quinta-feira, 19 de outubro de 2023

ISRAEL NÃO É UM PAÍS: É UM ENCLAVE MILITAR “ARMADO ATÉ OS DENTES” PELO IMPERIALISMO IANQUE

As assassinas Forças de Defesa de Israel (IDF) receberam dos EUA um avião militar de carga com veículos blindados, anunciou esta quinta-feira (19/10) o Ministério da Defesa do sionosta. “Eles são transferidos para as FDI para substituir veículos danificados durante a guerra”, explicou ele. Ele acrescentou que faz parte de uma aquisição maior no valor de 400 milhões de shekels (cerca de US$ 100 milhões). Além disso, o Ministério observou que no futuro chegarão ambulâncias blindadas, caminhões e equipamentos de engenharia mecânica. Para os Marxistas Revolucionários a essência de todos os conflitos militares travados na região reside na própria arena da luta de classes internacional, sendo a existência de Israel, um enclave militar artificialmente implantado no coração do Oriente, fundamental na repressão dos interesses do imperialismo mundial em uma região estratégica, pelas reservas petrolíferas, para o funcionamento da economia capitalista no planeta. A caracterização de Israel como um enclave do imperialismo estabelecido contra a luta das massas árabes do Oriente Médio é fundamental para defendermos a sua destruição, como parte de um programa revolucionário para os trabalhadores palestinos.

Em 1917, com o objetivo de estabelecer uma ‘cabeceira de ponte’ na região, o governo inglês apoia a "construção do lar nacional para o povo judeu" na Palestina, através da célebre declaração de "Balfour". Toda a região é repartida entre Inglaterra e França, através dos acordos secretos de "Sykes-Picot", denunciados publicamente pelo partido bolchevique como a "partilha do covil sobre as nações oprimidas". São desenhadas fronteiras, criados países artificialmente como a Transjordânia (atual Jordânia) em 1921, tudo em função dos interesses econômicos do imperialismo europeu.

Mas a Palestina é a única nação que permanecerá sem qualquer rasgo de autonomia, ou seja, uma nação sem Estado, sem fronteiras nacionais, ficando sob o mandato inglês, confiado pela Liga das Nações em 1922. 

A partir daí o imperialismo britânico, através de magnatas do petróleo como o Barão de Rotchild, começa a financiar a emigração massiva de judeus na Palestina, que antes somavam apenas 25 mil, iniciando o processo de ocidentalização de um enclave, no meio do Oriente, em uma região que despontava pela riqueza do ouro negro e por sua localização estratégica do ponto de vista militar.

Com a ascensão do nazismo na Europa, em meados da década de trinta, o povo judeu assiste a vigorosa reaparição do antissemitismo na sua forma mais violenta. 

Por sua vez, a União Soviética, dirigida pela burocracia stalinista, não mais representava uma alternativa de integração para o povo judeu. Muito pelo contrário, sob o tacão termidoriano, os revolucionários assistem ao renascimento do antissemitismo em uma forma que não deixava muito a dever aos velhos pogrons tzaristas. 

Na década de trinta, ocorre o grande fluxo migratório; em 1935, os judeus na Palestina já somavam quase 400 mil. A cidade de Haifa, a beira do Mediterrâneo, mais parecia uma cidade completamente europeia, no meio da cultura milenar do deserto. 

O objetivo imperialista inglês havia conseguido consolidar-se a passos largos. Os judeus, financiados com aportes massivos de capitais, formaram um verdadeiro Estado dentro do protetorado britânico na Palestina, inclusive com a criação de um exército próprio, as milícias do Irgun e Haganá encarregadas do extermínio de palestinos e árabes. Seu lema era "cem mil vidas árabes não valem a unha de um judeu". O sionismo transformou-se na reprodução do nazismo contra os povos árabes em seu próprio território.

Neste mesmo ano, explode a grande revolta palestina, com a deflagração de uma greve geral, que durou quase um ano. Somente em 37, o governo inglês consegue uma trégua, em função da vergonhosa traição do alto comitê árabe. Neste período, é enviada da Inglaterra a "Comissão Peel", encarregada de investigar os conflitos na região, concluindo pela primeira vez a necessidade da partilha da Palestina em dois Estados.

A iminente eclosão da II guerra mundial obriga a Inglaterra, ameaçada diretamente pelo nazismo, a procurar o apoio dos países árabes contra a Alemanha. Para atrair sua simpatia, em 1939, adota o chamado "livro branco", limitando a entrada de judeus na Palestina. 

Tarde demais, o imperialismo norte-americano, emergente no cenário mundial, abraça a causa sionista, passando a fornecer armamento pesado às milícias sionistas que ameaçam até o próprio exército inglês. Com a vitória dos aliados e o despontar da hegemonia norte-americana só resta à Inglaterra sua retirada do cenário. Nesse contexto "nasce" o enclave terrorista de Israel "armado até os dentes" pelos EUA.

Recuando um pouco na história da criação do Estado de Israel no território palestino, iremos compreender o real conteúdo desta operação, dirigida inicialmente pelo imperialismo inglês e finalizada pelo imperialismo ianque com o objetivo de estender definitivamente seu domínio sobre uma região estratégica, de vários ângulos: econômico, político e militar.

A maquiagem ideológica, que justificasse a criação de um país, a partir do quase nada, foi tomada emprestada ao movimento sionista pelo imperialismo britânico na primeira década deste século. O sionismo (referência à colina de Sion em Jerusalém) proclamava a necessidade de uma "regeneração" do povo judeu, que após a grande diáspora da Palestina, por volta do ano 70 da era cristã, teria se afastado de suas raízes produtivas, ligando-se exclusivamente as atividades comerciais e pecuniárias. 

Theodor Herzl, um dos fundadores do movimento, propõe "a conquista do trabalho pelo povo judeu" no retorno "à terra prometida" já em 1901. Sob o slogan "uma terra sem povo para um povo sem terra", os sionistas ‘esqueceram’ um ‘pequeno detalhe’, a existência de um milhão de palestinos que já habitavam aquela região há mais de 18 séculos!

O contexto histórico que marca a ascensão do sionismo é exatamente a profunda crise da economia capitalista, mergulhada em sua primeira grande guerra pela disputa de mercados, assistindo ao ressurgimento do nacionalismo exacerbado, colocando os judeus, particularmente os comerciantes e usurários em uma situação bastante delicada. 

Por outro lado, a vitória da revolução russa colocava objetivamente a possibilidade da absorção da cultura milenar do povo judeu em um patamar muito superior ao capitalismo, a construção solidária e multiétnica de uma nova ordem social, pondo um fim à discriminação nacional assassina que imperava na velha Rússia. 

O movimento sionista, que representa socialmente os interesses da grande e média burguesia judaica tenta responder a estas duas grandes questões - o colapso capitalista que elevava cada vez mais a segregação e o antissemitismo e, ao mesmo tempo, a necessidade de uma profunda demarcação com os revolucionários russos, que abriram a possibilidade de uma assimilação pela via do socialismo debutante justamente em um país largamente povoado por judeus.

Trotsky, desmascarando as tentativas de apresentação do sionismo, como um movimento de características comuns ao socialismo, o define como um instrumento que estava sendo utilizado pelo imperialismo inglês: "mas os fatos de cada dia nos mostram que o sionismo é incapaz de resolver a questão judaica. O conflito entre judeus e árabes na Palestina adquire um caráter cada vez mais trágico e ameaçador. Eu não acredito de forma alguma que a questão judaica possa ser resolvida nos quadros do capitalismo decadente sob o controle do imperialismo britânico" (León Trotsky, Sobre a Questão Judaica).

A vitória da aliança franco-britânica sobre os alemães e seus aliados, entre os quais a Turquia na Iª Guerra Mundial, torna o imperialismo inglês o grande herdeiro do imenso e secular Império Otomano, que engloba todo o Oriente Médio. Em 1917, com o objetivo de estabelecer uma ‘cabeceira de ponte’ na região, o governo inglês apoia a "construção do lar nacional para o povo judeu" na Palestina, através da célebre declaração de "Balfour". Toda a região é repartida entre Inglaterra e França, através dos acordos secretos de "Sykes-Picot", denunciados publicamente pelo partido bolchevique como a "partilha do covil sobre as nações oprimidas". São desenhadas fronteiras, criados países artificialmente como a Transjordânia (atual Jordânia) em 1921, tudo em função dos interesses econômicos do imperialismo europeu.

Mas a Palestina é a única nação que permanecerá sem qualquer rasgo de autonomia, ou seja, uma nação sem Estado, sem fronteiras nacionais, ficando sob o mandato inglês, confiado pela Liga das Nações em 1922. A partir daí o imperialismo britânico, através de magnatas do petróleo como o Barão de Rotchild, começa a financiar a emigração massiva de judeus na Palestina, que antes somavam apenas 25 mil, iniciando o processo de ocidentalização de um enclave, no meio do Oriente, em uma região que despontava pela riqueza do ouro negro e por sua localização estratégica do ponto de vista militar.

Com a ascensão do nazismo na Europa, em meados da década de trinta, o povo judeu assiste a vigorosa reaparição do antissemitismo na sua forma mais violenta. Por sua vez, a União Soviética, dirigida pela burocracia stalinista, não mais representava uma alternativa de integração para o povo judeu. Muito pelo contrário, sob o tacão termidoriano, os revolucionários assistem ao renascimento do antissemitismo em uma forma que não deixava muito a dever aos velhos pogrons tzaristas. A Oposição Unificada de Esquerda, formada por Trotsky, Zinoviev e Bukarin, entre outros, era definida pelo stalinismo como "união de judeus sujos vendidos a Gestapo". É neste marco que o sionismo, antes visto com muita desconfiança pelos trabalhadores judeus que o consideravam uma capitulação aos racistas, que preconizavam a expulsão dos judeus da Europa, vai afirmar-se como um grande movimento nacional de alcance de massas.

Na década de trinta, ocorre o grande fluxo migratório; em 1935, os judeus na Palestina já somavam quase 400 mil. A cidade de Haifa, a beira do Mediterrâneo, mais parecia uma cidade completamente europeia, no meio da cultura milenar do deserto. O objetivo imperialista inglês havia conseguido consolidar-se a passos largos. Os judeus, financiados com aportes massivos de capitais, formaram um verdadeiro Estado dentro do protetorado britânico na Palestina, inclusive com a criação de um exército próprio, as milícias do Irgun e Haganá encarregadas do extermínio de palestinos e árabes. Seu lema era "cem mil vidas árabes não valem a unha de um judeu". O sionismo transformou-se na reprodução do nazismo contra os povos árabes em seu próprio território.

Neste mesmo ano, explode a grande revolta palestina, com a deflagração de uma greve geral, que durou quase um ano. Somente em 37, o governo inglês consegue uma trégua, em função da vergonhosa traição do alto comitê árabe. Neste período, é enviada da Inglaterra a "Comissão Peel", encarregada de investigar os conflitos na região, concluindo pela primeira vez a necessidade da partilha da Palestina em dois Estados.

Com a vitória dos aliados e o despontar da hegemonia norte-americana só resta à Inglaterra sua retirada do cenário. A recém-fundada Organizações das Nações Unidas, substituta da antiga Liga das Nações, através da iniciativa dos Estados Unidos, e com o apoio entusiástico da URSS, decreta em 1947 a divisão definitiva da Palestina entre um Estado judeu e outro árabe palestino. 

O stalinismo, após os acordos de Yalta, deixará o Oriente como uma área de influência do imperialismo ianque, além da consideração do sionismo, em sua versão trabalhista como um aliado político, com o qual desenvolverá uma frente popular em Israel. O velho partido comunista palestino logo mudará seu nome para israelense por considerar as massas árabes e palestinas como atrasadas e feudais.

Antes mesmo da oficialização do Estado de Israel, as tropas do Irgun retomam os massacres aos palestinos, como a chacina da aldeia de "Deir Yassin". Era o prenúncio do terrorismo sionista que irá assolar o povo palestino até hoje.

Exatamente no dia da proclamação oficial do Estado de Israel, 15 de maio de 1948, é declarada a Iª guerra aos países árabes. O novo exército de Israel, agora batizado "Tzahal", é abastecido belicamente pela Thecoslováquia (membro do Pacto de Varsóvia) e Estados Unidos. Conseguindo uma triunfal vitória, alarga, desta forma, em três vezes o seu território traçado inicialmente pela ONU. O Estado árabe palestino estipulado pelo plano de partilha não consegue sair do papel, já estava morto antes de nascer. Restando ao Egito à anexação da faixa de Gaza e à Jordânia a anexação da Cisjordânia. Um milhão e meio de palestinos deixam o agora chamado Estado de Israel, expulsos de suas terras sob o bombardeio da aviação sionista, espalham-se pelo Líbano, Egito, Jordânia, Síria. 600 mil palestinos permanecem no Estado sionista, sem nenhum direito civil, tratados como cidadãos de segunda categoria em seu antigo território nacional, servindo de mão de obra barata que irá mover a engrenagem capitalista do enclave militar de Israel.