terça-feira, 28 de abril de 2020

DADO O “PONTA PÉ INICIAL” DA CAMPANHA DE MORO RUMO AO PLANALTO: INQUÉRITO NO STF CONTRA BOLSONARO E APOIO DA REDE GLOBO... FOI MONTADO O PALANQUE DO CHEFE DA POLICIALESCA “REPÚBLICA DE CURITIBA”


Como foi amplamente divulgado pela mídia, com espaço nobre no Jornal da Globo de ontem a noite, o “ministro togado” Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (27) abertura de inquérito para investigar denúncias do ex-ministro da Justiça, o rato Sergio Moro, de que o presidente neofascista Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Está montado o palanque eleitoral do chefe da reacionária “República de Curitiba”. Lula, em reunião vitual do diretório nacional do PT, logo percebeu a estratégia eleiroral da burguesia e orientou o seu partido a bater forte no ex-juiz, tanto que afirmou de olho em 2022: “Não pode haver inversão da história. O Bolsonaro é filho do Moro, e não o Moro cria do Bolsonaro. Nessa disputa toda, os dois são bandidos, mas é o Bolsonaro que é a cria e não o contrário. E os dois são filhos das mentiras inventadas pela Globo”. Os dados levantados na investigação podem levar à abertura de um processo de impechament, onde Moro assumiria o papel protagonista da campanha contra seu ex-aliado, em uma frente política integrada por direitistas como Dória, Witzel e todo um setor da elite burguesa que se afastou de Bolsonaro no último período. O depoimento de Moro deve ser tomado pela PF em até 60 dias e será a peça de propaganda midiática do início de sua campanha presidencial rumo ao Palácio do Planalto. Uma das medidas que serão tomadas no curso do inquérito é a quebra de sigilos telefônicos, por exemplo, para verificar a autenticidade da troca de mensagens entre Moro e Bolsonaro. O material foi indicado por Moro como prova da suposta interferência de Bolsonaro e divulgado amplamente pelo Jornal Nacional, G1 e Jornal O Globo. O pedido ao STF para a abertura do inquérito foi feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, chamado às pressas no Palácio do Planalto depois do ato. Ao anunciar a decisão de sair do governo, Moro disse que Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal, afirmou que o presidente decidiu trocar a direção-geral da PF porque gostaria de ter acesso a informações de inquéritos sobre a família dele. O ministro do STF, Celso de Mello, argumentou que os fatos narrados por Moro “parecem” ter relação com o exercício do mandato do presidente Bolsonaro, hipótese em que a Constituição permite a abertura de um inquérito: “Os crimes supostamente praticados pelo senhor presidente da República, conforme noticiado pelo então Ministro da Justiça e Segurança Pública, parecem guardar (...) íntima conexão com o exercício do mandato presidencial, além de manterem – em função do período em que teriam sido alegadamente praticados – relação de contemporaneidade com o desempenho atual das funções político-jurídicas inerentes à chefia do Poder Executivo", escreveu o decano da máfia judicial do Supremo. Dentro da Polícia Federal, caberá ao diretor de combate ao crime organizado nomear o delegado responsável por conduzir o inquérito. O atual diretor da área, Igor Romário de Paula, ligado a Moro, afirmou que vai submeter sua escolha ao aval do novo diretor-geral da PF, Alexandre Ramagem. Aí reside uma forte disputa política em que a Famíglia Marinho vai atuar firmemente em favor de Moro e contra Bolsonaro. De acordo com o pedido de Augusto Aras, a conduta de Bolsonaro, pode ser enquadrada nos delitos de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, e obstrução de Justiça, crimes de responsabilidade que podem levar ao impeachment. Como afirmamos anteriormente, está inaugurado o calendário do impeachment de Bolsonaro, que ainda terá nos próximos capítulos da renúncia de Paulo Guedes e a desavença final com Mourão. 

A esquerda reformista que relutava em defender o Fora Bolsonaro, com a intensidade da crise resolveu abraçar o pedido de uma CPI e posterior impeachment regimental no Congresso. É a mesma política desenhada pelo Pentágono no Brasil e seus acólitos nacionais, como a Globo. Todavia as eleições presidenciais norte-americanas estão previstas somente para novembro, e no meio deste curso tem um “planeta quarentena” no meio, antes disto Bolsonaro não tira sua bunda do Planalto, e a renúncia é praticamente descartada neste momento. Com o movimento de massas paralisado e amedrontado pela histeria do Coronavírus, não haverá mobilização alguma pela derrubada de Bolsonaro, mais além dos panelaços, a esquerda seguirá na linha do “sangramento” até 2022, acrescida agora da demagogia do impeachment e de uma ridícula CPI no Congresso para apurar se Bolsonaro é realmente culpado ou não do atual desastre nacional. Com um pouco mais de “sorte “, a esquerda reformista acabará mesmo conseguindo encurtar os prazos e assim empossar Mourão ainda em 2021... Os Marxistas Revolucionários se opõem a essa orientação capitaneada pelo PT e Lula, defendemos a derrubada do governo Bolsonaro-Morão e do conjunto do regime político burguês pela via da luta direta das massas, o que passa por combater as ilusões no circo eleitoral da democracia do ricos, no parlamento e no STF, um covil de bandidos togados! A tarefa de liquidar com Bolsonaro, Moro e toda a quadrilha palaciana de ontem e de hoje é dos trabalhadores usando seu métodos de ação guiados por um programa de ruptura com a ordem capitalista!