08 ANOS DO MASSACRE NA CASA DOS SINDICATOS DA UCRÂNIA: OBAMA E BIDEN FOMENTARAM ASSASSINATO DA VANGUARDA COMUNISTA PELO GOVERNO GOLPISTA DE KIEV E SEUS BANDOS NEONAZISTAS
No começo de maio de 2014, há exatos 08 anos, em
um ataque à Casa dos Sindicatos na cidade de Odessa na Ucrânia, os nazifascistas do Setor
Direito incendiaram o local deixando mais de 40 mortos. No mesmo dia, os habitantes da
cidade de Slavyansk, localizada no Leste da Ucrânia e um dos principais palcos
das manifestações contra o governo golpista de Kiev, foram despertados pelo som
das sirenes que advertiam sobre o início da operação militar contra a vanguarda que se reinvidicava comunista.
A seguir
as tropas ucranianas cercaram a cidade, soldados desembarcaram de helicópteros,
nas ruas iniciaram-se combates. Tanto o Exército ucraniano como a aviação
abriram fogo em zonas urbanas. As milícias populares abateram três
helicópteros. Informaram-se que três pessoas foram mortas. O tráfego ferroviário e
rodoviário nos arredores de Slavyansk foi barrado.
Os habitantes locais bloquearam duas colunas de veículos militares
ucranianos e procuram convencer os militares a não disparar e a entregar as
armas. Já a Guarda Nacional da Ucrânia começou o
assalto da cidade de Kramatorsk, na região de Donetsk, deixando 10 mortos e
dezenas de feridos.
Naqueles dias chamamos a cobrir de solidariedade a luta das
milícias de autodefesa das “repúblicas populares” e exigir do governo russo e
seus aliados o fornecimento de armas, munições e tanques para os revoltosos, já
que a Casa Branca e o governo golpista de Kiev rompeu unilateralmente o chamado
“Acordo de Genebra”.
Todos este elementos apontavam que estava em curso a guerra
civil na Ucrânia fomentada pelas potências imperialistas para impedir que o
Leste do país se separesse ou ampliesse seu status federativo, esvaziando assim o
governo pró-imperialista e nazifascista imposto em fevereiro de 2014 com a ajuda da
CIA, na medida em que cerca de 23 cidades e vilas na região do Donbass, que
gera 1/3 do PIB da Ucrânia, já estão controladas pelos federalistas.
Não restava dúvida de que
a Casa Branca e a OTAN, via seus marionetes neofascistas de Kiev, estavam provocando o governo Putin, que até aquele momento tinha apostado em uma solução negociada a
fim de ganhar tempo.
Aparentemente, o script escrito por Washington foi instigar
as tropas russas estacionadas na fronteira leste da Ucrânia para que no caso de
uma invasão militar russa estas sejam atormentadas por guerrilhas fundadas e
apoiadas pelos Estados Unidos e por neonazistas, com a mídia “murdochiana”
apresentando ao mundo Putin como um invasor e tirano.
Segundo este plano,
mercenários ianques e parte das FFAA ucranianas desferiram ataques às cidades
sublevadas logo após a visita do vice-presidente ianque Joe Binden, antecedida.
A questão era saber como reagiria a Rússia nos próximos dias, já que os
trabalhadores do Leste ucraniano reivindicam apoio político e militar para
enfrentar a reação fascista e as tropas enviadas por Kiev.
No campo diplomático, o governo russo convocou uma reunião aberta de emergência do Conselho de
Segurança da ONU para discutir o assunto. O representante permanente da
Federação Russa na ONU, Vitali Churkin, propôs que Kiev deve retirar as forças
armadas da região: “Todos devemos fazer um apelo conjunto, dizendo que nós
apelamos a por fim imediatamente a toda violência, inclusive ao uso das forças
armadas no leste da Ucrânia” (Voz da Rússia, 02/05).
Este caminho mostrou-se absolutamente estéril, tendo em vista que este covil de bandidos é
controlado pelo imperialismo ianque e os próprios aliados de Putin, os chamados
BRICs, que se abstiveram quando a assembleia geral das nações unidas condenou a
Rússia no caso da unificação com a Crimeia.
A China inclusive se absteve em
pleno CS da ONU, isolando o governo russo no cenário internacional.
Já passava da hora a
necessidade de responder à altura as provocações do imperialismo e cabe ao
proletariado destas regiões estar à cabeça desta iniciativa. Sabemos que uma
guerra na fronteira russa é um verdadeiro barril de pólvora que pode tomar
conta de toda a região e fomentar um “novo Afeganistão” em pleno século XXI,
provocando possíveis enfrentamentos entre as tropas russas com forças políticas
e militares patrocinadas pela OTAN na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
Guardadas as diferenças, a atual realidade da Ucrânia, com a ofensiva contra as
“repúblicas populares” do Leste do país tem similitude com a realidade do
Afeganistão no final da década de 70. As tropas soviéticas ocuparam o
Afeganistão no ano de 1979 em socorro ao governo da frente popular contra a
ofensiva dos mujahedins fundamentalistas. Naquele momento os trotskistas
apoiaram a intervenção soviética por seu caráter abertamente progressivo frente
à ofensiva militar imperialista que desejava derrubar o governo da frente
popular do PDPA, presidido por um nacionalista simpático à União Soviética,
Hafizullah Amin. No curso deste processo reacionário, os mujahedins
assassinaram Amin, obrigando uma intervenção militar da URSS em território
afegão, medida que os revolucionários apoiaram incondicionalmente, por se
tratar de uma ação para deter a ofensiva militar do imperialismo na fronteira
do Estado operário soviético.
Ainda que agora estejam neste possível
enfrentamento atual duas forças burguesas já que houve a restauração
capitalista na URSS, os revolucionários se colocam no campo oposto do
imperialismo e de sua aliança militar, ou seja, ao lado da Rússia e do governo
burguês de Putin, em apoio as “repúblicas populares” do Leste ucraniano.
Somente se colocando neste lado da trincheira os marxistas leninistas poderão,
ombro a ombro com o proletariado e o campesinato desta região, apontar uma
perspectiva comunista proletária para o conflito, indo portanto além de suas
direções burguesas.
A palavra de ordem de “Todo apoio as milícias de autodefesa
para derrotar a reação fascista e os golpistas impostos em Kiev! Armas para os
revoltosos expulsarem os neocolonialistas!” está a serviço de forjar um
programa revolucionário que coloque na ordem do dia a construção de verdadeiras
“repúblicas soviéticas” com a expropriação dos bandos burgueses restauracionistas,
chamando inclusive a solidariedade ativa do proletariado russo em sua defesa.
Alertamos mais uma vez
que aqueles setores de “esquerda” que colocam um sinal de igual entre o
imperialismo ianque e a Rússia para defender um suposto “derrotismo”,
negando-se a formar uma frente única de ação anti-imperialista com o governo
Putin fazem neste momento o jogo da reação burguesa. Eles se somam aos canalhas
revisionistas que apoiaram o golpe fascista de fevereiro vendendo-o como uma
“revolução”, seguindo a mesma política pró-imperialista que tiveram na
“Primavera Árabe” em apoio aos “rebeldes” pró-OTAN na Líbia e na Síria. Na
Ucrânia os “revolucionários” da praça Maidan em Kiev, amantes de Mussolini e
Obama, não tiveram muita dificuldade para afugentar do governo o covarde
Yanukovich, apesar das mortes que ocorreram em ambos os lados, mas quando Putin
anunciou que não deixaria isolados os compatriotas da Crimeia, logo as milícias
fascistas foram pedir ajuda ao Tio Sam que, além de “espernear” e ameaçar a
Rússia com sanções econômicas, não se mostrou disposto mais uma vez a enfrentar
militarmente os remanescentes do antigo Exército Vermelho.
Com a operação
militar contra Slavyansk a situação volta a se agravar na Ucrânia, neste
cenário somente os ratos decompostos da LIT/PSTU, que ainda se reclamam de
esquerda, podem afirmar que apoiarão os neonazistas ucranianos em caso de um
enfrentamento concreto com as forças militares de Putin, em nome de uma suposta
“revolução” em Kiev.
Naqueles dias declaramos que os Bolcheviques Leninistas em caso de uma guerra
deflagrada na região de influência geopolítica da antiga URSS saberiam levantar
as “bandeiras de outubro”, tão sentidas para o proletariado soviético, e na
mesma trincheira militar dos restauracionistas russos contra o imperialismo acertarão
suas “contas” históricas com aqueles que ajudaram a destruir as conquistas
operárias da revolução socialista de 1917!