ELEIÇÕES ARGENTINA: MASSA O CANDIDATO DO GOVERNO PERONISTA QUE AFUNDOU O PAÍS VENCE SOB A FRAUDE DO “ESPANTALHO MILEI”, DA EXTREMA DIREITA PARLAMENTAR, UM RECURSO EXTREMAMENTE ÚTIL PARA LEGITIMAR O CIRCO DA DEMOCRACIA BURGUESA
Quando analisamos o resultado das eleições primárias argentinas, as PASO em meados de agosto passado, afirmamos que a governança global do capital financeiro preparava uma grande fraude eleitoral, utilizando a figura do fascistóide parlamentar Javier Milei como um “espantalho” político para justificar a vitória definitiva de uma candidatura identificada diretamente com o rentismo global. Apostamos que dentro de uma “divisão de poderes” do Estado burguês argentino, previamente acertada na fraude, caberia ao peronismo o controle do governo da província de Buenos Aires e a candidatura do PRO, Patrícia Bullrich caberia à presidência da república, ficando para Milei o papel de “bobo fascista da corte”. Acertamos na essência da caracterização sobre o processo fraudulento, e só erramos no nome do “vencedor” para a Casa Rosada, ficando com o odiado ministro do FMI, que conduziu o país para a pior crise capitalista dos últimos 20 anos, Sergio Massa. Como também já tínhamos afirmado, e agora se confirmou, a prefeitura de Buenos Aires ficaria com o candidato Jorge Macri, do mesmo partido de Patrícia Bullrich e do ex-presidente Mauricio Macri. A justificativa dada para a “virada” do impopular e rejeitado Massa, em uma das maiores fraudes já vistas na história da América Latina, foi evidentemente a presença do “ameaçador” Milei, vendido cretinamente pela esquerda burguesa como um “grande perigo fascista para a Argentina”. A projeção “desenhada” pela governança global do capital financeiro se configurou plenamente com o triunfo de uma candidatura neoliberal que une desde Wall Street a Pequim, e o que é mais sórdido, nenhuma força política da esquerda argentina afirma ter ocorrido uma grotesca fraude!
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Larry Fink, CEO da Black Rock
foi quem nomeou Sérgio Massa presidente
Sergio Massa conquistou uma “proeza impossível”, que só conseguiu ser viabilizada operando uma descarada fraude eleitoral: postar-se em primeiro lugar em meio de taxas de inflação catastróficas e do violento aumento do desemprego e da pobreza absoluta, em um contexto de completa instabilidade econômica capitalista. Entretanto esta opção deteriorada do peronismo, era para a governança global do capital financeiro a garantiria de segurança total para o retorno de seus “investimentos” na pátria de Gardel e Piazzolla. Para se ter uma noção do tamanho da “mão grande” que deu a vitória fraudulenta de Massa, todos os votos excedentes das Paso em agosto até a eleição do último domingo, foram cair na contabilidade do candidato da “União pela Pátria”, ou seja, cerca de 2,5 milhões de votos “unânimes” em direção a Massa. O odiado Ministro do governo falido de Alberto, se sobrepôs a uma Patrícia fragilizada pelas divisões intestinas do macrismo, que diante do rentismo parecia uma opção menos segura do que Massa. Milei era o personagem perfeito para viabilizar qualquer tipo de fraude eleitoral, o cômico fascista que levaria qualquer candidato a vitória contra uma “perigosa ameaça da extrema direita”…
Obviamente que as parcas denúncias de fraude política no
pleito eleitoral argentino, vindas de apoiadores do palhaço direitista são
todas risíveis. Consistem em evidências de desvios de umas poucas cédulas, e
sumiço de “meia dúzia” de envelopes. Assim como no Brasil, o entorno
bolsonarista falava em adulteração de um punhado de urnas eletrônicas, além de
um tal “código fonte” do TSE que poderia ser violado pelos hackers
lulopetistas. Piadas a parte, o que essa extrema direita esclerosada não pode
enxergar, e tampouco a esquerda reformista quer ver, é que o regime eleitoral
da democracia burguesa na atual etapa histórica do capitalismo monopolizado por
uma única e gigantesca corporação financeira global, não pode mais refletir
minimamente a soberania popular, nem mesmo de forma muito deformada como já
afirmava Lenin no início do século passado. A governança global do capital
financeiro impõe para as instituições dos submissos Estados burgueses
nacionais (Tribunal Superior Eleitoral ou Câmara Nacional Eleitoral, o nome muda
a cada país mas a essência é a mesma), sua determinação política para cada
conjuntura econômica. No atual período da Nova Ordem Mundial, este processo de
anulação integral do escrutínio formal dos cidadãos, está valendo até para
Estados imperialistas, como nos EUA, onde a fraude impôs a vitória a um
candidato Democrata demente e sem nenhum respaldo popular! A soberania política
do rentismo internacional é consumada nas eleições nacionais da maioria dos
países, não por pequenos delitos marginais ao sistema, mas pela própria
estrutura institucional do Estado burguês!
A tarefa prioritária de Massa, agora que foi ungido pelo
capital financeiro para a gerência central do Estado burguês (logicamente que o
segundo turno eleitoral é apenas uma formalidade a ser cumprida), passa pela
estabilização capitalista dos mercados, o que envolverá uma grande
desvalorização do peso, enquanto aguarda a entrada de divisas cambiais da
próxima safra agrícola. O influente setor do agronegócio exige uma forte
desvalorização o mais rápido possível. Por isso o ministro peronista do FMI já
prepara o lançamento do “dólar exportador” nos próximos dias. O anúncio do
“presente de natal” antecipado para a burguesia argentina foi feito somente um
dia após a disputa do 1º turno das eleições.
Larry Fink, o CEO do maior fundo financeiro global, Black
Rock, orgulha-se de ter participação em todas as eleições nacionais que
envolvam diretamente os interesses econômicos da mega corporação, ou seja, em
quase todo o planeta. No último dia 8 de setembro em um ambiente virtual para
discutir o cenário político e eleitoral da Argentina, os CEOs da BlackRock,
Vanguard Group, Fidelity, PIMCO, Franklin Templeton, Allianz SE, FMR, Capital
Group, UBS, Credit Grupo Agricole, Grupo NN, Intesa Sanpaolo, Global Evolution,
Grupo Ashmore, Grupo TCW, examinando as alternativas postas na mesa “bateram o
martelo” em favor de Massa. Na atual etapa histórica da Nova Ordem Mundial,
estes é quem são os verdadeiros “eleitores” globais, os povos são agora apenas
“figurantes” do farsesco espetáculo circense da decadente democracia burguesa.
É certo que a arriscada deliberação dos rentistas internacionais em dar continuidade a um governo peronista totalmente “queimado”, levou em consideração vários e complexos elementos políticos e econômicos, porém o determinante talvez tenha sido o componente do controle do movimento operário pela corrompida burocracia sindical, questão que Patrícia Bullrich não poderia “entregar”, sendo um aspecto fundamental em uma conjuntura de recessão e crise na Argentina.
Ao caracterizar o ingresso de uma nova etapa histórica na
correlação internacional de forças entre as classes sociais, ou seja, a
“entrance” da Nova Ordem Mundial do Capital Financeiro, os Marxistas
Revolucionário de forma alguma estão negando a relativa importância da
participação dos comunistas nos processos eleitorais da burguesia, entretanto é
necessário pontuar precisamente que tipo de intervenção deve ser feita pelos
Leninistas. E para isso recorremos ao próprio Lenin e as resoluções da III
Internacional Comunista! É necessário utilizar todas as tribunas das
instituições burguesas para denunciar a própria farsa da democracia dos
ricos (com o engendro da fraude eleitoral já no “DNA” de qualquer processo) nesta
etapa histórica de Governança Global sobre nações e povos. Seguindo a correta
orientação da “velha” Internacional Comunista aplicada a Nova Ordem, os
Marxistas devemos rejeitar qualquer tipo de inscrição em pleitos para a disputa
da gerência do Estado burguês em qualquer instância, seja municipal ou nacional.
Essa plataforma programática é totalmente oposta tanto ao cretinismo
parlamentar da corrompida esquerda reformista, quanto ao abstencionismo
político estéril dos anarquistas e maoístas.
A “tática“ eleitoral impulsionada pelo revisionismo trotskista dos agrupamentos que compõe a FIT-U na Argentina (também podemos generalizar esta concepção nefasta para o mundo inteiro), de incorporação política as regras vigentes do regime burguês, representa na realidade a negação cabal de qualquer princípio Leninista! Isto sem falar é claro da “nova invenção” oportunista (plagiada dos hermanos brasileiros) destas correntes: o perigo iminente da suposta “ameaça fascista” saída de um gabinete parlamentar… Aqui no Brasil esta calhordice do reformismo foi o principal mote para apoiar o retorno do governo burguês da Frente Popular para a gerência do Estado capitalista. Os lulopetistas do PT e PSOL só não conseguem explicar como em 4 anos do imaginário “regime fascista” brasileiro, receberam juntos mais de 2 Bilhões de Reais (cerca de 400 milhões de dólares) deste mesmo regime para fortalecer suas estruturas partidárias e enriquecer suas lideranças corruptas… É evidente que Bolsonaro, assim como Milei, não passava de mais um bufão fascistóide, parido nas sarjetas do “baixo clero” do parlamento burguês, escalado para vocalizar asneiras direitistas e assim amedrontar os nojentos reformistas da “exquerda” domesticada.
