sábado, 25 de abril de 2020

BOEING DIZ QUE NÃO VAI REPASSAR A GRANA QUE IRÁ RECEBER DO FED PARA CAPITALISTAS BRASILEIROS: DESISTÊNCIA DA BOEING NA AQUISIÇÃO DA EMBRAER É O RETRATO DO NACIONALISMO IMPERIALISTA


Em nota, divulgada na manhã deste sábado (25/04), a Boeing confirmou a rescisão do contrato que tinha celebrado com a Embraer com o objetivo da aquisição da principal empresa brasileira, antiga estatal, na construção de aeronaves. Para fugir da multa contratual de US$ 100 milhões, que teria que pagar, a Boeing culpou a Embraer pelo fim do negócio. A decisão da Boenig, que já vinha em grandes dificuldades financeiras em função do colapso do seu último projeto, o Boeing 737 Max, sinaliza para uma retração violenta dos negócios da empresa imperialista, que que agora espera para sobreviver por um “resgate” bilionário do FED. A Embraer, uma das empresas de aviação mais modernas e avançadas do mundo, seria vendida para a pré-falimentar multinacional ianque por um valor irrisório de US$ 4,2 bilhões, dos quais menos da metade ficaria com os acionistas brasileiros. A transação se efetivada hoje significaria o fim da indústria aeronáutica brasileira, entretanto a crise capitalista mundial falou mais alto, e o “tiro de misericórdia” para a ineficiente Boeing foi a pandemia do coronavírus, que paralisou 70% do fluxo aéreo do planeta. A desistência da compra da Embraer e a crise da Boeing foi um verdadeiro “balde de água fria” para a burguesia entreguista que apostava na entrada do capital imperialista para a retomada do crescimento econômico no país. Pelo contrato fraudulento redigido pela Boeing, agora cancelado, a companhia norte-americana deteria 80% da divisão de aeronaves comerciais da fabricante brasileira, que ficaria com os 20% restantes. A Embraer é uma empresa de sucesso no setor e vinha se firmando no mercado mundial, ganhando nichos das grandes concorrentes imperialistas, inclusive da própria Boeing que logo de interessou em “engolir” a ex-estatal brasileira. A Comissão Europeia, representando os interesses da Air bus, questionava o caráter monopolista da transação, que confirmando o histórico de “fusões” da Boeing, o resultado do “acordo” significaria a manutenção da Boeing e o fim da Embraer, trazendo como resultado o aumento da monopolização ianque deste setor estratégico. Diante da ação da Boeing, a Embraer afirmou “que se mantém bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base sólida de recursos industriais e de engenharia”, refletindo com esta declaração a impotência dos capitalista nativos em sustentar um projeto industrial de soberania nacional. É evidente que o Pentágono não deixará desaparecer sua maior empresa aeronáutica e de aviação militar (entre muitos, os F-18, os F-15 e os helicópteros Apache, são de sua construção) e importante fabricante de sistemas espaciais, o tesoureiro norte-americano já prepara um generoso resgate financeiro para a Boeing, mas ordenou que nenhum dólar do FED irá para os bolsos da entreguista burguesia tupiniquim, que pretendia realizar mais dos seus crimes de “lesa pátria”. Os trabalhadores da Embraer e a classe operária em seu conjunto devem a partir desta “embromação” da Boeing, mobilizar pelo método de ação direta no sentido da reestatização da empresa sob o controle da classe operária.