sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

BALANÇO DOS COMBATES DIVULGADO PELO HAMAS NESTA SEMANA ATERRORIZAM ISRAEL: A RESISTÊNCIA PALESTNA VEM SE FORTALECE A CADA DIA DA GUERRA EM GAZA!    

 

A Resistência Palestina aprendeu com a experiência de uma guerra de dois meses contra Israel, incluindo mais de 40 dias de combates de rua. Assim que o exército israelense começou a avançar para Gaza, em 27 de Outubro, encontrou forte resistência palestina. Essa resistência, no entanto, vem ficando mais forte com o tempo. Mas por que isso vem ocorrendo? 

Durante dias antes da invasão terrestre, e a partir de 7 de Outubro, Israel iniciou um processo de destruição sistemática de Gaza, recorrendo à estratégia dos cinturões de fogo – essencialmente queimando tudo no seu caminho, e arrasando numerosos bairros e praças residenciais para criar um caminho para a sua futura invasão.  

O resultado foi a morte de milhares de palestinos e o tipo de massacres sem precedentes na história da luta contra a ocupação israelense. Entrar em Gaza, porém, não foi uma tarefa fácil. Dezenas de tanques e outros veículos militares foram destruídos nos primeiros dias da invasão israelense.

Israel deve ter previsto isto, pois de fato preparou o seu público para os dias difíceis que viriam, segundo as palavras de vários membros do Conselho de Guerra de Israel.

Em 8 de Novembro, estes “dias difíceis” pareciam, mais ou menos, terminados, quando o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, declarou que “o Hamas perdeu o controle e continua a perder o controle no norte”.

Esta declaração, em particular, pretendia destacar que Israel estava pronto para a próxima fase da sua guerra: invadir o sul.

A realidade no terreno, no entanto, refletiu a falta de conhecimento dos militares sionistas sobre a situação no norte de Gaza, ou a pressa dos políticos burgueses em declarar qualquer tipo de realização, por mais superficial que fosse.

Assim que Israel iniciou a sua operação terrestre no sul de Gaza, em 4 de Dezembro, a Resistência Palestin no norte emergiu ainda mais forte do que nos primeiros dias da guerra.

Uma das razões por detrás disto é o cessar-fogo, uma breve trégua humanitária que permitiu a entrada de parte da ajuda extremamente necessária na Faixa.

A ajuda dificilmente foi suficiente para evitar a fome em massa no meio de uma guerra genocida e do deslocamento da maior parte da população de Gaza. Mas permitiu, de fato, que a Resistência se reagrupasse e desenvolvesse novas estratégias.

Quando Israel regressou à guerra, em 1 de Dezembro, era óbvio que tinha ocorrido uma grande retirada no norte de Gaza. Um alto dirigente das Brigadas Al-Qassam estimou, numa entrevista à Al-Jazeera, que quase 70 por cento de todas as forças israelense foram retiradas do norte de Gaza.

Ele atribuiu esta retirada à força da Resistência Palestina.

Para Israel, essa decisão também pode ter sido motivada pela crença de que, embora a Resistência no norte de Gaza possa não ter sido totalmente eliminada, deve ter certamente ficado mais fraca.

Mas nos últimos dias, analistas militares israelense, jornalistas e alguns responsáveis ​​começaram a contestar a verdade inescapável de que o norte de Gaza não caiu nas mãos dos militares israelitas.

Longe disso. Não só o norte de Gaza ainda está em conflito, mas de acordo com declarações emitidas pelas Brigadas Al-Qassam, a Resistência em Gaza, no norte e no sul, está mais forte do que nunca.

Por exemplo, Abu Obeida, o porta-voz militar das Brigadas Al-Qassam, disse que “nas últimas 72 horas, os combatentes da Al-Qassam destruíram total ou parcialmente 135 veículos militares em todos os eixos de combate na Faixa de Gaza”.

Estes veículos militares, e compreensivelmente um grande número de soldados israelense que os operam e tripulam, também foram retirados em todas as áreas da Faixa de Gaza.

Isto inclui o ponto mais a norte de Gaza, onde os sionistas entraram nas primeiras horas da invasão terrestre. Estas áreas também incluem Shejaiya, a leste da Cidade de Gaza, que também foi incluída nas regiões supostamente conquistadas da Faixa.

A nova proporção oferecida por Abu Obeida – quase dois veículos militares israelitas por hora – é a maior proporção de destruição infligida ao exército israelense em um período de três dias desde o início da guerra.

Mas por que isso vem ocorrendo?

Em primeiro lugar, a Resistência aprendeu com a sua experiência de uma guerra de dois meses contra Israel, incluindo mais de 40 dias de combates de rua. Em segundo lugar, todo esse tempo também alertou a Resistência para as formas mais e menos eficazes de repelir os avanços israelense – não apenas em termos de armas, mas também de estratégias militares e até do próprio temperamento dos soldados. Terceiro, a introdução de novos tipos de armas, incluindo a espingarda de precisão Al-Ghoul, que foi desenvolvida pela própria Resistência de Gaza e é utilizada com elevada eficiência sempre que as tropas israelenes se atrevem a abandonar os seus veículos militares fortificados. Quarto, o impacto psicológico da guerra. Se Israel tivesse assumido, nos primeiros dias da guerra, que a limpeza étnica e o genocídio acabariam por quebrar o espírito daqueles que lutam no terreno, calculou mal. 

Na verdade, o elevado número de vítimas entre os palestinos – quase 100 mil mortos, feridos e desaparecidos desde o início da guerra – deu à Resistência uma causa muito maior para lutar: vingar as suas famílias e proteger aqueles que permaneceram vivos!

E, finalmente, ao destruir grandes áreas de Gaza – quase metade de Gaza foi obliterada – a estratégia militar israelesne saiu efetivamente pela culatra. Os combatentes palestinios estão tendo facilidade para detonar edifícios onde os soldados israelense se abrigam, para encontrar esconderijos nos escombros, ao mesmo tempo que utilizam eficientemente os incontáveis ​​túneis locais para atacar e regressar às suas posições em segurança.

Embora as estimativas militares israelense sugiram que Israel poderá precisar de mais um mês para concluir a sua guerra mais destrutiva na Faixa de Gaza, o exército israelense deverá esperar uma resistência ainda maior em cada centímetro de Gaza, desde o ponto mais a sul até ao ponto mais distante do norte supostamente conquistado. 

Desde o Blog da LBI, A Voz da Resistência Palestina no Brasil, saudamos o balanço do Hamas e celebramos o fortalecimento da Resistência Palestina!