quinta-feira, 16 de abril de 2020

MANDETTA É DEMITIDO: TROCA DE “SEIS POR MEIA DÚZIA” NÃO ALTERA A POLÍTICA NEOLIBERAL DE DESTRUIÇÃO DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE DESDE O INÍCIO DO GOVERNO BOLSONARO



O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ex-deputado federal pelo DEM, foi demitido de suas funções frente à pasta pelo presidente neofascista Jair Bolsonaro na tarde de hoje(16/04). Mandetta anunciou em seu Twitter: “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar”. Com a demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro anunciou que assume a posta o médico oncologista e dono da rede Clinicas Oncológicas Integradas, Nelson Teich, apologista da saúde privada e do desmonte do SUS. Após os atritos públicos entre Mandetta e o presidente,  acerca do alcance da quarentena social, o Ministro da Saúde vinha sendo bancada pela “junta militar” que tutela Bolsonaro no Planalto. Contudo, as declarações proferidas no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (12/04) fizeram com que a ala militar entendesse que Mandetta “desrespeitava” a hierarquia e pouco se esforçava para manter a “trégua” com Bolsonaro, foi a gota d’agua para o governo procurar um novo ministro, com o mesmo perfil neoliberal. Mandetta vinha granjeando o apoio da esquerda reformista, com sua demagogia do “isolamento social”, enquanto o SUS se encontrava completamente incapaz para enfrentar o início da epidemia em nosso país, assim como o conjunto das necessidades médicas e sanitárias da população carente, para além do Covid-19. O número de mortes por doenças crônicas e súbitas vem atingindo níveis críticos no país, em função do colapso dos hospitais públicos, que não podem atender em regime intensivo ou ambulatorial todos os pacientes que necessitam de atendimento de urgência. A pandemia é um elemento muito agravante de um quadro já anterior de sucateamento da saúde pública, onde os leitos de UTI tinham previamente uma ocupação média de 90%, ou seja um cenário trágico que não preenchia as mínimas condições absorver a dimensão do coronavírus. Mandetta foi responsável por atuar no governo neofascista para destruir as mínimas conquistas sanitárias do povo brasileiro, o médico empresário que o substitui seguirá a mesma direção. O movimento de massas não pode cair na falsa polarização,”isolamento horizontal ou vertical”, como sendo a questão fulcral da pandemia, o cerne da questão é a capacidade ou não do sistema de saúde em atender o conjunto da população que necessita de tratamento, além do Estado garantir condições de sobrevivência digna para todo o seu povo em um período de crise sanitária e econômica. Neste “campo da apologia da morte”, independente do tipo de isolamento que defendem, estão todos os cúmplices do capital, sejam Bolsonaro, Mandetta, Congresso e Governadores, simplesmente porque é o capitalismo o criminoso de nossa gente!