sexta-feira, 24 de abril de 2020

“FIQUE EM CASA”: EM PLENO 1º DE MAIO, CENTRAIS SINDICAIS SE RECUSAM A ORGANIZAR A RESISTÊNCIA AOS ATAQUES DE BOLSONARO E DA BURGUESIA... AO INVÉS DISSO, CHAMAM UMA “LIVE” COM LULA, FHC, CIRO, DINO E MAIA. A RESPOSTA DA ESQUERDA CLASSISTA DEVE SER CONVOCAR UM ATO NACIONAL DE LUTA DOS TRABALHADORES!


Aproxima-se o 1º de Maio, dia internacional de luta dos trabalhadores. Em meio à pandemia de ataques do governo Bolsonaro e da burguesia contra direitos e conquistas sociais, todas as centrais sindicais em unínossono orientaram os trabalhadores que “Fiquem em casa”, este é inclusive o eixo político de (não) “convocação” para a data. Trata-se de uma política de completa paralisia, no momento em que várias partes do mundo começam lutas e mesmo protestos organizados contra a ofensiva capitalista desatada usando como pretexto o Coronavírus, como observamos em Israel e na Hungria. Desde a CUT, passando pela Força Sindical, CTB e desembocando na Intersindical e Conlutas, o conjunto da burocracia controlada pelo PT, PCdoB, PSOL e PSTU se agarram a uma política de colaboração de classes que tem como único objetivo mandar os explorados a aguardarem o fim da onda virótica no Brasil, sendo meros espectadores dos ataques que os patrões e os governos burgueses desferem contra as massas, como vimos nas montadoras do ABC. Segundo a CUT “O Dia Internacional dos Trabalhadores deste ano será com todo mundo em casa, se protegendo contra o novo coronavírus”. Esta é uma orientação mundial da esquerda, inclusive as correntes que se reivindicam trotskistas seguem disciplinadamente esta conduta suicida! O imperialismo e as burguesias nacionais tentam criar o clima de “pacto de união mundial” em virtude da pandemia declarada pela OMS, mas onde interessa ao capital financeiro a guerra híbrida ou abertamente militar não é estendida nenhuma “bandeira branca”. Uma prova do que afirmamos é que as centrais pelegas vão no 1º de Maio fazer uma “live” com Lula, FHC, Ciro, Dino e Maia! Trata-se de uma expressão prática da tão almejada “Frente Ampla” burguesa proposta pelo PT e PCdoB, tendo a cumplicidade do PSOL e PSTU!



Como noticia a imprensa, reunidos em uma teleconferência na tarde desta terça-feira (21), após uma audiência com líderes dos partidos do chamado “Centrão”, os dirigentes das seis principais centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB) reforçaram a decisão de alargar o palanque, desta vez virtual, na tradicional comemoração do Dia do Trabalhador, em 1º de maio. A lista de convidados é amplíssima. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ocuparão o mesmo palanque virtual. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente do STF, José Dias Toffoli, foram convidados. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e os governadores Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB) também deverão falar aos trabalhadores em mensagens exibidas durante a live que será exibida no 1º de Maio. Para nós da LBI, é necessário denunciar essa política de traição e ter uma orientação oposta: Convocar as massas para a luta ativa e não simplesmente publicitar exigências (mesmo que na maioria dos casos corretas) e acreditar que os Estados da burguesia atenderão as reivindicações sem fortes mobilizações de rua, greves e ocupações de fábrica. A inação do proletariado, sob a justificativa de se precaver do contágio do vírus, é a principal arma do imperialismo para ganhar esta verdadeira guerra contra a humanidade. A exigência de uma “pauta” para o capital cumprir, sem a ação direta das massas é absolutamente inócua e politicamente ainda mais criminosa do que o próprio Coronavírus. Nós Marxistas Leninistas rejeitamos qualquer “acordo nacional” em função do Coronavírus e muito menos por conta do colapso financeiro capitalista, exigimos do Estado Burguês medidas que garantam a saúde pública e atendimento médico de qualidade para toda a população, sem que em contra-partida aceitemos a suspensão política das lutas e mobilizações do nosso povo. Desde já denunciamos no Brasil as direções reformistas, como o PT, PSOL, PCdoB e PSTU que aceitam passivamente o caminho da conciliação e desmobilização sugerido implicitamente pelo governo neofascista de Bolsonaro/Mourão e os partidos “democráticos” da ordem burguesa. Convocamos, desde nossas modestas forças, a manter vivas e ativas as mobilizações de massas contra a barbárie capitalista! A tarefa dos Marxistas Leninistas neste grave momento de confusão, medo e inércia é o de elevar a consciência revolucionária do proletariado e contribuir para tornar sua luta mais organizada na perspectiva do socialismo. Em tempos de pandemia, a maneira de protestar pode se adequar às exigências de proteção sanitária, mas não deve de ser descartada no mundo, tendo como pretexto as possibilidades de contaminação. As redes sociais assumiram grande importância, mas devem ser subordinadas as ações diretas da classe trabalhadora, seja nas ruas e locais de trabalho, como panelaços, atos  em praças públicas e até bloqueios de estradas. As próprias massas deram um bom exemplo de luta e coragem em Israel, é dever dos Revolucionários generalizar esse tipo de ação direta em todo planeta! Se opondo a essa conduta traidora e venal, desde a LBI convocamos a esquerda classista e as organizações que se reclamam revolucionárias no Brasil a convocarem um ato nacional de luta dos trabalhadores em São Paulo! Sabemos que é um tremendo esforço político militante levar a frente essa importante atividade, porém está nos ombros dos revolucionários tomar em suas mãos essa iniciativa política histórica!