O grupo Resistência (PSOL) vem se especializando nessa
pandemia em ser um apêndice da burguesia no interior da esquerda. Valério Arcary orientou sua corrente a ter uma política de aberta
colaboração de classes em meio a avanço do Coronavírus, defendendo inclusive
uma frente ampla com figuras abjetas da classe dominante que em seus governos e
mandatos atacaram os trabalhadores e suas organizações políticas e sindicais.
Sob o pretexto de debater o caráter do vergonhoso ato de 1º de maio virtual em
que a CUT e as demais centrais convocaram FHC, Maia e a Acolumbre para fazer um
“live”, Esquerda “on line” (EOL) defende a urgência de se propor atos e ações
com esses golpistas neoliberais: “Nesta conjuntura, diante da política fascista
de Bolsonaro cuja finalidade é fechar o regime e acabar com as poucas
liberdades democráticas, somos a favor de unidade de ação com setores da
burguesia. Mais: achamos que ela é necessária e urgente. Mas isso se faz em
base a um ponto de acordo: a defesa das liberdades democráticas e contra
qualquer tentativa de golpe de Bolsonaro. Portanto, com este ponto de acordo,
somos a favor da unidade com FHC, Maia, Alcolumbre, governadores, enfim todos e
todas que se posicionem contra Bolsonaro e seu governo fascista. Inclusive é
correto fazer atos, além de outras ações unitárias com esses setores”. A
questão é: FHC, Maia e Alcolumbre defendem as liberdades democráticas para os
trabalhadores? A resposta é simples: absolutamente não! Ao contrário, são
adversários de que os trabalhadores se organizem de forma independente contra o
fechamento do regime burguês ontem e hoje, como podemos citar em vários
exemplos e momentos históricos: na greve petroleira de 1995 atacada pelo Exército por ordem de FHC ou na repressão recente aos protestos no Congresso
Nacional ordenadas pelos presidentes da Câmara e do Senado. Para melhor
camuflar sua política de traição, EOL apenas alega que o 1º de Maio não seria o
“melhor momento” para expressar essa amplíssima unidade, afirmando: “Há várias
possibilidades para que se realize um ato de 1º de Maio da classe trabalhadora
e outro amplo pelas liberdades democráticas”. De fato “o diabo mora nos
detalhes”, Valério e seu grupo revisionista defendem uma unidade “urgente com a
burguesia” para além do ato de 1º de maio, reivindicam todo um programa
político de conciliação estratégico, pintando inimigos de classe como aliados dos trabalhadores!
Tanto que declaram: “Isso não significa secundarizar a unidade de ação ampla
contra Bolsonaro. É correto as centrais, partidos e outras entidades da
população oprimida fazer com urgência ato com FHC, Maia, Alcolumbre, governadores e quem mais estiver a favor das
liberdades democráticas. Mas que ocorra em momento separado do ato programático
do 1º de Maio”. Esses políticos tradicionais citados por Esquerda “On Line”,
conhecidos por ordenar a repressão ao movimento operário em suas gestões
governamentais e em seus mandatos parlamentares são aliados de Bolsonaro nos
ataques a nossa classe, investidas não só no "programático" terreno econômico e político, mas
também no campo das próprias liberdades democráticas: ou não foram tucanos e
demistas a reacionária base político-partidária do golpe parlamentar de 2016, da famigerada
operação Lava Jato orientada pelo Departamento de Estado ianque e do apoio ao
Juiz noefascista Moro na perseguição a esquerda, inclusive ao PT e Lula? Não foram esses canalhas que abriram o caminho para o neofascista instalado no Planalto? O que
fica evidente é que Valério e seu séquito revisionista segue domesticadamente a
política da direção do PSOL e do próprio PT, que almejam construir com esses
setores uma frente ampla eleitoral para enfrentar Bolsonaro e Moro nas eleições
de 2022, usando o presidente neofascista para justificar essa unidade com os piores “demônios”
da burguesia. De nossa parte não somente denunciamos o ato virtual da CUT como
os políticos burgueses (não esqueçamos dos fascistóides Dória e Witzel) neste 1º de Maio, como alertamos também que
Esquerda “On Line” está “ligada 24 horas no ar” ao que pior existe no movimento operário,
abandonou o trotskismo para ser um apêndice político e material de figuras como
Ivan Valente e Marcelo Freixo dentro do PSOL, camaleões políticos que são
mestres reformistas em obstruírem a luta pela construção de uma alternativa revolucionária
a Bolsonaro e a Frente Popular!