quarta-feira, 7 de outubro de 2020

RECEBER DINHEIRO DA BURGUESIA, PELA VIA INSTITUCIONAL DO SEU ESTADO PODE! SHOW DE CRETINICE DA ESQUERDA REFORMISTA QUE RECEBE MILHÕES DO ESTADO CAPITALISTA PARA SE DOMESTICAREM AO REGIME DA DEMOCRACIA DOS RICOS.

Um verdadeiro show de cretinice e cinismo, por parte da esquerda reformista está em cartaz nas redes sociais e internet. Os partidos como PCO, PSTU e até mesmo o PCB, resolveram colocar no “caldeirão de água fervente” o candidato a vereador do PSOL da cidade de Duque de Caxias, Wesley Teixeira, que aceitou de “bom grado” a “generosidade” do banqueiro Armínio Fraga em investir cerca de 70 mil Reais em sua campanha eleitoral. Logo estes partidos, seguidos por várias correntes internas do próprio PSOL, lançaram “laudas e laudas” em condenação a “atitude imoral” de Wesley, que diante da reação negativa ao recebimento da “doação” de Armínio rechaçou devolver o dinheiro, rompendo com sua própria tendência interna do PSOL (Insurgência), que também se mostrou “escandalizada com a atitude de seu candidato a vereador na Baixada Fluminense, registre-se o fato que todo esse “frisson” contra o comportamento de Wesley só ocorreu depois que o fato veio a público... Os pseudos arautos “principistas” do PCO e PSTU elaboraram suas “teses” onde afirmam cinicamente que “não aceitam doação de banqueiros”, cito somente os dois porque para o PCB a questão é “meramente tática” já que estão coligados com partidos burgueses do calibre do REDE, que também é financiado por Armínio. Como sempre a “cara de pau” dos revisionistas do Trotskismo supera em muito a dos velhos stalinistas arrependidos, como o PCB. Tanto o PCO como o PSTU, recebem milhões de Reais da burguesia, pela via do Estado capitalista e seu fundo institucional para financiar e domesticar partidos na defesa deste regime da democracia dos ricos.

Para o PCO, que atualmente se dedica exclusivamente a atacar o PSOL, obviamente como parte de um “serviço” contratado e muito bem remunerado pela burocracia lulista do PT, a notícia publicitada sobre o mantenedor eleitoral de Wesley foi a “sopa no mel” que chegou em ótima hora. O Sr. Pimenta, não acusou o candidato a vereador de corrupção ideológica e material, ou mesmo algo parecido, assestou diretamente contra o PSOL enquanto a prova fatídica de que é um partido burguês (“queridinho da burguesia”), à serviço da “Frente Ampla para destruir o PT e Lula”. O mais interessante da deslavada posição do PCO, é que toda sua crítica a degeneração do PSOL está focada em defender a manutenção da liderança de Lula, que segundo Rui poderia ser “ameaçada” se a burguesia patrocinasse politicamente Boulos como o novo guia da esquerda reformista no país. 

Para os bastardos corruptos do PCO, não importa que o PT tenha sido o “premier” a receber milhões e milhões de Reais (e dólares também) em “doações” de Bancos, empreiteiras, agronegócio, etc... Aliás o Sr. Pimenta que afirmou que “Lula era o presidente dos banqueiros”, mudou radicalmente de posição em relação ao PT quanto passou a receber uma pequena parte desse montante investido pelos rentistas na Frente Popular de colaboração de classes. Até mesmo os jornais Causa Operária que denunciavam a integração corrupta do PT ao Estado capitalista, foram retirados de sua página na internet. Rui e seu pequeno círculo familiar, passaram a fazer apologia da política lulista de contenção das lutas, em nome é claro do combate a direita, na mesma proporção que foram incluídos legalmente na lista dos partidos favorecidos pelo Fundo Partidário bilionário do TSE. 

Recebendo grana nas duas pontas da burguesia, a institucional e a privada, o PCO soergueu um aparato burocrático, substituindo militantes por funcionários (mal pagos é verdade), tornando-se um sub-legenda oficial do PT, pronta para realizar os serviços encomendados mais “sujos” possíveis, como atacar freneticamente Boulos e bajular Jilmar Tatto e Benedita da Silva no Rio de Janeiro. Por essa similitude com a postura degradada de Wesley, o PCO passou a atacar o PSOL de conjunto, livrando em certa medida o próprio candidato a vereador, depositando todo o prejuízo político na conta de Boulos, não precisamos dizer para favorecer quem... 

O PSTU, que vive a amargura de ter sido “cancelado” pelas coligações com o PSOL, na grande maioria das cidades realizada com partidos da esquerda burguesa e até golpista, inviabilizando assim a antiga aliança com os Morenistas, também resolveu tirar sua “casquinha” no caso do oportunista Wesley e da própria direção regional do PSOL que balizou a conduta de seu candidato a vereador em Duque de Caxias. Não precisamos repetir que o PSTU aceita receber, sem nenhuma ressalva ou constrangimento, a verba do Estado Burguês para financiar seu funcionamento partidário e eleitoral, já que existem os dois Fundos constitucionais, o “eleitoral e o partidário”. Também os Morenistas aceitaram “sorrindo” as indenizações que o regime capitalista concedeu aos seus militantes que sofreram perseguição ou prisão no período da ditadura militar, o que configura uma ruptura total com o mais elementar princípio Leninista, receber uma “compensação” dos nossos inimigos de classe por posições que assumimos (conscientemente com todos os riscos) como uma opção de vida revolucionária. 

Em artigo em seu sítio na web, o PSTU justifica que suas “candidaturas negras” não aceitam financiamento da burguesia, fazendo uma referência étnica ao corrupto Wesley (como se houvesse distinção na corrupção material e política de acordo com a cor da pele) e um enorme culto a política identitária, impulsionada justamente pela burguesia para dividir e enfraquecer o movimento de massas. O PSTU segue citando os casos das candidaturas de Freixo e Luciana Genro que também foram “presenteadas” no passado por pilantropia de capitalistas “democráticos”, esquecendo que também os apoiou em frentes eleitorais que fazia parte ou mesmo depois que nem sequer as integrava mais. Assim como para o PCO e PCB, para não falar da escória política da UP, é perfeitamente legítimo para o PSTU ser financiado pelo nosso maior adversário: o Estado burguês! 

Obviamente que o desenho institucional construído pelo regime político no Brasil, falamos no suposto “financiamento público” (o Estado capitalista não tem nada de público, é a concentração privada no gerenciamento dos negócios da grande burguesia) dos partidos e suas campanhas eleitorais, não se deu por princípios “ éticos ou democráticos”, é uma estratégia das classes dominantes de cooptação e disciplinamento dos partidos políticos a ordem vigente. A peculiaridade “nacional” deste Fundo Estatal, é que no Brasil ele chega a ser economicamente superior a países imperialistas como França, Itália e Espanha por exemplo, nos EUA nem sequer existe para os partidos. A “generosidade” da burguesia nacional está intimamente relacionada ao nível de integração da esquerda reformista ao regime da democracia dos ricos, afinal quem vai pretender “matar a galinha dos ovos de ouro”... 

Os Marxistas Leninistas não acompanham, por princípios programáticos, a integração material da esquerda reformista ao Estado burguês, mesmo que essa cooptação tenha um “revestimento” legal e constitucional. Trotsky ao se referir aos partidos Sociais Democratas (socialistas) da Europa que aceitavam o recebimento de verbas estatais a título de ressarcimento de despesas eleitorais, afirmava que “era a prova cabal da impossibilidade da regeneração dos socialistas democráticos na França” (Cartas aos camaradas franceses sobre o entrismo da IV Internacional no Partido Socialista, novembro de 1938). Desgraçadamente a esquerda revisionista, para não falar dos stalinistas, perdeu completamente as noções básicas da independência de classe, foi “picada” pelo veneno político da colaboração de classes e hoje se dedica a montar comitês eleitorais, eleger alguns poucos parlamentares e embolsar milhões do Estado capitalista para frear a ação direta e revolucionária das massas, no sentido da construção do seu próprio poder político.