domingo, 2 de julho de 2023

ELEIÇÕES DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS-CEARÁ: NENHUM VOTO NO CHAPÃO DA DIREÇÃO TRAIDORA DA CUT/CTB COM A ESQUERDA DOMESTICADA DO PSTU/PSOL! CONSTRUIR UM POLO DE OPOSIÇÃO CLASSISTA PARA DERROTAR OS ATAQUES DOS BANQUEIROS E DO GOVERNO LULA/ALCKMIN! 

Nos dias 4 a 6 de julho ocorrerão as eleições para a direção do sindicato dos bancários do Ceará para o período 2023/2027. O chapão “Unidade pra Lutar” representa a mesma composição política das eleições de 2019 quando setores ditos de oposição, na época, como o PSTU e o Psol integraram uma chapa de “unidade” com a burocracia traidora da CUT e CTB, justamente com aqueles que diziam combater. Tudo em troca de uma “boquinha” no aparato sindical com as devidas garantias das benesses materiais e sindicais.

De lá pra cá, o resultado dessa gestão “unitária” e paralisante ficou longe de resgatar o sindicato para os bancários mas serviu para confundir e desmoralizar o ativismo classista, além de reciclar a burocracia traidora da CUT/CTB, conferindo-lhe sobrevida e fazendo parecer que, agora, se tem uma direção “renovada”, quando na verdade é a expressão da mesma política de traição e de conciliação de classe. Particularmente, em nossas campanhas salariais são responsáveis pelos acordos rebaixados, assembleias antidemocráticas, divididas por banco, etc. Só que com o aval e a conivência da burocracia de esquerda do PSTU e PSOL ficaram mais ousados, incrementando seu arsenal de controle burocrático contra os bancários como por exemplo a supressão das assembleias presenciais. Agora é tudo virtual e midiático. Ficaram confortavelmente preguiçosos. E para aprofundar o grau de “sucesso” dessa “unidade pra lutar” contra os reais interesses dos bancários, não por acaso, na campanha salarial de 2022 sequer houve uma greve nacional dos bancários, sabotou-se as mobilizações, fechou-se mais um acordo bianual rebaixado em nome do cretinismo eleitoral para eleger Lula/Alckmin. Tratam as assembleias que deveriam ser presenciais como meros protocolos artificiais, e não como uma instância de preparação e organização do enfrentamento real dos bancários contra a ofensiva dos banqueiros e do governo federal. Não organizaram a greve e esperaram expirar a CCT pra chantagear a categoria bancária com mais um acordo bianual rebaixado! Pediram esmolas e aceitaram migalhas. E os trabalhadores continuam amargando demissões em massa, assédio moral, privatização das estatais e bancos públicos, arrocho salarial, terceirização...

Isso apenas revela o caráter neoliberal dessas direções que paralisam as lutas dos trabalhadores, abraçam uma pauta burguesa, integram-se à Nova Ordem do capital financeiro, inaugurada com a farsa da pandemia e seus negócios bilionários, apoiam o imperialismo “civilizatório” contra a Rússia, e tornaram-se “ministros sindicais” do governo pró-imperialista Lula/Alckmin. O programa comum deles é a conciliação de classes, a desmobilização dos trabalhadores e a completa adaptação à democracia burguesa. Estão juntos na pilantragem e na defesa do “Estado de direito sempre” que é a defesa do Estado burguês e sua “democracia”, uma das máscaras que a ditadura do capital assume para melhor explorar e esmagar a classe trabalhadora. Enfim, sacrificam a mobilização independe dos trabalhadores para defenderem juntos (capital e trabalho) a democracia dos ricos e a estabilidade do regime político e de suas podres instituições. Não por acaso os sindicatos, dirigidos por essa burocracia sindical, transformaram-se em meros aparelhos burocráticos, sucursais do Estado burguês, a serviço de conter as tendências de luta das massas, abortam qualquer iniciativa de ação direta (greves, piquetes, ocupações) independente dos trabalhadores.

Apesar do isolamento político das posições principistas e de independência de classes nós do Movimento de Oposição Bancária - MOB, militantes da TRS e companheiros independentes, somos uma oposição histórica que defende métodos e uma política de independência de classes. Não comercializamos princípios nem fazemos concessões programáticas em troca de uma “boquinha” no aparato sindical. Continuamos pacientemente remando contra a maré hegemônica dessa política criminosa das camarilhas sindicais tanto de direita como de esquerda.

Também denunciamos aqueles que buscam embrulhar velhos traidores com papel reciclado para melhor ludibriar os trabalhadores. Por isso, essas camarilhas sindicais promovem uma política de veto e censura contra o MOB e os militantes da LBI, mas continuamos resistindo e chamamos o ativismo combativo que protagonizou greves históricas na categoria a não depositar qualquer confiança na política de colaboração de classes dessa burocracia reciclada da chapa “Unidade pra Lutar”.

É preciso intervir na crise capitalista, cujo ônus reca sobre as costas dos trabalhadores, com fisionomia própria, através de um programa operário e independente para forjar uma alternativa classista dos trabalhadores e arrancá-los da influência da política de conciliação de classes dessa corrompida burocracia sindical.

HYRLANDA MOREIRA 

COORDENADORA DO MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA (MOB)