O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ex-deputado federal
pelo DEM, foi demitido de suas funções frente à pasta pelo presidente
neofascista Jair Bolsonaro na tarde de hoje(16/04). Mandetta anunciou em seu
Twitter: “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão
do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser
gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos
brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande
desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar”. Com a demissão do
ministro Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro anunciou que assume a posta o médico
oncologista e dono da rede Clinicas Oncológicas Integradas, Nelson Teich,
apologista da saúde privada e do desmonte do SUS. Após os atritos públicos
entre Mandetta e o presidente, acerca do
alcance da quarentena social, o Ministro da Saúde vinha sendo bancada pela
“junta militar” que tutela Bolsonaro no Planalto. Contudo, as declarações
proferidas no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (12/04)
fizeram com que a ala militar entendesse que Mandetta “desrespeitava” a
hierarquia e pouco se esforçava para manter a “trégua” com Bolsonaro, foi a
gota d’agua para o governo procurar um novo ministro, com o mesmo perfil
neoliberal. Mandetta vinha granjeando o apoio da esquerda reformista, com sua
demagogia do “isolamento social”, enquanto o SUS se encontrava completamente
incapaz para enfrentar o início da epidemia em nosso país, assim como o
conjunto das necessidades médicas e sanitárias da população carente, para além
do Covid-19. O número de mortes por doenças crônicas e súbitas vem atingindo
níveis críticos no país, em função do colapso dos hospitais públicos, que não
podem atender em regime intensivo ou ambulatorial todos os pacientes que
necessitam de atendimento de urgência. A pandemia é um elemento muito agravante
de um quadro já anterior de sucateamento da saúde pública, onde os leitos de
UTI tinham previamente uma ocupação média de 90%, ou seja um cenário trágico
que não preenchia as mínimas condições absorver a dimensão do coronavírus.
Mandetta foi responsável por atuar no governo neofascista para destruir as
mínimas conquistas sanitárias do povo brasileiro, o médico empresário que o
substitui seguirá a mesma direção. O movimento de massas não pode cair na falsa
polarização,”isolamento horizontal ou vertical”, como sendo a questão fulcral
da pandemia, o cerne da questão é a capacidade ou não do sistema de saúde em
atender o conjunto da população que necessita de tratamento, além do Estado
garantir condições de sobrevivência digna para todo o seu povo em um período de
crise sanitária e econômica. Neste “campo da apologia da morte”, independente
do tipo de isolamento que defendem, estão todos os cúmplices do capital, sejam
Bolsonaro, Mandetta, Congresso e Governadores, simplesmente porque é o
capitalismo o criminoso de nossa gente!