terça-feira, 10 de maio de 2022

URNA ELETRÔNICA E TOTALIZAÇÃO VIRTUAL: MECANISMOS PARA FRAUDAR O VOTO NA DEMOCRACIA BURGUESA QUE SÃO AVALIZADOS PELA ESQUERDA DOMESTICADA

Para os Marxistas Revolucionários, a fraude eleitoral não nasceu com a urna eletrônica nem tampouco com as pesquisas eleitorais, é um produto histórico inerente a própria democracia burguesa. Lênin há mais de um século, estudou os mecanismos do processo eleitoral, no marco da ditadura capitalista, concluindo que seus resultados expressam sempre a forma distorcida da vontade popular. Passadas várias décadas e distintas etapas da correlação de forças da luta de classes, podemos afirmar que hoje o processo político da fraude no interior das eleições representativas não só foi ampliado como tornou-se um sofisticado mecanismo da “indústria” eleitoral. Isto significa que as distorções políticas próprias da democracia burguesa, como o peso econômico dos candidatos ou o apoio que recebem da imprensa capitalista, agora são potenciados pela manipulação direta do voto popular.

A tecnologia virtual mais importante utilizada em todo os processos modernos de fraude eleitoral eletrônica, veio à tona na forma das máquinas de votação (chamadas no Brasil de urnas), controladas por empresas da Big Tech, e seus softwares associados de contagem e totalização de votos, que passaram a dominar a maior parte das eleições por todo o mundo nos últimos 20 anos. 

No Brasil as máquinas eletrônicas foram sendo introduzidas na “era” neoliberal do governo FHC, sob orientação direta da Casa Branca e a CIA (Deep State) que utilizou o Brasil para ser a cobaia pioneira de um sistema de votação eleitoral 100% digital, sem comprovação física alguma.

 

No mecanismo da urna eletrônica não há a menor chance de contestação do resultado por parte do eleitor, já que seu voto é apenas virtual. Em outros sistemas eletrônicos de votação, cada registro do voto virtual deve necessariamente ter um correspondente físico discriminado o nome ou número do eleitor e sua cédula perfurada com a escolha de seus candidatos, feita a leitura eletrônica da cédula esta vai para um depósito lacrado que pode ser aferido e comprovado ao menor indício de fraude. 

No Brasil a suposta “modernidade” eleitoral está a serviço do controle da soberania popular por parte das oligarquias políticas dominantes, que detém o mando dos TRE's com a indicação de desembargadores de sua estreita confiança. É bem verdade que a fraude eleitoral em curso no país é um processo mais profundo do que apenas a urna “roubotrônica”, envolvendo o controle restrito da totalização regional/nacional de votos, os "institutos" de pesquisa e, por fim, o próprio financiamento bilhardário das principais campanhas, isto sem falar é claro da manipulação política exercida pelos monopólios da mídia corporativa

Em mais três décadas do surgimento da urna eletrônica, já são inúmeros os casos mais evidentes e “patéticos” do golpe da “casadinha”, ou seja, pesquisa eleitoral e urna eletrônica atuando em conjunto, sob o comando da máfia burguesa hegemônica. 

Registre-se o fato de que apesar dos Ministros do TSE afirmarem que o sistema do Brasil é “muito seguro”, acusando todos os que questionam o seu método de “inimigos da democracia”, o processo de uma votação eletrônica sem qualquer comprovação material, só existe em nosso país, e até mesmo no Japão (pioneiro mundial no sistema de urnas eletrônicas) o voto impresso é um elemento obrigatório para complementar todo o processo. No Brasil a “vontade política da burguesia” se sobrepõe a soberania do voto popular, que não pode ser comprovado pela população que exerceu seu direito histórico democrático, mas que assiste a própria “democracia” ser roubada pela manipulação da elite das corporações financeiras. 

No caso das atuais eleições municipais, sequer se consegue disfarçar a fraude eleitoral coordenada pelo Ministro presidente do TSE, Luís Roberto Barroso: caminhões de transporte de urnas terceirizados em todo o país, empresas de informática ligadas aos EUA (Big Data) que fornecem o software para totalização dos votos dos TRE’s, pane repentino de computadores centrais que saem e entram do ar com resultados díspares sem nenhuma explicação crível, aceite prévio de pesquisas para ampla divulgação na mídia que sequer realizaram qualquer consulta presencial nas cidades... a lista técnica da fraude eleitoral é bem extensa, porém o fulcro da questão é política! Burguesia resolveu levar à frente uma “eleição a frio”, no meio de um isolamento social e pandemia sanitária que ela mesmo resolveu decretar (obviamente não por uma questão de “defesa da vida”). 

O objetivo de tamanha contradição, ou seja, atemorizar a população com um vírus secular e ao mesmo tempo incentivar 100 milhões de eleitores a se “expor” nos dois turnos das eleições municipal, era claro: promover a maior fraude eleitoral da história do Brasil. O resultado eleitoral germinado deste espetáculo de estelionato contra a soberania popular, é uma nova modelagem do regime golpista vigente no país, consolidar um novo tipo de hegemonia de “Centro” das classes dominantes para coadunar com a Nova Ordem Mundial. 

Vale registrar que apenas dois “Institutos” dominam 90% do mercado das pesquisas eleitorais no país, ambos são apenas sucursais da dupla hegemônica na mídia jornalística brasileira: Folha de São Paulo e seu DataFolha e O Globo com seu carcomido Ibope. Estes dois “Institutos” com seus “resultados semanais” divulgados com grande estardalhaço por seus proprietários, a mídia corporativa, estão determinando a dinâmica política da campanha eleitoral dos partidos, inclusive os da chamada “esquerda”, que acolheram como “verdade suprema” as pesquisas dos “Institutos” consideradas como se fossem os próprios boletins oficiais dos TRE’s do país. 

Neste cenário, as pesquisas dos pseudos Institutos, trataram de promover candidaturas inexpressivas eleitoralmente, mas que correspondiam aos interesses econômicos e políticos da oligarquia contratante, isolando a extrema direita bolsonarista (adversária dos barões da mídia) e na outra ponta o PT, consideradas duas opções descartadas para o quadro que se abre da nova conjuntura nacional e internacional. O ingresso da Nova Ordem Mundial com a pandemia do isolamento e terror sanitário requer uma dominação do capital disfarçada de “civilizatória”, maquiada de “ciência” e com leves pitadas “democráticas”, sem esquecer é claro uma forte dose de “identitarismo” policlassista representado pelo PSOL. 

Com a legitimação social das pesquisas, agora ficou bem mais fácil “adequar” os boletins oficiais da justiça eleitoral, impossíveis de serem contestados por qualquer partido político ou organização da classe operária. Todos devem confiar na lisura de nossos “probos” juízes e desembargadores, já que o voto virtual não pode ser armazenado e tampouco recontado, a não ser nos programas dos supercomputadores comprador e geridos por grandes empresas capitalistas controladas pela Big Data. 

Historiando essa fraude, um destes episódios burlescos, marcados pela pantomima de seus protagonistas, foi a eleição do ex-governador Lúcio Alcântara em 2002, pelo PSDB-CE, quando o TRE emitiu o último boletim oficial dando a vitória ao candidato petista José Aírton, o tucano de “alta plumagem”, Tasso Jereissate, pego de “surpresa” correu até a sede da justiça eleitoral para ele próprio emitir um novo resultado (anulando o boletim já divulgado) empossando o correligionário Lúcio Alcântara.  Casos como o escândalo do Proconsult, na eleição de 1982 no Rio de Janeiro, onde a poderosa rede Globo buscou impedir a vitória de Leonel Brizola, são considerados hoje como os primeiros “laboratórios” da fraude eletrônica. 

Em 1989, na primeira eleição direta para presidente após a saída de cena da ditadura militar, novamente a família Marinho atuou para derrotar um candidato considerado “adversário” de seus interesses, combinando a farsa midiática com a fraude na totalização dos votos. 

Na verdade, para se instalar institucionalmente um mecanismo eleitoral fraudulento como o brasileiro, inclusive já exportado para outras semicolônias, é necessário um amplo acordo político no seio das classes dominantes com o objetivo de estabilizar o regime burguês por um longo período. No caso de países imperialistas, com uma tradição republicana mais arraigada e sem um profundo consenso partidário no interior da burguesia, fica impraticável estabelecer a completa virtualidade do processo eleitoral. 

Como marxistas não depositamos nenhuma confiança ou credibilidade nos instrumentos e cortes da justiça eleitoral e seus “parceiros”. 

A esquerda reformista tupiniquim (PT, PCdoB, PSOL, PSTU) vem aceitando passiva a introdução da urna eletrônica (agora com leitura biométrica para passar confiabilidade), saudando o atual mecanismo de contagem de votos como um “avanço da modernidade”, o curioso é que países na vanguarda da eletrônica e informática, como o Japão e até mesmo os EUA, não adotaram este sistema virtual, pela insustentabilidade de sua aferição material. 

Desgraçadamente, o conjunto da esquerda, até mesmo seus elementos mais “críticos” seguiu o mesmo caminho do reformismo e se recusam a denunciar a urna eletrônica, como parte integrante deste grande embuste representado por este regime bastardo da democracia dos ricos e seu escopo institucional. 

O MRT chega se opor ao voto impresso, usando Bolsonaro como pretexto para defender a urna eletrônica sem comprovação física do voto “Ainda aponta que o voto impresso é a melhor opção, ao mesmo tempo em que questiona o resultado das eleições norte-americanas”, quando na verdade esses ignorantes negam-se a entender que o mecanismo da fraude nas eleições nos EUA consiste em vários softwares da Dominion Vote Systems”, uma empresa canadense com sede no Colorado (EUA) que domina hoje o cenário eleitoral norte-americano que funcionam em conjunto para mapear os diferenciais de votação em um sistema central e, em seguida, aplicar mudanças súbitas de votos de acordo com códigos de software inteligentes (smartcodes) que invertem os votos de um candidato para outro em microsegundos de acordo com os objetivos políticos do programador. 

Frente a todo esse processo voltado a liquidar a soberania do povo popular, a classe operária poderá avaliar a conveniência política conjuntural de participar ou não de um processo eleitoral burguês, mas sem nunca legitimar seus resultados cada vez mais fraudulentos e corruptos, signos da atual etapa mundial de brutal ofensiva imperialista sobre os povos e nações oprimidas para impor a Nova Ordem Mundial ditada a partir da Pandemia.