sexta-feira, 14 de julho de 2023

BRICS ANUNCIOU: A CHEGADA DA NOVA MOEDA DO BLOCO NÃO É PARA AGORA… 

A diretora do novo banco de desenvolvimento dos Brics, Leslie Maasdorp, afirmou que a criação de uma nova forma de moeda fiduciária do bloco não é iminente, mas uma meta de médio ou longo prazo. Ao contrário dos apologistas da “multipolaridade” que pregam um “mundo capitalista melhor”, ou seja os reformistas da Social Democracia, o suposto governo comunista chinês não pretende superar o dólar, sendo um dos seus principais “clientes” no mercado financeiro internacional.

Segundo os dirigentes do Brics no momento, o bloco está focado em promover o comércio direto usando as moedas nacionais dos países membros e, segundo Maasdorp, os projetos de desenvolvimento apoiados pelo Brics continuam dependentes do dólar, apesar das alegações em contrário de autoridades russas e brasileiras.

Na medida que a próxima cúpula dos Brics na África do Sul, marcada para agosto, se aproxima, rumores de uma nova moeda lastreada em ouro alimentam as discussões econômicas em todo o mundo. A nova moeda poderia representar um grande desafio para a preeminência do dólar americano, que não é lastreado em ouro desde 1971. Os países do Brics acumularam reservas significativas de ouro na última década. Em particular, a Rússia e a China estão entre os maiores produtores de ouro do mundo. 

Se uma nova moeda lastreada em ouro se tornasse realidade, ela poderia desestabilizar a hegemonia norte-americana e marcar um grande passo em direção à desdolarização. 

Esse movimento poderia desencadear uma inflação significativa, um aumento no preço do ouro e de outras commodities. Países produtores de commodities, como os Brics, poderiam aproveitar essa conjuntura econômica, melhorando o uso de sua moeda para comercializar matérias-primas nos mercados internacionais. No entanto, a moeda dos EUA continuará a ser uma moeda mundial de primeira ordem enquanto o imperialismo ianque não for derrotado em todos os terrenos da luta de classes. 

Essas projeções ocorrem em um contexto em que as sanções dos Estados Unidos contra a Rússia provocaram diversas movimentações no setor econômico. De acordo com um estudo da Invesco Global Sovereign Asset Management, vários países agora preferem repatriar seu ouro para seu país. 

Quase 60% dos bancos centrais e fundos soberanos preferem o ouro, enquanto 68% pretendem manter suas reservas dentro do país. Por sua vez, a moeda chinesa está ganhando presença no comércio mundial. As várias medidas tomadas pelo governo chinês estão dando resultado. Em 2001, o yuan ocupava a 35ª posição entre as moedas mais utilizadas no comércio internacional. Agora deu um salto impressionante para o quinto lugar em 2022. 

O capital financeiro internacional tem mostrado uma confiança cada vez maior na burocracia restauracionista chinesa, como uma alternativa potencial ao colapso econômico norte-americano, onde o dólar ainda  é atualmente  a principal moeda de reserva cambial do mundo.