segunda-feira, 31 de julho de 2023

ILUSÕES RUSSAS NA GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO: PUTIN CRIA O RUBLO DIGITAL 

Na última quinta-feira, o presidente Putin assinou a lei sobre a introdução do rublo digital no mercado financeiro. Entrará em vigor já em 1º de agosto. Será possível realizar transações com o rublo digital por meio de um sistema especial, cujo operador será o Banco Central da Rússia. Os criptorublos serão armazenados em “carteiras digitais”.

O Banco da Rússia determinará as taxas para transações com o rublo digital e as condições sob as quais os bancos oferecerão aos clientes a oportunidade de realizar tais transações. As transferências e pagamentos em rublos digitais devem ser gratuitos para os cidadãos russos e custam 0,3% do pagamento para as empresas.

O rublo digital torna-se a terceira forma de moeda nacional na Rússia, além de dinheiro e escrituras. Ele será armazenado em “carteiras digitais”, o acesso a elas será possível por meio de aplicativos móveis de bancos russos. Ao contrário das criptomoedas, o rublo digital será emitido exclusivamente pelo Banco da Rússia.

No entanto, algumas operações e serviços bancários não estarão disponíveis com o rublo digital. Não acumula juros sobre o saldo, dinheiro de volta e também é impossível emitir empréstimos ou depósitos em rublos digitais, conforme a nova legislação. O Banco Central da Rússia começou a desenvolver um rublo digital no outono de 2020. O projeto de lei foi submetido à Duma do Estado no final de 2022 e, em 11 de julho deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou sua leitura final.

A governadora do Banco Central, Elvira Nabiullina, garantiu que ninguém será obrigado a usar o rublo digital. Será uma opção voluntária e adicional para os cidadãos. A introdução em massa da terceira forma de moeda nacional na Rússia começará em 2025. Os rublos digitais podem ser legados e os herdeiros podem usá-los também para as despesas do funeral do testador.

A entrada da Rússia no mercado volátil das criptomoedas, ainda que de forma controlada pelo seu Banco Central, ao contrário dos outros países capitalistas como os EUA e a China, representa um movimento de aproximação em direção a Governança Global do Capital Financeiro, que na verdade impulsiona esta forma de capital totalmente fictício para tentar contornar a crise estrutural das forças produtivas.