaque de Trump também foi condenado pela União Europeia, que declarou que “se opõe por princípio à imposição de sanções contra empresas europeias envolvidas em atividades legais”. Na quinta-feira (19/12) o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, havia sublinhado que a “a política europeia de energia é decidida na Europa, não nos Estados Unidos”. “Nós rejeitamos intervenções de fora e sanções extraterritoriais”. Quase pronto, o gasoduto Nord Stream 2 irá duplicar o fornecimento direto de gás natural russo para a Europa Ocidental através da Alemanha, principal beneficiária do mega projeto. Por sua vez o presidente turco Recip Erdogan, antigo aliado dos EUA e membro da OTAN, reagiu durante cúpula na Malásia que reuniu a Indonésia, o Irã e o Qatar, chamando as sanções contra o Turkstream de “violação completa de nossos direitos”, e asseverando que “Ancara irá retaliar tal medida”. O Turkstream foi criado como uma alternativa ao gasoduto South Stream, que foi bloqueado em 2014 pela Bulgária, sob pressão dos EUA. A entrada em operação do Turkstream, com capacidade para fornecer 31,5 bilhões anuais de metros cúbicos de gás russo, está marcada para o dia 8 de janeiro do próximo ano, em cerimônia que contará com a presença do presidente russo Vladimir Putin. A lei de orçamento do Pentágono também sanciona a Turquia por adquirir o sistema de defesa russo S-400. Em comunicado sobre as famigeradas sanções dos EUA contra o Nord Stream 2, o Presidente Putin, pela voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia registrou que “Washington cruzou uma linha histórica na política externa, começando a impor sanções […] contra seus próprios aliados”. Em entrevista ao portal de notícias RT, o vice-diretor geral para questões de gás do Fundo Nacional de Segurança Energética da Rússia, Alexey Grivach, disse que as ações de Trump “são absolutamente ilegais, pois sanções são direcionadas contra pessoas de países terceiros”. Alexey observou ainda que o “imperialismo ianque quer violar a soberania da Europa no campo da determinação da segurança energética e obter uma vantagem injusta na competição pelo mercado europeu”. A grande mídia e a esquerda em particular vem dando destaque a chamada “guerra comercial” entre os EUA e a China, deixando de lado o gradativo “cerco econômico” que Trump vem imprimindo contra a Rússia, seu principal adversário militar na arena da geopolítica mundial. A asfixia do regime bonapartista de Putin, principalmente no que tange às relações comerciais com a Europa, principal fonte econômica da Rússia, é uma das prioridades do Pentágono. Os Marxistas Leninistas que lutaram contra a restauração capitalista na antiga URSS, que suprimiu uma série de conquistas históricas do proletariado russo, não nutrem qualquer simpatia política pelo conservador governo Putin. Porém não somos estupidos para desconsiderar os atritos reais entre o imperialismo ianque e o atual regime nacionalista burguês vigente na Rússia. Neste sentido, mantendo o foco de combate no principal inimigo dos povos, o imperialismo ianque e seu atual governo de extrema direita, rechaçamos vigorosamente as sanções de Trump contra a Rússia e que atingem até aliados antigos dos EUA.
EM 23 DE DEZEMBRO DE 1953 ERA EXECUTADO BERIA, O CHEFE DA POLÍCIA POLÍTICA DA URSS: MORRE O “BRAÇO DIREITO” DE STÁLIN, O HOMEM QUE ORGANIZOU O ASSASSINATO DE TROTSKY E ENVENENOU SEU “CHEFE” EM MEIO A PUGNA NO INTERIOR DA BUROCRACIA SOVIÉTICA


Lavrenti Pavlovitch Beria, chefe da polícia política da URSS entre 1929-1953 e o principal organizador do assassinato de Trotsky a mando de Stálin, morreu em 23 de dezembro de 1953. Ele foi condenado à pena máxima como traidor e executado nesta data como parte da disputa no interior da burocracia soviética após a morte de Stálin. Por um decreto do Presidium do Soviete Supremo, foi expulso desse órgão, do cargo de primeiro-vice-presidente do Conselho de Ministros da URSS e de ministro do Interior da URSS, privado de todas as patentes e processado pelo Supremo Tribunal da URSS. Em uma carta meses antes de sua execução orquestrada pela ala comandada por Nikita Khrushchov, ele pediu clemência “Caros camaradas, querem dar cabo de mim sem julgamento e investigação, depois de cinco dias de reclusão, sem um único interrogatório; suplico-vos a todos que isso é inadmissível, peço intervenção imediata, de outro modo será tarde. É preciso prevenir pelo telefone. Queridos camaradas, suplico-vos insistentemente que nomeiem a mais responsável e severa comissão para que faça uma investigação rigorosa do meu caso, dirigida pelo camarada Molotov ou pelo camarada Vorochilov. Será que um membro do Presidium do CC não merece que o seu caso seja atentamente analisado, lhe seja feita a acusação, lhe sejam exigidas explicações, que testemunhas sejam interrogadas? Isso é bom, sob todos os pontos de vista, tanto para o processo, como para o CC. Caros camaradas, será que a única solução é fuzilá-lo sem julgamento e sem o esclarecimento do caso, tratando-se de um membro do CC e vosso camarada, após cinco dias de prisão numa cave?... Peço aos camaradas Malenkov e Khrushchov que não sejam teimosos, pois nada de mau acontecerá se um camarada for reabilitado. Imploro mais e mais uma vez que se intrometam e não deixem morrer um velho camarada.” Beria foi vítima da própria política que executou contra seus adversários nas pugnas no interior da burocracia soviética e no combate as diversas alas da oposição no PCUS.

domingo, 22 de dezembro de 2019

ALBERTO FERNÁNDEZ DEBUTA COM SUA LEI DE “SOLIDARIEDADE SOCIAL”: APOSENTADORIAS CONGELADAS E SOCORRO AOS RENTISTAS...  “NEOLIBERALISMO DE ESQUERDA” PARA ENGRUPIR TOLOS!


O Senado da Argentina aprovou na madrugada do último sábado (21/12), o chamado projeto de lei de “Solidariedade social e reativação produtiva na emergência pública”, uma iniciativa sob encomenda do mercado, apresentada pelo recém empossado presidente Alberto Fernández (peronismo kirchnerista) que lhe confere poderes para executar, durante um ano, medidas especiais, financeiras, previdenciárias, administrativas, sociais e sanitárias em caráter emergencial, sob demanda do FMI. A lei neoliberal que tinha sido aprovada na véspera pelos deputados, teve 41 votos a favor, 23 contra e uma abstenção, em uma sessão na qual Cristina Kirchner começou sua atuação à frente do Senado. Na Argentina o vice-presidente também preside o Senado e tem poder de voto no caso de decisões que estejam empatadas. A malfadada ‘emergência econômica’, que passa a ser aplicada estabelece uma reestruturação das tarifas dos serviços energéticos, a suspensão das regras vigentes para o aumento das pensões e o seu ajuste diretamente determinado pelo governo, um imposto à compra de dólares para poupança e gastos no exterior, aumento dos impostos das exportações agrárias, entre outras disposições reivindicadas pelo capital financeiro ao novo governo da centro esquerda burguesa. Outro ponto da iniciativa da legislação de “solidariedade social”... com os empresários é claro, foi eximir total ou parcialmente de contribuições a todas as pequenas e medias empresas (pymes), e àquelas empresas que empreguem mais trabalhadores. O ministro de Desenvolvimento Social, Daniel Arroyo, informou que os fundos para atender à emergência alimentar no próximo ano serão aproximadamente 4,2 bilhões de Reais (em moeda brasileira), uma quantia absolutamente irrisória se levarmos em conta o montante dos pagamentos que o governo fará ao FMI e a banca financeira local (dívida pública), ambos compromissos “religiosamente” mantidos por Alberto Fernández. O ministro da Economia ,Martín Guzmán, afirmou que:”Se essa lei não existisse, seria muito difícil para o país ter as condições necessárias para iniciar essas conversas, em relação à negociação com o FMI”. Na mesma direção em que o governo peronista ataca as aposentadorias e salários, convoca a burocracia sindical e a esquerda reformista para celebrar um novo “pacto social”, temendo que seu projeto neoliberal atravesse turbulências com a resistência espontânea do movimento de massas. Por sua vez a esquerda revisionista agrupada na FIT (Frente de Esquerda dos Trabalhadores) se resume a lamentar a aprovação do projeto kirchnerista...pelo Twitter dos seus antigos parlamentares (não eleitos). A vanguarda classista da Argentina, que já deu várias demonstrações de combatividade e luta, deve partir para a ação direta contra o governo neoliberal peronista, sem ilusão alguma no parlamento burguês ou nos decadentes deputados “trotskistas” da FIT.

sábado, 21 de dezembro de 2019

HÁ 09 ANOS: TROPAS MILITARES IANQUES SE RETIRAVAM DO IRAQUE DEIXANDO EM SEU LUGAR UM GOVERNO TÍTERE DO IMPERIALISMO


Em dezembro de 2011, após oito anos de ocupação militar sobre o Iraque, o então presidente Barack Obama “retirou” oficialmente as tropas ianques do território iraquiano. A ocupação trouxe um saldo macabro para a combalida população iraquiana: quase 200 mil civis mortos nesta guerra de rapina colonialista, milhares de mutilados, milhões de refugiados, desemprego em massa; o país está arrasado em sua infraestrutura, a água potável é escassa (poços foram envenenados pela coalizão anglo-americana), o sistema de saneamento básico e eletricidade são precários. Com um rastro de sangue por onde passaram, as tropas anglo-ianques estiveram “atoladas” nas areias do deserto iraquiano durante nove anos, tendo como resultado, no enfrentamento com a heroica resistência iraquiana, a morte de mais de quatro mil soldados americanos e milhares de feridos e um “custo” que supera a casa dos quatro trilhões de dólares para manter a logística de guerra.  Contudo, o chamado “custo de guerra” é apenas um subterfúgio, uma jogada diversionista do imperialismo para ocultar uma operação de grande envergadura militar que está sendo preparada, a de apontar seus mísseis para a Síria e Irã, fato que a mídia “murdochiana” faz questão de esconder. Como é sabido, o imperialismo ianque e europeu não “abandonaram” simplesmente o território iraquiano. Ao contrário, o Pentágono traçou uma nova estratégia militar para a região a fim de aumentar ainda mais seu controle geoestratégico no Oriente Médio. Para reprimir e intimidar a população local, as diversas etnias e grupos religiosos – entre os quais sunitas e xiitas – os militares ianques deixaram no lugar das tropas regulares um enorme contingente de mercenários que já atuavam junto às tropas oficiais. Trata-se de uma máfia, ou empresas privadas de segurança contratadas pelo Pentágono para “manter a ordem” social e política no Iraque, sendo que mais conhecida é a “Blackwater”. A “Blackwater Security Consulting Company”, para se ter uma ideia, é acusada de vários crimes hediondos durante a guerra de ocupação, pois segundo o próprio Wall Street Journal, “utilizam fuzis como se fossem buzinas” para defender a propriedade privada dos grandes trustes petrolíferos.
COM UM RASTRO DE CINCO MIL MORTOS: HÁ TRINTA ANOS O IMPERIALISMO IANQUE OCUPAVA MILITARMENTE O PANAMÁ


O governo do Panamá, através do presidente Laurentino Cortizo membro do PRD (Partido Revolucionário Democrático), declarou esta sexta-feira, 20 de dezembro, “Dia de Luto Nacional” em “reconhecimento às vítimas da invasão militar do exército dos Estados Unidos, ocorrido no país há 30 anos”. A decisão determina que a bandeira nacional fique hasteada a meio mastro na data em que milhares de panamenhos foram até os cemitérios prestar sua homenagem. Nesta data, em 1989, com o intuito de manter sob sua dominação imperial o estratégico Canal e a alegação de “acabar com a ditadura do general Manuel Antonio Noriega”, o presidente republicano George Bush (pai) ordenou o bombardeio e a ocupação do país que já tinha sido governado pelo histórico líder nacionalista Omar Torrijos. Como ficou fartamente comprovado por organismos internacionais, a ação de aviões e helicópteros de guerra ianques, somada ao fogo indiscriminado disparado de armas de alta tecnologia, a operação cinicamente batizada de “Causa Justa” deixou um saldo extraoficial de até 5.000 civis mortos, principalmente no popular bairro de El Chorrilo, próximo onde estavam concentradas as tropas panamenhas, mas também de Rio Hato, Panamá la Vieja, San Miguelito e Colón. Uma denúncia mais pormenorizada e contundente deste trágico fato, também está exposta no filme “Invasão”, dirigida pelo cineasta panamenho Abner Benaim, produzido em 2014. Após o ataque em que tomaram parte 27 mil soldados estadunidenses do destacamento “Rangers”, o então presidente Noriega se refugiou durante 10 dias na embaixada do Vaticano na Cidade do Panamá. Ali, enquanto massacravam civis, de forma completamente ilegal, as tropas ianques colocaram caixas de som com rock a um volume ensurdecedor, praticando ininterruptamente uma descomunal tortura psicológica que o obrigaram a se render no dia 3 de janeiro de 1990. Dentro de uma base militar, o fantoche panamenho Guillermo Endara foi nomeado pelos EUA presidente do Panamá, dirigindo o país até 1994. Em 31 de dezembro de 1999, em comprimento aos Tratados Torrijos - Carter, a Casa Branca se retira o último soldado norte-americano do território panamenho, ocorrendo a “devolução tutelada” do território da Zona do Canal para a suposta soberania da República do Panamá. Passados 30 anos da selvageria imperialista contra o povo do Panamá, o reacionário governo Trump, que reivindica o nefasto passado de intervenções de Reagan e Bush, ainda tenta uma aventura militar contra a Venezuela, sob o mesmo esfarrapado pretexto da “defesa da democracia” no continente que considera seu quintal. Como no passado, os Marxistas Leninistas que estiveram na linha de frente contra a ocupação imperialista no Panamá, sem depositar nenhuma confiança política no nacionalismo burguês, hoje estão na vanguarda do combate contra as tentativas de intervenção militar ianque na Venezuela!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

GRUPO RESISTÊNCIA (PSOL), PSTU E PCDOB DEFENDEM A BOLSONARISTA KAROL ELLER E AFIRMAM QUE “LUTA CONTRA A LGBTFOBIA NÃO TEM IDEOLOGIA”: PARA OS MARXISTAS SOLIDARIEDADE TEM CARÁTER DE CLASSE E CAMPO IDEOLÓGICO! NENHUM APOIO A YOUTUBER NEOFASCISTA, INIMIGA DOS TRABALHADORES, DAS MULHERES E LGBT´s!


Tão logo ganhou manchetes que Karol Eller, a youtuber de extrema-direita amiga de Bolsonaro, foi supostamente atacada com sua namorada (uma policial civil) em uma briga de rua, a esquerda reformista como o PCdoB e grupos revisionistas do Trotskismo (Resistência e PSTU) saíram imediatamente em sua defesa alegando que se tratava de uma agressão homofóbica. Lançaram memes na internet e fizeram artigos tendo como eixo que a “luta contra a LGBTfobia não tem ideologia” e prestando solidariedade a bolsonarista Karol. Quanto ao PCdoB, que há poucos dias tinha se solidarizado com a neofascista Joice Hasselman pelas mãos de Manuela D´ávila não há nenhuma surpresa, mas grupos que se dizem Trotskistas atuarem da mesma forma é digno de nota e... combate político e ideológico! No depoimento dado a polícia pela youtuber, ela alega que sofreu as agressões por preconceito contra a sua orientação sexual. O agressor, por sua vez, conta uma versão diferente, de que ela estava armada e teria ficado com ciúmes porque ele conversou com sua namorada. Não vamos entrar no mérito das versões apresentadas (apesar das imagens filmadas desmontarem a farsa montada por ela) mas no que realmente interessa para os Comunistas: a posição de setores da esquerda em apoiar incondicionalmente uma Bolsonarista alegando que a solidariedade a uma LGBT está “acima das ideologias”. Para os Marxistas Revolucionários a solidariedade tem um caráter de classe e não está acima das opções políticas e ideológicas das pessoas. Esse é o critério dos Trotskistas mas grupos como Resistência e PSTU passam longe de adotarem um programa revolucionário marxista principalmente quando se trata da chamada “opressão de gênero”. Assumem a concepção “identitarista”, próprio das chamadas “novas vanguardas” que para esses revisionistas são movimentos que estão acima da luta de classes. A solidariedade a uma Bolsonarista é a expressão clara dessa adaptação policlassista própria da social-democracia, da chamada “esquerda identitária” que tem o PSOL como farol irradiador no Brasil. De nossa parte, Karol Eller não terá nenhuma solidariedade, não é uma das nossas combatentes pelos direitos LGBT, das mulheres, negros e da classe trabalhadora, ao contrário, é uma inimiga de classe que inclusive fez campanha para Bolsonaro e ataca o movimento LGBT, reproduzindo o discurso reacionário de que não existe LGBTfobia no país e de que tudo não passa de “vitimismo”. Não por acaso ganhou da “famílicia” Bolsonaro um cargo na EBC com um salário acima de R$ 10 mil para propagar sua plataforma neonazista!
DISPUTA INTERMILICIANA: WITZEL MANDA SEU “MP” REVELAR OS “NEGÓCIOS” DO CLÃ NEOFASCISTA COLOCANDO FLAVIO BOLSONARO COMO ALVO PREFERENCIAL DO ATAQUE


O Ministério Público (MP) do estado do Rio de Janeiro, sob orientação direta do criminoso governador Wilson Witzel, deu prosseguimento às investigações do esquema de lavagem de dinheiro do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente neofascista, descobrindo que o chefe da milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, foragido da polícia, ficava com parte dos valores arrecadados através de “rachadinha” no gabinete do então parlamentar estadual. De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), órgão vinculado ao governo de Witzel, Adriano Nóbrega fez contato com Danielle por Whatsapp no dia 29 de dezembro do ano passado, período no qual já estava foragido e com a investigação do Caso Queiroz já em pleno curso. O mafioso Queiroz demonstrou preocupação com a manutenção de Danielle Mendonça como funcionária fantasma na Alerj devido às eleições de 2018 e o receio de que o aumento da exposição do deputado estadual Flávio Bolsonaro levasse a imprensa a descobrir a esposa do miliciano em seu gabinete. O MP estadual afirma que Danielle revelou numa outra mensagem que foi o ex-marido quem arrumou a nomeação de funcionária fantasma na Alerj. Os promotores públicos afirmam ainda que Flávio Bolsonaro homenageou Adriano de Nóbrega com moção de louvor pelos inúmeros serviços prestados a sociedade e destacam que Adriano e Queiroz foram amigos de farda. O MP sustenta também que ao nomear a esposa e a mãe de Adriano para cargos comissionados, Flávio Bolsonaro transferiu, ainda que indiretamente, recursos estatais para o acusado de integrar milícia. Segundo o MP, Adriano interveio junto a Queiroz na tentativa de manter sua ex-esposa Danielle Mendonça da Costa no cargo e admitiu que era beneficiado por parte dos recursos desviados por parentes dele também nomeados na Alerj. O Ministério Público do Rio de Janeiro, que fez operação de busca e apreensão também na loja de chocolates de Flávio Bolsonaro, declarou ter indícios de que o senador Flávio Bolsonaro e sua mulher, Fernanda, pagaram em dinheiro vivo de forma ilegal R$ 638,4 mil na compra de dois imóveis em Copacabana (zona sul). Para os promotores, o uso de recursos em espécie tinha como objetivo lavar o dinheiro obtido por meio da “lavagem de dinheiro no antigo gabinete de Flávio na Alerj. Em entrevista à RedeTV em janeiro deste ano, Flávio citou suas atividades empresariais como fonte de seu patrimônio. Porém, relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de janeiro contradisse a versão do atual senador para explicar seus ganhos financeiros. O documento apontou movimentação atípica de Flávio Bolsonaro de R$ 632 mil entre agosto de 2017 e janeiro de 2018. Segundo o RIF (Relatório de Inteligência Financeira), Flávio recebeu no período R$ 120 mil como lucro da loja. O valor é menor do que sua remuneração à época como deputado estadual, que somou R$ 131 mil no mesmo período. O órgão não conseguiu identificar a origem de outros R$ 90 mil recebidos por ele. Com o filhote fascista no “centro do furacão” e sob a mira de Witzel, Jair Bolsonaro tenta tirar o “corpo fora”, anunciando que nada tem a ver com os “negócios” de  Flávio e que se responsabiliza apenas por seus próprios atos. O “poderoso chefão”
miliciano todos sabem que é o próprio presidente neofascista, que já se prepara para enfrentar fortes turbulências em seu governo com o retorno à mídia do escândalo da “rachadinha”. Mas por mais exposto que esteja o “mar de lama” deste governo, sem a mobilização de massas, ganhando as ruas e fábricas, a margem de manobra e recomposição política de Bolsonaro é que vem prevalecendo na conjuntura, principalmente com o recrudescimento da ofensiva neoliberal contra as conquistas históricas do proletariado brasileiro. Enquanto a crise do regime vigente estiver limitada as disputas intermilicianas, ou mesmo no seio das alas da burguesia nacional, a classe operária vai continuar amargando profundas derrotas. É urgente apresentar aos trabalhadores e o povo oprimido deste país um novo projeto de poder revolucionário, que passe ao largo do cretinismo eleitoral da esquerda reformista.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

TENDÊNCIA “DEMOCRACIA SOCIALISTA” DO PT E MARIONETES DA OLIGARQUIA GOMES VOTAM UNIFICADOS EM DEFESA DA REFORMA NEOLIBERAL DO GOVERNO CAMILO SANTANA... SERVIDORES SÃO ATACADOS PELA PM E FICAM GRAVEMENTE FERIDOS!


Ocorreu hoje (19.12) a votação da reforma neoliberal da previdência apresentada pelo governo Camilo Santana (PT) na Assembleia Legislativa do Ceará. Um forte esquema repressivo montado pela PM não só impediu a entrada de servidores como os trabalhadores foram alvo do ataque da PM, que deixou vários companheiros gravemente feridos. A medida apresentada pelo governo reduz pensões e aumenta a idade para aposentadoria dos servidores públicos, além de reajustar para 14% a alíquota de descontos dos salários para a previdência foi aprovada por ampla maioria dos deputados. Todos os quatro deputados petistas (Fernando Santana, Elmano de Freitas, Acrísio Sena e Moisés Braz) se posicionaram a favor da medida. Foram 34 votos a favor, 8 votos contra e nenhuma abstenção, além de 3 ausências. Elmano de Freitas, dirigente da Tendência “Democracia Socialista”, a mesma corrente da ex-prefeita Luizianne Lins, na qualidade de líder do PT no parlamento estadual, não só votou a favor do ataque neoliberal ao funcionalismo como defendeu da tribuna o ajuste imposto pelo governo Camilo Santana. Ele e Acrísio Sena (ex-dirigente do Partido da Libertação Prolerária-PLP), que é um homem de confiança de Ciro Gomes dentro do PT, formaram a tropa de choque do governo junto com os parlamentares do PDT. Esse folgado placar em favor da reforma neoliberal demonstra que o PT e seus parlamentares são disciplinados aplicadores das medidas draconiadas exigidas pelos rentistas contra os trabalhadores. Esses canalhas que balcuciam firulas verbais contra Bolsonaro na hora de fazerem o mínimo ato de resistência aos ataques neoliberais contra os explorados atuam justamente no sentido contrário: se perfilam no campo político e econômico dos nossos inimigos de classes. Como alertou a militância da LBI presente no protesto duramente reprimido pela PM hoje na Assembleia Legislativa do Ceará, o PT busca se credenciar como uma alternativa política palatável ao governo Bolsonaro justamente provando para a classe dominante que não vacila em aplicar as medidas mais duras contra os trabalhadores. Apenas fazem demagogia em “dias de festa” para angariar votos mas quando são chamados a votarem contra o povo explorados se disciplinam sob a ordem do grande capital. Elmano de Freitos, da tendência “Democracia Socialista” do PT, corrente que disputa internamente a indicação do nome da ex-prefeita Luizianne Lins para concorrer a pleito de 2020, votou sevilmente para demonstrar que a (mal) chamada “esquerda petista” sabe administrar para o grande capital, buscando assim o aval de Camilo para o nome de Luizianne a prefeitura de Fortaleza, que já governou em colaboração com os grandes empresários em passado recente. Apesar de Camilo ser uma marionente da Oligarquia Gomes, a DS rasteja para não bater de frente com o pupilo de Ciro Gomes no PT, contanto nesse “gesto de boa vontade” com o aliado Acrísio Sena. A militância da LBI que esteve presente na luta direta e contra a repressão denuncia também a sabotagem imposta pelas direções sindicais (APEOC, MOVA-SE e SINDUTE), todos filiados à CUT, que não mobilizaram suas bases, não convocaram a greve geral do funcionalismo e se limitaram a fazer um “teatro de luta” que de fato não questionou a reforma neoliberal de Camilo. Faz-se necessário fazer amplamente a denuncia do PT, de seus parlamentares vendidos e da CUT nas bases das categorias para construir uma alternativa de direção política e sindical que não esteja sob o controle da política de colaboração de classes da Frente Popular!

Militância da LBI no ato de hoje contra o governo Camilo Santana (PT)