O estafeta dos rentistas, o ministro Paulo Guedes, defendeu
mais uma vez o congelamento de salários de servidores públicos por dois anos.
Segundo o canalha neoliberal, a medida é para compensar as despesas extras para combater
a crise do coronavírus. Disse Guedes: “o salário do funcionalismo cresceu 50%
acima da inflação por anos seguidos. Será que o funcionalismo podia dar uma
contribuição? Será que podia ficar esse ano e o ano que vem inteiro sem aumento
de salários? Será que isso poderiam contribuir com o Brasil?”. O pilantra vem tentando negociar com o Congresso para incluir o congelamento de salários no projeto de
socorro da União a estados e municípios. Segundo ele, a suspensão de
reajustes é necessária para conter o que considera ser a terceira torre de
despesa, depois de juros e gastos com Previdência Social. O ministro já vem
defendendo há tempos o congelamento dos vencimentos dos servidores. No Fórum
Econômico de Davos, em janeiro, disse que a iniciativa, que consta da proposta
de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que tramita no Congresso, seria
importante para controlar a situação fiscal do País. Na conversa com os
parlamentares, Guedes afirmou que a economia com o congelamento de salários por
dois anos seria a mesma que a obtida com eventuais cortes salariais. A
diferença é que não haveria o risco deflacionário. No Congresso, ganharam força
nas últimas semanas propostas de corte de salários do funcionalismo público. Cinicamente, o próprio presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM), defendeu que
todos os poderes dessem sua "contribuição" neste momento de crise. O pretexto é que uma redução de 30% no salário do funcionalismo federal, estadual e
municipal bancaria um programa de renda mínima para 55
milhões de pessoas. Guedes alertou para o risco de deflação. Os dados mais
recentes do Banco Central mostram que, no mercado financeiro, a projeção média
para o IPCA (o índice oficial de preços) para 2020 já está em 2,94%. Há pelo
menos uma instituição, no entanto, que já projeta inflação de apenas 1,17% este
ano e, com a redução da atividade econômica, a tendência é que as revisões para
baixo continuem. Por outro lado, as negociações de Bolsonaro com os partidos que sua propaganda
considera como da "velha política" têm em mira o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e formar uma base que lhe garanta vitórias no
Parlamento. Além do comando do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação) ao PP e o da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) ao PSD, o governo
está oferecendo também postos em estatais importantes. Segundo parlamentares,
alguns desses partidos reivindicam um posto estratégico - o Ministério da
Agricultura, Abastecimento e Pecuária, hoje comandado por Tereza Cristina,
deputada licenciada do DEM. Em troca, Guedes deseja ver o congelamento do
funcionalismo aprovado pelo Congresso Nacional. Com se vê o Centrão, PSDB e até mesmo os governadores
do PT, assim como o neofascista Bolsonaro-Guedes, tem uma mesma receita neoliberal:
jogar a conta da crise econômica em plena pandemia nas costas dos servidores
públicos e dos trabalhadores!