Em nota, divulgada na manhã deste sábado (25/04), a Boeing
confirmou a rescisão do contrato que tinha celebrado com a Embraer com o
objetivo da aquisição da principal empresa brasileira, antiga estatal, na
construção de aeronaves. Para fugir da multa contratual de US$ 100 milhões, que
teria que pagar, a Boeing culpou a Embraer pelo fim do negócio. A decisão da
Boenig, que já vinha em grandes dificuldades financeiras em função do colapso
do seu último projeto, o Boeing 737 Max, sinaliza para uma retração violenta
dos negócios da empresa imperialista, que que agora espera para sobreviver por
um “resgate” bilionário do FED. A Embraer, uma das empresas de aviação mais
modernas e avançadas do mundo, seria vendida para a pré-falimentar
multinacional ianque por um valor irrisório de US$ 4,2 bilhões, dos quais menos
da metade ficaria com os acionistas brasileiros. A transação se efetivada hoje
significaria o fim da indústria aeronáutica brasileira, entretanto a crise
capitalista mundial falou mais alto, e o “tiro de misericórdia” para a
ineficiente Boeing foi a pandemia do coronavírus, que paralisou 70% do fluxo
aéreo do planeta. A desistência da compra da Embraer e a crise da Boeing foi um
verdadeiro “balde de água fria” para a burguesia entreguista que apostava na entrada
do capital imperialista para a retomada do crescimento econômico no país. Pelo
contrato fraudulento redigido pela Boeing, agora cancelado, a companhia
norte-americana deteria 80% da divisão de aeronaves comerciais da fabricante
brasileira, que ficaria com os 20% restantes. A Embraer é uma empresa de
sucesso no setor e vinha se firmando no mercado mundial, ganhando nichos das
grandes concorrentes imperialistas, inclusive da própria Boeing que logo de
interessou em “engolir” a ex-estatal brasileira. A Comissão Europeia,
representando os interesses da Air bus, questionava o caráter monopolista da
transação, que confirmando o histórico de “fusões” da Boeing, o resultado do
“acordo” significaria a manutenção da Boeing e o fim da Embraer, trazendo como
resultado o aumento da monopolização ianque deste setor estratégico. Diante da
ação da Boeing, a Embraer afirmou “que se mantém bem-sucedida, eficiente,
diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no
atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base sólida
de recursos industriais e de engenharia”, refletindo com esta declaração a
impotência dos capitalista nativos em sustentar um projeto industrial de
soberania nacional. É evidente que o Pentágono não deixará desaparecer sua
maior empresa aeronáutica e de aviação militar (entre muitos, os F-18, os F-15
e os helicópteros Apache, são de sua construção) e importante fabricante de
sistemas espaciais, o tesoureiro norte-americano já prepara um generoso resgate
financeiro para a Boeing, mas ordenou que nenhum dólar do FED irá para os
bolsos da entreguista burguesia tupiniquim, que pretendia realizar mais dos
seus crimes de “lesa pátria”. Os trabalhadores da Embraer e a classe operária
em seu conjunto devem a partir desta “embromação” da Boeing, mobilizar pelo
método de ação direta no sentido da reestatização da empresa sob o controle da
classe operária.