sexta-feira, 7 de julho de 2023

DOIS ANOS APÓS O ASSASSINATO DO PRESIDENTE MOISE PELA CIA... EUA PLANEJAM NOVA INTERVENÇÃO MILITAR NO HAITI

Há dois anos, em 07 de julho de 2021, o "insuspeito" jornal norte-americano Miami Herald afirmou que os pistoleiros que assassinaram o presidente haitiano Moise se identificaram como agentes da DEA (Departamento antidrogas dos EUA). O periódico informou que, nos vídeos feitos por pessoas próximas à casa do presidente, alguém com sotaque norte-americano pode ser ouvido gritando no alto-falante: “Operação DEA! Todos desistam! Operação DEA! Para trás, todos para trás!”. Moise foi eleito presidente do Haiti no primeiro turno das eleições de outubro de 2015, no entanto, essas eleições foram anuladas devido a denúncias de fraude eleitoral. Posteriormente, em 2016, foi declarado vencedor novamente e assumiu a Presidência no dia 7 de fevereiro. No entanto, o presidente disse que deveria governar até o final de 2022 e denunciou a oposição por uma tentativa de golpe, então em meados de 2018 teve início uma forte crise política. O Conselho Superior do Poder Judiciário do Haiti considerou que no dia 7 de fevereiro terminaria o mandato de Moise. O velho método terrorista da CIA pareceu para o gerente da Casa Branca, Joe Biden, como a fórmula mais rápida para se livrar do “inconveniente” Moise... agora o imperialismo ianque tratará de restabelecer sua “democracia” genocida na Ilha Negra do Caribe via uma nova intervenção militar no Haiti apresentada obviamente como uma "ação humanitária".

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Sua morte abriu um vácuo de poder em um país assolado por recorrentes crises políticas, pela violência armada e por desastres naturais. Logo após o assassinato, o premiê Claude Joseph, que já tinha sido demitido por Moise e deixaria o cargo nesta semana, se autoproclamou presidente interino e decretou estado de sítio com o aval dos EUA, o que demonstra uma ação assassina orquestrada com a CIA.

Lembremos que o ex-presidente de Honduras, José Manuel Zelaya Rosales (2006-2009), denunciou o assassinato do chefe de Estado do Haiti, Jovenel Moise, pelas mãos de um grupo armado que invadiu sua residência particular no bairro de Pelerin, Port-au-Prince. Zelaya equiparou o que aconteceu com Moise ao golpe contra ele em 2009, com uma tentativa fracassada de eliminá-lo, ligando os dois “eventos” terroristas ao padrão operativo da CIA. Não por coincidência, estas duas ações criminosas da CIA ocorreram sob o manto de governos Democratas nos EUA, em Honduras sob as ordens de Obama e agora no Haiti com Biden. "O método de assassinato foi tentado em Honduras em 2009 [...] O desejo de sangue do golpe da CIA hoje foi perpetrado no Haiti", enfatizou Zelaya, por meio de uma mensagem no seu Twitter. O assassinato do presidente haitiano resultará em uma nova "intervenção" dos Estados Unidos nos assuntos internos do país caribenho. Em Honduras no final da década passada, os militares golpistas hondurenhos não conseguiram assassinar o então presidente Zelaya. Entretanto os golpistas expatriaram para a Costa Rica o ex-presidente centro-americano.

Tudo leva a crer que trata-se de um descarte mortal de um “arquivo vivo” na medida que o novo primeiro-ministro Claude Joseph assumiu em abril de 2021 com o apoio das FFAA e a presença de Moise era um obstáculo a formação de um novo governo de coalizão das forças políticas burguesas.

Rússia e China rejeitam o envio de força estrangeira ao Haiti. As objeções de ambos países vêm depois que o chefe da ONU pediu a formação de uma força militar estrangeira. O vice-embaixador russo na ONU advertiu que as intervenções estrangeiras fizeram mais mal do que bem no Haiti. Representantes diplomáticos da Rússia e da China mostraram-se céticos perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação ao envio de uma força internacional ao Haiti.

"Alguns veem uma força multinacional como uma panaceia, quando a história mostra que tais intervenções estrangeiras fizeram mais mal do que bem no Haiti", disse o vice-embaixador da Rússia, Dmitri Polianski.

Nesse sentido, o diplomata pediu para ouvir outros tipos de vozes no Haiti que defendem outras alternativas em meio à grave crise de segurança que vive a nação caribenha.

As declarações surgem na sequência do apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para a constituição imediata de uma força militar estrangeira para combater os grupos armados.

Por sua vez, o embaixador chinês, Zhang Jun, pediu uma análise mais profunda da situação para propor outras iniciativas, ao mesmo tempo em que destacou que os haitianos devem decidir seu próprio destino. "Ouvimos muitos discursos de apoio a esta força, mas nenhum país anunciou ações concretas, pelo que parece que serão necessários estudos mais aprofundados antes de se chegar a uma proposta viável", sublinhou.

Em outubro passado, o governo do Haiti chefiado pelo primeiro-ministro, Ariel Henry, marionete da Casa Branca fez um pedido de ajuda por meio de uma força multinacional.

Os debates realizados pelo Conselho de Segurança da ONU coincidem com o segundo aniversário do assassinato do ex-presidente haitiano Jovenel Moïse, consumado em 7 de julho de 2021 por um comando de mercenários fortemente armados ligados a CIA, em sua maioria colombianos, fato que aprofundou a crise capitalista na ilha negra.