quarta-feira, 11 de março de 2020

TRUMP “ESCALA” BOLSONARO (BRASIL) E IVÁN DUQUE (COLÔMBIA) PARA AÇÃO MILITAR CONTRA A VENEZUELA: MOBILIZAR OS TRABALHADORES DA AMÉRICA LATINA PARA DERROTAR A AGRESSÃO IMPERIALISTA E DOS SEUS FANTOCHES REGIONAIS! FRENTE ÚNICA COM O REGIME CHAVISTA COM INDEPENDÊNCIA POLÍTICA DO GOVERNO MADURO!


As visitas dos lacaios fascistas regionais Jair Bolsonaro e Iván Duque (Presidente da Colômbia) ao palhaço reacionário Donald Trump durante a mesma semana são um indício de que estão tramando nova estratégia contra o regime nacionalista burguês chavista. Essa ação vem sendo chamada de “Maximum pressure March” (“Março de pressão máxima”) contra a Venezuela. Tanto que Bolsonaro declaraou: “Estou muito feliz em ter tido a honra de participar do jantar com o senhor Donald Trump no sábado último. Muitas coisas foram tratadas, algumas de forma reservada. Como por exemplo a questão da nossa Venezuela. Eu tenho dito a todos: é importante que nós queiramos fazer o possível para que seja restabelecida a normalidade na Venezuela, o que não é fácil, tendo em vista o grau de degradação moral e política no país”. O fato dos presidentes direitistas dos dois principais vizinhos da Venezuela e alinhados aos EUA passarem pela Casa Branca é um claro indício de que a Washington está preparando uma nova escalada de ataques contra o governo Maduro. Segundo o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, “Seria muita ingenuidade se achássemos que os mandatários dos nossos dois maiores vizinhos viajam ao território dos Estados Unidos na mesma semana, se encontram com Trump, e a Venezuela não é um dos assuntos principais”. 


Tanto que depois de encontro com Trump, Bolsonaro assinou um acordo com militar com o Almirante Craig Faller, comandante do Comando Sul americano para “'melhorar ou fornecer novas capacidades militares” em preparação a uma ação contra a Venezuela. O Comando Sul dirige as operações militares dos Estados Unidos no Caribe, na América Central e do Sul. O Acordo de Projetos de Pesquisa, Testes e Avaliação abre caminho para que EUA e Brasil “desenvolvam futuros projetos conjuntos alinhados com o mútuo interesse das partes, abrangendo a possibilidade de aperfeiçoar ou prover novas capacidades militares”. Em março do ano passado, os dois presidentes assinaram um acordo de salvaguardas tecnológicas que permite o uso da base de Alcântara (no norte do Brasil) para o lançamento de foguetes norte-americanos. Não por caso, Trump e  Bolsonaro discutiram sobre a crise venezuelana e reiteraram seu apoio ao líder da oposição de direitista, Juan Guaidó, a quem reconhecem como presidente interino da Venezuela. Lembremos que o governo brasileiro ordenou a retirada de todos os seus diplomatas e funcionários de serviços estrangeiros da Venezuela e pediu a Maduro que retirasse os seus do território brasileiro. Por sua vez, o governo venezuelano denunciou um plano dos EUA de desencadear um conflito que justificaria uma intervenção militar na Venezuela com a ajuda dos vizinhos Colômbia e Brasil. 



O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, em rápida conversa com jornalistas no fim da tarde de domingo (08/03), confirmou que o tema Venezuela foi tratado no encontro: “A Venezuela foi um dos principais assuntos na mesa”, disse o ministro, vomitando críticas ao governo Nicolás Maduro. Como alertamos anteriormente, a forte presença do moderno equipamento bélico russo (mísseis, jatos, bombardeiros, tanques etc..) em solo venezuelano tem sido uma garantia para desencorajar possíveis aventuras militares de Trump e seus marionetes regionais como Bolsonaro e Iván Duque contra o regime nacionalista burguês. As recorrentes ameaças do Pentágono em um ataque de suas forças militares, apoiado por tropas brasileiras e colombianas, até agora se esfumaçaram por completo diante da imensa superioridade operacional do regime comandado por Maduro em relação aos governos direitistas que integram o chamado “Grupo de Lima”. Lembremos que em fevereiro de 2019, o chamado “Dia D”, impulsionado pela farsesca operação “Caballo de Troya” na Venezuela, acabou resultando no maior fiasco político e militar do imperialismo ianque e na completa humilhação dos governos capachos da região, como Duque e Bolsonaro. A chegada de novas armas balísticas em Caracas vindas de Moscou  há um ano atrás com mísseis de longo alcance que podem atingir até o território ianque em conjunto com os caças Sukhoi desequilibram a relação de forças entre a Venezuela e o restante dos países do continente. Nós Trotskistas defendemos o pleno direito do regime chavista armar-se “até os dentes”, inclusive com artefato nuclear, para dissuadir os chacais imperialistas e seus vassalos latino-americanos de atacarem as conquistas sociais instauradas pelo regime nacionalista chavista. Com a mesma lógica Marxista condenamos o boicote e a sabotagem econômica promovida pelos trustes capitalistas internacionais contra o povo pobre e os trabalhadores da Venezuela. Porém se os Bolcheviques acertam ao estabelecer uma justa frente única de ação com o regime chavista contra o imperialismo ianque que pretende espoliar as riquezas minerais da Venezuela, não podemos nos abster de caracterizar esta situação como extremamente contraditória e dual, como defina Trotsky. Se ao mesmo tempo em que os Marxistas arregimentamos forças ao lado de Maduro e Putin em oposição as investidas da Casa Branca, nos colocamos na linha de frente do combate contra a “boliburguesia” e suas medidas de opressão e exploração do proletariado venezuelano. Para a fração capitalista que sustenta o regime chavista, basta fiar-se no poderio militar russo para estabilizar a situação política e buscar um acordo com os fascistas ligados a Trump. Por outro lado a pesada ajuda logística do Kremlin a Maduro está orientada no sentido da manutenção da ordem capitalista, assim como atua na Síria e Irã evitando qualquer ruptura revolucionária com o sistema. Ao impulsionar o movimento de massas à expropriação dos grupos capitalistas, inclusive a “boliburguesia” que hoje controla o mercado interno, lutamos pelo armamento popular e das milícias chavistas.  Saber caminhar sobre a tênue linha programática de lutar por uma frente única com Maduro contra o imperialismo sem capitular ao Chavismo é a principal arma política e militar dos Trotskistas na prova de fogo da crítica realidade venezuelana.