quinta-feira, 12 de outubro de 2023

HAMAS FEZ AUTOCRÍTICA DO APOIO DADO A FALSA “REVOLUÇÃO SÍRIA” PROMOVIDA PELA OTAN: PEDIDO DE DESCULPAS A BASHAR ASSAD PERMITIU AGORA ESTABELECER ALIANÇA COM O HEZBOLAH, IRÃ E DAMASCO PARA ATACAR O ENCLAVE SIONISTA 

Durante os últimos meses, a Guarda Revolucionária Iraniana, a força de inteligência do regime nacionalista dos Aiatolás, organizou diversas reuniões de coordenação em Beirute no Líbano, que contaram com a participação do Hamas, da Jihad Islâmica e do Hezbollah libanês e foram presididas pelo comandante das brigadas iranianas Al-Quds, Ismail Qaani. Uma dessas reuniões foi tornada pública, em maio de 2023. Nessa reunião participou o Secretário-Geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah;  o “Número 2” do Hamas, Saleh al-Aruri, e Ziad al-Nakala, comandante da Jihad Islâmica.

O objetivo destas reuniões foi trocar experiências sobre ataques perpetrados em território do enclave israelense. Durante estes intercâmbios, os participantes palestinos provavelmente aperfeiçoaram a sua concepção da guerra e de estratégia política.

Apesar disso, é exagero acreditar que organizações inspirados nas ideias do Aiatolá Khomeini, o guia histórico da Revolução Iraniana, e grupos de origem na Irmandade Muçulmana como o Hamas e Jihad Islâmica, tenham conseguido estabelecer agora uma completa “fusão” programática e militar.

Khomeini e a Irmandade Muçulmana desenvolveram ideologias que, embora baseadas na religião como motor da política, não são compatíveis teologicamente, na verdade, “competem” entre si.  Os muçulmanos xiitas são o campo de influência dos seguidores de Khomeini enquanto os apoiadores do Hamas movem-se entre os muçulmanos sunitas. Esse quadro foi repactuado recentemente pelo atual líder iraniano, o aiatolá Ali Khamenei e pelas organizações guerrilheiras sunitas.

O Hezbollah chegou a lutar contra o Hamas durante a guerra civil na Síria, onde apoiou os “rebeldes” financiados pela OTAN para derrubar o regime nacionalista de Bashar Al Assad. Mais tarde, quando o Hamas reconheceu o seu erro e enviou a Damasco uma delegação que pediu desculpas oficialmente ao governo da República Árabe Síria, o Hezbollah restabeleceu relações com esse movimento, o que possibilitou o triunfo da atual ofensiva contra o enclave terrorista de Israel.

Tal como o Hamas, o Hezbollah libanês pretende libertar a Palestina do jugo sionista. Porém uma diferença teológica fundamental ainda separa o Hezbollah e o Hamas. O Hezbollah aderiu à atual operação do Hamas contra Israel. Mas é provável que essa decisão do Hezbollah ganhe um considerável volume militar quando o governo do nazisionista Netanyahu começar a invasão de Gaza por terra.