quarta-feira, 15 de abril de 2020

“BOLSA-PATRÃO” APROVADA NA CALADA DA NOITE: BOLSONARO, CENTRÃO E PSDB MANTÉM A VIGÊNCIA DA MP 905... MAIS FLEXIBILIZAÇÃO TRABALHISTA, TERCEIRIZAÇÕES E FIM DE DIREITOS DOS TRABALHADORES!
  

Pouco antes das 2h da madrugada desta quarta-feira (15.04), a base do governo Bolsonaro, o Centrão de Maia (DEM) e o PSDB de João Dória deu um duro golpe nos direitos trabalhistas, principalmente da juventude. Trata-se da aprovação da MP 905 que aumenta a flexibilização trabalhista e mantém o malfadado contrato “Verde e Amarelo”.  A seis dias do fim da validade, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base. Foram 322 votos a favor e 153 contrários. Editada em novembro e aprovada em março em comissão mista, ela inicialmente voltada a jovens de 18 a 29 anos em busca do primeiro emprego, mas foi estendida para trabalhadores acima de 55 anos sem ocupação há pelo menos 12 meses. Com alterações, depois de votados os destaques, o texto segue para o plenário do Senado. Considerada uma nova etapa da “reforma” trabalhista implementada em 2017, a MP aprofunda a flexibilização de direitos. O Dieese cunhou a expressão “bolsa-patrão” para definir a proposta. Pela MP, que mexe com vários itens da CLT, contratos sob essa modalidade teriam a alíquota de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) reduzida de 8% para 2%, mas esse ponto acabou suprimido, assim como o trabalho aos domingos. A multa em caso de demissão cairia pela metade, de 40% para 20%, mas foi a 30%. Empregadores estão isentos da contribuição previdenciária. Os contratos são para vagas de até um salário mínimo e meio (em valor atual, R$ 1.567,50). O prazo é de até dois anos. A medida prevê ainda contribuição previdenciária para quem recebe seguro-desemprego. Na parte permanente da CLT, libera o trabalho aos domingos e feriados, sem pagamento em dobro, pago apenas se o trabalhador não folgar ao longo da semana; não considera mais como acidente de trabalho o incidente sofrido no percurso entre a residência e a empresa; além de outras agressões aos direitos dos trabalhadores. E no caso da categoria bancária, aumenta a jornada das atuais 6 (seis) horas para 8 (oito) horas diárias, inclusive também libera a abertura das agências bancárias e o trabalho aos sábados, sem direito a hora extra. Segundo Nota Técnica do Dieese, o aumento da jornada de trabalho para bancários e bancárias tem potencial de ampliar o desemprego: a cada 2 (dois) trabalhadores com jornadas de 44 horas semanais, um poderá ser demitido. Ainda retira os sindicatos das negociações da participação nos lucros e resultados - PLR. Frente a essa realidade reafirmamos que a única forma dos trabalhadores se defenderem dos ataques do governo neofascista de Bolsonaro/Guedes e da Pandemia do Coronavírus é ganhando as ruas e paralisando o país pela via da Greve Geral por tempo indeterminado para garantir seus direitos, conquistas e suas vidas assim como de suas famílias, organizando a luta direta para colocar abaixo o governo neofascista e ultra-liberal de Bolsonaro/Mourão/Guedes!