O grupo Resistência do PSOL acaba de lançar um artigo
escandaloso em seu site (Esquerda On Line, 06/04) parabenizando o governador do Ceará, Camilo
Santana (PT), pela política que sua gestão burguesa adotou diante da Pandemia do
Coronavírus: “Na defesa da vida da classe trabalhadora, é preciso parabenizar o
governo estadual por estar batendo de frente com alguns interesses dos
empresários...”. Lembremos que o mesmo Camilo, um verdadeiro marionete da reacionária Oligarquia Gomes (PDT), havia dias antes relaxado o decreto de Quarentena para
atender os interesses dos empresários, mas voltou atrás diante do amplo repúdio
popular que a medida provocou, abalando suas bases eleitorais junto a pequena-burguesia "progressista". Ainda assim
tende a “liberar geral” o comércio e a produção industrial nos próximos dias, até porque seu secretariado é formado
por uma ampla frente de partidos burgueses que vai do PT/PDT ao DEM, além de figuras
empresariais de peso do PSDB como Maia Júnior e Arialdo Pinho. Apesar desse amplo arco capitalista de sustentação politica, Camilo
conta ainda inclusive com o apoio do PSOL em vários projetos apresentados na
Assembleia Legislativa do Ceará. O Deputado Renato Roseno (PSOL) é um aliado da
bancada governista, apenas votando contra os projetos mais escandalosos, como
foi à aprovação da reforma neoliberal da previdência, em que Camilo copiou o
modelo ultra-neoliberal proposto por Bolsonaro no Congresso Nacional. O suposto “aliado” parabenizado
pela Resistência foi o mesmo que ordenou que a PM repremisse duramente os
professores e servidores públicos no final de 2019! Na ocasião a CUT não mobilizou contra a
aprovação da proposta, muito menos os sindicatos ligados ao PSOL
(Intersindical). O grupo Resistência segue em seus rasgados elogios ao
governador: “Camilo virou um aliado naquilo que é mais importante para a nossa
classe hoje: a defesa do isolamento social. Especialmente, quando temos um
presidente negando todas as orientações da ciência, a fim de promover um
holocausto”. Como podemos observar trata-se da aplicação da política de Frente
Ampla, uma cópia do que Lula fez recentemente com o governador de São Paulo, o
reacionário João Dória (PSDB). Os elogios PSOL ao governador Camilo, um homem
de Ciro Gomes no interior do PT, não é um ponto de inflexão fora da curva, como
podem pensar alguns ingênuos, é consequência da política de colaboração de
classes da esquerda reformista que desde a posse de Bolsonaro procurou
“sangrar” o governo até 2022. A justificativa da pandemia do Coronavírus caiu
como uma luva na estratégia de ampliação máxima da “unidade” desse espectro
político social-democrata. O mais grave, no entanto é que toda a “plataforma sanitária” da
esquerda reformista para enfrentar a pandemia é a mesma dos tucanos e do setor
técnico/militar do próprio governo federal, um “Fique em casa” confiando que
somente a quarentena é o antídoto necessário. O movimento operário deve romper
imediatamente com este charlatanismo do PT, PSOL e apêndices como a Resistência!
Este pacto de colaboração de classes vem sendo levado a cabo em todo mundo pela
esquerda reformista e seus satélites em nome de apoiar “emergencialmente” as
medidas dos governos burgueses locais para combater o Covid-19. Nós Marxistas
Leninistas exigimos por meio da luta direta que Estado Burguês e seus gerentes adotem
medidas que garantam a saúde pública e atendimento médico de qualidade para
toda a população, sem que em contrapartida aceitemos a suspensão política das mobilizações
do nosso povo contra esses representantes da burguesia, como faz vergonhosamente
o grupo Resistência e o deputado estadual Renato Reseno!