MORENISTAS DA IS/UIT, CS/CCRI E PSTU/LIT DIZEM APOIAR A
RESISTÊNCIA PALESTINA: PORÉM JUNTO COM ISRAEL ESTÃO QUERENDO DERRUBAR OS
REGIMES NACIONALISTAS DA SÍRIA E DO IRÃ, PAÍSES QUE FORNECEM AS ARMAS AO HAMAS
E HEZBOLAH
A resistência palestina encabeçada heroicamente pelo Hamas
desferiu um ataque político e militar histórico contra o enclave terrorista de
Israel nos últimos dias. Essa ação espetacular palestina teve o apoio do Irã e
da Síria que forneceram armas e munições para o Hamas assim como ao Hezbolah em
sua luta contra a ocupação sionista no Líbano. Diante da intensa polarização da
luta de classes a nível mundial os Morenistas da IS/UIT, CS/CCRI e PSTU/LIT
declararam “de boca” que apoiam a resistência palestina. O que esses
revisionistas do trotskismo cinicamente não dizem é que juntos com Israel estão
querendo derrubar os regimes nacionalistas da Síria e do Irã, os mesmos que
apoiam militarmente a épica resistência palestina. Essas correntes
pseudo-trotskistas consideram que esses dois países são governados por
“ditaduras sanguinárias”, copiando como papagaios a cantilena da mídia
corporativa, a mesma que patrocinou a farsa da Pandemia de Covid-19 com suas
“milagrosas” vacinas experimentais da Pfizer para impor o terror sanitário no
planeta. O grupo mais entusiasta dessa política é a CS/CCRI. A CS
da Argentina publicou vários artigos dias antes dos ataques do Hamas contra
Israel com o chamado à derrubar tanto o governo Assad como o Regime dos
Aiatolás. Essa orientação suicida rompe com legado de Trotsky que defendeu
incondicionalmente a frente única contra o imperialismo (e obviamente para
derrotar o sionismo!), mantendo a independência política na mesma trincheira de
combate para enfrentar o inimigo comum, sem abrir não de colocar-se ombro a
ombro de fuzil na mão com essas direções burguesas, sejam estatais ou não!
Na declaração “Solidariedade com as mobilizações sírias
contra Al Assad - Declaração conjunta UIT-CI e Corrente Comunista
Revolucionária Internacional” publicada em 18/09, ou seja, poucos dias antes do
início da Intifada Palestina encabeçada pelo Hamas, grupo islâmico que recebe
armas da Síria e do Irã, a CS/CCRI afirma “Damos o nosso apoio incondicional
aos protestos massivos do heroico povo sírio pelas suas reivindicações.
Apoiamos estes protestos populares na perspectiva de que o povo sírio possa
retomar o caminho aberto na revolução popular de 2011 para acabar com a
ditadura e autodeterminar-se através da conquista do seu próprio governo”. Tal
declaração segue uma linha análoga a defendida por Israel e os EUA, que
planejam derrubar os regimes nacionalistas na Síria e no Irã patrocinando
protestos no interior desses países! Somente em um mundo imaginário fora da
luta de classes pode-se apoiar a resistência palestina estando junto com Israel
para derrubar neste momento os governos nacionalistas dos países que fornecem
armas para o Hamas e o Hezbolah!
Seguindo os passos dos outros membros da “família” Morenista conformada pela LIT e a UIT que também lançaram declarações em apoio aos protestos no Irã e na Síria, a CS afirma “Fora o regime dos aiatolás iranianos, assassinos de mulheres e do seu povo” (22/09), reivindicando a queda do regime iraniano, acusado por Israel e os EUA de fornecer treinamento militar e armas para o Hamas! A CS declara “Os trabalhadores e os povos oprimidos do Irã devem unir-se numa grande luta para acabar com a ditadura e impor uma solução democrática, através da qual os responsáveis por estes crimes sejam duramente julgados e punidos”. Biden e Netanyahu desejam ardorosamente para que a política da CS se concretize no Irã, dessa forma a resistência palestina perderia um aliado estratégico. Tais manifestações são desgraçadamente parte da guerra híbrida do imperialismo ianque e do sionismo contra o regime dos Aiatolás.
Na ausência de um partido revolucionário com peso de massas que desse um curso proletário aos protestos no Irã (hoje claramente manipulados pela CIA), a vitória das manifestações levaria a ascensão de um governo certamente bem mais alinhado à Casa Branca e Israel, inimigos mortais da causa palestina e da revolução socialista, portanto seria uma revés para a luta de libertação nacional palestina e para a estratégia comunista!
Em oposição completa a linha defendida pela “Família
Morenista” a LBI compreende que oligarquia Assad dominante na Síria há várias
décadas, controla um regime que representa uma verdadeira barreira de contenção
ao expansionismo estatal sionista. Humilhado com as derrotas sofridas nas guerras
contra Israel, chegando a perder parte do seu território, como as colinas de
Golan, o regime Assad dedicou-se a apoiar as guerrilhas árabes anti-sionistas,
como uma forma de estabelecer uma guerra não convencional com Israel, no
sentido de pressionar pela devolução de seus territórios ocupados até hoje
pelas forças do gendarme imperialista.
A eliminação do apoio logístico e político as guerrilhas do Hezbolah e do Hamas dado pela Síria (como defende a CS, PSTU e IS) é considerado um ponto de honra pelo staff sionista, que colocou seu aparelho de segurança militar inteiramente à disposição da oposição aos Assad. O proletariado mundial tem um campo político bem delimitado neste conflito, qual seja do lado dos combatentes palestinos e libaneses, seja ao lado do Irã e da Síria.
Os próprios combatentes palestinos, que já combateram no passado o regime burguês sírio, sabem muito bem que Assad deposto por forças pró-sionistas, como esta oposição “democrática”, significa uma vitória para Israel e um tremendo reforço na marcha imperialista para atacar o Irã, com um “corredor” aberto na Síria.
Por sua vez no caso do Irã, os genuínos Trotskistas não irão alterar sua posição programática em defesa do regime dos Aiatolás contra o imperialismo ianque e o sionismo em nome de uma “solução democrática” como defende vergonhosamente a CS e seus pares Morenistas. Não apoiaremos nenhuma manifestação pela “democracia no Irã”, no curso de uma suposta “revolta popular” (induzida pela CIA). Não custa lembrar que o enclave genocida de Israel é o principal inimigo do Regime dos Aiatolás na região, em função do apoio militar e político que Teerã tem dado ao Hamas e ao Hezbolah.
Os Marxistas Leninistas não têm a menor dúvida de que lado se postar caso se deflagre um conflito militar entre a nação oprimida do Irã e o imperialismo ianque/sionismo. Estaremos incondicionalmente ao lado do regime dos Aiatolás contra a Casa Branca, apesar do caráter burguês e teocrático do governo iraniano. Assim como na Síria, os Bolcheviques estabelecem uma frente única de ação com o nacionalismo burguês para derrotar o principal inimigo dos povos, o imperialismo!
Não esqueçamos que o objetivo central do Pentágono continua a ser desestabilizar a Síria para neutralizar o regime da oligarquia Assad, debilitar o Hezbollah, aniquilar a resistência palestina encabeçada pelo Hamas e seguir sem maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã.
Sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979. Sempre alertamos que a burguesia iraniana, diante de seu isolamento internacional e das sanções impostas pela ONU, estava buscando um acordo estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa etapa se rompeu. O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso na Síria.
O fato desses países serem controlados por regimes burgueses nacionalistas atacados abertamente pelos EUA e Israel e que são apoiadores da causa palestina impõe ainda mais relevância nesta tarefa para os genuínos trotskistas. Não esqueçamos o que se sucedeu na Líbia de Kadaffi, onde a tal “Revolução Árabe” impôs a barbárie social e a retomada do controle pelo imperialismo ianque de partes importantes do país do Magreb africano imerso até hoje em uma guerra civil fratricida, “levante” patrocinado artificialmente pela OTAN e a CIA com o apoio entusiasta dos Morenistas.
Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca, quando esta arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta munição atômica.
Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma possível agressão imperialista contra uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma possível agressão imperialista. Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo e o sionismo pavimentando o caminho nesta trincheira de luta em defesa de um programa comunista e proletário como nos ensinou Trotsky quando deu como exemplo a hipotética unidade de ação com Getúlio Vargas no Brasil para derrotar o imperialismo britânico.
Como o grande revolucionário Trotsky afirmou no final dos anos 30 “Estaremos incondicionalmente com o fascismo de Vargas contra uma intervenção imperialista no Brasil!”. O fundador do Exército Vermelho não tinha nenhuma simpatia por Vargas (como não temos hoje pelo odiado Bolsonaro) porém afirmou exaustivamente que diante de um confronto entre o Imperialismo “democrático” e o “semi-fascista” Getúlio cerraria fileiras com este último.
Trotsky definiu brilhantemente a possibilidade de uma hipotética derrota do “Brasil fascista” diante da “Inglaterra democrática” e como ele os Trotskistas da LBI não têm dúvidas de que lado ficar em um conflito desta dimensão. O velho mestre nos apontava esse caminho com muita clareza e sem malabares políticos acerca de que lado estariam os revolucionários no caso de uma possível invasão de um país semicolonial pelo imperialismo: “Existe atualmente no Brasil um regime semi-fascista que qualquer revolucionário só pode encarar com ódio. Suponhamos, entretanto que, amanhã, a Inglaterra entre em conflito militar com o Brasil. Eu pergunto a você de lado que do conflito estará a classe operária? Eu responderia: nesse caso eu estaria do lado do Brasil ‘fascista’ contra a Inglaterra ‘democrática’. Por que? Porque o conflito entre os dois países não será uma questão de democracia ou fascismo. Se a Inglaterra triunfasse ela colocaria um outro fascista no Rio de Janeiro e fortaleceria o controle sobre o Brasil. No caso contrário, se o Brasil triunfasse, isso daria um poderoso impulso à consciência nacional e democrática do país e levaria à derrubada da ditadura de Vargas. A derrota da Inglaterra, ao mesmo tempo, representaria um duro golpe para o imperialismo britânico e daria um grande impulso ao movimento revolucionário do proletariado inglês. É preciso não ter nada na cabeça para reduzir os antagonismos mundiais e os conflitos militares à luta entre o fascismo e a democracia. É preciso saber distinguir os exploradores, os escravagistas e os ladrões por trás de qualquer máscara que eles utilizem!” (Entrevista com Leon Trotsky, Mateo Fossa, 23/9/1938).
Seguindo esse legado, sem depositar nenhuma confiança política no regime Assad ou mesmo dos Aitolás, os Marxistas Leninistas lutam ombro a ombro, na mesma trincheira militar, com todas as forças políticas e militares que se proponham a derrotar a ocupação sionista e o imperialismo... enquanto a CS e seus “irmãos” Morenistas se perfilam juntos de Israel e dos EUA contra a Síria e o Irã, aliados da resistência palestina!