sexta-feira, 2 de outubro de 2020

MRT, TENDÊNCIA EXTERNA "ENVERGONHADA" DO PSOL: FINGE CRITICAR MAS SEMPRE CHAMA A VOTAR NOS CANDIDATOS DA LEGENDA SOCIALDEMOCRATA

O MRT mais uma vez vai lançar candidaturas legislativas pelo PSOL através das chamadas “filiações democráticas”. Desta vez se auto intitula “Bancada Revolucionária de Trabalhadores”. Como sempre, fazem críticas formais e inofensivas aos candidatos majoritários do PSOL para na véspera chamar o voto nos mesmos, ou seja, de fato embarcam entusiasticamente no circo eleitoral da democracia golpista, fingindo principismo mas votando na legenda socialdemocrata controlada por Ivan Valente e Marcelo Freixo. Enquanto a direção do PSOL apresenta a gestão burguesa de Luiza Erundina como exemplo de gerente municipal do “capitalismo humanizado” a ser seguida, como fez ontem Boulos no debate da Band, o grupo revisionista aplaude a atuação do dirigente do MTST afirmando que “Russomano perdeu a linha quando Guilherme Boulos, do PSOL, falou sobre os episódios em que humilha trabalhadores na televisão”. Esse malabarismo farsante é a verdadeira política do MRT, o jogo mais cínico que se pode ver no arco revisionista.

Pelo acordo com o PSOL, o MRT vai fazer campanha para o partido nos municípios em que este lhe cedeu legenda. Raposas políticas como Boulos, Ivan Valente e Marcelo Freixo aceitaram é claro ceder a legenda do partido ao MRT e a todo e qualquer grupo que esteja disposto a engrossar seus coeficientes eleitorais. 

Os votos captados pelo MRT vão engordar as principais candidaturas a vereadores do PSOL em São Paulo, todas ligadas à sua direção nacional socialdemocrata. Não por acaso o Esquerda Diário afirma “Criticamos o PSOL pelas coligações que vem fazendo com a Rede, que é um partido que votou pela reforma da previdência em São Paulo, que apoiou o golpe institucional, que esteve com o PSDB em Santo André. Também, em outras cidades, com outros partidos burgueses, como PDT e PSB. Mas também coligações com o PT e PCdoB, pois são partidos que cumprem o papel de conter a luta e a mobilização. Ou como no caso do Rio de Janeiro, onde no país com a polícia mais assassina do mundo, o PSOL colocou como candidato a vice-prefeito um coronel que chegou a ser comandante geral da polícia militar”. Chegam a dizer que “a escolha do PSOL-RJ por Ibis, ex-Comandante Geral da PM, para vice-prefeito é um grande erro”. Logo depois dessa crítica formal alegam que “Nós viemos dando essa batalha com nossas pré-candidaturas do MRT por filiação democrática no PSOL e através do Esquerda Diário”, ou seja, apesar de tudo são cabos eleitorais dos sociaisdemocratas! Em nenhum momento ventila sequer chamar o voto em Vera do PSTU (para serem minimamente coerentes com o próprio programa) como uma “alternativa” a candidatura Boulos-Erundina!

Lembremos que em 2018, anunciou o apoio eleitoral a Boulos para presidente, literalmente às vésperas do 07 de Outubro. O grupo revisionista passou a campanha inteira denunciando que “as atuais eleições são uma fraude totalmente manipuladas pelo poder judiciário apoiado pelos militares e a mídia” para chamarem sem maiores explicações o voto no candidato do PSOL, justamente quando o dirigindo do MTST assumiu com mais afinco o papel de satélite do PT.

O MRT só toma posição na véspera justamente para fortalecer a política de colaboração de classes do reformismo e se proteger da crítica marxista. O grupo ligado ao PTS argentino no Brasil reafirma sua “vocação” de não sair da sombra da política de colaboração de classes, seja do PSOL ou mesmo do PT!  

O MRT não tem nenhuma coerência programática, em seu oportunismo vulgar vai de um vértice a outro, mas sempre se afasta das posições do genuíno Trotskismo para se adaptar a Frente Popular e a Socialdemocracia.